Um jardineiro, todas as manhãs tratava do seu jardim. O seu jardim era o mais belo dos jardins. Um jardim provido de uma extraordinária beleza, nele se refugiava e com ele conversava e crescia em cada novo dia. Guardava e (re)encontrava alegria para viver, um olhar especial o inundava de graça ao saber-se nele... Durante todo o ano, o visitava e trazia presente no seu pensamento. Nenhuma estação do ano o derrubava, nem mesmo o rigoroso e gélido Inverno. Neste jardim as distintas flores cresciam, os pássaros e todos os animais do campo cursavam cada recanto, conheciam o seu jardineiro e ele entregava-se a eles enraizando-se. Em cada lugar vazio, brotava a vida!
Certo Inverno, o jardineiro deixou de vistoriar, percorrer o seu jardim, descuidou o amor que lhe tinha, hospedou-se em outros que não ele… E o jardim? O especial jardim? O seu jardim? Ele não cuidou dele. Ninguém mais cuidou dele. As flores murcharam, não eram regadas, o verde perdera a cor, a relva não era aparada, os pássaros deixaram de chilrear, não apareciam, não alimentava os animais, não conversava com as flores…nada, nada, nada… Nada nem ninguém tinha vida? O que teria acontecido ao jardineiro? Acabara de trabalhar a terra, estaria concluído o seu trabalho? Deixara de amar? Deixara de ver nas criaturas meios para o auxiliarem a conseguir o fim. Como poderia ficar indiferente?
O jardineiro, deixara de cuidar do seu jardim, perdera o encanto... Ao redor do seu jardim via que o mais belo dos jardins de outrora, o seu, tinha perdido a beleza. Quem o despertaria para a realidade? Ao redor, os outros jardins cresciam com um especial brilho, o brilho que cada um dos jardineiros depositara... mas, o seu, o especial jardim de que o conto conta, o mais belo dos jardins morria, por não encontrar a vida! O jardineiro desfalecia ao ver como tinha deixado desfalecer o seu jardim!
A ausência do seu «prestador de cuidados», o jardineiro, a ausência das suas sinceras palavras que germinavam da humildade do seu coração, originara a morte do jardim… As lágrimas silenciosas que corriam em seu olhar eram a linguagem presente de tempos ausentes, eram a linguagem do seu coração que sangrava, por ter originado a morte do seu jardim. O jardineiro, não cuidará do seu jardim e o seu jardim morrera!
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Desafio: Como andas a cuidar do teu jardim? Cuidas dele ou deixas que ele morra em ti?… Jamais podes deixar de trabalhar a terra iniciada que em ti se encontra plantada. Que permaneças a Carminho, descobrindo «o jardineiro» que existe em ti. Que sejas jardineiro do mais belo dos jardins! Ser jardineiro é mais que um privilégio é uma bênção. Dê-mos graças a Deus pelos jardineiros que somos, por sermos estes «fortes amigos de Deus» de que nos fala Santa Teresa de Jesus e S. João da Cruz. Que este sentir carmelitano que nos move e incita a carminhar, jamais desfaleça, para que nunca deixemos de trabalhar a terra!...