quinta-feira, 8 de março de 2007

«Jovens leigos Carmelitas: A Carminho de Damasco»


«Saulo, entretanto, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, foi ter com o Sumo Sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, se encontrasse homens e mulheres que fossem desta Via, os trouxesse algemados para Jerusalém. Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, por que me persegues?» Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» Respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer.»
Os seus companheiros de viagem tinham-se detido, emudecidos, ouvindo a voz, mas sem verem ninguém. Saulo ergueu-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, não via nada. Foi necessário levá-lo pela mão e, assim, entrou em Damasco, onde passou três dias sem ver, sem comer nem beber.
Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor disse-lhe numa visão: «Ananias!» Respondeu: «Aqui estou, Senhor.» O Senhor prosseguiu: «Levanta-te, vai à casa de Judas, na rua Direita, e pergunta por um homem chamado Saulo de Tarso, que está a orar neste momento.» Saulo, entretanto, viu numa visão um homem, de nome Ananias, entrar e impor-lhe as mãos para recobrar a vista. Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido muita gente falar desse homem e a contar todo o mal que ele tem feito aos teus santos, em Jerusalém. E agora está aqui com plenos poderes dos sumos sacerdotes, para prender todos quantos invocam o teu nome.»
Mas o Senhor disse-lhe: «Vai, pois esse homem é instrumento da minha escolha, para levar o meu nome perante os pagãos, os reis e os filhos de Israel. Eu mesmo lhe hei-de mostrar quanto ele tem de sofrer pelo meu nome.»
Então, Ananias partiu, entrou na dita casa, impôs as mãos sobre ele e disse: «Saulo, meu irmão, foi o Senhor que me enviou, esse Jesus que te apareceu no caminho em que vinhas, para recobrares a vista e ficares cheio do Espírito Santo.» Nesse instante, caíram-lhe dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Depois, levantou-se e recebeu o baptismo. Depois de se ter alimentado, voltaram-lhe as forças e passou alguns dias com os discípulos, em Damasco. Começou, então, imediatamente, a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus. (Act 9, 1-20)


Convidados a ser aventureiros na subida ao Monte Carmelo, aventuramo-nos a descobrir o que o «Caminho de Damasco» nos tinha a transmitir.
Fomos irradiados pelo Amor, no qual S. Paulo, se deixou conquistar e nos convida num hoje à conversão, «convidados a sermos Ananias», no seio das nossas comunidades. Na adversidade e na cegueira, este Homem, entende que Jesus lhes quer ensinar sobre o seu destino… E nós dispomo-nos a tal?
No encontro com debilidade e na fragilidade, sintamos a força que nos impulsiona para a luta e nunca para a desistência.

Nós, jovens leigos Carmelitas, não poderemos deixar de caminhar, pois reconhecemos os Mestres como aliados, mestres que nos ajudam através da sua experiência de vida e se tornam verdadeiros guias espirituais nos caminhos que temos que percorrer.

Somos chamados a proclamar «a boa Nova» e a dar testemunho do Ressuscitado que continua a fazer eco nos nossos corações, incentivando-os a sermos fiéis à sua missão.



Reflexão Individual
1 Tempo da Quaresma, de deserto, oração, escuta da Palavra, morrer para nascer de novo, tempo de conversão, tempos de mudança…. S. Paulo, foi capaz de escutar para que ocorressem verdadeiras mudanças no seu modo de agir. E nós, mantemo-nos inertes ou aventuramo-nos nos caminhos?
2 É-nos exigido que sejamos radicais, somos seguidores de Cristo, tal como S. Paulo? De que moldes experimentamos e/ou enfrentamos as adversidades?
3 Que deveria mudar na minha vida para seguí-l’O de uma forma mais «radical»? Quais os meus medos?