quinta-feira, 11 de outubro de 2007

ASSIM ERA A IRMÃ LÚCIA…


No XIV Horeb, sob o tema “Vamos para a Escola com a Irmã Lúcia”, demos os primeiros passos rumo ao conhecimento da sua mensagem e missão na Terra. Foi pela voz da sua “médica do corpo”, a Dra. Branca Maria Paúl que, sentados nos bancos da Domus Carmeli, como verdadeiros alunos, aprendemos uma das mais importantes lições das nossas vidas… Antes de qualquer comentário recebemos com orgulho uma mensagem da irmã Prioresa do Carmelo de Santa Teresa, da Irmã Lúcia, em Coimbra… era a Irmã Celina de Jesus Crucificado que nos quis cumprimentar por termos entrado naquela escola! Mas a ansiedade era grande… e esperávamos inquietos que a Dra. Branca continuasse a frase: Assim era a Irmã Lúcia…
…”Alegre, jovem, humilde, obediente…!” (Na voz da Doutora Branca).
E foi com estas palavras que nos envolvemos no discurso de quem conviveu de perto com a Pastorinha da Cova da Iria… a Pastorinha que “nunca foi derrotista (…) pois guardava a promessa de Nossa Senhora: no fim o meu Imaculado Coração triunfará!”
A grande preocupação da Irmã Lúcia era a difusão da Mensagem de Fátima, qual seria a vontade de Deus… sendo que a foi entendendo apenas com a maturidade do passar dos anos! Anos que foi vivendo quase escondida dos olhos do mundo, mas fortemente presente na fé de quem bebe da experiência de Deus e do mistério que se vive em Fátima!
Viveu como as suas Irmãs Carmelitas, e, de forma alguma queria ser tratada de modo especial, uma vez que realizava também todas as tarefas no Carmelo. E era esta humildade, a sua alegria de viver e o desapego das coisas do mundo que a Doutora Branca mais evidenciou através das histórias que foi contando, e através das quais nos fomos sentindo cada vez mais envolvidos na vida e no sorriso da Irmã Lúcia.
“Eu fui médica do seu corpo, e ela, médica da minha alma”… foi através desta frase que compreendemos melhor o legado de Lúcia e a forma como lidava com as pessoas ao seu redor!
Essa forma simples de estar não era mais do que a sua postura humilde e disponível para os desígnios de Deus, era o seu verdadeiro ser a fonte cativante do amor sentido daqueles que tiveram oportunidade de lidar com Lúcia!
Aprendemos tanto em tão pouco tempo… sentimos, ao olhar para a fotografia de Lúcia, que nos acompanhou durante todo o Horeb, que aquela mulher, inicialmente longe, talvez intocável, estava depois bem mais perto… “aqui entre nós” como afirmou a Doutora Branca.
E é graças a ela que saímos de Fátima mais fortalecidos, mais próximos de Deus e mais corajosos! Saímos com a sensação que escolhemos um caminho seguro, um caminho traçado pelo Pai… limpo por vassourinhas como a Irmã Lúcia… sim, porque se considerava “uma vassoura reles que Deus usava para limpar”!
Os ensinamentos foram muitos, mas sobretudo o de seguir esse caminho sem medo de errar, porque “não faz mal, assim, errar ajuda-nos a manter a humildade”.
Obrigada Doutora Branca por ter partilhado estas e tantas outras histórias connosco, por nos ter mostrado um lado da Irmã Lúcia que até então não imaginávamos ser tão belo, simples, tranquilo na sua entrega total à Igreja…
Guardamos todos os momentos no coração... e como alguém relembrou “no coração da Igreja eu serei o amor”.

Alexandra Sh’ma Pinto