sábado, 21 de maio de 2011

Notas finais da V Clarminhada

Uma noite quase dia, onde o escuro e o cinza deram lugar à cor!

Em mais uma noite escura fomos nós, Carmo Jovem, para o caminho. Nós não estamos ocos era o mote que nos fez sair de casa, percorrer quilómetros, arribar a Caíde de Rei, rezar e sair por entre montes e ribeiras, flores, fortes e fronteiras até à Casa do Menino Jesus em Avessadas.
Que eu me apercebesse cruzamos três Concelhos: Lousada, Amarante e Marco de Canavezes. E para além da trupe juvenil da Casa ainda vieram jovens aguerridos de Avessadas – obviamente! – bem capitaneados pelo Rui Madureira, de Viana do Castelo e Figueira da Foz. De três concelhos estrangeiros, digamos assim.
A malta da Coordenação chegou bem a tempo de tomar um cafezinho que espevitasse a noite. Depois foi o encontro. E a coisa tem muito encanto quando nos reencontramos para celebrar a fé com os pés e o coração! Aquela malta de Caíde recebeu-nos com a identidade que se impõe, quero eu dizer: com amizade e alegria, boa organização e sentido de oportunidade. Nunca pediram desculpa de nada nem de nada tinham de pedir, pois estava tudo tão bem organizado como uma final da Liga Europa! Identidade é isso mesmo! E alergias nem vê-las.
Assim, acreditem, nem custa clarminhar, seja de noite ou de dia!
Muito obrigado!


Uma vigília e um Quase
Depois dos beijinhos e abraços – Ah, saudades! – lá conseguimos entrar na pequenina Igreja de São Pedro. À nossa frente tínhamos uma Vigília de Oração vocacional bem urdida pelos Sementinhas, e bem apoiada pelas violas do Rui e do Jorge a animarem a vibração mais profunda das nossas almas.
No centro da vigília estava o capítulo 28 do livro Caminho de Perfeição de Santa Teresa, donde retirámos o mote da clarminhada: Nós não estamos ocos; e ainda, uma dinâmica que os Sementinhas, prazenteiros, nos ofereceram ao olhar, e que passo a descrever depois de dizer que se chamará a Dinâmica do Quase. De facto o nome não era esse, mas o Jorge Teixeira, que leu a narração, ao que devia ser um aquário chamou um quase-aquário, daí o nome. Então, era mais ou menos assim: há um Quase vazio, que logo se enche de dois quilos de pedregulhos; quando ficou cheio verificámos que podia encher-se melhor se lhe adicionássemos areia fina, e ainda melhor se lhe acrescentássemos um litro de água.
E assim foi.
De facto, nós não estamos ocos! Temos frequentemente dentro do nosso Quase pessoal muita pedra escura, muito barro e areia e muita água parada! Mas horas há na vida em que temos de retirar isso tudo para lá entrar Quem deva e é Senhor. De facto, enquanto não clarminhávamos com o Quase cheio, carregado, obeso, duro como pedra, aconchegado pela pequenez da areia e da água, fomos infirmando o olhar nele como quem fixa uma metáfora mais dura que a matéria, porque, mirando-o, muito nos falava do trabalho de extracção e arrumação que havemos de realizar, a fim de se alindar lugar para o Quem. (Que a esta altura todos já sabemos Quem seja!)
Dentro em pouco haveríamos de clarminhar caminhos adentro e noite fora e de, passo a passo, comprovar quanta pedra e quanto breu levamos dentro de nós a pesar-nos…
(E não sabemos bem – porque nunca sabemos o que sai daquela cabeça! – se isso foi o que pensou o Frei João quando artilhou a ideia e nos desafiou a levar o Quase pela clarminhada fora até ao Santuário do Menino Jesus!)
A Vigília prosseguiu com preces e orações, cânticos, leituras e louvores, até perto da meia noite. Antes do último suspiro do dia houve ainda tempo para cantar os parabéns ao Rui Madureira que naquele dia 13 de Maio fazia 23 aninhos! (E depois da última badalada da meia noite também os cantámos à Carla, de Avessadas! – Aquilo é mesmo gente comVida!) E houve ainda tempo para ouver um testemunho vocacional da Irmã Raquel de São João da Cruz, que no-lo enviou desde o Carmelo de Coimbra, onde há um ano, a havíamos deixado, depois da IV Clarminhada do Carmo Jovem. Foram os minutos mais silenciosos da vida do Carmo Jovem!
No fim ela deixou-nos um repto: ler o capítulo 4:1-30 do Evangelho de São João, o relato da Samaritana. Sendo que Samaritana é ela e também nós.
Já fora de portas da Casa de São Pedro aguardámos pacientemente a chegada de duas carrinhas carregadas de pão fresquinho, manteiga e chá, quente e fresco, que nos saciaram a gosto. Bem hajam! Podíamos lá pedir algo melhor? Que o diga quem comeu mais que um pão!
 O caminho by night da fé
A caminho. Os primeiros metros sumiram-se rápido, quer porque fôssemos por trilhos caseiros, quer por serem os primeiros.
A aventura tinha começado. Somos quase cinquenta, mais uma boa alma em Coimbra, e algumas mais – senão bastantes – que não puderam vir por causas razoáveis: a dureza da Queima das Fitas e do Enterro da Gata; o aperto dos Testes, e dos Trabalhos académicos; as visíveis longuíssimas distâncias, e também as doenças e a pouca idade.
Fomos. O caminho era quase todo ele desconhecido para todos. E acrescentando isso à distância de 23 quilómetros e à privação do sono perceber-se-á a ousadia da aventura. Por mim, desde que derivamos para a freguesia ou lugar da Oliveira – a placa toponímica nada mais dizia – deixei-me ir, confiante, confidente e ouvinte. Como não conhecia os terrenos deixei-me levar pelos rapazes do papel, do cajado e da cruz. Hei-de verificar que a clarminhada será um animado carrossel de descidas e subidas, curvas e contracurvas em alta rotação. Por esta altura o pelotão rolava compacto, e eu um pouco na cauda, em confissão. Aproxima-se então o Luis e diz-me: – Está ali a Senhora do Carmo! Estranhei a aparição do rapaz que me interrompeu a confissão, mas afinal o Está queria dizer: Na parede duma velha casa de pedra belamente trabalhada está um lindo nicho granítico e com flores!, de Nossa Senhora do Carmo. Boa! Boa oportunidade para parar, rezar, saudá-la. Cantar não cantámos porque era madrugada e a casa estava pela certa habitada.
Era Vila Meã e dei por realizado um terço do percurso, mas agora cuido que não fosse! Seguimos. Logo à frente um zeloso Guarda Republicano parou a carrinha de apoio conduzida pelo Élsio. Mas como éramos peregrinos deixo-a em paz. O quase-precalço foi bom porque o Élsio espevitou o sono!
Algures, um algures para mim sem nome, surge por entre o breu da noite um pequeno e sonoro ribeiro e um oportuno açude de levar a água ao moinho. O moinho, se é que era tal, era bem grande, rente à água e com várias janelas, pelo que ali deve ter vivido ou vive ainda a família do moleiro. Terei de lá voltar a confirmar. Subimos a uma ponte e é dali, entre as margens e como que suspensos no abismo, que rezámos a oração da Pausa I. Talvez o percurso vá a um pouco menos de meio, mas ainda assim conseguimos tirar uns bofes e cantar.
De novo ao caminho falam-me da Raquel e de poesia. As duas coisas casam bem.
Já passa das duas da manhã e deito contas à vida. Não sei por onde ando, mas não duvido que vamos bem. O grupo alonga-se e só então me lembro de novo do Quase: será que teria ficado na paragem? Não, não ficara. Alguém passa diligente a meu lado carregando-o para o entregar lá na frente. Ninguém o recusa, embora pese uns afoitos quatro quilos! A estratégia era óbvia: fazer abrandar o ritmo das lebres. A esta hora em que escrevo e já nada me dói, não tenho a certeza que o fito tenha sido alcançado, mas sei que ele passou por todas as mãos dos doze da frente. Como passará por todas as mãos de todos.
A noite vai avançada. A espessura do verde escurece ainda mais a escura noite. Os caminhos quase todos iluminados – uma pena! – impedem-nos de vermos as estrelas. Mas ó surpresa, aqui como à saída de Caíde – portanto, à meia noite! – os pássaros cantam! Não há foto que o prove, mas não fui só eu a notá-lo. Alguém mais inteligente que eu alvitrou que nós os acordávamos, mas eu não vi nenhum esvoaçar assustado ou esbaforido. Não, aqueles pássaros cantavam como quem anima a caminhar, como quem percebera o nosso intuito e bem lia as nossas dificuldades! Aqueles verdilhões e pintassilgos cantavam para nos suavizar o caminho, amainar as tempestades interiores, comungar os nossos objectivos, amaciar o gume do caminho! Ah, que bem me soube o canto dos pássaros! E das duas uma, ou tenho de caminhar mais noites de Primavera para provar o fenómeno ou foi milagre! Mas que bem me soube o canto dos pássaros quando passávamos por entre o arvoredos e as vinhas olorosas!
Não foi um caminho fácil, porque quase sempre a descer que é pior que o subir. E era em empedrado descendo pelo desconhecido empinado da noite. Os mais tenrinhos começaram a desfalecer, a duvidar que chegassem ao fim. Piquei-lhes então o amor-próprio enquanto a vassoura do carro do Élsio não chegava. Disse-lhes que não prestavam para nada e que ia dizer ao Ricardo, mas a resposta foi pronta: – Desde que a Raquel não saiba! (Pronto, ganhou ela outra vez! Mas também faz por isso…) E eu prometi não dizer, mas não prometi não escrevê-lo na crónica. Ainda assim insisti que aquilo não era para bebés, e que os bebés deveriam ter ficado em casa com a mamã. A coisa funcionou para a maioria, e quem deveria chegar chegou, ainda que a custo. Menção honrosa para a Alexx que se agarrou ao cajado do pastor e que subiu o que houve de subir e desceu o que teve de descer e chegou aonde tinha de chegar, Chegou a doer e a ranger, mas não em último! Claro que aqui se poderia falar de outros e de outras, mas fica ela de porta-estandarte de todos!
Por volta das quatro horas alcançámos a Igreja de Sobretâmega, junto à albufeira. Como já lá estivéramos foi fácil o reverdecer dos ânimos, pois «agora já falta pouco!», embora não tão pouco assim. A douta Organização imaginara que ali se recitasse o Terço, mas mudámos de planos para evitar que os corpos arrefecessem demasiado junto aos húmidos humores do rio. Por isso trincámos uns biscoitos e bebemos pequenos goles de água. E a coisa deu-nos asas!
Descansamos um pouco na escadaria de pedra, por demais fofa para alguns que ali se renderam à truz-truz do Zé Pestana. Mas quando já ninguém dava ao dente retomámos o caminho, e, ala que se faz tarde!
(Já vou a meio da subida para Tuías quando de novo me lembro do Quase, e me garantem que alguém o trás connosco!)
Óptimo!
A subida de Tuías mete respeito. É empinada quanto baste e com uma distância suficientemente longa para cansar o motor dum carro. É o contraponto do que antes tão a custo descêramos na outra vertente do rio Tâmega. O esforço de agora porque é agora não custa menos, também porque estamos mais cansados e ensonados. Mantenho-me à frente, atento, porque falta o rapaz do papel e é preciso que alguém mantenha o rumo firme. Por esta altura começo a acreditar que chegaremos por volta das cinco da manhã! Inacreditável! Informo disso os meus companheiros e eles reganham asas! Em mim também se infirma o ânimo, mas eles desaparecem-me da vista ladeira abaixo! Só os apanharei desiludidos junto da placa do Santuário do Castelinho, que indica que o assinala a um quilómetro: ainda temos de andar mais um quilómetro?! – Não, nós vamos para o Santuário do Menino Jesus, digo. Mas não lhes digo que a distância é quase a mesma, e eles, manganões, zarpam de mim e deixam o velhote para trás.
E os passarinhos continuam a cantar, e agora também os galos. Mas estes é por começar a ser dia. São todos iguais, também os dali ainda hoje julgam que se não cantarem o dia não nasce! Mas não há mal: galos a cantar soa a conforto, diz-nos que estamos a chegar a lugar de gente com lareira. E a verdade é que o Menino já nos vê, como sempre nos viu e defendeu durante toda a noite.
Quando cheguei ao Santuário já lá estavam uns poucos; uns levados pela carrinha, a grande maioria pela corda das sapatilhas. Chego e subo como nunca tão bem subi aqueles degraus!
Sento-me. Descanso. Bebo água. Como uma bolacha. Mudo de camisola e casaco porque estou absolutamente encharcado. Está uma madrugada fria. São cinco horas! Já se começa a ver o despontar da aurora. Espectáculo que poucos vêm! Já não se sabe se é dia, se é noite. Estamos cansados. Todos estamos cansados. Os últimos percebem agora a finalidade do saco-cama. Alguns deitam-se. Nem todos direitos. Os que buscam a almofada num degrau mais elevado descansam pior, mas sem se darem conta. E adormecem. Todos os juvenis adormecem. Alguns adultos também. Às cinco e meia acordo o Superior do Santuário: e minto-lhe. Digo-lhe como combinado que estamos a chegar, mas já estamos à porta há mais de meia hora! Arrefecidos. Não digo tudo, mas ele deve ter adivinhado. Diz-me que as pessoas da terra querem vir rezar a Missa connosco às seis e meia! E que a comunidade carmelita se quer levantar toda para nos saudar e distribuir chá e bolachas. Ok. Seja. Ámen.
Não tem mal, penso. Antes bem. Embora nos viesse bem a Missa meia hora mais cedo. Informo a trupe, deixo dormir os mais miúdos e os mais resistentes começámos a recitar o Terço. Com meditações e tudo; eram teresianas e não podiam perder-se. Nem sei como conseguimos lê-las. Lê-las sim, ouvi-las não sei. Mas ficaram no guião de todos para proveito futuro.
À medida que o dia se vai acendendo acendem-se também as luzes da escadaria do Santuário: É o P. Alpoim que vem abrir-nos a porta devagarinho, para não nos incomodar a recitação. Mas, P. Alpoim, nem que troassem os canhões de Napoleão não nos incomodaríamos! Seguimos o Terço. Até ao fim.
Findo fomos fugindo do frio como quem entra na casa de Deus, embora Ele mais desperto que nós. Entretanto a comunidade religiosa chega, agora este depois outro. É um gesto modesto, mas tocante e bonito! São sete Carmelitas: três sacerdotes, dois diáconos e dois postulantes. E uma sociedade das nações: Portugal, Timor e Angola!
Cada um chega com a sua surpresa e o seu sono, e o P. Leal com uma máquina fotográfica às costas e a rir-se! Sim, eu imagino o espectáculo: ele, bem intencionado, vinha sacar umas fotos para o próximo número do Mensageiro; mas saiu-lhe uma tropa fandanga tão mísera e tão coxa, que eu pergunto-me: como vai ele falar de peregrinos jovens do Carmo, se parecíamos uns velhos trôpegos e perdidos e de olhar embaciado, com mantas às costas mais parecendo um cenário de desalento pós-apocalíptico? Sim, eu percebo a ironia que fez sorrir o fotógrafo e o jornalista. Mas como eu vivi por dentro a fandanguice que ele via, tenho naturalmente outro olhar e a mim borbotam-me palavras de admiração e espanto e agradecimento!
O certo é que aqueles homens de Deus estavam tão ensonados como nós, mas mais frescos. E mais limpos! Então, apresentei-os: Eles sorriram, nós não! Mudamente as nossas caras diziam: Tirem-me deste filme; tirem-me deste filme, por favor!
Não importa, há ainda muito mais para celebrar. Entretanto, o P. Alpoim toma a palavra e saúda-nos a todos. No fim teve direito a palmas, não porque muito tivéssemos percebido, mas porque, certamente, se calara!
(Eu, porém, às oito horas, quando me calar, não terei nenhumas! Pudera, estão fartos de me ouvir!)
Na sua alocução, disse-nos o Superior da Comunidade que muito nos admirava, por sermos tantos e alguns de tão longe e tão corajosos. Linkou-nos a JP2, o Papa dos jovens, que nos disse e à Igreja toda: não tenhais medo! E como esse bom Papa, também o P. Alpoim nos pediu que fôssemos apóstolos dos jovens, sobretudo junto dos mais descrentes, mais desanimados e dos mais afastados de Jesus.
(Eu sei que disse mais coisas, mas também eu estava com sono!)
 Uma Missa fedorenta!
E começou a Missa. Ao iniciá-la o Frei João disse que estávamos muito fedorentos e que deveríamos evitar que a nossa oração fosse demasiado fedorenta. Para isso nos distribuiu uma flor a cada um enquanto cantávamos o Senhor tende piedade de nós. Aquelas flores tornavam-nos mais belos aos olhos de Jesus e aos olhos da Mãe; e no final, como sinal de oração bela e cheirosa, haveríamos de deixá-las, aos pés da Mãe do Carmo. E lá seguiu a Missa, que era de S. Matias, o Apóstolo substituto. Oportunidade que o Frei João deitou mão para, na homilia, nos dizer que na «Igreja falta sempre um; que há lugar para mais um; que, nós, jovens, fazemos falta; que nela temos um lugar; que a vinha é grande e as mãos poucas e às vezes pequeninas». Também nos voltou a falar da oração fedorenta – Ai, frei João! Frei João! As coisas que tu dizes e os nomes que inventas! – Que se gostamos de rezar todos lindinhos e perfumados, direitinhos, certinhos e bem preparados, também é verdade que Deus aprecia toda a oração e a recolhe, porque Deus é como uma mãe que gosta de todos os beijos dos filhos, mesmo quando prefere os ternurentos e sinceros aos convenientes e apressados! E ainda teve tempo para nos dizer que se, afinal, como bem se via, a V Clarminhada fora muito difícil, cheia de assaltos de dúvidas e pensamentos negativos, também é certo que Deus percebe bem a nossa oração e sacrifício, as nossas renúncias e dores, as nossas privações e os nossos desejos. Que Deus tudo recolhe, nada esquece. Que tudo o que fazemos com selo de bondade Deus o paga e retribui, o alinda e enfeita de forma sumamente primaveril, quente e agradável, melhorando em mil cada grãozinho de bondade e boa intenção que pusémos nos pés que saíram para o clarminho. Disse mais coisas, o Frei, mas estas me ficaram, sobretudo a ideia que Deus tudo recolhe e passa por seu coração e no-lo devolve renovado, belo e brilhante pela vida fora. E que delicadamente vai coloreando o nosso sono cinzento e o cinzento das nossas hesitações e tremeliques.
Chega, embora mais tenha dito e nem tanto ouvido.
A Missa terminou em cima das oito horas, mas com tempo para deixarmos a flor do início aos pés de Nossa Senhora do Carmo. O seu manto nos protegera e nós só podíamos agradecer-lhe.
Duma cestinha que o Luis apresentou recebemos uma noz, noz cheia como cheios de Deus dali saíamos. Noz que bem dizia o que o sono não deixava as palavras dizer.
As carrinhas esperavam-nos com condutores frescos e a despedida foi rápida; mas à saída, no átrio, fiel e diligente, lá se encontrava o P. Alpoim distribuindo sorrisos em taças de chã reconfortante.
A Clarinha e o Carmicoque
Fugimos dali reengolindo quilómetros, colorindo sonhos. No Santuário, o Menino Jesus não foi o único a deixar cair lágrimas quentes logo limpas com as costas da mão. Corremos para o chuveiro mais próximo e para uma cama fofa. Chegámos a Santa Marta com vinte minutos de atraso e entregamos a João para um dia de labuta. E só Deus sabe como manteve ela a caneta a escrever direito no caderno!
Para trás ficou a V Clarminhada do Carmo Jovem.
O Quase chegara ao fim e quase cheio de água. Há nisso muito mérito e leitura plural que a leveza das próximas actividades do Carmo Jovem se encarregarão de firmar.
Na cruz trazíamos mais uma gotinha desenhada pela mão da mãe da Clarinha, também ela da Coordenação do Movimento.
A mamã Vera, o papá Pedro e a Clarinha prometem ser as mascotes – porque mais recentes – do I Carmicoque, no dia 4 de Junho, em Viana do Castelo.
Até já!