quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Crónica alfabética do Vcampaki (III)


CAMARATA
Na Casa do Menino Jesus há uma camarata. Felizmente ainda não a conhecíamos. Mas este ano não houve como escapar. Ao jantar de Quinta-feira começou a chover e não houve como não ir lá parar. E fomos.
Mas para quem gosta do pó da terra e do tecto de estrelas não é a mesma coisa. Mas é melhor que sentir a chuva a entrar na tenda, como aconteceu ao Chico, que, por ser previdente, nela não chegou a molhar os pés.
Nós que tivemos que marchar contra a chuva encontramos na camarata uma feliz e eficaz solução B.

Chuva
A chuva num acampamento é pior que mosca na sopa. A verdade, porém, é que o Vcampaki foi duas vezes visitado pela chuva. E muitas vezes pelo frio. As manhãs eram frias, o sol raramente apareceu e as noites foram mais que frias e negras. Mas ninguém desistiu ou se lamentou.
São Francisco chamar-lhe-ia Irmã Chuva. Nós chamámos-lhe Amiga. De facto não foi um acampamento esplendoroso. Mas também é verdade que mesmo com chuva e frio o acampamento se realizou e mereceu da parte de todos uma nota bem alta. Frio por fora, quente por dentro. Desse calor que só os amigos alcançam quando se juntam.
Para o ano não pedirei chuva, mas saberemos que se vier nem isso nos deterá. Leio algures que «Deus não nos quer retirar o prazer, mas dar-nos o prazer sem fim.» Sim, concordo. Mas sem chuva, por favor.


Confissões
Um acampamento tem de ter muitas tarefas, momentos diferentes, motivação constante. E assim foi no Vcampaki. Quando o tempo frio veio subindo do rio e se entranhou por entre as redes e nos ameaçou mais exigiu de cada um de nós. Por isso com mais intensidade partimos para as tarefas e os diferentes momentos que o plano do Vcampaki propunha.
Um dos momentos vividos com maior intensidade – por todos testemunhada – foi a Festa da Reconciliação, as Confissões. Este é um momento sereno e calmo que todos os acampakis esperam e que ninguém quer jamais perder.
E assim foi mais uma vez. Até para o ano.







Crianças
O Vcampaki é de jovens carmelitas. Mas este ano foi também de crianças, pois tínhamos entre nós uma família. Eram duas meninas: a Carolina e a Matilde, de oito e seis anos. Um acampamento é diferente com crianças, sobretudo se elas vão connosco a tudo, orações incluídas. É claro que a Matilde adormecia sempre a meio da oração da noite. Mas era uma gracinha vê-la dormir sossegada aos pés ou no regaço do acampaki junto do qual se mantivera nos últimos momentos de acordada.
No fim de semana chegou a Beatriz Pereira, de 16 meses. Há muito que está inscrita na Gotinha, ainda não se impõe a sua presença. Mas é claro que ficámos diferentes com crianças saltitando por ali.
Não queremos mais nenhum Acampaki sem crianças! Ponto final.
Quando um senhor importante chega a casa as crianças passam para segundo plano. Outras vezes nem entram em cena. Connosco não, apesar do Senhor Importante ter estado sempre connosco. Rezaram quando rezámos; cantaram quando cantámos; riram quando rimos; ajudaram quando ajudamos. Cresceram e crescemos. Cantaram e encantaram-nos. Foram, enfim, uma grande bênção para nós.