quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Reunião da Coordenação

A Coordenação do Carmo Jovem já recomeçou a trabalhar. Foi no dia 29, ainda Agosto não tinha terminado. Ao fim da manhã corremos para Aveiro, onde nos juntamos os de arriba e os de abajo, para decidir o novo p'lano de actividades. A reunião foi grande, como o costume. E depois da reunião ainda houve sermão do Frei João. Tema: o jovem como missão. A coisa promete. O novo ano também. Uma coisa é certa: vamos andar por aí! E tu também, basta que queiras. De noite ou de dia, andaremos por aí. Em prosa ou poesia, andaremos por aí. A carminhar, a rezar e sempre a amar: andaremos por aí! Rumo a 2015, a fincar-nos nas nossas forças, mas sobretudo nas Dele. Amen! Que se não fora para isso, para que nos haveria de querer aqui Sua Majestade?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Crónica alfabética do Vcampaki (VI)

JOANA
É a namorada do Bruno e sua partenaire na cozinha. A Joana Rocha é de há muito uma gotinha do Carmo Jovem. Que o cronista visse ela trabalhou e rezou, rezou e trabalhou. Em alfabeto carmelitano são a mesma coisa.
Mas fez mais: riu, sorriu, correu, atarefou-se. Riu, sorriu, encontrou a solução que faltava e ainda trouxe a colher em falta. Riu, sorriu, fez compota e coordenou a cozinha. Riu, sorriu, fez a caça ao tesouro e da caça ao tesouro fez uma oração única e um belíssimo momento de silêncio e amizade.
A Joana tanto riu e sorriu que será muito bom vê-la sorrir no sexto acampaki. Não importa se não é para a cozinha. O que importa mesmo é que venha sorrir para o meio de nós.

Doze temas para a Crónica do AcampakiJúnior (V)


V. Ninguém merece caminhar só, viver só, sonhar só.

Ninguém cresce ou se anima sozinho.

Ninguém faz florescer sozinho a alegria.

O que somos no Carmo Jovem somo-lo juntos, crescemos juntos, para juntos alegrarmos a Deus que rejubila de nos ver crescer juntos.

Ora, por aqui se vê que bem pode ser este o lema para os próximos tempos do Carmo Jovem. Ainda por cima, inspirado por essa Mulher superior que foi Santa Teresa de Jesus.


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Gritos de ... AMIZADE!

Os Gritos das equipas da Caça ao Tesouro já são marca do Acampaki. Neste Vcampaki, a máxima "Amigos fortes de Deus" da nossa mãe Santa Teresa inspirou os mais célebres acampakis e acampakias à hora de compor. Pairavam no ar aromas e partículas de muita muita amizade, tendo originado os gritos mais originais de todos os tempos!




domingo, 28 de agosto de 2011

Doze temas para a Crónica do AcampakiJúnior (IV)


IV. Talvez não fique melhor dito, mas mais largamente dito se encontra este tema exposto na Saudação que o Frei João escreveu para o nosso Guião, e que intitulou: «Vamos aprender a conjugar.»
Conjugar quer dizer ali por em prática, experienciar, vivenciar em toda a extensão, largura e altura o que aqueles três verbos propõem.
Bem, enfim, dizia que na Saudação os verbos se encontram largamente apresentados. Por essa razão sugiro à Coordenação que a publique no nosso blog.

Crónica alfabética do Vcampaki (V)

 
 
Família
Ter uma família connosco foi maravilhoso. Ver como um papá e uma mamã gerem a pequena tribo familiar foi um dos pontos de maior interesse do Vcampaki. Valeu a pena observar. E ajudar. Trouxeram para dentro de nós uma riqueza que ainda não tínhamos saboreado com tanta intensidade.
Nalguns momentos – muito poucos – tivemos de carregar as crianças. Mas isso foi pouco comparando com o bom exemplo que a todos nos ofereceram.
O Papa João Paulo II, o Grande, costumava dizer que «família que reza unida permanece unida.» Assim será certamente. Por isso nos agradou tanto que a Família Caramez queira voltar para o sexto Acampaki. Que venha abrindo a tenda da sua vida ao Carmo Jovem e a refresque com a oração e a amizade. E nos refresque a nós. Por isso, nos agradou tanto que a família Branco viesse mais uma vez; e só à sua conta estavam três gerações: Avós, filhos e neta! Trazem-nos sempre muita alegria e muitas natas do céu. Mas mais importante que as natas é que venham, que queiram vir, que rezem juntos, que renovem no meio de nós o ícone de família unida que está continuamente a ser pintado.




sábado, 27 de agosto de 2011

DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM


Naquele tempo, Jesus começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Pedro, tomando-O à parte, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há-de acontecer!». Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens». Jesus disse então aos seus discípulos: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Que poderá dar o homem em troca da sua vida? O Filho do homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus Anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras». [Mt 16, 21-27]

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Doze temas para a Crónica do AcampakiJúnior (III)


III. O tema do Acaaampaki Júnior era bem teresiano. Era composto por três verbos teresianos, que a nossa Santa Madre Teresa de Jesus usa esparsamente no versículo 7 do capítulo seis do seu Livro da Vida. Vale a pena ir lá lê-lo. Porém, para os que não poderão ter acesso facilitado aqui ficam eles: «Juntemo-nos, animemo-nos e alegremos a Deus».
Melhor lema não poderia haver, de tão juvenil, inspirador e impulsionador. De facto, nestas nossas idades, nós gostamos bem de nos juntarmos, de nos animarmos com a nossa simpatia e amizade, e de juntos alegrarmos a Deus (Alegrando todos os pequeninos que se cruzam connosco.).


Crónica alfabética do Vcampaki (IV)



DEUS
Para nós não é atrevimento falar de Deus. Nem experienciá-Lo. Foi aliás, para isso, que viemos ao Vcampaki. Tem, portanto, lugar nesta crónica a poesia que segue:

No mercado e no claustro,
somente vi Deus.
No vale e na montanha,
somente vi Deus.
Vi-o atrás de mim
na hora da tribulação
e nos dias da prosperidade e da fortuna.
Não vi alma nem corpo,
acidente nem substância,
causas nem qualidades.
Somente vi Deus.
Abri os meus olhos
e graças à luz
do seu rosto que me envolveu
descobri, para onde quer que olhasse,
o amado.

Baba Kuhi (Poeta sufi persa do séc. XI)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Leva-me mais longe, ver mais longe



SAUDAÇÃO DO RESPONSÁVEL DA PASTORAL


Olá! Olá a todas e a todos!
Que alegria podermos parar e de novo montar as tendas lado a lado!
Se bem vejo há aqui gente nova entre nós!
Que bom: a gotinha está a crescer! É bom estarmos todos por aqui. Serão oito dias maravilhosos e cheios de vcampakis.
(vcampaki é o mesmo que amigo!
Quem fica por casa come das mesmas couves. Quem sai de casa saboreia os espargos da surpresa!
Saúdo-vos a todos vós, jovens carmelitas, meus amigos e amigos de Teresa, que ousastes sair do redondel da courela do vosso quotidiano. Sim, assim é que é! Se é bom frequentar os torrões da comarca é também muito bom ousar voar para mais longe, ir para mais além. Obrigado por terdes vindo!
Os horizontes são sempre para mais além. Mais além de além. Quem se contenta com caminhos do tamanho da sombra é feliz, mas tu, jovem carmelita, és maior que os teus passos e os teus pulmões precisam deste ar fresco que se vive entre os amigos. E como somos grandes quando subimos montanhas! Como renascemos quando inauguramos caminhos novos!
Peço-vos uma coisa: lede com atenção os textos da Santa Madre Teresa que nos forem aparecendo a diário. E como eu também vós haveis de notar o muito que ela insiste em fazer amigos. Tu precisas de amigos, eu preciso de amigos, Teresa precisou de amigos. Que bom é precisar de amigos, até para que nos chamem a atenção de não estarmos a ousar crescer tanto quanto devíamos!
Aos velhos amigos: sede todos bem-vindos! Já nos conhecemos doutras fainas e borrascas. Já todos sabemos que connosco é assim: venha o que vier, suceda o que suceder, nós seguimos em frente!
Obrigado por isso. Sejam bem-vindos.
Aos novos amigos que vão chegando, sede igualmente bem-vindos: Por aqui existem coisas que são assim e outras assim-assim e algumas porque sim. Mas existe também todo o espaço para as vossas coisas, as vossas originalidades e criatividade, para a vossa realização e bem-estar.
Bem-vindos! Obrigado por terem vindo.
O Vcampaki sempre teve a Aldeia das Famílias, cujo nome é o dos Bem-aventurados Zélie e Louis Martin. Mas era uma aldeia fantasma, que só enchia nos últimos dois dias, em que recebíamos os nossos queridos emigrantes.
Porém, temos uma boa notícia para o Vcampaki: finalmente temos uma família a tempo inteiro connosco! É uma família, pá! Uma família com papá, mamã e meninas. Vamos desfrutar deles. Honrá-los-emos com muito gosto e neles todos os papás e meninos e meninas.
Bem-vindos! Obrigado por terem vindo.
Saúdo com particular alegria o Bruno Areias. É o nosso Chef! Reparem bem: Este ano, caprichamos! Até trazemos um Chef verdadeiro! Já olharam bem para a estampa do homem? Ele e a Jana são uma família! Por isso o Vcampaki tem dobrada alegria, pois recebe duas famílias. Duas famílias jovens do Carmo! Assim é que é! E mais para mais, do Carmo!
A Jana e o Bruno são dois sábios, dois jovens sábios que sabem ser simples. (São sábios porque simples!) Porque são sábios e simples estão connosco: são como Teresa. São de Teresa. Não lhes pagaremos, porque a amizade não se (a)paga. Porém, a dívida soberana do Carmo Jovem fica muito penhorada e nós cativos da sua amizade!
(E a Comandante-em-Chefe teve de vir sozinha, porque o Zé trabalha. Mas para o ano não escapam: queremo-los aos dois connosco! E já serão três!)
Obrigado, Bruno! Obrigado Jana! Obrigado João! Obrigado Zé! Sem vós não haveria Vcampáki. E se houvera não seria tão simpático!
Lugar especial para Teresa de Cepeda, nossa convidada especial. Ela é a amiga especial de todos, a quem escutaremos com atenção. Porque é madre e santa.
(Desculpem não falar nos cinco vcampakis que faltam. Mas, como já disse, somos todos bem-vindos.)
Titulei esta saudação Leva-me mais longe, Ver mais longe. A amizade leva-nos mais longe. Na verdade, todos precisamos que os amigos fiquem perto, mas não como mamãs-galinhas! Queremos que nos levem para longe. Que voem connosco como as águias! Obrigado, portanto, por virem repousar neste ninho das águias! Havemos de voar! Eu já estou voar! Sim, eu vejo mais longe. E o que ao longe vejo muito me esperança e alegra.
Que belo é poder ver ao longe!
Quero contar-vos uma pequena historieta do Papa João XXIII. Este Bom Papa confidenciou a um amigo que como não podia abandonar jamais o Vaticano e muito ali se aborrecia, subia, de quando em vez, ao terraço e, de binóculos, se punha a ver uma por uma as cúpulas das igrejas de Roma. E seguidamente imaginava que em redor da cada igreja haveria gente feliz e gente sofredora; anciãos solitários e pares de jovens alegres. Gente amargurada e gente esmagada. E enquanto ia pensando em todos, por todos rezava a Deus pedindo-Lhe que os abençoasse e os consolasse das suas dores.
Bonito!
Que belo é subir ao Vcampaki para juntos vermos mais longe!
E não deixar ir a fé de férias!

Frei João Costa

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Doze temas para a Crónica do AcampakiJúnior (II)


II. Éramos 24 acampakis e meio. (Não levem a mal, mas por vezes o meio vale mais que os restantes!) Começámos sofregamente por aproveitar cada minuto, cada sombra, cada raio de sol, cada oração, cada amizade.
Entre nós havia bastantes que vínhamos pela primeira vez, mas nem isso emperrou a dinâmica. Claro que dormir rente ao chão, em cima do pó, ao som dos grilos e dos ramos a agitar-se não é fácil. Não é fácil comer com mais vinte galfarros famintos. Não é fácil esperar que todos acabem de comer as ervilhas e a cenoura de que não gostam mas têm de comer! Não é fácil aguardar que todos lavem a ramela e cheguem à sineta para nos encaminharmos para o Santuário. Não é fácil vencer o sono, seja para o subjugar na tenda, seja para acordar quando o dia já há muito deixou de ser criança!
Mas, vá lá, se sugerissem regressaria já e a correr.

Crónica alfabética do Vcampaki (III)


CAMARATA
Na Casa do Menino Jesus há uma camarata. Felizmente ainda não a conhecíamos. Mas este ano não houve como escapar. Ao jantar de Quinta-feira começou a chover e não houve como não ir lá parar. E fomos.
Mas para quem gosta do pó da terra e do tecto de estrelas não é a mesma coisa. Mas é melhor que sentir a chuva a entrar na tenda, como aconteceu ao Chico, que, por ser previdente, nela não chegou a molhar os pés.
Nós que tivemos que marchar contra a chuva encontramos na camarata uma feliz e eficaz solução B.

Chuva
A chuva num acampamento é pior que mosca na sopa. A verdade, porém, é que o Vcampaki foi duas vezes visitado pela chuva. E muitas vezes pelo frio. As manhãs eram frias, o sol raramente apareceu e as noites foram mais que frias e negras. Mas ninguém desistiu ou se lamentou.
São Francisco chamar-lhe-ia Irmã Chuva. Nós chamámos-lhe Amiga. De facto não foi um acampamento esplendoroso. Mas também é verdade que mesmo com chuva e frio o acampamento se realizou e mereceu da parte de todos uma nota bem alta. Frio por fora, quente por dentro. Desse calor que só os amigos alcançam quando se juntam.
Para o ano não pedirei chuva, mas saberemos que se vier nem isso nos deterá. Leio algures que «Deus não nos quer retirar o prazer, mas dar-nos o prazer sem fim.» Sim, concordo. Mas sem chuva, por favor.


Confissões
Um acampamento tem de ter muitas tarefas, momentos diferentes, motivação constante. E assim foi no Vcampaki. Quando o tempo frio veio subindo do rio e se entranhou por entre as redes e nos ameaçou mais exigiu de cada um de nós. Por isso com mais intensidade partimos para as tarefas e os diferentes momentos que o plano do Vcampaki propunha.
Um dos momentos vividos com maior intensidade – por todos testemunhada – foi a Festa da Reconciliação, as Confissões. Este é um momento sereno e calmo que todos os acampakis esperam e que ninguém quer jamais perder.
E assim foi mais uma vez. Até para o ano.







Crianças
O Vcampaki é de jovens carmelitas. Mas este ano foi também de crianças, pois tínhamos entre nós uma família. Eram duas meninas: a Carolina e a Matilde, de oito e seis anos. Um acampamento é diferente com crianças, sobretudo se elas vão connosco a tudo, orações incluídas. É claro que a Matilde adormecia sempre a meio da oração da noite. Mas era uma gracinha vê-la dormir sossegada aos pés ou no regaço do acampaki junto do qual se mantivera nos últimos momentos de acordada.
No fim de semana chegou a Beatriz Pereira, de 16 meses. Há muito que está inscrita na Gotinha, ainda não se impõe a sua presença. Mas é claro que ficámos diferentes com crianças saltitando por ali.
Não queremos mais nenhum Acampaki sem crianças! Ponto final.
Quando um senhor importante chega a casa as crianças passam para segundo plano. Outras vezes nem entram em cena. Connosco não, apesar do Senhor Importante ter estado sempre connosco. Rezaram quando rezámos; cantaram quando cantámos; riram quando rimos; ajudaram quando ajudamos. Cresceram e crescemos. Cantaram e encantaram-nos. Foram, enfim, uma grande bênção para nós.



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Espírito Kelb


Olá.
Chegou a hora de leres esta página tão apreciada por não poucos. É aquela que fala do espírito. Sim, o Vcampaki tem espírito, é animado, tem alma.
Há quem preferisse que não tivesse, mas tem. Sim, nós não estamos mortos, mas vivos e guerreiros. Por isso, este ano escolhemos mais uma vez uma especialíssima marca distintiva do Vcampaki: – O Espírito Kelb!
Mas o que é o Espírito Kelb? A ver vamos. E a ouvir também.
Três marcas marcam o Espírito Kelb: A matilha, a solidariedade e a alegria.




A Matilha
Vcampaki é sinónimo de grupo. É quase como aqueloutra famosa táctica de futebol: todos a tudo e fé em Deus! É um espírito total: todos atacamos, todos defendemos. E até os comemos, carago! E se os não comemos daqui não saímos sem comer a relva!
O Vcampaki é de todos. Não é só para os antigos, não é só para os novos. É de todos, todos somos jovens e todos conhecemos a linguagem da amizade. No Vcampaki ninguém está a mais, todos gostamos de viver em comunidade. Ou matilha, se quiserem. Aqui rimos juntos, rezamos juntos, trabalhamos juntos, comemos juntos. É uma alegria.
Peço-te um favor: adora a matilha, cuida da matilha. Vive intensamente estes momentos: quem vive focado na ecranzinho do telemóvel não vive nada, e a vida passa-lhe ao lado. Tu estás aqui, nós estamos aqui. Lá fora o mundo corre bem sem nós.
Viva a matilha!

A Solidariedade
É impensável uma matilha sem solidariedade. Todos cuidamos de todos, mais a mais se entre nós existem crianças. Elas são para nós as primeiras! Em tudo são as primeiras, principalmente nos cuidados. Claro que não substituímos a mamã-kelb e o papá-kelb, mas até deles nos preocupamos quando entre nós os virmos!
Os tios-kelb são assim!
O ritmo do Vcampaki é o ritmo das crias-kelb! Nós correremos tanto como a Matilde e riremos outro tanto quanto a Ana Carolina. Esse é o nosso jeito, porque nós somos assim e assim são os Kelb!
E quem diz da Matilde e da Carolina diz de qualquer kelbacampaki! Estamos aqui para ajudar a fazer do Vcampaki algo tão bom que todos queiramos regressar dentro de um ano! Eu tudo farei para fazer de ti um kelb feliz no meio da matilha!

A Alegria
Separados não somos nada e temos frio. O que nós gostamos é de aconchego e de ladrar à lua e às lagartinhas. A nós espantam-nos as folhas da vinha a mexer e as maçãs bravo-esmolfe que caem todos os dias. Gostamos de brincar, ver o baile das borboletas, saltar para a piscina e caçar gambozinos. E falar com o Amigo.
A nossa marca é a alegria. E a alegria será grande se tu não pensares tanto em ti, e mais na matilha. Eu estarei alegre quando te fizer grandemente feliz.
Em casa fazíamos nada, aqui, eu e tu juntamo-nos e fazemos um encontro ao estilo da Santa Madre Teresa, que gostava de amigos, de muitos amigos, de rezar, cantar e bailar, falar e rir, embora nunca tenha visto uma piscina!
Eu sem ti e a tua amizade era muito pequenino. A tua alegria incha-me e empurra-me para a frente. E de repente estou feliz, e penso: Estou no Paraíso só porque estou no Vcampaki.

Ah, já agora o Espírito Kelb é o espírito cão. Estava mesmo a ver-se, não?

Frei João Costa

Experiência kelb!



Olá a todos os Acampakis e a todas as Acampakias.

O Espírito Kelb não se sai da cabeça. O Amigo forte nunca mais me deixou.
O que vale é que também temos outros amigos, físicos, que nos ajudam a sermos cada vez mais fortes na fé e na esperança.
Esta minha terceira experiência no Acampaki foi como que renascer e começar de novo.
De facto a cada Acampaki que vou fico melhor e conheço outras realidades, como por exemplo, a da Balinha,
a quem mando uma grande beijoka e desejo muitas felicidades.
É por isso que se há coisa de que eu me não arrependo é de ter conhecido o Carmo Jovem, e de ter conhecido o Acampaki.
Acreditem, que se fosse hoje a primeira vez que me falassem nele eu iria e voltaria a ir.
É esta fé, esta a amizade que fica no meu coração e é isto que me enche a alma.
São estes amigos fortes de Deus que me levam a partilhar e a elevar a minha fé.
É por isto tudo que, chegada a hora, não consigo ficar em casa e não ir ao Acampaki.
Para mim o Acampaki é como uma droga. É viciante!
Sem esta droga as férias já não são as mesmas. E o resto do ano também não.
O Carmo Jovem é a amizade e é por isso que ele precisa que sejamos "amigos fortes de Deus"!!!
(Até ao próximo ano!)

Catarina Costa, 16 anos, Aldeia do Caminho de Perfeição

ANIVERSÁRIO DA IRMÃ RAQUEL MARIA DE SÃO JOÃO DA CRUZ


«Um pastorinho, só, está penando,
privado de prazer e de contento,
posto na pastorinha o pensamento
seu peito de amor ferido, pranteando.

Não chora por tê-lo o amor chagado,
pois não lhe pena o ver-se assim dorido
embora o coração esteja ferido;
mas chora por pensar que é esquecido.

Que só por pensar que está esquecido
por sua bela pastora, é dor tamanha,
que se deixa maltratar em terra estranha,
seu peito por amor mui dolorido!

E disse o Pastorinho: Ai, desditado!
de quem do amor se faz ausente,
e não quer gozar de mim presente,
seu peito por amor tão magoado!

passado tempo em arvore subido
ali seus belos braços alargou,
e preso a eles o Pastor se ficou,
seu peito por amor mui dolorido!»
[O Pastorinho - São João da Cruz]

domingo, 21 de agosto de 2011

A Gotinha nas JMJ

Doze temas para a Crónica do AcampakiJúnior (I)


I. O Acampaaakijúnior foi o Terceiro Acampaki dos mais jovens do Movimento do Carmo Jovem. Realizou-se na Casa do Menino Jesus, em Deão, de 27 a 31 de Julho. Foram três dias, apenas três dias. Mas três grandes dias, isso sim!
Os homens não se medem aos palmos, nem os jovens, nem os adolescentes. E, já agora, nem os acampákis. Aliás, com ironia, poderia dizer que aquilo que os grandes acampakis fazem em oito nós fazemos em três dias. É que há saber e saber. E ninguém sabe acampakipar como os juniores do Carmo Jovem!
(Mas, se puderem aumentar um diazito ao Júnior não era mau!)

Crónica alfabética do Vcampaki (II)


BÊNÇÃO 
Um Acampaki é uma bênção. No fim dum ano lectivo ou dum ano de intenso trabalho não há melhor que o sabor a pó e orações com cheiro a eucalipto para purificar o corpo e tonificar a alma.
O Acampaki é uma bênção bendita. Este também foi.
Rodeados de natureza e de silêncio bendizemos e louvamos o Criador. Rodeados de amigos e formadores bendizemos a Deus. Não houve razão para não O bendizer, para não dizer bem Dele! Deus foi por nós louvado. Saímos tão novos e tão viçosos que o nosso louvor e bendizer se renovou e se re-ergueu vigoroso para Deus.
E como não nos sentirmos nós também abençoados por Deus? Mas, oh se fomos! Claro que fomos! Ficou simbolizada na bênção final que tanto impressiona os acampakis e os pais.
Deus esteve connosco. Deus permaneça connosco. A sua mão esteve sobre nós e sobre nós permaneça. 

Até que voltemos a reunir-nos para O bendizer. 





BÍBLIA
Na Hora de Silêncio propusemos a leitura do Livro dos Salmos. O momento foi único. Cada jovem acampaki levou a sua Bíblia e depois duma breve introdução e partilha de leituras lá íamos ler Salmos.
No terceiro ou quarto dia alguém descobriu que o Papa, desde as suas férias em Castelgandolfo sugerira que os Católicos lêssemos a Bíblia em férias. Foi uma delícia este reforço. Afinal, diziam os acampakis: « – Adiantamo-nos ao Papa!»
Depois deste reforço abrimos o leque e alguns espraiaram-se pelos livros de Ester e Rute, Cântico dos Cânticos, Tobias e Qoeleth. Foi engraçado notar como os acampákis reconheceram nessas leituras similitudes com a vida contemporânea.
A explorar ainda mais no futuro.




 Bruno
O Bruno é um jovem especial. E um amigo especial. Para além de ser o nosso chef de cozinha. Que gosta de cozinha isso percebe-se logo quando se olha para ele. Mas nem nós nem ele sabíamos se conseguiria cozinhar para tantos. Mas cozinhou, apesar de nunca antes o ter feito para uma mesa tão grande. Saiu-se bem, inovou, foi criativo, deu-nos sempre sopa, e repetiu as receitas da avó. Foi um sucesso.
É matemático, inteligente e próximo de prestar provas de doutoramento. Por nós deixa a matemática e dedica-se às letras na sopa!
Abre um restaurante, Bruno! Tens queda e és amigo do coração: nunca pões demasiado sal nas comidas!
Andou discreto, mas com humor. Integrou-se por inteiro: é um dos nossos!
Se não fosse amigo forte de Deus como teria aguentado servir-nos refeições tão boas e a tantas bocas e tão famintas?

sábado, 20 de agosto de 2011

DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM


Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus». Então, Jesus ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias. [Mt 16, 13-20]

O Papa também confessou na JMJ

Madrid, 20 ago 2011 (Ecclesia) – Bento XVI confessou hoje três jovens nos jardins de Buen Retiro, em Madrid, numa iniciativa inédita inserida na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011, que decorre até domingo.
Num dos confessionários instalados no local, onde decorre desde segunda-feira a a chamada ‘Festa do Perdão’, considerada pelo Vaticano como “acontecimento singular”.
Confessando num espaço mais reservado do que os outros, no qual foi instalada a Cruz das Jornadas, o Papa ouviu os três jovens escolhidos entre os voluntários da JMJ de Madrid.
O sacramento implica a declaração por parte do fiel dos atos considerados como pecado, o seu arrependimento, a absolvição do sacerdote ou do bispo que escuta a confissão e o cumprimento da penitência imposta pelo ministro.
A ‘Festa do perdão’ conta com 200 confessionários desenhados e construídos propositadamente para aquele que é o maior encontro juvenil católico.
Um forte dispositivo de segurança separou a comitiva papal de peregrinos e curiosos que se deslocaram desde o início da manhã a El Retiro, um dos maiores parques da capital espanhola.
Octávio Carmo

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vamos todos aprender a conjugar

SAUDAÇÃO DO RESPONSÁVEL DA PASTORAL JUVENIL


Olá!
Sejam todas e todos bem-vindos.
Ainda nos não conhecemos. Mas tal como eu todos esperam viver aqui três belos dias no Acampakijunior, que se realiza na Casa do Menino Jesus! É para mim grande alegria poder receber tanta gente! É muito belo para mim ter de alargar o meu coração onde mais jovens amigos possam entrar!
Que bom que tenhais vindo! Fico-vos muito grato por isso.
Sei bem que estais ansiosos pelo Acampaki. Mas atenção, isto já é Acampaki! Por isso, ‘bora lá a viver o espírito Acampaki!
É chato eu sei, mas isto tem regras. Onde há gente há regras. E o Acampakijunior tem três regras que são três verbos. A saber: Juntar, animar, alegrar (a Deus). Os verbos fui roubá-los a uma amiga nossa, Teresa, Teresa de Cepeda ou Santa Teresa de Jesus. Os verbos são, pois, dela, e as ideias também.

Juntar, «juntemo-nos»
O Acampakijunior faz-se para ficarmos juntos, porque gostamos de estar juntos. Não é possível ficar alguém na tenda, outro agarrado ao telemóvel, outro a sonhar, alguém no Santuário e só um na piscina. Não, isto vale porque vamos todos a tudo. Rezamos e comemos juntos. Brincamos e saltamos juntos para a piscina. Saímos juntos e juntos entramos no Acampaki.
Não existe Acampaki a solo. Garanto que o Acampaki é belo porque tu tens boas ideias e és um/a jovem carmelita interessante e interessado/a em fazer amigos. A amizade é bela se houver amigos, e os amigos ficam juntos. Não fiques só, triste ou envergonhado. Junta-te aos outros e a todos e vamos juntos sonhar que o Acampaki pode ser semente dum mundo novo.

Animar, «animemo-nos»
Às vezes também é difícil estar onde gostamos de estar. O Acampáki tem momentos surpreendentes e outros que nos marcam por não serem tão bons. Afinal, temos de cozinhar, manter limpo as Aldeias e o Acampamento, fazer a limpeza dos balneários, descascar batatas, pôr a mesa e lavar pratos. Também rezamos, caminhamos e brincamos e fazemos teatro. Enfiam, são quase mil as tarefas que se fazem no Acampaki. E bem pode suceder que não gostemos de as fazer todas. Por isso é importante que nos juntemos e nos animemos uns aos outros. Se virmos alguém desanimado deveremos ser amigos e procurar ajudá-lo. Animar é uma boa e grata tarefa. Os amigos sabem bem animar os demais. Oxalá tu sejas assim, eu espero que tu sejas assim. Mas se estiveres triste aceita uma palavra simpática que te ajude a arrebitar de novo.

Alegrar, «alegremos a Deus»
Parece estranho que se possa alegrar a Deus, mas a verdade é que podemos. E recorrendo apenas ao sorriso e à simplicidade. Se tu estiveres bem, Deus também estará. Se sorrires, Deus sorri. Se ajudares um qualquer acampakid, Deus alegra-se pelo bem que Lhe fazes a Ele mesmo. Aqui essa é a nossa medida: o que fazemos ao kid mais pequenino é a Deus que fazemos. E o bem que fazemos alegra o coração de Deus porque acaricia o coração dos amigos que nos rodeiam.
Enfim, obrigado a todos por terem vindo, por ajudarem a construir esta pequenina comunidade da gotinha do Carmo Jovem. Obrigado pela vossa animação e alegria. Deus e a Senhora do Carmo vos abençoem,

Frei João Costa

Nasceram a Clarinha e a Madalena do Carmo Jovem

As crianças são como as flores. Naturalmente amamos mais o que sai de nós. Dizer como as flores é falar da alegria da Primavera que entra nas nossas casas e vidas quando Deus as abençoa com crianças. Assim, a meio do Vcampaki soubemos que tinah nascido a Clarinha, filha do Pedro e da Vera. Não sabemos o dia, mas quando soubermos diremos. E antes da Clarinha nasceu a Madalena, filha da Carlitos e da Célita. Desta sabemos o dia, mas agora não nos lembramos. e quando dissermos o aniversário de uma diremos da outra.
O Carmo Jovem fivou mais jovem, mais belo, mais responsável. O Carmo é jardim e alegra-se com mais estas duas flores. Impossível não sorri ao bom Deus que no-las Deus!
Parabéns às duas famílias. E desculpem o atraso.
Já sabem queremos vê-las no II Carmicoque. Será no dia 2 de Junho de 2012.
Tragam também os primitos delas!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SMS do Tiago Gonçalves

A JMJ de Madrid já arrancou. E o Papa já chegou. Há manifestações e contramanifestações. Entre mais de um milhão de jovens estão há gotinhas Carmelitas. Entre os 50 jovens carmelitas portugueses está o Tiago Gonçalves da Coordenação do Carmo Jove, que, ao passar a fronteira escreveu numa SMS «No preciso momento k deixo Portugal em direcção às JMJ em MAdrid, ñ deixo a minha identidade para trás e afirmo  mais do k nunca: LEVO (todo) O CARMO (JOVEM) NO CORAÇÃO. K esta pequena gota cresça «enraizada em Cristo e firme na fé». Obrigado pelo apoio. Estareis todos nas minhas orações. Abreijos.» Tiago Gonçalves. Força Tiago. Ânimo. Por aqui rezamos por ti e todos os Carmelitas que pelas calles de Madrid peregrinam com BXVI.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Crónica alfabética do Vcampaki (I)

Aldeias
O quinto Acampaki realizou-se mais uma vez aos primeiros alvoreceres de Agosto, na Casa do Menino Jesus, em Deão.
Éramos 23 acampakis, distribuídos por quatro aldeias. Como sempre. Como sempre esticámos os fios das tendas sob as árvores da Leira de Cima. As tendas foram separadas por aldeias, que tomaram o nome dos livros maiores de Santa Teresa de Jesus, nossa Mãe.
Na Aldeia do Livro da Vida posicionaram-se as três famílias de acampákis; na Aldeia das Fundações ficaram os jovens de Caíde de Rei; na do Caminho de Perfeição, as meninas de Amarante e Viana do Castelo; e os de Braga na do Castelo Interior ou Moradas.
A juntar ao curioso dos nomes cada aldeia teve de estudar em momentos vários o livro que a patrocinava.



Amigos
Amigos é o que somos. Ninguém viu anjinhos por ali e mafarricos também não. Mas gente a crescer, a crescer. A conhecer. A aprender.
Juntámo-nos porque éramos amigos fortes de Deus. E saímos mais amigos e mais fortes. Mais amigos de Deus e entre nós, de coração mais aberto e mais cheio. A causa de Deus é a nossa, e as nossas procuramos que sejam Dele.
Fomos para o Vcampaki convictos de que a amizade era a marca necessária para crescermos na fé e não desistirmos da peregrinação a que nos vamos impelindo. E assim foi.
Fomos amigos de Deus porque amigos do amigo mais pequenino que ali estava connosco. Do amigo mais pequenino que se for cruzando na nossa vida.
Creio que foi S. João Crisóstomo que disse: «Se queres que alguém se faça cristão deixa-o viver um ano em tua casa». Boa sugestão. No Vcampaki fizemos mais três jovens carmelitas: O Bruno, o Diogo e a Mariana. Para tanto bastou que vivessem o Vcampaki connosco!

domingo, 14 de agosto de 2011

Deus representa um arco-íris - Acampaula - 6 AGO'11



No sétimo dia do nosso Vcampaki, sábado, recebemos uma professora que nos veio dar uma grande lição de vida. Naquele dia, em vez de nos dirigirmos à nossa universidade, onde nos sentaríamos em cima de bolotas, aconchegámo-nos dentro de casa, uns no chão, outros em cadeiras ou sofás, pois lá fora o frio apertava e a chuva ameaçava. A nossa convidada chama-se Ana Balinha e, com apenas 30 anos, tem já uma experiência de vida grandíssima.
Tivemos o prazer de ter na nossa companhia uma rapariga bastante simples, simpática e muito bonita que pertence ao Carmo Jovem desde os seus 14 anos e que, por motivos de força maior, teve que o “abandonar”. Um abandonar escrito entre aspas, pois mesmo ausente leva o Carmo Jovem sempre no coração!
Com o intuito de partilhar connosco a sua história, contou-nos que sempre teve, desde pequena, problemas respiratórios. Problemas esses que foram sempre identificados como derivados da asma. Porém, os sinais de asma que tinha eram anormais, o que a fez visitar vários médicos até que, ao fazer exames, lhe foi detectado um tumor no pulmão esquerdo.
Com apenas 28 anos descobriu que o pulmão tinha que lhe ser retirado. Ficou devastada com a má notícia e ao partilhar tudo isto connosco disse-nos que é um momento em que “passa muita coisa pela cabeça” e que é, sem dúvida, “um despertar para muita coisa”. Ficou assustada com a ideia de viver só com um pulmão, pois até àquela data não conhecia ninguém nessa condição nem sabia que tal pudesse ser possível. Sentiu uma revolta enorme por tudo aquilo lhe estar a acontecer, pois, ela como nós, sempre pensamos que estas situaçõe limite sempre sucedem aos outros e, principalmente, às más pessoas. Foram momentos em que pensou que a vida lhe estivs a ser roubada; que o chão estava a ser-lhe retirado dos pés.
Esteve durante um mês no Hospital de São João - Porto, onde muita gente a visitava. Mas, apesar disso, sentia-se presa numa gaiola e os dias eram intermináveis. Rotulou essa parte da sua vida como sendo “uma roleta russa que gira e não sabemos onde vai parar: se na vida, se na morte; se na saúde, se na doença”.
 A operação a que foi submetida correu bem e partilhou connosco que sentiu um grande alívio ao acordar, em ver e sentir que estava viva e que estava destinada a ficar entre nós. Embora não pareça e, ao olhar para ela, ninguém diz: – «A Balinha tem uma incapacidade grande», mas como grande lutadora que provou que é, ela luta contra tal facto e tenta fazer a sua rotina normalmente. Afirma que, depois de tudo isto, a sua cabeça mudou e aconselhou-nos a nunca desistirmos das coisas, a nunca deixarmos que nos imponham limites.
Não posso deixar de afirmar que conhecemos, sem dúvida alguma, uma mulher de armas a quem propuseram uma grande batalha. Batalha essa que ela venceu combatendo com unhas e dentes. Tenho a certeza que o Carmo Jovem está orgulhoso dela, pois depois de a ouvirmos falar de uma parte tão delicada da sua vida, não podíamos ficar indiferentes!
Por entre olhares cansados e vontade de um dia mais limpo, a aula correu lindamente. Pelo menos, ninguém adormeceu. O céu abriu e tivemos a companhia da nossa professora até depois do almoço. Uma preciosa companhia. Quero, por último, desejar o melhor do mundo para a Balinha, porque depois de tudo o que passou, ela bem merece. Que seja muito feliz e consiga alcançar sempre mais e mais. Mas claro, levando o Carmo Jovem sempre no coração!
Diana Oliveira, 16 anos, Aldeia do Livro do Castelo Interior