domingo, 6 de dezembro de 2009

Um (re)conto...

Durante o Kerit, um dos temas que foi abordado, foi o do Perdão. Entre muitas outras coisas, o Frei Vasco partilhou connosco este pequeno conto que agora é postado, para que outros possam também ler e reflectir.
Conto-vos uma história:
«Em certa ocasião, um jovem de uma aldeia teve que viajar até à capital. Enquanto ia em grupo, e sem ele se dar conta, alguém tirou-lhe o mais valioso que tinha: um relógio que seu pai lhe havia oferecido com muito sacrifício antes de morrer. Quando se deu conta, o seu coração encheu-se de uma grande amargura e sentiu um profundo ódio pelo desconhecido que lhe tinha tirado o seu valioso tesouro.
A partir desse momento, os seus pensamentos centraram-se no anónimo ladrão. Pensava nele dia e noite, odiava-o com todo o seu coração, e o seu rancor crescia cada vez que tinha de ver a hora no outro relógio mais pequeno que agora usava. Havia noites em que não dormia de raiva e de impotência. Tornou-se irritadiço e iracundo com a sua própria família. Até que um dia, angustiado por tanto ressentimento, fez esta oração:
«Senhor, já não posso continuar assim. Por isso quero perdoar a esse ladrão que levou o meu relógio. Mais ainda: quero oferecer-lhe o meu relógio. De tal modo que, quando esse ladrão morrer, Tu não o julgues por este roubo, porque não houve roubo nenhum. Eu já lhe ofereci o meu relógio».
A partir desse dia, o jovem foi feliz. Recuperou a alegria que durante meses tinha perdido, porque não voltou a trazer à sua memória aquele facto torturante. E desde então pôde viver em paz».
(Autor anónimo)
Conclusão: Perdoar é sacudir da mão uma brasa acesa, em que pegamos estupidamente nalgum momento da vida, e que nos queima e nos tira a vontade de viver. Pelo contrário, a falta de perdão é capaz de nos deixar doentes, envenenar-nos e tornar-nos maus.