domingo, 31 de maio de 2009

O convite das Carmelitas Descalças: «Vinde e Contemplai»

"Em Portugal, começa a haver boas experiências de uma relação mais cuidada com a música e a expressão litúrgica, de que este disco do Carmelo de Fátima, que reúne alguns cânticos da eucaristia, é um bom testemunho. A harmonia das vozes, e a boa execução do órgão, piano clarinete e flauta contribuem para a qualidade desta obra, onde se destacam algumas peças («Vinde e Contemplai», «Bem eu sei a Fonte», «Teu amor Jesus é alegria!», ou «Noites») são exemplos de indiscutível beleza."

in Além-Mar

Para ouvir algumas das faixas do CD: aqui.

Último dia do Mês de Maio

Maria, humilde serva do Altíssimo, o Filho que geraste tornou-te serva da humanidade. A tua vida foi serviço humilde e generoso: foste serva da Palavra quando o Anjo te anunciou o projecto divino da salvação. Foste serva do Filho, dando-lhe a vida E permanecendo aberta ao seu mistério. Foste serva da Redenção, Permanecendo corajosamente aos pés da Cruz, Ao lado do Servo e Cordeiro sofredor, Que se imolava por nosso amor. Foste serva da Igreja no dia de Pentecostes E com a tua intercessão continuas a gerá-la em cada crente, Também nestes nossos tempos difíceis e angustiosos. A Ti, jovem filha de Israel, Que conheceste a inquietação do coração juvenil Diante da proposta do Eterno, Olha com confiança os jovens do terceiro milénio. Torna-os capazes de acolher o convite do teu Filho A fazer da vida um dom total para a glória de Deus. Fá-los compreender Que servir a Deus sacia o coração, E que só no serviço de Deus e do seu reino Se realizam segundo o divino projecto, E a vida se transforma num hino de glória à Santíssima Trindade. Amen.

sábado, 30 de maio de 2009

Espírito Santo (VIII)

O que fazer? Em primeiro lugar podes meditar pessoalmente, como jovem, em todas estas coisas. Já tinhas pensado nesta riqueza dos símbolos? Já tinhas reparado que o Espírito Santo na tua vida não pode ser mais um apêndice ou um conteúdo facultativo? Já reparaste que estes conteúdos sobre o Espírito Santo são um estímulo ao teu empenho evangelizador? A seguir podes procurar partilhar isto com o teu grupo. Mas mais que “dizer coisas” esta abordagem simbólica pode trazer-te ideias sobre como fazer diverso tipo de sessões: não a partir de palavras, mas a partir de símbolos mesmos, dos objectos, das sensações que provocam, dos efeitos que geram. Uma terceira pista é ajudares liturgia da tua comunidade a estar mais atenta aos símbolos, à sua beleza e ás verdades importantes que nos comunicam.

Espírito Santo (VII)

O óleo Para a Sagrada Escritura, a unção com o crisma, o óleo perfumado, que consagra os sacerdotes, os profetas, os reis e, especialmente, Cristo (que quer dizer o Ungido) torna participantes na abundância do Espírito Santo aos fiéis que recebem a unção (1Jo 2, 20-27). O óleo, nas culturas tradicionais e não só está associado à cura dos doentes. O que o torna um símbolo adequado ao Espírito. A vida de cada discípulo pode ser comparado a um doente à espera de ser curado. Aliás, o sacramento da unção dos doentes aprofunda essa dimensão. Mas todos nós, estamos carentes da força curativa do Espírito Santo. No corpo mas principalmente na nossa alma trazemos feridas pesadas: traições passadas, fracassos, violências, desconfianças… tantas coisas que nos doem, ano após ano, que bloqueiam o nosso crescimento e a nossa harmonia. E que só o Espírito Santo pode curar. O azeite, fruto da oliveira, é também símbolo de paz. E a paz é um dos frutos do Espírito. Paz e harmonia que sentimos no nosso interior. Mas também paz que propagamos nos nossos contactos com os outros.

Vem, Espírito Divino

Vem, Espírito Divino Reparte os teus sete Dons
O Senhor vos dará seu Espírito Santo; Não temais, abri vossos corações, Ele derramará todo o seu amor. Ele transformará hoje as vossas vidas, Vos dará a força para amar. No percais vossas esperanças, Ele vos salvará. Ele transformará todas as penas, Como filhos vos acolherá, Abri vossos corações à liberdade. Fortalecerá todo o vosso cansaço Se ao orar deixardes que vos de a sua paz. Brotará vosso louvor, Ele vos falará. Vos inundará de um novo gozo Com o dom da fraternidade. Abri vossos corações à liberdade.

Domingo de Pentecostes

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João [Jo 20, 19-23]

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo:«A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:«Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados;e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».

Que dons temos recebido cada um?

Cada Cristão (ungido pelo Baptismo e Confirmação) recebe os dons do Espírito para o desenvolvimento e fruto da sua fé e para edificar a Igreja. Que dons temos recebido cada um? As vocações são dons especiais: cada qual comporta hoje algo da plenitude de Jesus. Exemplos de distintos serviços são os religiosos/as, sacerdotes, missionários/as, institutos seculares, vida contemplativa.
Sabedoria: «Vossa sabedoria é como o sal da terra, que da sabor e evita a corrupção».
Entendimento: «Sois a luz incendiada, para que com vosso entendimento espiritual possais ler os signos dos tempos e a cultura de hoje á luz do Evangelho». Conselho:
«Recebida estes conselhos e vividos como fruto do Espírito Santo». Fortaleza: «Elevada a cruz de Cristo, carregada com ela a fortaleza do Espírito, porque ela tem força de redenção e salvação». Ciência: «O Espírito é fonte de água viva. Que Ele nos dê o dom da ciência para que nos purifique de toda ignorância e possamos conhece-lo com pureza de coração». Piedade:
«Que o Espírito vos dê o dom da piedade, para que não esqueçais a oração e o louvor e vossa oração suba a Deus como o incenso». Santo Temor de Deus: «Lêde a Sagrada Escritura, deixai-vos conduzir pelo Espírito e não vos afasteis dos caminhos de Deus».

Espírito Santo (VI)

O perfume Plenitude de vida e alegria são sinais de presença do Espírito de Deus. Mas o Espírito é também o bom perfume da vida. Este é também um dos símbolos do crisma, com que se consagram as pessoas e as coisas: óleo misturado com perfume. A arte dos perfumes (Ex 30) é uma das estimadas do Antigo Testamento. O perfume é um pouco como o vento: não se vê mas sente-se. Não se toca mas é algo que penetra em nós e suscita emoções e sentimentos. É significativo que hoje a publicidade aos perfumes seja tão sofisticada. Há uma crença em que através de um perfume se pode atrair uma pessoa. Claro que podemos criticar todo esse mundo de enganos e seduções. Mas por trás desses desejos não estará o desejo profundo de relação, de vencer a solidão, de criar uma comunhão? E precisamente o Espírito Santo é como o perfume que invade e penetra todas as coisas, sem se deixar ver. Alguém passa ao teu lado e, sem te tocar, atinge-te com o seu perfume. Assim é o Espírito. Ele é o perfume de Deus que sem se impor nos atrai com a força do amor. O Espírito Santo é como o perfume que permite ir para além do visível e do palpável. É o aroma que nos estimula a viver em alegria e em festa. Essa sensação de festa nasce ao percebermos que está aqui algo mais, algo diferente, em relação ao quotidiano. O Espírito é como um perfume que nos seduz e convida a descobrir que a fadiga e a dificuldade do dia-a-dia são um caminho para o repouso e para a festa. Na parábola do filho pródigo há um versículo importante: E começaram a fazer festa (Lc 15, 24). A casa do Pai, de Deus, é uma casa em festa. E a Igreja, tal como o coração de cada cristão que acolheu a força e a beleza do Espírito Santo, deveria ser sempre uma casa em festa. Um lugar onde se sente, espalhado pelo ar, um perfume, um aroma, um ar de festa. Esse perfume que está no ar cura-nos do medo, purifica-nos do pecado, dissolve os corações de pedra, liberta-nos das violências sofridas. A evangelização não deveria ser outra coisa senão atrair as pessoas para uma comunhão com Deus que se torna fonte de festa, de alegria. O Evangelho é uma boa notícia por isso mesmo: pela sua capacidade de mudar a atmosfera. De um ambiente triste e fechado a um ar de festa e exultação. Mas para que isto se torne realidade é necessário que cada cristão assuma as qualidades do perfume: espalhar-se como o Espírito Santo que não se vê mas que se sente.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Espírito Santo (V)

O vinho Os símbolos do Espírito que vimos até agora (vento, água, fogo) são elementos naturais. Mas a Bíblia e a Tradição viva da Igreja usam como símbolos outras realidades criadas pelo homem. O Espírito é como um bom vinho; é algo que tem que ver com o sabor. O Espírito dá sabor e sentido à vida. Permite ao homem saborear a sua existência. O vinho é alimento que encoraja o coração (Salmo 102); consola nos momentos em que a vida perde sentido e sabor. Há uma embriaguez que é sinal de loucura e de descontrole. Mas há uma suave embriaguez do Espírito que indica o triunfo da vida contra todas as formas de morte e de mal. O Espírito é como o vinho, aquele vinho que nunca faltou nas bodas de Cana porque Jesus o tornou sempre melhor e mais abundante (Jo 2). Quando Jesus quis deixar no mundo um sinal da sua presença e do seu amor, além do pão, usou o vinho. Não quis usar apenas um alimento para a subsistência; quis também o vinho para viver na alegria. O Espírito não é só como o pão mas é como o vinho. É o que assegura na vida do homem a plenitude e a alegria. Às vezes, esta dimensão de alegria contagiante da vida cristã fica um bocado esquecida. Se calhar gastamos demasiado tempo a ensinar na catequese a “portarmo-nos bem” e esquecemos que a vida no Espírito é alegria e entusiasmo. Quem nos vê deveria perceber imediatamente que a nossa vida, a vida no Espírito, é uma vida saborosa. O que, aliás, é o convite da Palavra de Deus: “Saboreai e vede como o Senhor é bom!” (Salmo 33)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

III Peregrinação a Pé a Fátima - Notas Finais (III)

Segundo dia de caminho
Sábado, 02 de Maio de 2009 «O amor não consiste em sentir grandes coisas.»
— Não! Não pode ser… levantar?! Já? A esta hora? O que vos passará pela cabeça?! Primeiro não nos deixam dormir [os roncos parecem bombos a retumbar na madrugada silenciosa] e agora que quereis, Deus meu? Quereis que estejamos aptos para caminhar, nesta ditosa madrugada?! Onde se encontram as forças? Mas peregrinação não rima com amuos. Por isso, peregrinemos, porque «O amor não consiste em sentir grandes coisas.» Somos peregrinos. Por muitas razões que nos assaltem a mente, jamais poderemos deixar de caminhar. Um pouco sobressaltados e friorentos fomos convidados a levantar, lavar a cara para despertar ânimos, tomar o pequeno-almoço não sabendo bem o que se come, pois pouco se vê com olhares ensonados. Fizemo-nos à estrada. Iniciámos o nosso dia com a oração da manhã à porta de um Cemitério, sob a brisa fria e terna das seis da manhã; tiritámos, silenciámos e retemperámos forças ouvindo a voz do Pai, que nos convoca a que nos reunamos em seu Nome. Iniciámos por fim o caminho montanhês quase intocado pela mão humana cantando alegremente os belos caminhos que a manhã nos convidava a deslumbrar, eram montes e vales, planícies, planaltos, lonjuras e horizontes: «Ó bosques de espessuras plantados pela mão do amado!....», «como são belos os pés que anunciam a paz». Sim, como é terna e suave a brisa das palavras que trocámos com os amigos ao longo deste peregrinar, mesmo em silêncio sentimo-nos amados como irmãos que caminham sentindo a presença de Deus. Carmelitas somos, no monte nascemos, o monte percorremos e vivenciamos a presença de Deus. Descendo o monte as forças tivemos que retemperar e na sombra de uma árvore fomos convidados a descansar. Os carros de apoio apareceram, com eles dois amigos que se juntaram a nós: a Irmã Palmira que iniciaria o caminho connosco desde ali; o Pedro que almoçaria connosco e nos trazia a sobremesa e a Susana no coração… Preparávamo-nos para almoçar — e como em todos os locais pelos quais passámos fazemos amigos, somos bem recebidos e melhor acolhidos —, quando, bem perto do sítio onde almoçávamos, um amigo nos estendeu a sua mão e depôs nas mãos do Frei João uma garrafa de vinho tinto, para que retemperássemos as forças. (Só pediu que rezássemos por ele!) Obrigado, amigo! Depois descansámos, dormimos… contámos histórias de ontem e de hoje, contámos histórias das aventuras de sermos «amigos fortes de Deus», levantámo-nos e prosseguimos o caminho soalheiro. Como é bom sentirmo-nos Carmelitas! Os passos eram agora mais lentos com o sol no rosto, um pouco de fumo e de poeira espalhados no ar. Passámos por uma praça de toiros, a mais antiga do País. Mas não vimos nem os toiros nem as mães, nem ouvimos olés ou olás! Por fim, um café, uma pausa… pois após o almoço que esperar?! No largo duma igreja juntámo-nos para iniciarmos o caminho a rezar os mistérios… partimos dois a dois… ó que subida, e qual fôlego quê, com que haveríamos de suportar os cânticos? Faltavam uns 10km para chegarmos à meta. O Frei João ia convidando e seduzindo a que subíssemos para a carrinha. Dizia, «Para a carrinha ou para o convento!», mas ninguém ouvia o murmúrio…Passo a passo, lento ou espaçado, chegámos ao quartel da 5.ª Secção dos Bombeiros Voluntários de Pombal, em Albergaria dos Doze onde nos aguardava o Eng. Manuel Marques, Presidente da Junta e membro da Direcção dos Bombeiros. Recepção cinco estrelas, para gente que já via estrelas às cinco da tarde! Foram distribuídos os quartos: as raparigas teriam uma descansada noite nas camaratas, os rapazes ficariam numa ampla sala dormitando no aconchego do chão. Ah valentes! É mesmo à bombeiro! O jantar seria servido nas instalações do Centro Social de São Pedro de Albergaria dos Doze. O Eng. Manuel Marques acompanhou-nos e retribuiu a singela lembrança que lhe tínhamos ofertado ao ler-nos um poema de seu pai e ofertando-nos livros sobre as gentes e tradições da sua terra. Jantámos, agradecemos e regressámos ao quartel-general. Após a oração da noite, uma vez que seria a última noite que nos encontrávamos juntos nesta III Peregrinação a Pé, tivemos tempo e espaço para colher e abraçar palavras amigas, fortalecendo laços em prol do caminho percorrido, e perspectivar novos caminhos peregrinos. As palavras trocadas foram de agradecimento de todos para todos. Foram de convite à persistência e de encorajamento para que o Movimento Carmo Jovem não deixe nunca apagar a «chama do amor» que transporta no coração. Foi ainda entregue a cada peregrino a t-shirt da III Peregrinação a Pé a Fátima do Carmo Jovem, que no peito tinha o símbolo sorridente das peregrinações do Carmo Jovem e nas costas podia ler-se “Andai sempre alegres!”, tema desta Peregrinação. Foi-nos ainda pedido que no dia seguinte todos envergássemos, esta camisola e que sempre levássemos o Carmo Jovem no coração. Assim seria… A noite já ia adiantada quando o olhar piscava convidando ao descanso…

Testemunho X - III Peregrinação a Pé

[Nada] Ó meu Deus, Trindade de Amor no meio do Mundo, Que a partir d´hoje possamos (já que Tu és nosso Pai e Amigo) perseverar a carminhar alegremente para Ti! Consagra o mais profundo centro da nossa alma, refugia-Te em nós, encontra-Te connosco, para que permaneçamos em Ti, nos carminhos da Humanidade. Ámen. - O que esperas desta terceira peregrinação? – Nada. «A ninguém te pareces desde que peregrinei contigo!» - foi com esta frase que na tarde do dia 30 de Abril abandonava Viana do Castelo rumo a Coimbra, para dar início à III Peregrinação a Pé a Fátima do Carmo Jovem. Esta expressão desde que tive oportunidade de a ler via e-mail não me escapou do pensamento. E a verdade é que esta me auxiliou ao longo destes três dias de jornada… Nada foi o que consegui enunciar na noite do dia 30 de Abril, quando nos ajuntamos para iniciar a III Peregrinação a Pé, nada foi o que consegui titubear aos amigos durante o caminhar e nada foi o que consegui enunciar no último dia na eucaristia no Domus Carmeli, quando Frei João, pedia para descrever em breves palavras a III Peregrinação a Pé. Nada! Foi este conhecimento que consegui pronunciar. Pois este nada, estava no silêncio e não nas palavras. Nada era mais forte que o vivido tempo. Nada de silêncios e de quietudes de amigos que caminhavam ao meu lado. Nada num Tudo que envolveu os caminhos por onde andei… Nada me pareceu igual… desde o pensar ao querer falar e não conseguir... O chão que pisara? Uma longa estrada por cessar… Neste cansar onde o nada me envolvia, pedia-lhe a graça de crescer na intimidade na relação com Ele, agradecida por me sentir no fogo do seu amor em que nada se espera a não ser a Sua presença... No caminho? Enchia a minha alma (mochila não levava e a água iam-me dando) de um único absoluto desejo … fazer sempre e em tudo a Sua vontade… mas qual era a Sua vontade naqueles passos dados, naqueles caminhos em que a terna e luminosa noite nos pede para nada sermos a não ser o que somos diante da Sua presença? Como ser simples é difícil, na Sua presença tudo se transforma… quando assim nos predispomos a ser a procurar a simplicidade comovemo-nos de ternura, delicadeza de lágrimas pelo facto de nos sentirmos imensamente amados. Ó grande mistério que não se explica, que se vive e se manifesta na noite em que nos deixamos abraçar… Amigos carmelitas, peregrinamos, levamos atrelados a nós o nosso dia-a-dia, a nossa família, mais e mais amigos, perdemo-nos no meio dos nossos nadas! Peregrinamos, levamos Deus connosco nos caminhos por onde «secamos» e onde nos enchemos sempre de uma forma alegre, jovial e cheia de «luz terna e suave que nos leva mais longe no meio da noite» … Sentimos e vimos reflectidos nos outros o grande Amor de Deus. Tu foste Amor de Deus. Eu partilhei os passos deste amor a teu lado, a vosso lado, a Seu lado. Partilhamos vida! Foi o que aconteceu na nossa III Peregrinação a Pé a Fátima. E de facto foi possível dizer desde o íntimo do meu ser em silêncio a cada um de vós: «A ninguém te pareces desde que peregrinei contigo!» pois nada pereceu e perecerá igual na minha vida … Amigos carmelitas: Alegremo-nos! Não estamos sozinhos neste caminho na fé. Li nos vossos testemunhos o espelhar da vossa Alegre alma. Alegres pelo caminho percorrido. Mantende viva a memória dos caminhos que percorres-te mantende viva a «Chama de amor» que se alastrou em nós, mantende viva as pessoas que amamos e por mais caminhos que cruzemos elas permanecem no nosso coração, onde quer que estejamos… mantende vivo o Seu olhar de Amor… eis o essencial. Dai à vossa vida uma poesia construtiva. Que nenhum de vós duvide da veracidade das palavras proclamadas pelo apóstolo São Paulo: «Andai sempre alegres!» e quando não dermos conta da Sua presença na alegria dos nossos passos, que encontremos «Amigos fortes de Deus», que nos delimitem a estrada da alegria para nos voltarmos a (re)encontrar!... VERÓNICA PARENTE Viana do Castelo – 32 anos

Carta a Filémon

Luís Miguel Cintra lê Carta a Filémon

Espírito Santo (V)

O fogo O fogo manifesta a força do amor que purifica e consome. Jesus Cristo é baptizado com Espírito e fogo (Lc 2, 16), aquele fogo que Ele quis levar a todo o mundo (Lc 12, 49) e que foi oferecido aos seus discípulos no dia de Pentecostes (Act 2, 3-4). O Espírito é como um fogo, como uma chama. Paulo pede aos cristãos: “Não apagueis o Espírito” (1Tes 5, 19). Dizem os historiadores que a descoberta do fogo foi decisiva para a evolução do homem e para nos distinguir dos animais. O fogo aquece, cozinha, transforma. A primeira grande possibilidade que o fogo-chama permite é transformar a escuridão em luz. Toda a escuridão do mundo não pode abafar a luminosidade de uma chama, por pequena que seja. O fogo transforma os elementos e permite purificar os metais. O Espírito é como o fogo: o Espírito transforma a humanidade. Ele dá-nos a esperança que tudo possa ser transformado, que tudo possa ser melhorado e purificado. Tal como o fogo, o Espírito Santo permite-nos passar de um estado a outro. Quando o homem recebe o Espírito, acende-se o amor e chora o mal que fez… e o coração do pecador arde na dor do arrependimento… o Espírito contagia o coração dos fiéis com a chama do amor. (S. Gregório Magno). Experimenta acender um fósforo. Podes mudar a posição do fósforo mas a chama aponta sempre para cima, para o alto. O Espírito eleva, faz avançar em cima, para essa pátria de Deus que desejamos ardentemente. O Espírito Santo torna-se uma presença consoladora na nossa vida porque nos ajuda a ver como tudo o que vivemos (mesmo as coisas mais negativas) podem ser transformadas e orientadas para “cima”, para Deus. Através de um fogo de transformação, de discernimento. E esta transformação que acontece dentro de nós faz da nossa vida um fogo que dá luz, consolo e calor àqueles que estão à nossa volta. Jesus disse: “Eu vim para trazer o fogo à terra” (Lc 12, 49). Este fogo é o seu Evangelho que nos permite sentir que o Amor pode transformar tudo, até a morte, em vida nova. Ao lado de Jesus, cada crente pode encontrar luz e calor. E na medida em que nos deixamos tocar e acender pelo fogo do Espírito de Jesus ressuscitado, também as outras pessoas podem encontrar luz e calor. A nossa vida de homens e mulheres “acesos” pelo fogo do Espírito pode fazer a diferença para aqueles que estão à nossa volta. O Espírito que está em nós leva-nos a gestos de serviço, de ternura, que aquecem os corações daqueles que mais sofrem. Leva-nos a trazer luz às zonas escuras da vida de tantos dos nossos companheiros.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

III Peregrinação a Pé a Fátima - Notas Finais (II)

Primeiro dia de caminho
Sexta-feira, 01 de Maio de 2009 «A alma que caminha no amor não cansa nem se cansa.»
Ainda a luz do dia não chegara a Coimbra, já soava o sininho nas delicadas mãos da Alice Montargil pelas salas onde dormitávamos, no interior da Casa de Noviciado das Irmãs Doroteias, despertando os últimos ensonados. Após o célere pequeno-almoço e com tudo acomodado dentro dos carros de apoio, dirigimo-nos a passos largos para o Carmelo de Santa Teresa, onde, ainda bem cedo, celebraríamos a Eucaristia presidida pelo Rev. Cónego Aníbal Pimentel Castelhano, Capelão do Carmelo de S. Teresa de Coimbra, e solenizado pelas melodiosas vozes das nossas Irmãs Carmelitas, que do Coro fizeram ecoar por toda a igreja e em nós próprios os seus cânticos angelicais, introduzindo desta forma tão especial a peregrinação que iramos realizar. Porém, o mais intenso estava para vir! Após a Eucaristia, peregrinos, familiares e amigos convergiram no locutório onde nos foram entregues pelas Irmãs as novas faixas do Movimento Carmo Jovem com o lema: «Levamos o Carmo (Jovem) no coração», bem como, um Menino Jesus em barro ofertado a cada um dos jovens peregrinos pela Maria Cristina Lima, da Fraternidade de Santa Teresinha do Menino Jesus, do Carmelo Secular de Coimbra. No locutório, rezámos, cantámos, assinámos o Guião da Peregrinação que oferecemos às Irmãs, falámos do Movimento Jovem, da Ordem Carmelita Descalça em Portugal e pedimos que através da oração Leigos, jovens Leigos, Irmãs e Irmãos Carmelitas acompanhassem esta pequena gota em peregrinação. No final, esperamos pelos chocolates com que as Irmãs, a pedido do Frei João nos mimosearam, depois distribuímos agradecimentos às Irmãs e ao Carmelo Secular, pela forma fraterna e amiga com que nos receberam; tivemos ainda tempo para a fotografia de família e partimos na certeza de que não íamos sós… muitos amigos nos acompanhariam nesta III Peregrifáti. Saímos do Carmelo de Coimbra e juntamo-nos no jardim do Penedo da Saudade, para os últimos abraços e fotos antes de colocarmos pés a caminho. A pedido do Apóstolo S. Paulo — «Andai sempre alegres» —, saímos alegres para uma nova etapa… abandonámos Coimbra cruzando a ponte Pedro e Inês, que sobre as águas doces do Mondego se eleva transportando-nos para a outra margem. A torre da universidade começava a desaparecer nas nossas costas quando vieram as vias rápidas, a estrada nacional 1 / IC2 e o ruído dos carros, que acompanhar-nos-iam durante todo este dia, quebrando as palavras que trocávamos entre nós. Pouco a pouco os sorrisos iam-se conquistando e conhecendo ainda mais aqueles que connosco caminhavam. Parámos para almoçar em Condeixa, as pernas pediam descanso e o corpo necessitava de protector solar, pois o sol começava a incidir sobre nós com toda a sua força. Almoçámos. O caminho esperava novamente por nós e quão agradável é começar este caminhar com Maria, nossa Mãe. O sol da tarde atormenta o ritmo de cada passo… O caminhar inicia-se lento e com vontade de desfalecer, mas se unidos em oração o tempo custa menos a passar. Fizemo-nos à estrada lado a lado, recitando o Terço. Cantávamos em cada mistério o Ave Carmelita e quebrávamos o ruído com o silêncio e a oração. O primeiro dia finalizaria junto à Igreja Paroquial de Tapéus, Soure, onde nos esperava um acolhimento muito familiar oferecido por amigos que ainda não conhecíamos. Depois, choviam mensagens de ânimo e de incentivo para este III peregrinar, mensagens via telemóvel e via e-mail dos amigos que partilhavam caminho de outra forma, da família carmelita deixada na manhã desse dia. E líamos e partilhávamos uns com os outros o quão reconfortante é sentirmo-nos amigos fortes nos caminhos do Pai. As portas estavam abertas tal como os corações que nos receberam. [Bem-hajam, muito obrigado a quem tão bem nos acolheu… Deus Pai não vos esquecerá. Ele jamais pode esquecer estes pequenos grandes gesto de amor em favor dos seus peregrinos…] Banho frio, comida quente e apetitosa, pequeno-almoço, e a Igreja Paroquial para que no final do dia, nos juntássemos em família para agradecer e louvar. Dar graças pelo dia, dar graças pelas pessoas que sem nos conhecerem de lado algum nos abriram as portas, estenderam as mãos e trabalharam para nós. As luzes apagaram-se, o corpo pedia descanso para uma nova etapa. O despertar seria dali a minutos ao apagar das luzes, pois «a alma que caminha no amor não cansa.»

Espírito Santo (IV)

A água Tal como o símbolo anterior, também a água é um símbolo de vida. Sem água não há vida. E sem o Espírito Santo a vida torna-se árida, seca… e parece-se mais com a morte do que com uma vida digna. A riqueza simbólica da água aparece em muitas culturas e religiões. Mas no cristianismo é reforçada de modo especial pela experiência do baptismo. É que a água, no baptismo, torna-se sinal eficaz que não só recorda a acção de Deus mas que a torna realmente presente e actuante. Há uma característica da água que pode ilustrar muito bem o estilo de actuação do Espírito Santo: a água tende a correr para baixo. Tal como o Espírito Santo. A água vem do céu e cai sobre a terra, entranhando-se sempre. Quando pensamos no Espírito Santo pensamos em adjectivos como “espiritual”, com algo que tem que ver com o “alto” e não com o baixo. Mas o Espírito é como a água; gosta de descer, sempre mais e mais até encontrar a vida dos crentes. Essa vontade de descer, de vir ao nosso encontro, nota-se muito bem na Incarnação: O Espírito Santo virá sobre ti… (Lc 1,34). É uma alegria descobrirmos que o nosso Deus gosta de descer ao nosso encontro e não tem medo de tocar a nossa pequenez. O Espírito é como a água: revela a humildade de Deus que vai sempre para baixo; que se dobra para nós e se compadece. E Maria bem o reconhece: pôs os olhos na humildade da usa serva (Lc 1,4). Se o Espírito é como a água, se a água é a matéria do baptismo, então o cristão deve tornar-se como água à sua volta. Aqueles que foram baptizados no Espírito Santo devem tornar-se como a ága e correr sempre para baixo. Trata-se de ser homens e mulheres que amam o “baixo”, que não têm medo de descer e ir ao encontro daquelas situações mais “baixas”, mais degradadas, mas desumanas. Ser amigos de Deus significa amar o que Deus ama e amar como Deus ama: aquilo que é pequeno é frágil. E assim, os cristãos tornam-se continuadores do estilo de Deus. Levam a sua Presença, o seu amor, àqueles irmãos e irmãs que têm uma existência mais “baixa”, com mais dificuldades. O Espírito veio do céu ao nosso coração, descendo como a água; na medida em que O acolhemos, tornamo-nos fontes de água e de vida nova para aqueles que vamos encontrando.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Espírito Santo (III)

O vento Um dos símbolos mais comuns do Espírito é o vento, o sopro de vida. Tanto se refere ao vento que sopra nos grandes espaços como à respiração das pessoas e dos animais. Espírito é o ar que nos faz viver. Sem este sopro de vida não se pode viver. O Espírito Santo é como o vento: é uma realidade que envolve o mundo e o homem, umas vezes com suavidade outras com força. Não se sabe de onde vem. Sabe-se apenas que sem o vento as não nuvens não se moveriam, não haveria chuva e a terra morreria de sede, sem vida. É imprevisível e incontrolável. O que marca a nossa vida de fé. Não sabemos controlar o Espírito. É Ele que, como o vento, empurra as velas da barca da nossa vida. Não somos nós a ditar-lhe as nossas condições. Este vento não se vê. Mas sente-se. O mesmo se passa com o Espírito Santo. Não O vemos mas sentimos os seus efeitos de bondade em nós. O símbolo do sopro de vida recorda que toda a vida vem de Deus. Jesus, na cruz, morre “entregando o Espírito” (Jo 19,30). O Espírito que animava Jesus vai ser oferecido aos seus discípulos. E é de facto o Espírito que nos dá uma vida de qualidade. Uma vida apoiada n’Ele que é capaz de vencer todas as mortes que se atravessam à nossa frente. Viver no Espírito Santo significa amar a vida que d’Ele nos vem e ser capaz de testemunhar com a própria vida a alegria que vem de um Deus que ama a vida.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Espírito Santo (II)

Quem é? O que faz? Apesar da nossa muita ignorância, a verdade é que o Espírito Santo está muito presente em toda a Bíblia. Desde o início, no livro do Génesis o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas (Gen 1,2) até à última oração do último livro (Apocalipse): O Espírito e a Esposa dizem: «Vem! (Ap 22,17). Mas muitas referências ao Espírito de Deus são indirectas. Usam símbolos para mostrar a acção de Deus a acontecer na vida do seu povo. Mas para captar a riqueza comunicativa destes símbolos temos que conhecer e entender o seu significado.

Santa Maria Madalena de Pazzi

Vinde, Espírito Santo. Vós sois o Espírito da verdade. Sois o prémio dos Santos, o consolo das almas, a luz nas trevas, a riqueza dos pobres, o tesouro dos que amam, a abundância dos famintos, o consolo dos peregrinos: Enfim, Vós sois Aquele que contém em si todos os tesoiros. Vinde, Vós que descestes ao seio de Maria. Vinde, Vós que sois alimento de todo o pensamento casto, a fonte de toda a bondade, a plenitude de todo o bem. Vinde, e transformai tudo o que em nós é obstáculo para sermos plenamente transformados em Vós. [Oração de S. Maria Madalena de Pazzi - In Música Calada em Oração] http://www.carmelitas.pt/site/santos/santos_ver.php?cod_santo=27

Espírito Santo (I)

A festa do Pentecostes encerra o tempo pascal. Liturgicamente é uma festa muito importante. Mas poucas são as comunidades em que esta festa entrou na alma da gente.
Claro que o "problema" não é tanto o ritual ou a liturgia. A verdade é que o Espírito Santo na catequese, na teologia e na vida de fé, continua um "bocadinho" ausente.
Está nas nossas mãos e na nossa criatividade ajudar a descobrir o Espírito Santo a partir de uma série de símbolos bíblicos.

Acampaki Júnior - Deão (Viana do Castelo) - 30JUL a 2 AGO

Olá! O mais certo é não nos conhecermos. Não sei quem és, se rapaz ou rapariga. Não sei a tua altura, a cor do teu cabelo ou dos teus olhos. Mas pelos vistos antas por aqui. E se andas pela Rede e caíste aqui, fica sabendo que andamos a preparar coisas a pensar em ti. (Sobretudo se tens entre 12 e 14 anos!) O Acampáki é uma iniciativa muito feliz dos Jovens Carmelitas. É muito querida por eles e muito acarinhada por nós, Carmelitas, irmãos mais velhos. A iniciativa é tão interessante que há quem não durma o ano inteiro a pensar no assunto. (Claro que há aqui um bocadinho de exagero, mas só um bocadinho!) Posso assegurar-te que há gente que leva mais de um ano a pensar em ti. Uns irás conhecê-los, outros não. Mas não tem mal. Aqui, deste lado, está quem te queira bem ainda que não nos conheçamos. Foi por isso que pensamos no Acampáki Júnior, porque tu mereces e porque crescer na amizade é o melhor caminho para conhecer Jesus. Conhecê-l’O e amá-l’O. Não nos propomos outra coisa. Nem sabemos muito mais. Sabemos que somos amigos de Jesus, que pretendemos ser amigos fortes de Jesus e que a tua amizade nos pode ajudar a sermos mais e melhor amigos de Jesus. E que a nossa amizade te pode ajudar a ti a crescer na amizade com Jesus. Bem, não quero cansar-te e por isso não vou escrever mais. Vai aparecendo por aí para ver as coisas novas. E se estiveres interessadointeressada fala com os teus pais, com o teu pároco, Com os teus catequistas. Seria muito interessante que nos conhecêssemos. O teu amigo, Frei João. Carmelita!

domingo, 24 de maio de 2009

Notas Finais... Clarminhada, 22Mai'09

Porque preferimos a odisseia dos caminhos à odisseia dos sofás?
E se uma das nossas caminhadas fosse à noite? (Já tínhamos carminhado uma no segundo Acampáki, mas ele já é tão radical que parece que não valera.) Por isso, há uns meses atrás, numa das nossas reuniões alguém perguntou: e se uma das nossas carminhadas fosse à noite? E que nome lhe daríamos, perguntou-se de lado? Ficou assente, que faríamos a bendita carminhada. O nome só chegaria mais tarde, e pela via do óbvio: clarminhada, para significar que era uma caminhada do Carmo Jovem — carminhada — e à noite, isto é, como quem persegue a luz clara — clarminhada. Ficou agendada para Aveiro, terra em que ainda não carminháramos e também por ser plana e com um bom percurso entre o Carmo e o Santuário de Nossa Senhora de Vagos. O tema também foi fácil de eleger, escolheu-o São Paulo: Todos vós sois filhos da luz. Eia, pois!

Em tempo oportuno as coisas foram-se preparando, buscou-se o pão e a manteiga, quem escrutinasse o trajecto, não esquecesse as velas, do passa-palavra, das lanternas, carro de apoio, faixas, recordações, guiões, cartazes, slides para o blog e um sem número de coisas mais que sempre faltam…

E os dias e as ânsias da noite foram engrossando como um rio em dias de chuva. Chegada a hora fomos sendo acolhidos na Igreja do Carmo de Aveiro e depositando os automóveis no parque do Santuário de Nossa Senhora de Vagos. Quando os primeiros chegaram outros muitos estavam ainda a muitos quilómetros dali, mas haveríamos de chegar todos.

A Vigília da Luz, preparatória da clarminhada, começou com um pontual atraso de trinta minutos. Presidiu o Pe Vasco Nuno, que nos foi convidando a reacender a luz da fé na Luz de Jesus.

Ao terminar a Vigília todos puderam dizer que acenderam a sua vela na Luz de Cristo, porque só Ele é a Luz; porque de noite ou de dia Ele é a Luz;

porque jamais alguém pode dar a Luz como Ele; porque Ele nunca falha; porque… A seguir à Vigília havia uma prova de chá.

Os bolos vieram de Viana e da Figueira da Foz, da Gafanha e de Rosém, de Oiã e Avessadas. O chá foi obra da mãe Orquídea. Enquanto o degustávamos havia juras de pés rijos e vontades inquebrantáveis.

Também havia muitos abraços: afinal já não nos víamos desde a Peregrifáti, no início do mês… E por fim, feitas as contas, depois duma fotografia de grupo junto à estátua de São João da Cruz, lá partimos os 69 clarminheiros [Vindos de Alhadas (Figueira da Foz); Aveiro; Avessadas (Marco de Canaveses); Braga; Caíde de Rei (Lousada); Coimbra; Esgueira (Aveiro); Gafanha da Encarnação (Ílhavo); Gafanha da Nazaré (Ílhavo); Moinhos da Gândara (Figueira da Foz); Rosém (Marco de Canaveses); Viana do Castelo]!

As idades iam dos 16 aos oitenta e muitos! Ia uma avó, uma mãe e uma filha. Ia gente com promessas e promessas de gente. Gente para quem a noite não assusta e gente para quem o susto é estar fora da cama à noite. Era, como se vê, um grupo muito variado. As horas seguintes vão revelar o melhor de todos. Logo à partida ficou decidido amputar o trajecto em cinco quilómetros — A visita ao Jardim Oudinot ficará para outra vez. As gentes de Aveiro — que, inesperadamente para nós, ingénuos, eram muitas! — agradecerão, pois o Jardim Oudinot fica no oposto de Vagos! Ainda assim, prevê-se que a extensão da clarminhada rondará os 20 quilómetros. Mas hão-de parecer mais. Oh se hão-de! A clarminhada começa sem mais, em passos calmos e largos pela Avenida Lourenço Peixinho abaixo. A primeira paragem foi no Santuário da Senhora dos Campos, coração da Mata da Gafanha da Nazaré — os campos! A paragem permitiu algum diálogo, perceber os ritmos, motivações e garra para se chegar ao fim. Estava vencido um quarto das passadas. Faltam ainda muitas surpresas. (De que todos suspeitam, bem entendido!) Rezamos três Ave Maria em honra do trabalho humano simbolizado no arroteamento dos pântanos da Gafanha e na sua transformação em campos. E partimos embrenhados pelo escuro que as árvores de um e outro lado da vereda mais sublinham, e pela noite, que, revelando estrelas não revela de todo o esplendor do Luzeiro nocturno. Pouco depois entrámos na Gafanha da Encarnação, passámos pela Bruxa e acedemos ao pior troço do trajecto: uma picada de pedrinhas brancas, rijas e soltas, e de buracos adormecidos, que acabávamos vencendo quanto mais não fosse porque o horizonte nos oferecia um espectáculo grátis de luz, serenidade e encanto enquadrado pela Costa Nova, e ali, à beirinha, a Ria, amena, gentil e feminina, que nos vinha beijar e incentivar. A segunda paragem foi um pouco mais à frente que o previsto, no terreiro da Igreja da Gafanha do Carmo. São quase quatro da manhã — Já? — e alguns já começam a fazer contas de cabeça: estávamos um pouco além do meio caminho, temos ainda de celebrar Missa e devolver dezoito pessoas à Estação do Caminho de Ferro. Como é?, perguntam, vamos chegar a horas ou não? Vamos, como não? — É a resposta, porque outra não poderia ser. Os que não fazem contas saboreiam a segunda prova de chá, bebem água fresca ou sumos, provam fatias generosas de bolo. (Dizem que havia dois ou três muito bons!, mas as contas impediram que os provasse!) Os olhos experimentados dão uma volta pelas tropas e detectam uns mais animados que outros, algum sono ou muito sono conforme a verdura dos anos, e também algum sofrimento: mais uma vez se verifica que a escolha do calçado é decisiva. As solas finas são facilmente mastigadas pela estrada e pelas pedras pequeninas e algumas solas dos pés estão doridas, sobretudo uma senhora jovem, que, entretanto, já chamara um familiar. Como não pode continuar sem ela, também desistem as duas companheiras. E desiste uma mãe e uma filha que provaram que são mulheres de garra, mas a missão de ambas estava mais que cumprida. Os restantes abalámos. Faltam talvez uns sete quilómetros, uns fáceis sete quilómetros, mas na cara de alguns — na cara, mas sobretudo na cabeça! — está bem de ver que não sabiam no que se tinham metido. Afinal, vinte quilómetros nocturnos não se parecem em nada a ir de carro beber uma bejeca ali ao lado! Mas estamos a chegar, a noite está um pouco mais cerrada, fria e húmida. Mas não há vento, nunca houve vento, o que foi sempre uma boa notícia. Estava no ponto rebuçado para se rezar o Terço e as condições pareciam boas: uma recta enorme e larga permitiria que caminhássemos juntos e juntos rezássemos. Estava tudo bem, mas o Céu surpreendeu-nos e começou a chover. Uns vestiram casacos, outros foram buscá-los ao carro e outros não tinham casacos, por isso os partilharam dois a dois cobrindo pelo menos a cabeça. Só um negro e experiente guarda-chuva se abriu, o que revela bem da previdência e da experiência do grupo — e não faltaram ali cabeças encanecidas! (Ah! Peregrinos de água doce!) Ora aconteceu que os ânimos que iam tão animosos logo arrefeceram, e cada um tratou de se animar a caminhar: faltavam cinco quilómetros, íamos numa recta, sem carros e… sem nada que se visse nem para um lado nem par ao outro. Só se podia caminhar em frente, e era em frente que clarminharíamos. Assim foi, assim se fez. E o Terço? — O Terço fica para a próxima. Aquele momento era de Via Sacra, mas duma estação não habitual nem prevista. Começo então um reconhecimento de trás para a frente, num longo contra-relógio e apercebo-me de quão longa se tornara a fila em pouco tempo e por causa duns pingos que não passaram dum arremedo! Apercebo-me que vai tudo animado que é sempre mais e melhor que conformado. Entretanto, a chuva ou arremedo, pára e vem um ligeirinho nevoeiro. Nada de mais, mas uma presença mais. A meio da fila encontro um adolescente sem par — um ímpar, por assim dizer, ia caminhando entre dois pares que vão conversando como velhos amigos. Falo-lhe e não me responde. Soa-me uma campainha porque me quer parecer que o sono lhe empasta as palavras, meto-lhe o meu braço no dele e reboco-o. Não tem palavras para dizer. Ganha, talvez, um pouco de confiança, e vai respondendo com monossílabos às minhas perguntas. É um crânio da turma do 10º Ano, deita-se sempre antes das 22:00h, e aos fins de semana antes da meia noite. Na clarminhada já deu o que tinha a dar, mas ainda não sabe ou talvez saiba mesmo!, que tem de seguir em frente. Ainda rezamos juntos uma Ave Maria, mas não há nele fôlego para mais. Reboco-o como se fora um transatlântico levado pela corrente. Por mim, não o largarei mais e é com ele que chego ao Santuário, oferecendo-o à Mãe. Estou certo que nem ele nem Ela esquecerão mais aquela bendita noite. Depois da chegada dos últimos dão-nos 15 minutos para nos recompormos e depois iniciarmos a Missa. O Santuário abre-se e acolhe-nos como um regaço fofo de Mãe. Entretanto uns refrescam-se, outros esparramam-se nos colchõezinhos, além afinam-se violas, ao lado os acólitos tratam das alfaias. A noite está quase a dar à luz o dia e os passarinhos saúdam-no e ensinam-nos a fazê-lo de coração aberto e alegre, disponível e agradecido.

Começa a Missa. Preside o Frei João, concelebra o P. Vasco Nuno e todos nós. Há apenas oito cadeiras para os seniores e um chão confortável para todos. A Missa começa cantando que já se ouvem os nossos passos e depois pára: havia que ouvir aquele coro de passarinhos que ensaiara um belo concerto para nós. E ouvimos. Que belo! Que bom é Deus que nos dá caminhos e passarinhos, estrelas e santuários, frescura e verdura, pedrinhas, água fresca e chá, oração, guias (que belos guias!), amigos sem igual, carro de apoio (não conhecemos melhor nem damos o telemóvel dele, podem estar certos!), noite e luz, boa disposição, poder de convocatória e de resposta, pão e vinho, oração e louvor. Que bom e que belo é Deus! Na Missa tudo é surpresa. Tinham-me perguntado se seria uma Missa normal e respondi que sim, porque não havia anormais entre nós. Mas não o seria de todo, pois haveria de ser uma Missa ao contrário: ali todos nos conhecíamos, todos nos ajudáramos, todos estávamos sujos, suados e cansados, com vontade de rezar, pedir perdão e agradecer, ouvir, pedir, comer e partir. Duas coisas ficaram da curta — enfim, uma curta! — homilia do Presidente: 1) Nem todos sabem, se é que alguém saberia, por que tantos nos encontrávamos ali. Porque sofremos tanto, enfrentando a noite, o susto e o medo, o imprevisto e o desconforto. Sim, se nos pedissem para nos justificarmos não se sabe bem o que diríamos se algo disséssemos. É muito difícil dizer porque preferimos a odisseia dos caminhos à odisseia dos sofás! É muito difícil até justificarmo-nos a nós mesmos. No entanto, estávamos ali, sob o olhar atento do Pai. Sim, Ele tudo vê e tudo conhece com verdade e profundidade. Ele recolhe cada gota de suor, casa respingo de dor muscular, cada surpresa e medo que nos assalta, a generosidade e os anseios de superação, a vontade, o desejo, a graça, e depois, tudo nos devolve em valor acrescentado; 2) A nossa clarminhada foi concretizada na véspera da celebração litúrgica da Solenidade da Ascensão. Cumpríramos simbolicamente o mandamento do Senhor: Ide por todo o mundo. Que melhor maneira de celebrar a Ascensão: O Senhor deixa de caminhar entre nós, e manda que os seus amigos caminhem até ao fim do mundo! E ali estávamos nós, não no fim do mundo mas no fim da clarminhada, dizendo-Lhe com os pés doridos e o corpo suado que lhe oferecíamos tudo o que temos e somos para que no mundo se ouça a sua Voz, se conheça a sua Boa Nova, se anuncie a sua Salvação. Terminada a Missa, terminou a festa. Havia ainda uma bela lembrança, tão bela quanto simples: ainda ninguém materializara a Gotinha, o nosso símbolo, e hei-la ali, castanha, bem recortada e bordada. Parabéns pela ideia e pela oferta! Chegou por fim o tempo dos abraços e beijos rápidos, que não impediram o rápido e sereno fim de festa. Às sete horas e cinco minutos trinta e seis pés correm ágeis, como filhos de gazela, pela gare dos Caminhos de Ferro de Aveiro. Ninguém diria que não tinham dormido, que os corpos estavam doridos da clarminhada de 20 quilómetros e que tinham rezado a Missa, apesar do desconforto e das dores.

Por fim ouviu-se um priuuuuuuuuuuuuuuu! E lá foram. Às nove e meia choviam no telélé do escriba mensagens de bom regresso, mas ele dormia profundamente e a velas despregadas numa cela conventual à beira-ria plantada. O regresso a casa foi calmo. A missão estava cumprida. Levemente vai reborbulhando em mim um desejo: abandonamos as carminhadas e passamos a fazer só clarminhadas? Que dizem? Quem levanta a mão?

Eu levanto!

sábado, 23 de maio de 2009

Domingo da Ascensão do Senhor

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos [Mc. 16, 15-20]
Naquele tempo, Jesus apareceu aos Doze e disse-lhes: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo;mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem:expulsarão os demónios em meu nome;falarão novas línguas;se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal;e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados". E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Processo de Beatificação da Irmã Lúcia

Ontem, o padre espanhol Ildefonso Moriones reuniu-se em Coimbra com membros da Comissão Histórica, no Carmelo de Santa Teresa, a morada da Irmã Lúcia, em que esteve presente o bispo da Diocese, D. Albino Cleto.
«O processo tem duas fases, uma diocesana e outra romana. Estamos na fase diocesana. O trabalho desta comissão consiste em recuperar toda a documentação importante relativa à serva de Deus. A parte romana começa quando se entrega o processo, e não é muito longa» , que inclui o seu exame, por parte de teólogos, bispos, cardeais, e, depois, do Papa.
Ildefonso Moriones admitiu que o processo da Irmã Lúcia terá preferência, e que pode ser mais rápido do que outros.
De acordo com o postulador, neste caso «não se parte do zero», porque já há um trabalho feito sobre os pastorinhos e a aparição da virgem, e a vida dos últimos 50 anos de Lúcia é conhecida, a reclusão no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. Pode ser uma coisa muito mais rápida.
«A comissão histórica em menos de um ano pode terminar o seu trabalho, sobre os escritos e notícias históricas da Irmã Lúcia. Dentro de um ano o processo pode estar em Roma. A partir daí é uma questão de um pouco de paciência» , observou.
Com o dossier do trabalho da Comissão Histórica em Roma, seguem-se os processos das virtudes e dos milagres. Só concluído o processo dos milagres é que se procede à beatificação. O padre adiantou que já existem várias notícias de graças e de milagres da irmã Lúcia, e havendo material que o justifique será aberto um processo para cada um deles.
«Antes de três ou quatro anos não se pode humanamente pensar na beatificação» , afirmou Ildefonso Moriones. D. Albino Cleto, adiantou que a Comissão Histórica, que em menos de um ano terá concluído o seu trabalho, é composta por sete elementos, cinco deles ligados ao Santuário de Fátima, mas onde se incluem ainda representantes da Diocese de Coimbra e uma professora de História da Universidade de Coimbra.
A Irmã Lúcia (Lúcia de Jesus dos Santos), faleceu a 13 de Fevereiro de 2005, com 97 anos, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. Lusa / SOL

Aprendiz de viajante

Hoje sei que o viajante ideal é aquele que, no decorrer da vida, se despojou das coisas materiais e das tarefas quotidianas. Aprendeu a viver sem possuir nada, sem um modo de vida. Caminha, assim, com a leveza de quem abandonou tudo. Deixa o coração apaixonar-se pelas paisagens enquanto a alma, no puro sopro da madrugada, se recompõe das aflições da cidade. A pouco e pouco, aprendi que nenhum viajante vê o que outros viajantes, ao passarem pelos mesmos lugares, vêem. O olhar de cada um, sobre as coisas do mundo, é único, não se confunde com nenhum outro.
Viajar, se não cura a melancolia, pelo menos, purifica. Afasta o espírito do que é supérfluo e inútil; e o corpo reencontra a harmonia perdida - entre o homem e a terra.
O viajante aprendeu, assim, a cantar a terra, a noite e a luz, os astros, as águas e a treva, os peixes, os pássaros e as plantas. Aprendeu a nomear o mundo.
Separou com uma linha de água o que nele havia de sedentário daquilo que era nómada; sabe que o homem não foi feito para ficar quieto. A sedentarização empobrece-o, seca-lhe o sangue, mata-lhe a alma - estagna o pensamento.
Por tudo isto, o viajante escolheu o lado nómada da linha de água. Vive ali, e canta - sabendo que a vida não terá sido um abismo, se conseguir que o seu canto, ou estilhaços dele, o una de novo ao Universo.

Al Berto (1948-1997)

Foto: Rarindra Prakarsa

terça-feira, 19 de maio de 2009

Vaticano lança portal para se ligar aos jovens

Aplicações para o iPhone e o Facebook marcam celebração do 43.º Dia Mundial das Comunicações Sociais
O Vaticano criou um novo portal destinado às novas gerações, com aplicações para o iPhone e o Facebook, através do qual os utilizadores poderão trocar cartões virtuais do Papa, discursos e mensagens de Bento XVI.
Assinalando o 43.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, a 24 de Maio, este ano dedicado ao tema das novas tecnologias, foi apresentado em Roma o “microportal” http://www.pope2you.net/
Este ano, o Dia Mundial tem como lema "Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade".
O «Pope to you» é patrocinado pelo Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais e, segundo o seu presidente, Arcebispo Claudio Celli, foi criado para lançar a mensagem do dia mundial através de um meio tecnológico próximo dos jovens.
Em conferência de imprensa, este responsável assinalou que a intenção é facilitar a comunicação entre o Papa e os jovens, procurando chegar ao maior número possível de pessoas. O Vaticano quer assim entrar em diálogo com as novas gerações, para “promover uma cultura de respeito, diálogo e amizade”.
O portal tem um link no Facebook e também será possível receber notícias em formato vídeo sobre o Vaticano e o Papa, na mesma linha do que já acontece no YouTube, onde a Santa Sé está presente.
A mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2009 é particularmente dirigida à “geração digital” e assinala que “a facilidade de acesso a telemóveis e computadores, juntamente com o alcance global e a omnipresença da Internet criou uma multiplicidade de vias através das quais é possível enviar, instantaneamente, palavras e imagens aos cantos mais distantes e isolados do mundo”.
“Os jovens, de modo especial, deram-se conta do enorme potencial que têm os novos «media» para favorecer a ligação, a comunicação e a compreensão entre indivíduos e comunidade, e usam-nos para comunicar com os seus amigos, encontrar novos, criar comunidades e redes, procurar informações e notícias, partilhar as próprias ideias e opiniões”, constata o Papa.

4 dias... Clarminhada

sábado, 16 de maio de 2009

Semana da Vida

10 a 17 de MAIO 2009
A Família, instituição natural fundada nos laços de amor entre o homem e a mulher, é o espaço vital e ideal, com condições únicas para acolher, proteger e cuidar da vida humana, numa entrega quotidiana feita de afecto, dedicação, gratuidade, reconhecimento e testemunho de serviço.No exercício educativo, só a família está apta a formar permanentemente, desde tenra idade, para os valores que dão à vida um colorido verdadeiramente humano e a abrem ao mistério e sentido dos outros, do mundo e de Deus.Humanizar pelos valores é fornecer as ferramentas básicas da liberdade mais profunda que leva a pessoa a agir bem e a cair na conta do Belo, do Verdadeiro, do Bom.A dignidade e a excelência da pessoa humana assentam na interiorização dos valores fundamentais da vida que a impulsionam a fazer bem o que deve ser feito, com amor e com interesse pelo bem comum. Cultivar os valores não é renunciar à felicidade mas antes meter-se nos seus trilhos. Sem valores, a vida perde o horizonte e as referências, e a pessoa fica à mercê do apetecível e, muitas vezes, da força perversa e anárquica de instintos. A conduta pautada por valores tende a ser uma conduta direccionada, habitual, estável e perseverante.

VI Domingo da Páscoa

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João [Jo 15, 9-17]

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:«Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos.Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá.O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».

Clarminhada - Aveiro - 22Maio2009

ASPECTOS A TER EM ATENÇÃO - A Clarminhada é abertas a todos os jovens; - Procura levar calçado confortável e já usado; roupa conveniente (um impermeável…); - Haverá carros de apoio, mas a maior honra dos condutores de carros-vassoura é chegar ao fim vazios - Levar colchão e saco-cama

Memória de S. Simão Stock

Oração Senhor, que chamastes S. Simão Stock para Vos servir na Ordem dos irmãos de Nossa senhora do Monte do Carmo, concedei-nos por sua intercessão que também nós Vos sirvamos sempre e cooperemos na salvação do mundo. [In Música calada em Oração] http://www.carmelitas.pt/site/santos/santos_ver.php?cod_santo=21

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Clarminhada - Horário

HORÁRIO
22:00 – Concentração na Igreja do Carmo
22:30 – Vigília de oração
23:30 – Prova de chá
00:00 – Arranque da Clarminhada
02:00 – Surprise
03:00 – Prova de chá (II)
05:00 – Chegada ao Santuário de Nossa Senhora de Vagos.
Eucaristia

Testemunho IX - III Peregrinação a Pé a Fátima

...e deixei-me caminhar!
Aceitei peregrinar sem promessa a ninguém.
Fui para ver como é um grupo a andar...
e só sabia onde estava o fim do caminho. Nada mais.
"Não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?"
Conhecia poucos do grupo, via em todos a imagem e semelhança da verdade e da vida.
Confiei nos que já tinham experimentado aqueles caminhos
e deixei-me caminhar, deixei-me levar...
Senti-me manipulado sem sentir que andava!
Experimentei, em caminhos bons e em caminhos maus, a minha capacidade de ajustar a natureza a mim: o único ali diferente na cor...
Adaptei a natureza a mim, como o animal se adapta à natureza.
Não imaginava o banho em conjunto: todos iguais!
Ressonei e outros velaram!
Alguém me denominou poeta.
Poeta é quem sabe escrever, pensei. Poeta eu!?
Chegámos.
Ao fim de três dias, descobri que Cristo e os irmãos do caminho são o CAMINHO.
Na Eucaristia, ao olhar o meu braço nu, vi que tinha uma cor igual a antes.
Mas diferente!...
FREI SIMSTON LIVERA
Stella Maris (Porto) - 26 anos

E tu? (IV)

Maria, és a única flor!
«Maria, és a única flor Nascida na humanidade Tu nos ensinas-te De Ti toda a graça virá Maria, cheia de Deus, Nunca bastante de Ti se dirá Avé Maria, Avé Tu és Deus O paraíso Avé... Maria, és nossa Mãe No Teu silêncio Deus falou Como fortaleza, teu coração Porto seguro para nós será Maria, em Ti está a vida Toda a criação te cantará»

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Testemunho VIII - III Peregrinação a Pé a Fátima

Olá a Todos! Aqui estou para dar o meu testemunho da Peregrinação a Fátima. Já todos devem ter reparado que não sou de muito palavras, sou mais observadora. Mas é importante para mim dizer-vos o que senti nos três dias que passamos juntos. Não foi a minha primeira Peregrinação a Fátima, já sabia como eram as dores e que iam aparecer bolhas, contudo foi a primeira Peregrinação que fiz convosco e também foi a primeira em que consegui ficar a sós comigo e sentir Jesus a meu lado. Senti-o no ar fresco da manhã no monte, no sorriso de cada um quando perguntava se ia bem, nas palavras do Frei João quando dizia “vem para a carrinha fraquita, já não aguentas mais” e eu ouvia “continua que estou a teu lado…segue-me”. Obrigado a todos pelo carinho e a ajuda. È difícil dizer o que senti durante esses três dias e o que ainda continuo a sentir…Foi maravilhoso! Senti um frio na barriga bem mais forte do que o costume, quando cheguei ao Recinto em Fátima e vi a Mãe. Quando foi a hora de voltar a casa, apenas vos disse até já. Obrigado Carmo Jovem, pelo combustível que alimentam as minhas forças para procurar andar sempre ALEGRE. Bjs! CARLA ROMEIRO Alhadas (Figueira da Foz) – 27 anos

III Peregrinação a Pé a Fátima - Notas finais

O apelo da estrada e dos carminhos têm constituído, de há uns anos para cá, o lema e a principal característica dos jovens Carmelitas, que, desde os primeiros passos, se tornaram “jovens leigos em movimento” e que nesta peregrinação reafirmaram convictamente que “levam o Carmo (Jovem) no coração!”. Deste modo pusemos os pés ao caminho e voltámos a peregrinar a Fátima na certeza, porém, que o ponto de partida para a III Peregrinação a pé do Carmo Jovem seria diferente das edições anteriores. No primeiro ano partimos do Convento do Carmo de Aveiro e “Aproximamo-nos de Maria”; no ano seguinte Aveiro voltou a ver-nos partir “In obsequi Iesu Christi”(No seguimento de Jesus Cristo); este ano, desafiados por S. Paulo, partiríamos do Carmelo de Santa Teresa de Coimbra, inspirados pelo excerto de uma das suas Cartas, “Andai sempre alegres!”. Há algo de intrinsecamente emocionante no encetar de uma peregrinação: a cativante expectativa de novas experiências, de encontros interessantes, a deslumbrante variedade do mundo natural em nosso redor que nos faz sentir tão pequeninos, a vontade de ultrapassarmos as nossas limitações e dificuldades, não só físicas mas também espirituais, a oportunidade de nos encontrarmos connosco e com Deus…; nunca sabemos ao certo quanto e como a simples experiência de caminhar nos fará mudar entre o ponto de partida e o ponto de chegada, mas sabemos que quando chegarmos algo em nós será diferente…
Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Ao final de uma quinta-feira, último dia do mês de Abril, véspera do feriado do dia do trabalhador e de um apetecível fim-de-semana prolongado, era muita a azáfama e movimento em torno das grandes metrópoles do país com muita gente a querer sair do buliço das cidades dirigindo-se para locais mais pacatos e sossegados, aproveitando mais um dia de descanso que o calendário proporcionara. Porém, em alguns pontos do país, mais de duas dezenas de jovens ultimavam preparativos e partiam de suas casas, atravessando a mesma mundana confusão, tendo como destino a cidade de Coimbra, onde no dia seguinte, partiriam para uma longa carminhada até Fátima. Assim começou a III Peregrinação a Pé a Fátima do Carmo Jovem. Começou à porta de cada uma das nossas casas, pois a peregrinação de cada um começa dentro do seu próprio coração, no momento em que deixa o conforto e aconchego do lar e enfrenta o mundo.

Depois de algumas horas de viagem seja de comboio, metro ou automóvel, eis-nos, enfim, chegados à cidade dos estudantes que por aqueles dias vivia as suas festas académicas. Junto ao Carmelo de Coimbra, num local chamado Penedo da Saudade e sítio combinado para o ponto de encontro entre todos os peregrinos, esperavam-nos três irmãs do Carmelo Secular, entre as quais a Presidente Nacional, Maria Emília André, que amavelmente nos deram as boas vindas e logo de seguida nos guiaram até ao local onde iríamos passar aquela noite: a Casa do Noviciado das Irmãs Doroteias. À nossa espera tínhamos uma pequena ceia preparada por estas senhoras irmãs do Carmelo Secular e que foi sendo composta e recheada por mais algumas migalhas que trouxeramos de nossas casas; a saber, o bolo das Alhadas, trazido pelas irmãs Teresa e Carla Romeiro e o bolo de chocolate trazido pela Célia directamente de Moinhos da Gândara.

Iniciou-se assim um belo momento de convívio que proporcionou a primeira troca de impressões e conhecimentos.

Em seguida e já numa sala anexa iniciou-se o acolhimento propriamente dito, no qual foi apresentada a própria peregrinação e cada participante individualmente. Era-mos mais de duas dezenas de peregrinos, alguns estreantes, outros já repetentes pela segunda e pela terceira vez, um grupo que à primeira vista bastante heterogéneo pelas diferentes faixas etárias representadas e pelas responsabilidades que lhe andam associadas, mas que posteriormente se viria a revelar bastante coeso e unido.

Foi um momento bastante divertido e ao mesmo tempo bastante interessante, onde podemos conhecer um pouco mais de cada um e desde logo pusemos em prática o que o Apóstolo nos pedira para os próximos dias: sermos e andarmos alegres!

A hora já ia adiantada quando nos deitamos com a certeza, porém, que poucas horas depois iniciaríamos, bem cedinho, no Carmelo de Santa. Teresa a III peregrinação a pé a Fátima do Carmo Jovem.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Clarminhada - Aveiro - 22MAIO2009

Testemunho VII - III Peregrinação a Pé a Fátima

Olá AMIGOS!!
Aqui estou eu a escrever o meu testemunho em relação à Peregrinação, depois de uma semana dura… com muito trabalho e alguns obstáculos!
Começo por dizer que senti muito a vossa falta esta semana, mas vivi convosco no coração e alegremente fui recordando os momentos lindos que passamos ao longo da brilhante caminhada que fizemos. Voltava a partir convosco numa caminhada desta envergadura hoje mesmo!!!
A Peregrinação a pé a Fátima com o Carmo Jovem constituía para mim um espaço onde esperava encontrar-me a sós comigo e com Deus, onde esperava dar um pouco de mim e da minha alegria, onde esperava encontrar forças que dessem um novo alento à minha vida…
Confesso que fui surpreendida!!! Afinal tudo o que experienciei e senti ao longo da caminhada e após esta ultrapassou as minhas expectativas…as palavras não chegam para expressar os sentimentos fantásticos que me invadiram e que continuam a eclodir depois desta experiência… Trouxe o coração cheio de alegria, amor, paz… e fui contagiando os que à minha volta iam passando!! Como disse o Frei João é necessário limpar o nosso coração, tirar o que está a mais, o que nos faz mal e arranjar espaço para DEUS entrar, ou seja, deixar crescer a ALEGRIA, o AMOR, a PAZ em nós. Posso dizer que esta Peregrinação me ajudou a limpar, me ajudou a deixar DEUS entrar no meu coração como já há algum tempo não entrava…e é muito bom senti-Lo assim…por perto… Sinto-me mais forte e mais disponível para concretizar o plano que ELE tem para mim…
Foi um percurso fisicamente muito exigente e doloroso, mas hoje quando olho para trás vejo que as dores e as bolhas nos pés foram também elas uma parte importante da caminhada. Sem elas não teríamos a oportunidade de partilhar um pouco de nós, de nos ajudar, de nos desafiar, de nos surpreender… Em alguns momentos pensei que não era capaz de chegar ao fim, mas a vossa atenção, simpatia e força empurraram-me de forma transcendente para alcançar a meta! E quando digo ‘vossa’ refiro-me não só a todos os que comigo caminharam fisicamente, a pé ou de carro, mas também aos que o fizeram em espírito como Deus, Jesus, Maria… os meus familiares, amigos e conhecidos.
Reconheço que voltei a ser fortemente atacada por esse VÍRUS do CARMO JOVEM, esse VÍRUS BOM que opera maravilhas nos que se deixam contagiar!!!
OBRIGADA a todos… e não se esqueçam de andar sempre alegres e de contagiar todos à vossa volta... Beijinhos.
DINA DO CARMO
Moinhos da Gândara - 32 anos