quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

QUARTA-FEIRA DE CINZAS (IV)

8 de Fevereiro
21:00 Igreja do Carmo de Aveiro
VIGÍLIA PENITENCIAL JOVEM

Quem vive na opulência e não reflecte
é semelhante aos animais que são abatidos.

(Salmo 49:21)




Quem caminhou entre o violeta e o violeta
quem caminhou por entre
os vários renques de verdes diferentes
de azul e branco, as cores de Maria,
falando sobre coisas triviais
na ignorância e no saber da dor eterna
quem se moveu por entre os outros e como eles caminhou
quem pois revigorou as fontes e as nascentes tornou puras

tornou fresca a rocha seca e solidez deu às areias
de azul das esporinhas, a azul cor de Maria,
sovegna vos

eis os anos que permeiam, arrebatando
flautas e violinos, restituindo
aquela que no tempo flui entre o sono e a vigília, oculta

nas brancas dobras de luz que em torno dela se embainham.
Os novos anos se avizinham, revivendo
através de uma faiscante nuvem de lágrimas, os anos, resgatando
com um verso novo antigas rimas. Redimem
o tempo, redimem
a indecifrada visão do sonho mais sublime
enquanto ajaezados unicórnios a essa de ouro conduzem.

A irmã silenciosa em véus brancos e azuis
por entre os teixos, atrás do deus do jardim,
cuja flauta emudeceu, inclina a fronte e persigna-se
mas sem dizer palavra alguma

mas a fonte jorrou e rente ao solo o pássaro cantou
redimem o tempo, redimem o sonho
o indício da palavra inaudita, inexpressa

até que o vento, sacudindo o teixo,
acorde um coro de murmúrios
e depois disto nosso exílio


T. S. Eliot (1888-1965)
Tradução de Ivan Junqueira

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

ENCONTRO DE (IN)FORMAÇÃO

«O Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome,
Ele ensinar-vos-á tudo
e vos recordará tudo o que Eu vos disse.»
[Jo 14,2]

O Movimento de Jovens Leigos Carmelitas convida-te a estares presente no encontro de (in)formação no dia 1 e 2 de Março (Convento do Menino Jesus de Praga - Avessadas), para que com a nossa pouca ou muita experiência formativa, asseguremos/projectemos, condições ao exercício individual ou colectivo do movimento.
Pretendemos que este seja um espaço de encontro, convívio e reflexão…
Esperamos por Ti.


CONFIRMAÇÃO
A confirmação de participação no encontro deverá ser efectuada até ao dia 24 de Fevereiro para:
Carmo Jovem carmojovem@gmail.com
Verónica Parente
veroparente@gmail.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

QUARTA-FEIRA DE CINZAS (III)


8 de Fevereiro
21:00 Igreja do Carmo de Aveiro
VIGÍLIA PENITENCIAL JOVEM

Quem vive na opulência e não reflecte
é semelhante aos animais que são abatidos.
(Salmo 49:21)



Na primeira volta da segunda escada
voltei-me e vi lá em baixo
o mesmo vulto enrodilhado no corrimão
sob os miasmas que no fétido ar boiavam
combatendo o demónio das escadas, oculto
em dúbia face de esperança e desespero.

Na segunda volta da segunda escada
deixei-os entrançados, rodopiando lá em baixo;
nenhuma face mais na escada em trevas,
carcomida e húmida, como a boca
imprestável e babugenta de um ancião,
ou a goela serrilhada de um velho tubarão.


Na primeira volta da terceira escada
uma túmida ventana se rompia como um figo
e além do espinheiro em flor e da cena pastoril
a silhueta espadaúda de verde e azul vestida
encantava maio com uma flauta antiga.
Doce é o cabelo em desalinho, os fios castanhos
tangidos por um sopro sobre os lábios,
cabelos castanhos e lilases;
frémito, música de flauta, pausas e passos
do espírito a subir pela terceira escada,
esmorecendo, esmorecendo; esforço
para além da esperança e do desespero
galgando a terça escala.


Senhor, eu não sou digno
Senhor, eu não sou digno


mas dizei somente uma palavra.


T. S. Eliot (1888-1965)
Tradução de Ivan Junqueira

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

QUARTA-FEIRA DE CINZAS (II)

8 de Fevereiro
21:00 Igreja do Carmo de Aveiro
VIGÍLIA PENITENCIAL JOVEM

Quem vive na opulência e não reflecte
é semelhante aos animais que são abatidos.
(Salmo 49:21
)

Senhora, três leopardos brancos sob um zimbro
ao frescor do dia repousavam, saciados
de meus braços meu coração meu fígado e do que havia
na esfera oca do meu crânio. E disse Deus:
viverão tais ossos?
Tais ossosviverão? E o que pulsara outrora
nos ossos (secos agora) disse num cicio:
raças à bondade desta Damae à sua beleza, e porque ela
a meditar venera a Virgem,
é que em fulgor resplandecemos. E eu que estou aqui dissimulado
meus feitos ofereço ao esquecimento, e consagro meu amor
aos herdeiros do deserto e aos frutos ressequidos.
Isto é o que preserva
minhas vísceras a fonte de meus olhos e as partes indigestas
que os leopardos rejeitaram. A Dama retirou-se
de branco vestida, orando, de branco vestida.
Que a brancura dos ossos resgate o esquecimento.
A vida os excluiu. Como esquecido fui
e preferi que o fosse, também quero esquecer
assim contrito, absorto em devoção. E disse Deus:
profetiza ao vento e ao vento apenas, pois somente
o vento escutará. E os ossos cantaram em uníssono
com o estribilho dos grilos, sussurrando:

Senhora dos silêncios
serena e aflita
lacerada e indivisa
rosa da memória
rosa do oblívio
exânime e instigante
atormentada tranquila
a única Rosa em que
consiste agora o jardim
onde todo amor termina
extinto o tormento
do amor insatisfeito
da aflição maior ainda
do amor já satisfeito
fim da infinita
jornada sem termo
conclusão de tudo
o que não finda
fala sem palavra
e palavra sem fala
louvemos a Mãe
pelo Jardim
onde todo amor termina.

Cantavam os ossos sob um zimbro, dispersos e alvadios,
alegramo-nos de estar aqui dispersos,
pois uns aos outros bem nenhum fazíamos,
sob uma árvore ao frescor do ~a, com a bênção das areias,
esquecendo uns aos outros e a nós próprios, reunidos
na quietude do deserto. Eis a terra
que dividireis conforme a sorte. E partilha ou comunhão
não importam. Eis a terra. Nossa herança.

T. S. Eliot (1888-1965)
Tradução de Ivan Junqueira

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

QUARTA-FEIRA DE CINZAS (I)

8 de Fevereiro
21:00 Igreja do Carmo de Aveiro
VIGÍLIA PENITENCIAL JOVEM

Quem vive na opulência e não reflecte
é semelhante aos animais que são abatidos.
(Salmo 49:21)


Porque não mais espero retornar
porque não espero
porque não espero retornar
a este invejando-lhe o dom e àquele o seu projecto
não mais me empenho no empenho de tais coisas
(Por que abriria a velha águia suas asas?)
por que lamentaria eu, afinal,
o esvaído poder do reino trivial?
Porque não mais espero conhecer
a vacilante glória da hora positiva
porque não penso mais
porque sei que nada saberei
do único poder fugaz e verdadeiro
porque não posso beber
lá, onde as árvores florescem e as fontes rumorejam,
pois lá nada retorna à sua forma
porque sei que o tempo é sempre o tempo
e que o espaço é sempre o espaço apenas
e que o real somente o é dentro de um tempo
e apenas para o espaço que o contém
alegro-me de serem as coisas o que são
e renuncio à face abençoada
e renuncio à voz
porque esperar não posso mais
e assim me alegro, por ter de alguma coisa edificar
de que me possa depois rejubilar
e rogo a Deus que de nós se compadeça
e rogo a Deus porque esquecer desejo
estas coisas que comigo por demais discuto
por demais explico
porque não mais espero retornar
que estas palavras afinal respondam
por tudo o que foi feito e que refeito não será
e que a sentença por demais não pese sobre nós
porque estas asas de voar já se esqueceram
e no ar apenas são andrajos que se arqueiam
no ar agora cabalmente exíguo e seco
mais exíguo e mais seco que o desejo
ensinai-nos o desvelo e o menosprezo
ensinai-nos a estar postos em sossego.
Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte
rogai por nós agora e na hora da nossa morte.

T. S. Eliot (1888-1965)
Tradução de Ivan Junqueira

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Convite a renovar as Promessas do Baptismo


Convido-vos a dedicar tempo à oração e à vossa formação espiritual
neste último trecho do caminho que nos conduz
à
XXIII Jornada Mundial da Juventude,
a fim de que possais renovar as promessas do vosso Baptismo
e da vossa Confirmação.
(da Mensagem do Papa Bento XVI para a XXIII Jornada Mundial da Juventude)


Renovação das Promessas do Baptismo
Para o Cristão, o Baptismo é o início de um grande combate, de uma luta que não mais poderá ter tréguas. Por isso ao renovardes as Promessas do vosso Baptismo, dizei:


— Renuncias a Satanás ?
— Sim, renuncio.

— E a todas as suas obras ?
— Sim, renuncio.

— E a todas as suas seduções ?
— Sim, renuncio.

— Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra?
— Sim, creio.

— Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai?
— Sim, creio.

— Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna?
— Sim, creio.

— Esta é a nossa fé. Esta é a fé da Igreja, que nos gloriamos de professar, em Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Todos: Amen.

Espírito Santo, Deus de Amor

Concedei-me, Divino Espírito Santo e Deus de amor:
uma inteligência que Te conheça;
uma angústia que Te procure;
uma sabedoria que Te encontre;
uma vida que Te agrade;
uma perseverança que, enfim, Te possua.
Amen.

(S. Tomás de Aquino)

domingo, 13 de janeiro de 2008

Aos Jovens Leigos Carmelitas em Movimento

Pessoal: Anunciamos neste cantinho do Carmo Jovem a nossa vontade de contrair matrimónio aos olhos de Deus, e para tal gostaríamos de contar com a presença do nosso grande amigo e compincha Frei João.
Mas para que tal seja possível no próximo dia 2 de Agosto do corrente ano, pelas 12h30m, na Igreja Matriz de Espinho, se realizar tal cerimónia vimos anunciar para esse dia o "rapto" do nosso ilustre Frei João.
Aqui deixamos os nossos agradecimentos ao Ricardo e à Verónica que permitem que o raptado presida a cerimónia e nos brinde com a sua bênção em nome de Deus.
Bem hajam...
Vânia & Pedro

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Confirmo...

Carmo jovem: Quero meter-me numa alhada, por isso confirmo a minha participação na carminhada em Alhadas… RG de SJC

Carminhada - Alhadas (Figueira da Foz) - 16 de Fevereiro

METE-TE NUMA ALHADA: VAMOS CArMINHAR COM O PAPA
Recebestes a força do Espírito Santo!
Promessa de Jesus. Realização de Jesus.
Ninguém recebe a força de Deus para ficar parado.
Não fiques parado. Não andes parado.
As testemunhas da Ressurreição não vivem paradas:
vão ao encontro para animar os desanimados,
aquecer quem anda arrefecido,
curar quem está ferido,
crescer com quem é crescido.
Não fiques parado.

Tu, Jovem Carmelita,
foste constituído em testemunha até ao fim do mundo.
Juntos vamos até ao fim.
Porque é que ainda estás parado?


Aspectos a ter em atenção:
- As carminhadas são abertas a todos os jovens;
- Início às 9h00, na Igreja Paroquial de Alhadas – Figueira da Foz;
- A caminhada tem 15 km;
- Eucaristia às 11h30;
- O almoço será partilhado, devendo cada participante levar de casa;
- Procura levar calçado confortável e já usado; roupa conveniente (um impermeável…);
- Haverá um carro vassoura (podem lá deixar ficar as mochilas com a comida), mas a maior honra dos condutores de carros vassoura é chegar ao fim vazios;
- Carminha ligeiro de equipagem;
- Nem tudo é necessário para carminhar…;
- A carminhada termina às 17h00 Igreja Paroquial de Alhadas.
- Quem participou já em outras Carminhadas já tem a faixa “JOVENS LEIGOS CARMELITAS”. Devem levá-la.

CONFIRMAÇÃO:
A confirmação de participação na Carminhada deverá ser efectuada até ao dia 10 de Fevereiro para:
Carmo Jovem
carmojovem@gmail.com

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Beatificação próxima dos pais de S. Teresinha

Hoje, quarta-feira, 9 de Janeiro de 2008, o jornal L’Osservatore Romano informou que está próxima a conclusão do processo de beatificação dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, os veneráveis Luis Martin e Célia Guérin.
O cardeal José Saraiva Martins afirmou que o processo de beatificação do casal Martin-Guérin, cujas virtudes heróicas foram reconhecidas em 26 de Março de 1994 está na recta final.

9 Janeiro - São André Corsini

(1301-1373)

Celebramos hoje a memória de S. André Corsini, bispo carmelita italiano do século XIV. É contemporâneo de São Pedro Tomás.
Nasceu nobre da nobre família dos Corsini, Peregrina e Nicolás, de Florença. Da sua família saíram cardeais e papas para o serviço da Igreja (Clemente XII, por exemplo). O que seus pais tinham de nobre linhagem igualmente tinham em bondade e piedade. Não assim o filho. Dizem que quem com lobos anda com eles aprende a uivar. Assim foi com André, que depois de lobo selvagem e iracundo houve de fazer-se manso cordeiro.
Mercê das lágrimas da mãe a sua mudança foi espectacular.
Dos seus lábios jovens facilmente se soltavam versos de amor, como em nenhum outro do seu tempo. Foi contemporâneo de Petrarca e da mesma cidade. Mas enquanto o primeiro seguiu a carreira das letras, André percorri os caminhos da caça, do jogo, da poesia e do amor. Enfim, o programa dos jovens ricos do seu tempo. Por sua vez, a sua mãe chorava, chorava e rezava na Igreja do Carmo. Ali passara largos anos implorando ao Céu um filho, e, por fim, quando lhe nascera revelara-se lobo mau. Eram tantas as horas de oração, lágrimas e jejum que a sua vida esteve em perigo.
Um dia o jovem dissipado ouviu da desiludida mãe este desabafo: «Na véspera do teu nascimento vi-te em sonhos como um lobo feroz, entrando num templo e convertendo-te em cordeiro diante da imagem de Nossa Senhora. Oh! Quanto rezei a Deus e a Nossa Senhora para que a segunda parte do sonho se tornasse verdadeira. Lobo já o foste, e pior do que nós alguma vez pensámos. Porém confio que a Mãe de Deus te converterá num manso cordeiro que não ofenda o Senhor! Consagrei-te a Deus e a Nossa Senhora no dia do teu nascimento. Eu e teu pai jamais deixamos de rezar, um só dia que fosse, para que te convertas e mudes o teu comportamento
Estas palavras impressionaram tanto o jovem André, que, envergonhado e arrependido, saiu da casa paterna e caminhou perdido e desorientado pela ideia de mudança e pelos apelos da vida boa e bela que vivera. Sem saber como viu-se na Igreja de Nossa do Carmo e ali prometeu mudar completamente de vida. Ficou ali tanto tempo que um religioso, vendo-o com tanta piedade, se abeirou e lhe perguntou se precisava de algo. Que sim, precisava de falar com o Prior. Levado à sua presença caiu de joelhos e pediu para entrar na Ordem. Mas a sua vida de jovem aventureiro e perdulário era bem conhecida de toda a cidade, até dos frades. Por isso o Prior recomendou tempo para reflectir e ponderar. Mas o jovem insistiu tanto que foi aceite naquele dia, mas apenas temporariamente. Consultada a família ouviu-se esta resposta da mãe: «Sempre será louco, mas eu prefiro esta nova loucura».
Trocou por fim a espada e a capa de seda pelo áspero e remendado hábito castanho. Não faltaram os espantos e os escândalos na cidade e os companheiros e tios a chamá-lo para a vida anterior. Ofereceram-lhe um elegante casamento, e obtiveram como resposta: «E de que me serve tudo isso se não tiver paz na minha alma
Em vão. Muito se comentou em Florença tal mudança de vida, até porque Frei André, vestido agora dum pobre e remendado hábito castanho, passou a frequentar como pedinte as mesmas ruas onde antes exibia os seus luxos e dotes de herdeiro rico. Aquele que nascera rico era agora educado na pobreza.

E aqueles que antes comiam do seu ouro, riam-se e burlavam-se dele. Mas jamais se ouviu de Frei André senão sorrisos de bondade.
Ao ser ordenado sacerdote a família preparou umas festas sumptuosas para toda a cidade, mas Frei André, saindo por outra porta, foi-se para uma igrejinha afastada e solitária e ali celebrou a sua primeira missa.
Pouco depois da sua ordenação sacerdotal enviou-lhe Deus muitos sofrimentos e por eles o dom de alcançar milagres. Profetizava o que ia suceder e as suas profecias cumpriam-se. Abençoava os doentes e estes curavam-se. Destacava-se sobretudo na conversão dos pecadores, onde sobressai o seu tio João Corsini que antes se opusera à sua.
Entretanto, a Igreja de Fiésole, tendo a sede vacante, escolheu-o para seu bispo. Mas Frei André saiu do seu convento sem ser visto e escondeu-se num outro muito afastado, pois se considerava indigno.
Buscaram-no tão intensa e inutilmente que já se preparavam para escolher outro bispo. Então, um menino anunciou que o Padre André se encontrava no convento dos cartuxos. Para ali se dirigiu todo o povo de Fiésole resgatando-o, trazendo-o para a cidade e convencendo-o a aceitar o cargo. Aceitou e foi bispo durante 24 anos, tendo exercido com mansidão de cordeiro.
Vivia no paço episcopal como um penitente, dedicado a servir e a ajudar, cuidando dos pobres e dos pecadores. Vivia como um monge no deserto e dormia no solo sobre um esteira.
Chamavam-lhe bom e santo, mas isso mais o entristecia pois se julgava pecador e miserável.
Tinha especial cuidado e atenção para com os pobres que outrora tinham sido ricos, cujos nomes trazia escritos num caderno.
Tinha o dom de pacificar os que se guerreavam. Em certa altura foi enviado pelo Papa à cidade de Bolonha que se havia dividido em dois partidos e se guerreava. Para ali foi, disposto a tudo suportar. E suportou humilhações e a prisão, mas por fim venceu a paz.
Morreu no dia 6 de Janeiro de 1373, aos 71 anos de idade. Imediatamente à sua morte o povo glorificou-o exigindo que na missa do funeral não se rezasse pela alma do seu Bispo, mas que fosse invocado como santo.
A sua fama de jovem violento foi tal que, mesmo depois de morto, testemunhas houve que afirmam tê-lo visto cavalgando na batalha de Anghiari, depois celebremente pintada por Leonardo Da Vinci e Miguel Ângelo.
É chamado Pai dos pobres e Construtor da paz.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Agradeço, oro e abençoo


Resta-me agradecer as mensagens de carinho e felicitação que recebi neste dia. Constou-me que algures havia um post sobre mim... Onde seria? — E era tão perto de mim! O que são as coisas!
É bom que se lembrem de nós. Nem perguntei se rezaram por mim, porque sei que sim. Agora que cheguei à adolescência, cada vez se vinca mais em mim a ideia de que se me fizeram Padre não foi por mérito meu. Mas porque muitos rezaram muito por mim que valho tão pouco.
Como não basta chegar aí e porque o que se há-de esperar é sempre melhor que a chegada a qualquer lugar, quero agradecer aos que comigo caminharam ao longo destes 14 anos.
Ai se não carminhassem comigo! Ai se não rezassem por mim!
Por isso agradeço, oro e abençoo quem carminha e ora comigo e por mim.
Anima, Senhor, os meus passos e abre-me os teus carminhos. Faz com que ninguém esteja ausente da minha oração e jamais tenha de carminhar sozinho. Amen.
Muito obrigado.
Padre João Costa

Frei João

14 ANOS DE SACERDÓCIO
« Não extingais o Espirito, não desprezeis as profecias. Examinai tudo e retende o que for bom» [ITes 5, 19-21]


Nascimento
12 de Julho de 1967 em Chapa - Amarante
Baptismo
23 de Julho de 1967 em Chapa - Amarante
Entrada no Seminário
Setembro de 1977 em Avessadas
Início do Noviciado
15 de Outubro de 1985 em Avessadas
Profissão temporária
1 de Outubro de 1986 em Avessadas
Estudos eclesiásticos
ICHT e Universidade Católica - Porto
Profissão solene
12 de Junho de 1993 na Igreja do Carmo - Braga
Diaconado
11 de Julho de 1993 na Sé do Porto
Presbiterado
8 de Janeiro de 1994 na Igreja do Carmo - Braga

São Pedro Tomás

Celebramos hoje a memória de S. Pedro Tomás, bispo carmelita francês do século XIV.
Nasceu por volta do ano 1305 em Concón, Aquitânia, França. Os seus pais viviam em pobreza extrema, o que levou Pedro Tomás a abandonar o lar paterno muito cedo para não ser pesado aos seus. Era de estatura baixa, mas possuía uma inteligência rara e profunda.
Vivendo de esmolas conseguiu estudar, tornando-se mestre e professor com apenas 17 anos.
Foi convidado para ser professor dos estudantes carmelitas, vindo depois também ele a entrar na Ordem em 1327. Ensinou várias matérias em muitos conventos da Ordem (Bordéus, Albi, Agen e Paris), até ser nomeado Procurador da Ordem junto da Santa Sé, que então se encontrava em Avinhão.
Em certa ocasião, vendo o Padre Geral a humilde e pequena aparência do santo, envergonhava-se de o apresentar aos Cardeais. No entanto, certo Cardeal que conhecia a fama de Frei Pedro Tomás resolveu-se ele mesmo a apresentá-lo.
Foi co-fundador da Faculdade de Teologia na Universidade de Bolonha.
O Papa fê-lo seu Núncio e Legado, encomendando-lhe muitas e difíceis missões que Frei Pedro Tomás resolveu sempre em bem junto de reis e imperadores. Foi arauto e apóstolo incansável da paz e da unidade da Igreja, pelo que depressa este nosso irmão grangeou em toda a parte fama de santo. Foi eleito bispo aos 49 anos. Depois de ter exercido o múnus de bispo em Patti e Lipari, Corão (Peloponeso) e Creta, foi nomeado Patriarca de Constantinopla em 1364.
Apesar dos altos cargos que exerceu, nas suas viagens Frei Pedro Tomás procurava sempre, como residência, os conventos dos seus irmãos carmelitas, vivendo ali como irmão e com os irmãos de Nossa Senhora do Carmo a vida normal da comunidade, segundo a Regra.
Morreu no dia 6 de Janeiro de 1366 no Convento do Carmo de Famagusta, Chipre, «reduzido a pele e ossos».
Apesar de ser bispo pediu que o levassem para sua última morada vestido com o hábito da Ordem.
Era muito devoto de Nossa Senhora. É dele a profecia inspirada pela Virgem Maria de que a Ordem do Carmo durará até ao fim dos tempos.
Amou tanto Nossa Senhor que parece trazia no coração o seu nome. Foi um dos mais ardorosos defensores da Imaculada Conceição de Maria Santíssima.



Os seus esforços pela promoção e consolidação da unidade da Igreja Oriental fazem deste santo do séc. XIV um precursor do ecumenismo e um verdadeiro «apóstolo da unidade da Igreja».

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Cartas do Carmelo


Eis um bom livro para 2008. Em boa hora as Edições Carmelo editaram um livro consagrado pelos anos e por muitos leitores. Conheci o Autor a quem vi em vezes várias e sei que fala do que sabe e vive.
Recomendo a leitura, sobretudo aos jovens. A encomenda pode ser feita às Edições Carmelo, em
www.carmelo.pt e também por telefone 255 531 354. Não sei o preço que deve ser módico, mas quando o manjar vale a pena...
Na contracapa lê-se:
«Quem são os/as carmelitas descalços/as? Este livro que veio parar às tuas mãos procura dar uma resposta. Digo-te que a história mais viva e formosa do Carmelo Teresiano, bem como a sua própria espiritualidade, se podem encontrar em quatro epistolários: o de Santa Teresa de Jesus, o de São João da Cruz e os dessas duas figuras mais próximas de nós como são Santa Teresinha do Menino Jesus e a Beata Isabel da Trindade. Pois, nas cartas com destinatário, ao contrário dos livros, é onde os autores mais revelam a sua alma. Lamento mas estas cartas que te ofereço não têm tanto caudal de água viva como a dos referidos santos, mas pode servir-te para conheceres mais e melhor a família dos Carmelitas Descalços e orientar a tua procura. Daí o seu nome simples: Cartas do Carmelo, como querendo revelá-lo a partir do seu interior».
Bom apetite.
Boas leituras para 2008.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

B. Ciríaco Elias Chavara - Frases

>> Aqueles dias em que não ajudamos ninguém não merecem ser considerados como dias úteis da tua vida.

>> Porque viveis aflitos? Toda a pessoa deve viver a caminho, dum dia para o outro. A minha hora já chegou. Desde que os meus piedosos pais me ensinaram a invocar frequentemente os santos nomes de Jesus, Maria e José, a sua protecção manifesta-se sem cessar. E sinto que por graça de Deus, nunca perdia a graça santificante do Baptismo.

>> Não vos aflijais nem vos perturbeis por causa da minha morte. Submetei-vos plenamente e de todo o coração à sagrada vontade de Deus, porque Deus é extremamente e infinitamente misericordioso.

>> Vivei em perfeita caridade. Se viverdes assim procurareis a glória de deus e a salvação das almas.

B. Ciríaco Elias Chavara


Celebramos hoje a memória do Bem-aventurado Ciríaco Elias Chavara, sacerdote carmelita indiano.
Nasceu no dia 8 de Fevereiro de 1805, em Kainakary, região de Malabar, actual estado de Kerala.
Era por temperamento muito piedoso.
Um sacerdote reconhecendo no jovem Kuriacos, Ciríaco, indicou-lhe o caminho do seminário de Pallipuram. Foi ordenado sacerdote em Novembro de 1829 pelo bispo carmelita D. Stabíllini.
Ainda jovem sacerdote mostrou-se muito activo. Com outros sacerdotes fundou um mosteiro onde vivia uma vida de intensa oração.
No dia da Imaculada Conceição de 1855, juntamente com outros nove sacerdotes, fez a sua profissão religiosa nas mãos de frei Leopoldo Beccaro de S. José, Carmelita. Com a profissão aceitou as Constituições da Ordem e recebeu o nome de Elias, pelo profundo amor que tinha ao Santo Profeta.
O nome com que actualmente se conhece a sua congregação de que foi primeiro Prior Geral é Carmelitas da Imaculada Conceição. São hoje mais de 2000 membros, em mais de 150 conventos, espalhados por sete nações.
Em 1886,em colaboração com o P. Beccaro, seu director espiritual, fundou a Congregação da Ordem Terceira das Carmelitas Descalças. São hoje mais de 5000 e têm casas na Índia, Tanzânia, Somália, Sudão e na Europa.
Apesar de afadigado pelos trabalhos apostólicos ainda encontrou tempo para escrever livros, quer em prosa quer em verso, que ajudaram à formação dos fiéis.
Morreu no dia 3 de Janeiro de 1871, com 66 anos.
O Papa João Paulo II beatificou-o no dia 8 de Fevereiro de 1986, na Igreja do Bom Pastor de Kattayam, onde se encontra sepultado.
A sua memória litúrgica é a 3 de Janeiro.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

“Que todos sejam UM”


“Que todos sejam UM”
(Jo.17, 21)



Conto
Um enorme cepo de oliveira ardia lentamente ao canto da lareira. Entretanto, recordava o seu passado. «No princípio, era uma oliveira como as outras. Além de dar azeitona, os pássaros abrigavam-se nos meus ramos. Passaram os anos e comecei a sentir dificuldades: a seiva já não atingia os ramos altos, que começaram a secar. Tornei-me numa velha oliveira que já não dava azeitona. Sequei pouco a pouco e tornei-me num velho cepo. Vieram os lenhadores arrancar-me e vim parar a esta lareira. Pegaram-me fogo e eu dou-lhes o calor de que necessitam. Á minha volta, nesta noite fria, os homens esfregam as mãos, as mulheres falam e as crianças dormitam».
E o último pensamento do cepo foi este:
«Nasci para servir os outros. Fiz o melhor que pude no desempenho da missão que me coube. Por isso, morro tranquilo e feliz. No punhado de cinza a eu me reduzo fica a alegria de me ter dado completamente aos outros até ao fim».



Deus continua a chamar
Eu, o Senhor do céu e da terra,
Escutei o clamor do meu povo,
Eu, o dador da vida aos homens,
Conheço os seus sofrimentos.
Eu, o criador de tudo quanto existe,
Sofro a dor da Minha gente.
Eu, a Sua Luz, o Seu Pão e Pastor,
posso devolver-lhe a vida.
A quem enviarei? Quem irá? Quem lhes dirá?
Eis-me aqui, escutei a Tua chamada
Durante a noite,
Eis-me aqui, pondo a vida nas tuas mãos, para todos.
Eis-me aqui, da tua palavra serei voz,
Da tua presença serei luz,
Faz de mim o que quiseres.
Abre os olhos aos rostos sombrios,
Que andam sem esperança.
E ergue o olhar...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

FELIZ ANO 2008


Feliz ano de 2008 para todo o Carmo Jovem

Que nos animemos mais aos caminhos que às paragens.
Às surpresas que às seguranças.