terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quarto aniversário da morte da Irmã Lúcia

Cerca de 14 mil pessoas visitaram em 2008 o Memorial da Irmã Lúcia, junto ao Carmelo de Coimbra, onde sexta-feira uma missa presidida pelo Bispo D. Albino Cleto assinala o quatro aniversário da morte da vidente. E o Carmo Jovem já lá esteve.
O corpo da religiosa encontra-se sepultado na Basílica de Fátima desde Fevereiro de 2006 e está em curso o processo para a beatificação da vidente, para o qual é considerada importante toda a correspondência escrita e recebida por si e que está a ser catalogada por quatro freiras do Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. Lúcia de Jesus e a sua vida continuam a questionar muita gente, tendo motivado a construção de um Memorial, onde se pode conhecer um pouco da sua actividade no Carmelo, espaço de clausura. No Memorial podem encontrar-se desde objectos pessoais, alguns usados no tempo das aparições (1917), outras ofertas papais, a fotografias da sua vida em clausura. Porém, é a réplica da cela onde viveu 56 anos e na qual faleceu que mais interesse suscita. «Sente-se algo especial que fala ao coração e que nem sempre se consegue definir» , é o depoimento de muitas das pessoas que visitam o Memorial, umas por turismo, outras por curiosidade, mas «a maioria por devoção», contou hoje a prioreza do Carmelo, irmã Maria Celina. A responsável considera que, «sendo tão pobres os objectos que ali se podem ver, é surpreendente que causem tanto impacto nos visitantes». Depois dos portugueses, os visitantes são sobretudo de Itália e da Irlanda, havendo também quem chegue de países como Argentina, Brasil, China, Estados Unidos da América, Cabo Verde, Congo, Filipinas, Hungria, Japão, Polónia ou S. Tomé e Príncipe. Ao longo da vida, a Irmã Lúcia correspondeu-se com milhares de pessoas, guardando muito do correio recebido - que «ela a princípio queimava». Metódica, anotava em agenda as cartas que recebia, os países de origem e as que escrevia. «Neste momento, estamos com muito trabalho para ordenar toda a correspondência que ela recebeu e guardou em cerca de 70 malas (de viagem) e aquela que nos vai sendo devolvida a quem a irmã Lúcia escrevia» , afirmou a prioreza do Carmelo, referindo que o conteúdo das cartas «não será divulgado». Há também «uma grande quantidade de cartas com a notícia de muitas graças obtidas e atribuídas à intercessão» da irmã Lúcia. Todo o trabalho de catalogação da correspondência destina-se ao processo de beatificação da vidente e ocupa em exclusivo quatro irmãs, tendo inclusive obrigado à suspensão do fabrico das hóstias para a Diocese de Coimbra, acrescentou. Sexta-feira, será publicado o primeiro número de um boletim que pretende dar a conhecer a vida e graças concedidas pela Irmã Lúcia e outras informações do Processo para a Beatificação. O boletim terá periodicidade trimestral e será distribuído no final da missa presidida pelo Bispo de Coimbra.
Lusa / SOL