sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pormenor de Abertura do XVIII Horeb



Por que estamos aqui?

Ao longo dos últimos catorze anos contacto diariamente com alunos e tenho vindo a concluir que os jovens devem ser habilitados para lidar não só com técnicas, mas, acima de tudo, com as pessoas. É bom aprender o Português, as línguas, a Matemática, a História. Mas é fundamental aprender igualmente o respeito, a bondade e a tolerância. É fundamental aprender a construir a amizade até porque quando estamos com um amigo, nem estamos sós nem somos só dois!

Decididamente, não chega preparar cérebros. É decisivo formar pessoas.

A robustez da inteligência tem tudo a ganhar com a simplicidade do coração. É por aqui que passa o porte, a honradez, a rectidão.

Não basta estudar para o teste. É urgente estudar para a vida. Até porque a vida é o maior teste. E a permanente lição!

Que 18º Horeb seja um momento de aprendizagem, de formação e de intimidade com Deus. Que se fortaleçam os laços entre os amigos e com o verdadeiro Amigo. Que seja uma grande lição! São estes os meus desejos para todos nós neste momento que o Horeb atinge a maioridade. Afinal, 18 anos são 18 anos! Com o olhar em Santa Teresa de Jesus, não se esqueçam que ela é mestra indispensável para quem «quer tratar de amizade com Aquele que nos ama».

Que aqui encontremos uma pista, senão mesmo uma resposta, à pergunta: «Que quereis fazer de mim?»

E agora, que a hora já vai adiantada, apresento-me: Eu sou a Ana; já todos praticamente me conhecem.

Vim ao Horeb para me encontrar com os amigos, com o Amigo, para tentar descobrir mais um bocadinho d`Ele e de mim, e para dizer como Santa Teresa dizia: «somos amigos fortes de Deus».

É o que espero!

Inscrevi-me no Workshop A «com determinada determinação» porque: 1º, Tenho muito amor por este momento-Horeb e por este sítio carmelita que encontrei e no qual em família e com a minha família cresço. Sinto-me do Carmo. 2º, Porque aqui sei que tenho verdadeiros amigos e tenho aprendido muito sobre amizade. 3º, Porque procuro alegria para os meus dias tão cheios de jovens que muitas vezes andam vazios de esperança.

E vós, quem sois? O que trazeis em vós para este encontro? Que quererá Ele de vós?

Mãe Kelb Caramuja

Saudação aos Horeb's



Olá!

Sê muito bem-vindo ao XVIII HOERB! XVIII!!!!

É uma data muito importante na vida do Carmo Jovem. Afinal atinge a maioridade este ano. São os seus 18 anos! Há que celebrar!

Quem não aguarda ansiosamente os 18 anos?!

O Carmo Jovem torna-se, neste XVIII HOREB, num adulto. Olha que todos lucramos, agora vai livremente às festas e passagens de ano, por isso já deves ter reparado no plano de actividades que há uma nova actividade: o ReveillDeão.

Pois é! E como todas as Gotas do Mundo, o Carmo Jovem quis celebrar os seus 18 anos com os seus melhores amigos: tu e todos os que aqui hoje se reúnem. Outros também foram convidados, mas, sabem como é… a vida puxa daqui e dali, e o certo é que nem todos puderam vir. Mas o que importa é que pelo menos está rodeado de fortes amigos que celebram este 18º aniversário com ele. E é claro que, com ele, temos presentes todos os amigos que fizeram parte da Gotinha ao longo destes 18 anos.

Quanto a ti, obrigada por teres aceite o convite! Obrigada por estares presente neste 18.º aniversário! Vivamos este encontro com a alegria de Santa Teresa! Tal como ela façamos festa!
A festa vai ser animada: vamos ter uns Workshop´s: o TV P (deve ser algum novo canal da TV Carmo, onde passam programas alusivos à espiritualidade da Ordem); e o Workshop OLÁ (este é um pouco mais misterioso, ainda por cima, como sempre, a coordenação pôs os participantes às escuras.

Vejam lá que na inscrição pediam para escolher um dos três e não especificaram qual.

Posto isto, a Joana Costa e o André escolheram o A (devem ter pensado que era A de Acólitos); já a Maria escolheu o O, foi o trauma do Acampaki, estava sempre “OOHH, Frei João, a sério!”; o melhor foi o Ricardo, que escolheu o L (vê-se logo porquê: é a inicial do segundo nome dele…). Cada um escolheu, cada um terá a oportunidade de se divertir e aprender mais sobre Santa Teresa de Jesus, os seus gostos e os seus conselhos para os jovens carmelitas de hoje.

Mas, agora vem a maior novidade. O Carmo Jovem, com esta história toda de maioridade, anda às voltas com uma mega-questão que ouviu da boca da sua Mãe Santa Teresa. “Que quereis fazer de mim?”

Leu-o no poema número 2 e, desde então, que a pergunta não lhe sai da cabeça e do coração. Ele aprendeu com esta grande santa que tudo lhe vem de Deus e, como ela, também ele quer colocar a vida nas mãos deste grande Amigo, para que faça da sua vida o que quiser. Queres aprender com ela?
Apura os teus sentidos e vive a amizade de Santa Teresa na amizade com cada uma das gotinhas que partilham contigo este Horeb. Ele precise de ti, precisa de nós!

Neste XVIII HOREB proponho-te leres o poema com os teus amigos. Lê-o pausadamente, deixa-o ecoar dentro de ti! Leva-o no coração para a capela nas orações. Declama-o, canta-o, pinta-o, dança-o com os teus amigos durante os workshop’s. E no final, levo-o contigo onde quer que vás, para que
descubras na tua vida, quão bela é a espiritualidade carmelita e quão preciosa é a tua vida para Deus.

Gotinha

Notas finais da Peregriçaco

Juntos trepámos ao encontro da verdade!

As melhores notas do Carmo Jovem são as que se escrevem com os pés. Estas são as finais. Nota finais, apenas isso. Ainda assim gostamos de as fazer. São escritas à mão e com o coração.
Estas são as notas finais da Peregriçaco. A primeira ao Buçaco. A quinta da série.
A Peregriçaco tinha como tema a exclamação da Santa Madre Teresa: «Que temes? – Já alguma vez te faltei?»
Éramos vinte peregrinos, sem contar o Pastor e a Beatriz de ano e pico, que esteve sempre presente, mais ainda pouco caminha.
A Peregriçaco decorreu de 16 a 18; sexta, sábado e domingo.

Sexta 16, «Uma atalaia do mundo e sentinela do céu.»
Na Sexta foi a chegada ao Carmo de Aveiro. Chegámos a horas. Por uma vez chegámos a horas, meu Deus! Instalados na Sala dos Claustros aí nos fomos dando as boas vindas. À hora certa iniciámos a apresentação seguida da Oração de Bênção dos Peregrinos. A apresentação e a bênção permitiram situar-nos no terreno e orientar-nos espiritualmente para o Mosteiro da Santa Cruz do Buçaco, «uma atalaia do mundo e sentinela do céu». O Superior da Comunidade também participou e mui humilde recebeu guião e faixa. Sinal que foi connosco também. Apareceu também a Márcia-Mais-Valia que não nos esqueceu – pudera! – e quis rezar connosco, partilhar connosco, caminhar connosco. Uma surpresa! Que alegria ver-te, Márcia!
Lemos a apresentação do Frei João, que nos decifrou os segredos dos caminhos e das peregrinações, nos historiou o Buçaco e mais uma vez ali nos recentrou. De facto, é difícil resistir a caminhos assim, a caminhos visíveis e reconhecíveis que nos levam a um pedacinho do Paraíso, onde se gosta de estar.
Depois da oração esperava-nos um chá, que todos tomámos gostosamente. Logo depois esperavam-nos as camas fofas ou o chão duro, conforme os gostos.
A noite foi calma. O acordar também.



Sábado 17, «Caminhavam confiados animosamente.»
Sim, o acordar foi fácil. E não demasiado cedo. Porém, às oito horas já caminhávamos a bom ritmo. O Pastor ia ao volante da carrinha de apoio, o sr. Branco no carro. Fomos do Carmo à Forca, da Forca ao Pavilhão das Feiras, daqui ao Carmelo de Cristo Redentor. Na pequenina capelinha rezava-se a Santa Eucaristia. E nós rezámos então, calmamente e à sombra da Cruz, a Oração de Laudes. Depois batemos o batente, as Irmãs abriram, fomos ao locutório, apresentamo-nos, sorrimos, elas cantaram e nós saímos.
Posto que o caminho é melhor que as paragens, eis-nos novamente a caminho. Agora sem vacilar, sem parar. São Bernardo, Costa do Valado, Oliveirinha, Mamodeiro, Oiã – Parque do Vieiro. Foi aqui que parámos. A nossa espera devia estar a Dª Carlinda e o Bruno, mas não houve azar. Era ainda muito cedo, pois caminháramos mui animosamente! E por isso havia que esperar. E esperamos, que o reino dos peregrinos é a Esperança. O lugar era muito ameno, recolhido, sereno. Sereno, bem, não era bem sereno, mas em Portugal não se sabe viver sem aquela música que é barulho até para as pedras! Mas passou-se bem.
Entretanto fomos calculando forças e distâncias, cansaços e mazelas. E petiscando. Sim, petiscando: um menino (ou seria menina?) trouxera pão, outra, uma bola de carne, outro, água e outra, sumos. Estava feita a festa. Estávamos prontos para o caminho. Mas, calma aí ó pessoal!, que ali vem a Dª Carlinda com um grande tacho de sopa enriquecida com umas lascas grossas de galinha, com pratos, talher, copo e guardanapo, com fruta e uma compota de estalo.
Ora, ‘bora lá, fazer as honras ao trabalho e a tanta bondade!
E depois de tudo isto o que cai bem? Em Espanha, faríamos uma sesta! Em Portugal bebe-se um café! Vai daí uns encafuaram-se nas mantas e adormeceram e roncaram! – Não é verdade, Maria João? Outros fizeram-se ao café e navegaram na espuma cremosa duma chávena.
O que sei é que uns ficaram bem e os outros também.
Sexta, parte dois. A parte da tarde ficou assim combinada: aprochegarmo-nos aos Bombeiros de Oliveira do Bairro que nos prometeram chão doce para dormir, e se as forças chegarem caminhar até ao IC2. Seria de valor! E foi!
Foi muito fácil chegar a Oliveira. E até passá-la. Mas aquela subida, aquela subida, Senhor! Aquela subida lá se fez, claro. Mas as obras paradas e a estrutura em maquedame não facilitou. Mas venceram-se, embora alguns merecem-se um banhito e ficar a descansar. Mas ninguém ficou. Em Oliveira medimos bem a extensão das nossas forças. É mesmo para continuar, sentenciámos. E foi. A partir dali rezámos o terço e o tempo nem custou a passar.
– A menina porque leva uma cruz?
– Porque vamos em peregrinação?
– Mas Fátima não é para aí…
– Nós vamos para o Buçaco!
– Ãhn?
– É verdade. Há quase quatrocentos anos passaram por aqui os Frades Carmelitas e foram à Serra do Buçaco fundar um mosteiro.
– Ãhn?
– Olhe, tenho de ir que me doem os pés e os meus colegas já se afastaram muito.
– Olhe, Deus a acompanhe! Vou rezar por vocês.
– Muito obrigada.
Depois de Oliveira apanha-se a Rua Dois que é a N325 e atravessa-se Sangalhos até pararmos na Nacional Um ou IC2. Tinham passado 7,5km de tarde. Valera bem a pena. Havia gente a queixar-se de bolhas, mas havia também quem continuasse a caminhar. Mas o que é demais é moléstia. E mais não se caminhou.
Regressamos a Oliveira e aos Bombeiros Voluntários. Ali abriram-nos as portas, deram-nos um chão novo e nobre e água quente para o banho. Na Sala dos Troféus dispuseram uma mesa e jantámos da prodigalidade da Dª Caralinda. (Agora tem um ‘a’ a mais mas porque corresponde melhor à realidade.)
Enquanto não jantamos chegou o Miguel e a Maria que levariam a Mais Valia. – Oh, Maria que grande que estavas! Pudera! Com uns pais assim!
O jantar foi soberbo e até teve vinho, porque bons apreciadores do produto também os havia.
Depois do ameno repasto e das despedidas fomos para o enorme salão de actos. Já com os pés cuidados e os corpos consolados, agora sim, agora é que se podia rezar bem. E bem se rezou a Oração de Vésperas. Afinal tínhamos chegado, estava cumprida meia peregrinação, tínhamos caminhado confiada e animosamente.
O sono foi largo e retemperador. Ninguém acordou com olheiras.





Domingo 18, (Carminhar) «para um mundo às avessas e um céu às direitas.»
Acorda-se bem em Oliveira do Bairro. Ninguém teve queixas do frio, do chão, das conversas dos piquetes, dos roncos, dos assobios. Malta, que querem, isto é uma peregrinação do Carmo Jovem! Aqui cama sabe a soalho, mas que querem Peregri não é um cruzeiro pelo Mediterrâneo!
Tudo foi feito tão a horas que saímos com cinco minutos de atraso! Em Portugal é obra! E nem nós somos perfeitos! A Lena Brito sugere então um pequeno almoço achocolatado, mas a Leitaria lá do sítio propunha Pequeno Almoço Sem Chocolate! Marketing!
Depois do IC2 apanhámos uma estrada larga, larguíssima, que convida a caminhar. Mas primeiro aquecemos os músculos da alma e do corpo. Da alma tanto bastou seguir o guião, qual bordão espiritual sempre disponível e sempre bem feito. Depois o Caramez aqueceu-nos com uns exercícios ligeiros que logo interrompeu para não rasgar.
A manhã caminhava fresca, amena. E nós também. Não havia muito sol, mas apenas sol. Os campos com milho e as vinhas vestidas de Outono pintavam as veigas de delícias e suavidades.
Se em Alfeolas a estrada é monumental, em Monsarros é um labirinto. Mas ainda ninguém sabe o que nos espera. Depois do labirinto começa a subir uma subida, primeiro teste de resistência. Mas o Marco Motorzinho nem dá por isso. Para ele subir ou descer é igual, o que é uma pena. Porque não sabe o que sofrem os mortais como nós.
A subida de Monsarros deixou-nos na Várzea, uma bela veiga que corre abraçada a uma ribeirinha que não tivemos tempo de namorar e a deixamos sem saber o nome.
Depois da Várzea o caminho sobe muito ou muitíssimo. O Marco preferiu o muito e caminhou mais, atravessou o Luso e entrou no Buçaco pelas Portas de Coimbra os restantes preferiram subir muitíssimo, o caminho foi mais curto, evitaram a feira do Luso e entraram pelas Portas de Sula. Resultado: se estava previsto que entrássemos todos com a t-shirt da Peregriçaco não entrámos. Mas também não houve mal.
Poucos minutos depois estávamos na Portaria do Mosteiro.
Foi um pouco ao lado da Portaria, num recanto, que acabamos vestindo a camisola. Estávamos giros, lindos, uma beleza! – Finalmente o Carmo Jovem veste uma t-shirt castanha! É de valor! Sim era bem linda a t-shirt e com boa mensagem. Obrigado, Tiago. (Se alguém quiser que diga, pois sobraram algumas!)
Finalmente entrámos. Aquilo é outro mundo! As lajes são antigas, desenquadradas, sobressaltadas. As portas das celas são pequeninas. O tecto das galerias dos claustros baixinhas. Olha-se e apetece chorar. Falar não, que parece que ofende. O primeiro a fazer foi dar a volta ao claustro, como numa procissão. Depois, depois, ala que se faz tarde! Só nos deram uma hora para a Missa (A hora em que o monumento fica fechado ao público) e o Frei João precisa de pelo menos 90 minutos! Entrámos então na capela, nas capelinhas, e abrimos os olhos e a alma. Sim, este lugar é belo, modesto e austero. Aqui apetece chegar, aqui apetece repousar, aqui apetece ficar. Chegar a um lugar assim cura, lava a alma. Logo depois a Missa começa solene e segue solene, mesmo se o Presidente da celebração nos dá na cabeça. A homilia foi uma conversa partilhada, mas a conversa que o Frei João não dispensa. Mas não há mal, porque aqui tá-se bem mesmo que o Frei João muito fale! Quando partilhamos do Pão e do Cálice já há muito tínhamos rebentado com o tempo, porém quedamo-nos ledos, quedos e calmos. Serenos, em oração, em acção de graças.
Os turistas começam a entrar: já tínhamos rebentado com os 90 minutos! Afinal eram as senhoras da Fundação da Mata do Buçaco. Vieram ver-nos, estavam curiosas com o nosso silêncio e a nossa demora. Termina então a Missa e com elas partilhamos as prendas que trazemos: compota, sal, canastrinhas, o nosso sorriso e a boa disposição de estarmos num lugar que nos fala, que sentimos nosso.
Saímos. Fomos para outra mesa. A Mesa que a Dª Caralinda e o Bruno nos prepararam e ofereceram. Ó maravilha! Uma mesa reconforto a alma, a outra o corpo. E um sem a outra não anda bem. E versa vice.
Seguiu-se então o que no dia anterior sucedera: sesta para os espanhóis, café para os tugas. No fim, houve tempo ainda para plantar dois pequenos ciprestes. Foi junto duma fonte nas redondezas da Estação da Agonia do Senhor no Horto. A plantação não foi muito solene, porque a enxada deslizava, voava, ria-se de nós. Mas valeu a intenção: foi isso que fizeram os nossos antepassados quando plantaram este pedaço de Paraíso. Na intenção não lhes ficámos atrás. É certo que o plantio foi selvagem e sem autorização, porém se os pequenos cupressos pegarem será mesmo por terem sido plantados por mãos carmelitas e regados pela boa intenções dos jovens do Movimento!
A ver vamos.
Recolhemos entretanto aos carros e subimos à Cruz Alta. Fizemos ali um pacto que só ali se podia poder: Se Deus quiser havemos de voltar, nem que seja para regar os cupressos!
E o resto foi o regresso. E o regresso não tem mais história que a pouca vontade de cair na real. Porém, fomos caindo, caindo, caindo até chegar a casa. Até amanhã, dissemo-nos. Até que amanhã os nossos passos se alinhem de novo num qualquer caminho da vida. Entretanto, alguém descaindo-se confidenciava: – Estou grato a quem me aliciou a peregrinar a pé ao Buçaco! Vendo estas maravilhas sinto-me mais português! Aqui bebe-se portugalidade!
Para mim fui dizendo-me, caladamente: Sim! Aqui há verdade! Quem é que subindo aqui não se sente depois mais carmelita? Mais grato à história e às raízes da fé que nos ligam?
Por isso obrigado a quem sonhou o Buçaco e o semeou!
Obrigado a quem o regou e dele cuidou!
Obrigado a quem sua para o reerguer.
Obrigado, Gotinhas, por terdes ido beber da água fresca do Buçaco!
Obrigado aos que, juntos, ali trepámos ao encontro da verdade, seja de Portugal, da fé ou da história.











Teresinha: preparemo-nos para a sua Festa (III)

Teresinha na comunidade de Lisieux

«Há na comunidade uma irmã que tem em tudo o dom de me aborrecer. Os seus modos, as suas palavras, o seu carácter são para mim muitíssimo desagradáveis. Contudo, é uma santa freira, que deve ser muito agradável a Deus. Por isso, para não ceder à antipatia natural que eu sentia, disse-me a mim mesma que a caridade não deveria consistir em simples sentimentos, mas em obras; e dediquei-me a relacionar-me com essa irmã como se estivesse com a pessoa a quem mais amo. Cada vez que a encontrava rezava por ela. Eu sabia que isso agradava muito a Jesus, pois não existe artista que não goste de ouvir louvores por causa das suas obras. Quando sentia a tentação de lhe responder de maneira desagradável, limitava-me a dirigir-lhe o mais encantador dos meus sorrisos. E como ela ignorava absolutamente o que eu sentia por ela, nunca suspeitou porque eu me relacionava assim e vivia convencida de que a sua pessoa me era muito simpática. Um dia no recreio, disse-me com o ar mais satisfeito: “A irmã Teresa pode dizer-me o que é que a atrai tanto em mim, pois sempre que me olha vejo-a sorrir?”...»

Santa Teresinha do Menino Jesus, Ms C 14r

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Teresinha: preparemo-nos para a sua Festa (II)


«Agora entendo que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se espantar com as debilidades dos outros, em se edificar com os mais pequenos actos de virtude que lhes vejamos praticar. Mas, sobretudo, compreendi que a caridade não deve ficar fechada no fundo do coração. Ninguém, disse Jesus, acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas para a colocar num candeeiro a fim de iluminar todos os que estão em casa».


Santa Teresinha do Menino Jesus, Ms C 12r

XVIII HOREB - 30 SET a 2 OUT



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Crónica alfabética do Vcampaki (XXV)

Vespas

Faltou aqui a esta crónica alfabética falar de muitas coisas. De mosquitos e pássaros, tartaruga e gatos, de tasca e tarjas, de conto e contas. De muitas coisas várias mais. Mas falemos de vespas. Lá os acampakis chamavam-lhe abelhas, mas eram vespas. Eram mais que nós. Sobretudo às refeições. Quando cheirava bem lá vinham elas. Certinho, certinho, quando começava a cheirar a sopa logo começava a ronda.

Foram incómodas, mas pacíficas. Não morderam em ninguém. Perdão, morderam numa pessoa que acabara de chegar e regressaria logo depois do recado feito. É preciso azar!




Crónica alfabética do Vcampaki (XXIV)

Vcampaki

Por aqui somos assim: temos os nossos códigos. Dizemos as coisas à nossa maneira. Não dizemos nem melhor nem pior que outros. É o código da tribo. Por isso Vcampaki lê-se a-c-a-m-p-a-k-i, ou melhor quinto acampaki do Carmo Jovem. Sim, a linguagem tem destas coisas. Por isso, se voltar para trás para ler tudo de novo verá que será com maior acerto…

Crónica alfabética do Vcampaki (XXIII)

TERESA

Já todos a conhecemos de nome. Já todos conhecemos muitas coisas da sua vida. Tratámo-la por Teresa, Santa, Mãe ou Madre. Também há quem diga a grande para a distinguir da pequenina. Admiramos-lhe o génio, a graça, a garra, a empatia, a amizade, a beleza, a combatividade, a serenidade, o fogo e a brisa.

Pela mão dela fomos falando com o Amigo, aprendendo a ser amigos Dele e de todos. Não houve momento de oração que não falássemos as suas palavras. Não houve aldeia que não lê-se uma introdução aos seus livros. Esteve sempre por ali, apareceu e reapareceu em muitas conversas. É uma mulher admirável! Uma referência para as nossas raparigas e mulheres. Espantam-se com os seus feitos (ou os de Deus nela) e pedem-me biografias. Incutimos-lhe neles as virtudes dela, a fidelidade a Sua Majestade, a oração como trato de amizade, o silêncio como via de autoconhecimento, a familiaridade como ajuda para o caminho, a (pre)ocupação pela Igreja, por toda a Igreja, do Papa às Missões.


Espanta-me ainda hoje a sua capacidade sedutora, o seu coração apaixonado por Jesus e pelas coisas de Jesus. Não foi à toa que Jesus lhe disse: « – Teresa, se não tivesse criado o Céu por ti o criaria!»

Caramba: Aos olhos de Deus como deve ter sido grande esta mulher!

(Para o ano, e todo o ano pastoral, voltaremos a encontrar-nos com ela, porquanto não é para já que a encontraremos no Céu!)

Crónica alfabética do Vcampaki (XXII)

TACHOS
Você imagina um Acampaki sem Deus? Não. Então também não o imagina sem tachos. Cá na nossa tribo Deus e tachos conjugam-se perfeitamente. O erro não é nosso, mas de quem nos ensinou. A Santa Madre Teresa.

Os tachos no Acampaki são uma orquestra, vão dos grandes aos grandinhos, aos pequenos aos pequenininhos. Há de tudo. Tudo se usa, tudo canta, tudo faz sinfonia. Mas os maiores são os que mais nos tocam porque nos levam a papinha para a mesa. E éramos 23 jovens acampakis! Ora como não recordar o que a Santa costumava dizer a certas freiras de muita oração e algum verniz nas unhas? Dizia-lhes: «– vão também para a cozinha, que lá anda Nosso Senhor entre os tachos.» Sim. Quem veio para o Vcampaki para estar com Deus encontrou-o facilmente entre os tachos. Essa temo-la certa. Encontraremos Deus até onde não esperávamos encontrá-lo. Entre computadores, secretárias, bolas, balizas, livros, pipetas, pupitres… e tachos.


Crónica alfabética do Vcampaki (XXI)


SILÊNCIO
Quando colocámos no plano do Acampaki uma hora de silêncio alguém atalhou que os jovens não gostam do silêncio e os faríamos sofrer desnecessariamente. Que não gostam parece ser verdade, mas se não gostam nem aprendem a gostar nem alguém os inicia no silêncio, então os jovens de hoje jamais gostarão e os velhos de amanhã não saberão o que é.
Por isso, desde a primeira hora que no Acampaki há uma hora de silêncio. E não é das mais longas. Este ano idem aspas aspas.
Espanto de alguns: depois do Vcampaki o Papa falou do silêncio e da oportunidade de regressar aos mosteiros e conventos e ali partilhar o silêncio com as comunidades monásticas. Por isso, verificou-se mais uma mordacidade de alguns: – «Adiantamo-nos ao Papa mais uma vez.» Não era verdade, mas são interessantes estes reforços e é interessante também que nos apercebamos deles. Sinal que algo nos tocou e calou fundo.
Vamos ao que o Papa disse, quando lembrou o relevo do silêncio na vida dos santos da Igreja pode inspirar as nossas vidas demasiado agitadas:
«O silêncio é a condição ambiental que melhor favorece o recolhimento, a escuta de Deus, a meditação.» E mais: «Deus fala no silêncio mas é preciso sabê-lo escutar.» O Carmo Jovem é herdeiro duma tradição espiritual que sabe apreciar o silêncio e vê no estilo de vida carmelitana um oásis do Espírito através do qual Deus fala à humanidade. Se é verdade, como diz o Papa, que no Verão muita gente busca o silêncio e a harmonia dos mosteiros, também é verdade que o Carmo Jovem soube desde início apreciar o silêncio como símbolo da harmonia espiritual. E temo-nos dado bem com isso. Honra, pois, aos que assim serenamente voltam o seu olhar para Deus.





Crónica alfabética do Vcampaki (XX)

Sarau
O sarau são dois. O primeiro e o segundo. Um a abrir e outro a fechar. São momentos solenes e que dão muita coesão aos aldeões. O primeiro, mais sóbrio, correu bem. O segundo mais vicentino, crítico e até mordaz, também correu muito muito bem. São uma aposta ganha. Há grandes actores entre nós. E os encenadores também não falham. As piadas estão lá todas, as críticas também e a alegria nunca falha. É o Espírito Kelb, pá!
Você costuma ir ao teatro? Então não vá. Venha ao sarau do Acampaki porque vai rir, chorar, meditar, rebentar e não pagará nada por isso. Experimente, mas se rebentar não diga que não o avisamos.
No sarau todos intervêm. Ninguém fica de fora. Ninguém tem perdas de memória, esquece o texto ou se atrapalha com as brancas. O Anfiteatro também é do mais nobre que existe: relva fresca ao luar!
Tudo certo, tudo a matar. Depois do que ali vi duvidarei seriamente sempre que tiver de pagar o ingresso do teatro. Mesmo que seja tão barato como da outra vez. (Que me perdoem os profissionais que vivem da arte!)




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Crónica alfabética do Vcampaki (XIX)


Ricardo Luis, Frei
 
 
O Frei Ricardo Luis tem nome no Carmo Jovem: chama-se Ricardo. Foi dos nossos, aprendemos com ele e ele aprendeu connosco. Deu-nos muita alegria a sua presença. E deixou-nos uma certeza: todos podemos aprender ainda mais! Nós queremos aprender mais! Por isso, depois de tudo o que nos falou e connosco viveu, ficámos com água na boca! E mais: Não sabemos por que não apareceu para carminhar connosco mais cedo, para rezar connosco noutros lugares e noutras corridas do Carmo Jovem. Terá sido por vergonha do Carmo Jovem? Terá sido medo?
Temos a certeza que aqui, connosco, já foi muito feliz. E temos outra certeza: aqui, connosco, continua sendo muito feliz. Só falta que venha mais vezes porque continuará sendo feliz.
Foi uma grande alegria e surpresa a sua presença.
Quando substituiu o Professor JC deu-nos uma aula inesperada. Mas não levámos a mal, bem pelo contrário. Acabámos cumprindo a aula do Prof. JC noutro tempo e ainda partilhámos o seu longo testemunho vocacional de carmelita apaixonado. Afinal foi muito interessante perceber quanto muda quem muda do papel quadriculado para o de linhas! Mudança interessante, contudo! Não creio que volte a contar, por isso quem não ouviu ouvisse.
Será que se lhe pedirmos muito muito ele virá para o ano?, e dará nova aula? Seria de tentar.
Com alegria, na pessoa do nosso jovem amigo Frei Ricardo, saudamos todos os nossos jovens frades e postulantes da Ordem: para nós, sois jovens carmelitas ardentes, sois luzeiros desafiadores, sois irmãos mais velhos que caminham o mesmo caminho de Teresa e João pelas pegadas de Jesus. Temos em vós o nosso olhar. Tende a certeza disso, da nossa amizade e oração.


Crónica alfabética do Vcampaki (XVIII)



REFEITÓRIO
 
 
Imagine que anda emparedado todo o ano. Imagine que anda com fome de vento de luz e de verdade. Imagine que tudo é higiénico à sua volta, nas cantinas e refeitórios que frequenta. Imagino que sim.
Certamente não lhe será difícil desejar comer num refeitório composto por umas mesas toscas, cobertas por lindas toalhas – isso sim! Se passar um ano a comer em casas e de janelas sempre fechadas vai apetecer-lhe fugir, comer debaixo duma vinha com uvas a amadurecer!
Isso também é Vcampaki. (Mas, claro, quando a chuva é um risco o pessoal fecha-se em casa, no chamado com algum desprezo Refeitório Velho!) Mas comer assim ao luar, em comunhão com o frio da manhã, ao sol que nos chega filtrado pelas folhas e os cachos, é uma delícia. É único! É impagável! É bíblico! É numa leirinha que parece feita propositadamente para isso. Até nisso somos impagavelmente sortudos: um refeitório ao ar livre numa leirinha. Claro que tem pó, mas o pó também se abate e se aprende a evitar.
O ritual é solene. Não começamos sem rezar, cantando e estendendo o braço pedindo que Jesus abençoe tudo. (Ao fim do primeiro dia a Matilde e a Carolina não querem outra coisa nem doutra maneira!) Se há convidados as honras vão para eles. Se não há a refeição é mais distendida. Há uma coisa garantida: não fica nada no prato, nem na panela! E, ó magia, é que não ficava mesmo. Porque comer cá fora dá-te uma fome!


domingo, 25 de setembro de 2011

Crónica alfabética do Vcampaki (XVII)



Provincial
A Província tem desde a Páscoa novo Provincial. É jovem e interessado por estas coisas, mas também muito ocupado. Mandou mensagem. Para o ano esperámo-lo como professor do Acampaki, pois queremos ouvir os desafios e saber melhor o que pensa de nós. Seria bom que registasse na sua agenda, até porque nós realizamos o Acampaki sempre na primeira semana de Agosto. Eis a mensagem que nos enviou:
«Estimados fr. João, Maria João, demais responsáveis e participantes do V Akampaki, a minha saudação fraterna e amiga!
Enquanto decorre o vosso acampamento encontro-me nos arredores de Madrid, nas fraldas da Serra de Guadarrama, a participar num encontro de sacerdotes, membros do Movimento «Encontro Matrimonial», actividade com que já me tinha comprometido antes de me ser confiada esta missão de provincial. Por isso, não posso visitar-vos, como gostaria. No entanto, a intensidade e riqueza desta actividade não me tem distanciado, antes pelo contrário me tem aproximado de todos vós. Várias vezes me tendes vindo ao pensamento e rezo pelo bom andamento e sucesso de mais um encontro que marcará as vossas vidas.
Com certeza que com as vossas actividades de lazer, formação e oração estais a aprofundar a vossa relação de amizade uns com os outros e com Deus e assim saireis desta experiência com a convicção de que sois dos «Amigos fortes de Deus» que os Carmelitas Descalços, a Igreja e o Mundo de hoje mais necessitam.
Continuai a caminhar connosco! Precisamos do vosso desafio, do vosso testemunho e da frescura do vosso Sim a Deus e à Igreja.
Um abraço para todos os akampas. Joaquim Teixeira.»

Crónica alfabética do Vcampaki (XVI)

Professores

Os professores ou formadores são outra imagem de marca do Vcampki. Claro que todos aprendemos com todos, desde que não sejamos mesquinhos. Há tanto para aprender em férias! Toneladas de aprendizagens: montar e desmontar uma barraca, descascar batatas, cortar alho francês, fazer limonada, pôr a mesa, lavar pratos e tachos, passar a esfregona, esticar as cordas, recolher os panos, levar o lixo, cuidar dos balneários, das tendas, da Universidade, do Santuário e do Anfiteatro. E muuuuuuuuuuitas mais coisas. E mais, muito mais.

Mas para além destas aprendizagens espontâneas vieram outras. Foram quatro os formadores; três formadoras e o Professor JC, que o Ricardo acabou por substituir por inadvertência. A Enfª Anabela Lopes – Chefe das Urgências da Unidade Hospitalar do Alto Minho; a Alexandra Sh’ma Pinto, primeira Coordenadora do Movimento do Carmo Jovem; e a Ana Balinha, também velha guarda do Carmo Jovem a quem recentemente coube passar pelo longo túnel da Noite Escura.

Não houve momento ou palavra que fosse de perder. Vieram com encanto e banharam-nos com doçura e reconhecimento. Contaram-nos histórias de vida, vividas intensamente com gente dentro. Impressionaram-nos vivamente. Os seus relatos e testemunhos impressionaram-nos a alma e os cabelos, a pele, os olhos e o coração. Impressionaram-nos as palavras e os silêncios, os silêncios e as palavras entrecortadas pela surpresa ou pela memória apagada. No fim contentaram-se com boas palavras e abraços, porque a amizade não se (a)paga. Obrigado. Sim, também nunca dispensaremos os Professores. Aliás, felizmente tivemos professores, porque a chuva foi bem reles!





XVIII HOREB - 30 SET a 2 OUT


SEXTA – 30|SET|2011
22H – Acolhimento
22H30 - Vamos à pesca!

SÁBADO 1|OUT|2011

Manhã
Tema: Que quereis fazer de mim?
Workshop´s  TV P

Tarde
 CarmoFlash (Vídeos e fotos dos Acampakis e vídeo com fotos de atividades do ano pastoral) (Tu também lá estás!)


DOMINGO 2|OUT|2011
Como Santa Teresa… (optar entre um dos três workshops)
Workshop O  
Workshop L
Workshop A  

11H30 – Eucaristia
13H00  Almoço
Foto de Família

Inscrição: Saco-cama, toalha ; 25€ (jovens)* e 35€­ (adultos)
Os pais estão convidados para vir à Eucaristia e almoçar (7.50 € por pessoa)
*20€ para cada gotinha do mesmo agregado familiar.


Porque esperas?!
ENCONTRA-TE COM OS TEUS AMIGOS FORTES DE Deus!

 Clica em baixo e faz já a tua inscrição!


Crónica alfabética do Vcampaki (XV)

Piscina

Sabe o que é uma piscina? Se não soubesse quase não aprenderia se tivesse vindo ao Vcampaki. Sim, porque quase não entrámos nela. E certos saberes exigem que nos molhemos. O que quase não aconteceu!

A piscina é o chamariz, mas até dá pena vê-la sem apetecê-la. Foi o que sucedeu. Esperamos que assim não seja para o ano.

Bora lá, pois!


Crónica alfabética do Vcampaki (XIV)

Pais
Os mais pais foram o Pedro e a Ana, seguidos do Pedro e da Susana. Em plano de grande destaque estiveram o António e a Orquídea. Mas a Joana e o Bruno arrebentaram a escala.

De facto a Joana e o Bruno foram uns paisões. Felizmente o Vcampaki terminou antes de se excederem. Foram uns paisões qb, interessados, participativos, desvelados, atentos, comprometidos, interventivos. Tudo que se espera dos pais. E eles foram tão pais quanto irmãos, tão responsáveis quão compinchas.

Ver aqueles três pares de pais impossível não pensar que Deus é tanto pai quanto mãe. Impossível não pensar que Deus é como um pai e uma mãe que vela por nós nas longas horas de febre, e delira saltar connosco para a piscina!
Deus é pai e é mãe. E se o Vcampaki teve tão bons pais, como não imaginar que Deus seja assim bom e sorridente, atento e cuidadoso, mas voltado para o infinito? Há imagens bonitas para descrever a Deus. Eu vi-O no Vcampaki carregadinho de sono a dormir sossegado com a filha ao colo; e vi-O febrilmente ocupado e cheio de sono – sem dormir decentemente durante três dias – a velar para que a febre da filha não chegasse aos 40º! E vi-o na cozinha à volta das panelas e dos tachos, das saladas e das sopas, a sorrir por detrás duns óculos redondos e dum avental de circunstância.

Que importa se Deus é pai ou se é mãe. O importante é que cuide de nós como os pais que temporariamente nos emprestou para o Vcampaki.
Ámen.