domingo, 19 de abril de 2009

Quatro anos de pontificado de Bento XVI

Bento XVI completa este Domingo o seu quarto ano de pontificado, marcado por um conjunto de viagens simbólicas, pela preocupação com a grave crise económica e financeira que alastra pelo mundo e por um conjunto de polémicas que desgastaram a imagem do Papa e da sua equipa. Este último ano foi de grande actividade – foram publicadas cerca de 700 notícias na Agência ECCLESIA relacionadas com Bento XVI – e teve passagens por quatro Continentes, com as viagens aos EUA (Abril de 2008), Austrália (Julho de 2008, França (Setembro de 2008), Angola e Camarões (Março de 2009). Bento XVI líder espiritual dos mais de mil milhões de católicos em todo o mundo, continua fiel à linha definida desde o início do pontificado, centrado em devolver Jesus ao mundo, com tudo o que isso implica. Se no começo da sua missão, era o Papa “invisível” o alvo das críticas, hoje já se multiplicam as teorias e mesmo alguns mitos em torno das suas palavras e gestos. Considerado por muitos como um Papa “europeísta”, Joseph Ratzinger aprendeu a fazer do mundo a sua casa, como se viu na recente viagem a África – com denúncias à corrupção e à condição das mulheres, apelos aos governantes locais e à comunidade internacional. O contexto de crise financeira serviu para pedir uma nova ordem internacional, ajuda aos países mais pobres e protecção para os trabalhadores, como se viu na mensagem enviada à Cimeira do G20, em Londres, ou para o Dia Mundial da Paz 2009. Praticamente todas as crises internacionais já mereceram, por parte de Bento XVI, um apelo em favor da paz, da reconciliação e do diálogo. O mesmo aconteceu em várias situações de catástrofe natural ou humana, com destaque para o recente sismo em L’Aquila, localidade que o Papa deverá visitar em Maio, mês em que se desloca à Terra Santa e deverá provar que pode ser um elemento a ter em conta na difícil equação da paz no Médio Oriente. Em qualquer situação, contudo, não se deve esperar uma atitude diferente daquela que ele enunciou na homilia da Missa crismal, de Quinta-feira Santa, onde apresentou aos presentes uma reflexão sobre a importância da verdade na vida de um sacerdote. É a preocupação com a verdade, no meio do relativismo reinante, que faz destacar a figura do actual Papa, embora nem sempre isso lhe traga os maiores elogios. Para o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, o actual pontificado sintetiza-se de forma muito simples: "Levar Deus aos homens e os homens a Deus, o Deus que se manifestou no rosto de Cristo, e traduzir a fé em diálogo, em força de unidade e de testemunho de caridade activa".