quarta-feira, 3 de junho de 2009

III Peregrinação a Pé - Notas finais IV

Terceiro dia de caminho
Domingo, 03 de Maio de 2009
«Alegre-se sempre em Deus, seu Salvador.»
Amanhecer em Albergaria dos Doze lado a lado com duas dúzias de peregrinos tem outro encanto… É Dia da Mãe e Dia do Bom Pastor. Quando todos começam a deslumbrar este encanto pondo os olhos em Maria nossa Mãe, pondo os olhos n´Ele que nos guia, tudo se torna mais sincero. Após o pequeno-almoço, após a oração que nos torna mais irmãos, distribuídas as frases que nos acompanharão ao longo do dia de peregrinação pusemos pés ao caminho. Um novo olhar, uma nova meta… Éramos peregrinos cruzando a aurora. O sol, envergonhado, entre os arvoredos espreitava. Em passos ligeiros se convertia o nosso cansaço com a certeza que neste dia abraçaríamos a Mãe. Os carros de apoio continuavam a nosso lado, apoiando o ritmo dos nossos lentos passos: ora vinham velozes ao nosso encontro para que não desfalecêssemos, ora incentivavam o nosso andar: — «Força, falta pouco, Maria nossa Mãe espera-nos!» [Que valentes são aqueles que a nosso lado nos incentivam a caminhar e a não desistir. Obrigado pelo amor do vossa generosa entrega.] Do caminho deste dia, há muito pouco para contar, pois com ânsia de chegar perto de Maria, todos os obstáculos e dificuldades foram ultrapassados com maior ou menor dificuldade, mas foram ultrapassados. Foi difícil, foi duro… as subidas, as descidas, as rectas… sim, aquela última recta que parecia nunca mais ter fim, a recta que nos mostrava o fim mas que ainda era preciso calcorrear. Durante esta parte final do percurso cruzámo-nos com um grupo de peregrinos que caminhavam no mesmo sentido que nós, rezando a Via-Sacra. Reparei que nas costas das suas T-shirts podíamos ler: “Confraria do pé descalço”. Quando os ultrapassávamos eram eles que liam nas costas das: “Andai sempre alegres”. Curioso… Chegávamos lentamente e às pinguinhas a Fátima onde fomos aguardando uns pelos outros, junto da Rotunda dos Peregrinos, para que, juntos, entrássemos no Santuário. Visitámos o Santuário, acomodámo-nos juntamente com centenas de peregrinos oriundos do mundo inteiro. Nós, uma pequena gota, carmelita, que em uníssono saudámos e enternecemos o nosso olhar ao lado da Mãe das mães durante a Procissão do Adeus. Que belo momento para reencontrar Maria! Tínhamos chegado. Com fé e esperança a abraçávamos e nos sentíamos acolhidos. Após o olhar de Maria, nossa mãe, partimos em direcção à Domus Carmeli. O Jorge Teixeira, Coordenador do Movimento Carmo Jovem, veio ao nosso encontro. Encaminhou-nos para o almoço. Almoçamos juntamente com alguns Padres Capitulares que se encontravam na Domus Carmeli, bem como, amigos que em anos anteriores tinham peregrinado connosco e que se uniram a nós para juntos fazermos festa. Almoçámos, confraternizámos, criámos e fortalecemos laços. Fechámos com chave de ouro a nossa III Peregrinação a pé a Fátima. Na Eucaristia escutámos palavras amigas de dois dos Capitulares, do Padre Eduardo Sains e do Padre António Viguri, que manifestaram o testemunho de que Cristo está vivo, que nós, Jovens Carmelitas, temos que ser testemunhas deste Cristo que vive. Entregamos ainda uma carta nas mãos do Pe António Viguri, para que fosse entregue ao Padre Geral, Pe P. Saverio Cannistrà. Somos peregrinos do Amor a exemplo de S. Teresa de Jesus e de S. João da Cruz. Na mesa da Eucaristia foram derramadas bênçãos abundantes sobre nós, e dali saímos com o coração em festa por causa de tanta graça. O Frei João dissera-nos palavras de ânimo, para que continuássemos a caminhar onde quer que estivéssemos, que permanecêssemos alegres e firmes nesta alegria de nos sabermos peregrinos no amor de Deus. Saímos e abraçando-nos, despedimo-nos… Na mão ia uma flor oferecida pelas Irmãs do Carmelo de S. José, para que entregássemos às nossas mães. A III peregrinação tinha chegado ao fim. Tínhamos de voltar a nossas casas, abraçar os nossos e mostra-lhes o nosso contentamento por fazermos caminho e «alegrando-nos sempre em Deus, nosso Salvador».