sábado, 31 de dezembro de 2011

SANTA MARIA, MÃE DE DEUS

Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno. [Lc 2, 16-21]

Um ano...uma Gotinha



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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Dia Mundial da Paz - Mensagem BXVI


  
Bento XVI destacou o papel das novas gerações na tentativa de superar o "sentido de frustração" que se gerou por causa da "crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia".

 "As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança", assinala o Papa na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2012, divulgada em sete línguas, incluindo o português.

Falando numa crise "cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas", o documento admite que "quase parece que um manto de escuridão teria descido" sobre os dias de hoje, "impedindo de ver com clareza a luz do dia".

Após um ano caracterizado por manifestações de rua um pouco por todo o mundo, mas em particular no Médio Oriente e norte de África – que levou a revista norte-americana 'Time' a eleger o 'manifestante' como personalidade de 2011 – a mensagem papal destaca o esforço de quem procura ter uma "capacidade efectiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia".

Bento XVI pede jovens "solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos".

O Papa apela à construção de "uma sociedade de rosto mais humano e solidário", sublinhando que "não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou colectivo".

O Vaticano apresentou, em conferência de imprensa, a mensagem de Bento XVI para o 45.º Dia Mundial da Paz, celebrado a 1 de Janeiro do próximo ano, desta feita dedicada ao tema 'Educar os jovens para a justiça e para a paz'.

"Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas", escreve o Papa, lembrando, entre outras, "a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável".

Numa reflexão dividida em seis pontos, o documento destaca que "a liberdade é um valor precioso, mas delicado".

"Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade", alerta Bento XVI.

Segundo o Papa, "o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal".

"No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intenções, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça", prossegue, retomando uma reflexão apresentada no Parlamento alemão.

Bento XVI convida a preparar a celebração anual pela paz prestando atenção "ao mundo juvenil": "Escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade, mas um dever primário de toda a sociedade".
 
in Agência Ecclesia, 16 Dezembro 2011


domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal do Senhor


«Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria...»
(Lucas 2, 1-14)


Jesus nasceu. A fé é vivida como alegria e já não como medo.
Não precisas de ter medo de Deus. Ele não te vai roubar nenhuma da felicidade a que tens direito. Pelo contrário: Ele vem dar ao teu coração muito mais do que poderias imaginar.
Acolher Jesus, encontrar-se com Ele, enche o coração de Alegria.
Ficamos a conhecer o rosto de Deus: Ele é um convite ao amor, que vem ter connosco sob a forma de uma criança frágil, que pede o nosso cuidado e a nossa ternura.
Ficamos a conhecer a humanidade que estamos chamados a ser.

Tu vieste, Senhor Jesus.
Pode começar o tempo de alegria.
Trazes o fim do meu desânimo, o fim do meu rancor, o fim da minha frieza, o fim das minhas prisões.
Hoje começa a alegria.
 

sábado, 24 de dezembro de 2011

NATAL DO SENHOR

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. [Jo 1, 1-5.9-14 ]

Natal... para ti


 É Natal e o Carmo Jovem tem um presente para ti!

Para que o Deus Menino nasça em toda a parte copia esta imagem para o teu computador, define-a como fundo do ambiente de trabalho e assim, durante este natal, também O acolhes na tua casa virtual.


Partilha com os teus amigos e vamos todos juntos acolhe-Lo no nosso mundo real, cada vez mais virtual. 

 Santo Web Natal!


Mensagem de Natal


Natal do reencontro com Jesus
Estimadas irmãs e irmãos carmelitas descalços, estamos às
portas da celebração do Nascimento de Jesus e ao contemplar
este mistério quero fazer-me presente a todos vós, leigos, irmãs e frades, desejando-vos um Santo Natal e um Feliz Ano Novo.
Como carmelitas descalços, filhos de Santa Teresa de Jesus e
S. João da Cruz, que significa para nós celebrar o Natal, desejar uns aos outros Bom Natal? O que é que o Deus Menino estará a pedir a cada um de nós carmelitas nesta etapa da minha caminhada espiritual e neste tempo que nos toca viver?
A meu ver convida-nos em primeiro lugar a «entrar mais adentro da espessura» do mistério da gruta de Belém, ou seja, convidanos a regressar às fontes da nossa salvação, ao encontro renovado e amigo com Cristo Jesus que me/nos quer salvar das situações de mediocridade, de comodismo, de consumismo, de superficialidade… vem para nos dizer que, como seus seguidores nesta Ordem de Sua Mãe, estamos chamados a uma vida de verdade e humildade, de coerência e profecia na simplicidade e unidade, estreitando os laços da fraternidade, cultivando a relação de irmãs com irmãos, de famílias com consagrados para que tudo o que fizermos no anúncio da Boa Nova de Jesus o façamos a partir do que somos e vivemos como família carismática e espiritual.
A comunhão vivida dentro das comunidades e entre os vários ramos da nossa Família háde
ser o distintivo que dirá que o Senhor está vivo e encarnado no meio de nós, pois o Carmelo é o lugar da comunhão com Deus e para ser comunhão verdadeira com Deus, há-de se espelhar em profundas relações de amizade e comunhão: «por isto conhecerão que sois meus discípulos» (Jo 13,35).
Estamos todos desafiados a reler as obras da nossa fundadora, o mesmo é dizer, a retomarmos o contacto com a sua forte experiência de Jesus humanado, a humanizar mais as nossas comunidades de consagrados ou de carmelitas seculares de forma a criarmos a comunidade sonhada por Jesus, onde Ele é o elo mais forte que alimenta a comunhão diária quando os irmãos se reúnem para a eucaristia e para as orações, para a correcção e reconciliação, para o testemunho e para a evangelização entusiasta nos mais variados campos de luta.
Quanto maior for a confusão e o desnorte nas diferentes esferas da vida social, maior háde
ser o nosso esforço de fidelidade a Jesus e ao seu Evangelho, pois só Ele é fonte de verdade e esperança para o mundo.
Santa Teresa de Jesus naqueles seus «tempos récios» ao sofrer com as divisões da Igreja, com o pouco vigor dos cristãos, com a perda de tantas pessoas nos «novos mundos então descobertos» por não conhecerem a Cristo, diz-nos que «toda a minha ânsia era que diante dos muitos inimigos de Jesus, os seus poucos amigos fossem bons.
Determinei-me, pois, fazer este pouquito que está em minha mão: seguir os conselhos evangélicos com toda a perfeição que eu pudesse» (Caminho de Perfeição 2,1).
Neste Natal, desejo que cada um de nós abrace os conselhos do Evangelho como a nossa mãe e fundadora: a pobreza, a castidade, a obediência, a humildade, a determinação, os grandes desejos de santidade… e assim, enquanto nós diminuímos, o Menino Jesus nascerá e crescerá cada vez mais nas nossas vidas, e assim será Natal.
Um abraço terno e amigo a todos os membros da família dos carmelitas descalços

Pe Joaquim Teixeira, provincial ocd


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Casais do Menino Jesus, OCDS

 
Costumamos dizer muitas vezes, que o caRminho se faz ao andar. Pois é, e quatro casais carmelitas deram mais um passo no seu caminho espiritual. Alguns nós conhecemos porque são Gotinhas desde os primórdios do Carmo Jovem. São eles o Luís Correia e a Célia Leitão, o Valentim e a Paula Azevedo, o Carlos Pinto e a Luciana Nogueira e Gustavo e a Márcia Borges, que, no passado dia 18, fizeram as Promessas Temporárias no Carmelo Secular, no Santuário do Menino Jesus, em Avessadas.
Também a Vera Pinto e o marido, Pedro Soares, pediram admissão ao período de formação.
"Algo que também nos encheu de alegria, pois assim somos 6 casais que caminhamos juntos para tentar conhecer o mistérios de Deus e, acima de tudo, de nos entregarmos completamente nas Suas mãos, para que Ele faça de nós o que lhe aprouver."

(Presidente da Comunidade OCDS de Avessadas, "Casais do Menino Jesus")

A todos felicitamos pela notícia!
 

BOAS FESTAS!




quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Da gruta de Belém


O Padre Alpoim enviou-nos uma mensagem desde a Terra Santa, onde passará este Natal.


Votos de Santo e Feliz Natal!
Um novo ano de 2012 cheio de bênçãos.
Rezo por todos desde a gruta de Belém. Ali iremos celebrar às 4 horas da manhã do 25.
Abraço.

P. Alpoim


domingo, 18 de dezembro de 2011

4º Domingo do ADVENTO

 
«Faça-se em mim segundo a tua Palavra.»
(Lucas 1, 26-38)


Maria tinha, certamente, os seus planos para a vida.
Mas, de repente, Deus intervém, convida a uma grande aventura:
ser mãe de Jesus, o "Deus que salva".
É convite, não é imposição.
De um lado, a monotonia segura dos projectos próprios; de outro, a trepidação de colaborar com Deus. De um lado, as rotinas previsíveis; de outro, a proposta de um Deus que torna reais os sonhos mais impossíveis.
E Maria diz "sim". E tornou-se a mãe de Deus. E inspirou uma multidão de homens e de mulheres, ao longo dos séculos, a dizer "sim".

Quando não entendo nada,
quando os dias são cinzentos e tristes,
quando o caminho se torna pesado,
quando o amor arrefece,
quando custa recomeçar,
quando a força fraqueja...
faça-se em mim a tua Palavra


sábado, 17 de dezembro de 2011

DOMINGO IV DO ADVENTO

Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra». [Lc 1, 26-38]

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ORAR COM OS MÍSTICOS


(estátua de S.João da Cruz, Plaza de San Juan de La Cruz - Ávila)

Hoje, dia 14 de Dezembro, Solenidade do nosso pai S. João da Cruz, a família do carmelo descalço em Portugal lança uma nova iniciativa intitulada «ORAR COM OS MÍSTICOS».

Esta iniciativa centra-se numa nova página carmelita onde será publicada diariamente uma oração ou pensamento orante dos místicos carmelitas. Cada oração diária também será divulgada no site oficial da Ordem dos Carmelitas Descalços e será ainda enviada através da newsletter a todos aqueles que a subscreverem. Umas vezes a oração será apenas do santo carmelita, outras vezes, inspirados pelos seus pensamentos orantes.

Esta oferta resulta dum trabalho realizado pelas irmãs carmelitas contemplativas de todos os Carmelos de Portugal, pelos leigos carmelitas da Ordem Secular dos Carmelitas Descalços, pelos Padres Carmelitas Descalços, pelas Irmãs Carmelitas Missionárias, pelas Irmãs Carmelitas Missionárias Teresianas e por outros cristãos que conhecem e se alimentam da espiritualidade carmelita.

O lançamento desta inicitiva em tempo de Advento e no dia da festa litúrgica do poeta e místico carmelita, S. João da Cruz, não são ocasionais. O tempo de Advento convida à interioridade, ao recolhimento, à contemplação da beleza e formosura de Deus que se espelha no mistério da incarnação que o santo do Cântico Espiritual tão bem soube glosar, como nos explicada o nosso Provincial P. Joaquim Teixeira:

"Estimados irmãos espero que já estejais a celebrar a festa de S. João da Cruz com toda a alegria e gratidão aos Céus por nos dar tão grande mestre do espírito.

Em tempo de Advento, e na solenidade do nosso pai S. João da Cruz, com a colaboração de muitos de vós, das nossas irmãs carmelitas, dos carmelitas seculares e do Delfim Machado enriquecemos um pouco mais a página web da nossa província com o lançamento da iniciativa «Orar com os místicos», com a qual se pretende oferecer diariamente alguns pensamentos orantes e orações dos nossos santos. Estas orações podem chegar todos os dias às nossas caixas de correio electrónico, basta fazer a inscrição na newsletter.

«Se na vida nos juntamos para tantas coisas porque não fazê-lo para orar?» (Vida, 7,20) – perguntava Santa Teresa de Jesus. E nós podemo-nos perguntar: Se na net aparece tanta coisa porque não colocarmos lá também as coisas da oração?
Se acharem bem, divulguem na vossa lista de e-mail's.

Um abraço amigo, Joaquim Teixeira."

Se puderes, colabora com o pedido. Se gostares inscreve-te.
Não custa nada!


Frei João da Cruz, Ontem e Hoje...



Hoje, a Ordem dos Carmelitas Descalços lembra o seu fundador e pai espiritual, e a Igreja Católica, um dos maiores mestres de contemplação e teologia mística.

Talvez a mais bela e completa descrição física e espiritual do Santo Fundador tenha sido feita por Frei Eliseu dos Mártires que com ele conviveu em Baeza. Descreve-o como “homem de estatura mediana, de rosto sério e venerável. Um pouco moreno e de boa fisionomia. Seu trato era muito agradável e sua conversa bastante espiritual era muito proveitosa para os que o ouviam. Todos os que o procuravam saíam espiritualizados e atraídos à virtude. Foi amigo do recolhimento e falava pouco. Quando repreendia como superior, que o foi muitas vezes, agia com doce severidade, exortando com amor paternal…”

Santa Teresa de Jesus considerava-o “uma das almas mais puras que Deus tem na sua Igreja. Nosso Senhor lhe infundiu grandes riquezas da sabedoria celestial. Mesmo pequeno, ele é grande aos olhos de Deus. Não há frade que não fale bem dele, porque a sua vida tem sido uma grande penitência”.

Frei João da Cruz foi Beatificado em 1675, Canonizado em 1726 e declarado Doutor da Igreja em 1926. Entre as suas principais obras clássicas estão "A subida do Monte Carmelo", “Noite Escura", "Cântico Espiritual" e "Chama de Amor Viva".


São João da +


CAMINHAR SEMPRE


«Neste caminho
é preciso caminhar sempre para chegar,
ou seja ir sempre suprimindo quereres,
e não os sustentar.
E, se não se chega a suprimi-los a todos,
não se acaba de chegar.
Porque assim como a madeira
se não transforma em fogo
por um só grau de calor
que falte na sua disposição,
assim a alma não se transformará em Deus
tendo uma imperfeição,
nem que seja ainda menos que apetite voluntário;
porque a alma não tem mais que uma vontade,
e se a embaraça e emprega em algo,
não fica livre, só e pura,
como se requer para a divina transformação.»
(Subida 1, 11,6)
in "As mais belas páginas de S. João da Cruz" p. 75, 76


Solenidade de São João da Cruz



domingo, 11 de dezembro de 2011

3º Domingo do ADVENTO


«João... não era a luz mas veio para dar testemunho da luz.»
(João 1, 6-8.19-28)


A Luz é Cristo. Nós, pouco somos.
E mesmo assim, Deus conta connosco para darmos testemunho dessa luz.
Olhamos para dentro de nós e percebemos até que ponto somos frágeis. E contudo, chegada a ocasião, lá somos capazes de oferecer um abraço, de dizer palavras de coragem, de estender uma mão, de levantar quem está caído.
E dizem-nos: 'Tu tens algo de especial'.
Não sabem ainda que somos apenas reflexos dessa luz que vem de Deus, dessa vida abundante que vence todas as mortes.

Vem, Senhor, trazer a tua luz à minha noite.
Espanta as sombras, afasta o mal.
Ensina-me a ver a vida à tua luz.
Ensina as minhas mãos a ser generosas.
Ensina-me a dizer palavras de coragem e de esperança.
Faz-me testemunha da tua luz e da tua verdade.

sábado, 10 de dezembro de 2011

DOMINGO III DO ADVENTO

Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Foi este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?». Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias». Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?». «Não sou», respondeu ele. «És o Profeta?». Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?». Ele declarou: «Eu sou a voz do que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então, porque baptizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo na água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a baptizar. [Jo 1, 6-8.19-28 ]

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Imaculada Conceição, Padroeira e Rainha de Portugal

 

"A Deus Todo-poderoso confio a sociedade portuguesa inteira, sobre todos invocando a abundância dos favores celestes por intercessão de Nossa Senhora da Conceição, que Portugal, há 350 anos, no Santuário de Vila Viçosa e pela voz da sua máxima Autoridade civil, com explícita adesão dos Representantes da Nação, escolheu servir e honrar como Padroeira e Rainha. Deus abençoe e proteja Portugal!"

Beato João Paulo II
(Discurso de saudação ao novo embaixador de Portugal junto à Santa Sé, "L'Osservatore Romano", nº8, 24/2/1996)
 

Solenidade da Imaculada Conceição


«... porque a Deus nada é impossível.»
(Lucas 1, 26-38) 


Nós, os carmelitas, celebramos com muito agrado as festas de Maria.
Porque ela nos mostra o poder e a bondade de Deus em acção.
A vida de Maria mostra como, para Deus, não há impossíveis.
Não há barreiras que o seu amor não derrube.
E quando pensas que a tua vida está bloqueada, que não és capaz de superar este defeito, que não consegues ultrapassar aquela situação lembra-te do que Deus disse a Maria e a todos nós: a Deus, nada é impossível.

Senhor, ajuda-me a confiar em ti.
Ajuda-me a acreditar que queres a minha felicidade total.
Ajuda-me a comprometer-me com o teu plano de amor.
Faz da minha vida, tão cheia de limitações, uma parte do teu sonho.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Preparando o V Centenário do Nascimento de Santa Teresa

Entrevista com o Provincial dos Carmelitas Descalços de Castela, Fr. Miguel Marquez. Esta entrevista, apresenta também alguns dos lugares por onde passou Santa Teresa - Ávila, Salamanca, Alba de Tormes.


domingo, 4 de dezembro de 2011

2º Domingo do ADVENTO


«... eram baptizados por ele (João Baptista) no Rio Jordão, confessando os seus pecados.»
(Marcos 1, 1-8)



Para acolher esta grande esperança que Deus nos oferece, tens de abrir as mãos e o coração. Largar tudo o que é mesquinho, tudo o que te amarra e não te deixa crescer.
Ao anunciar a vinda de Jesus, João Baptista convida a confessar os pecados e a fazer uma lavagem com água, símbolo de purificação.
Este Advento é uma boa ocasião para deixar de lado o pecado, os pequenos e grandes ódios, tudo aquilo que te impede de acolher Jesus que vem. Que impedem que o amor te encha o coração.


Senhor, Tu és como água fresca.
Tu sacias a sede de felicidade que tenho.
Tu limpas a minha vida de todo o mal.
Aproximo-me de Ti, arrependido/a e reconheço o meu pecado, o meu egoísmo.
Confio a minha vida à Tua bondade e ao Teu perdão.


sábado, 3 de dezembro de 2011

DOMINGO II DO ADVENTO


Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías: «Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». Apareceu João Baptista no deserto, a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados. Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu baptizo-vos na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo». [Mc 1, 1-8]

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

REGRA JOVEM DO CARMO


«Nesta família guardamos a Regra de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Tudo o que seja para glória e louvor do Senhor e da gloriosa Virgem Maria cujo habito vestimos».
[Vida 36, 26.28]


REGRA JOVEM DO CARMO INSPIRADA NA REGRA
QUE S. ALBERTO DE JERUSALÉM OUTORGOU AOS CARMELITAS


Prólogo

[Saudação]
Nós, os Carmelitas, chamados pelo Espírito do Ressuscitado a servirmos a Igreja, saudamos em Maria, a Senhora do Carmo, todos os que no mundo actual querem viver a sua fé segundo o nosso carisma.

[O Seguimento do Ressuscitado]
Muitas vezes e de muitas maneiras, ao longo da sua história a Igreja estabeleceu como cada um dos seus filhos, qualquer que seja a sua forma de vida, deve viver no obséquio de Jesus Cristo. De acordo com o nosso projecto de vida em comum, nós, os Carmelitas, comprometemo-nos a viver esta fórmula de vida que vos apresentamos:


Estruturas de vida em comum

[1. O responsável e os conselhos evangélicos] 
Estabelecemos que cada Comunidade tenha um responsável que deve ser eleito para esta missão com a aprovação dos membros que a integram. Na presença dele prometereis os conselhos evangélicos e mutuamente vos ajudareis a manter a promessa feita. São os conselhos evangélicos 3 atitudes ou formas de vida: a) Pobreza: viver sem estar apegado aos bens materiais e partilhá-los com os demais; b) Obediência: ter um espírito de serviço e de disponibilidade para com as necessidades da Comunidade. c) Castidade: amadurecer na afectividade e no amor.

[2. Lugares onde reunir]
Podereis fixar os vossos lugares de encontro onde julgardes mais adequado e conveniente segundo o vosso projecto de vida, e segundo o acordo dos membros da Comunidade.

[3. A cela dos irmãos]
Além das reuniões, e tendo em conta o trabalho que cada membro da Comunidade desempenha na sociedade, cada um de vós buscará tempo para a oração, para a reflexão sobre a vida e para a leitura espiritual, segundo o tema que a própria Comunidade tenha determinado periodicamente.

[4. Tempo de partilha]
Procurai que o vosso tempo livre seja um lugar de encontro com os restantes membros da Comunidade, partilhando assim o alimento e o lazer; tende sempre presente a Cristo entre vós.

[5. A fidelidade à cela]
Perante um qualquer acontecimento ou mudança que aconteça na vossa vida partilhai-o com a Comunidade para receberdes o seu conselho e o seu apoio, e assim vos mantereis fiéis à vossa vida espiritual.

[6. O serviço do Responsável] 
Que a vossa Comunidade seja acolhedora e hospitaleira. Quando alguém vier visitar-vos seja o vosso Responsável aquele que, em nome da Comunidade, se ocupe do seu acolhimento. E em tudo mais que se houver de fazer, tenha-se em conta a sua opinião e dialogue-se em comum.

[7. A Palavra, plenitude da solidão] 
Todos e cada um dos membros da Comunidade se comprometa pessoalmente a ler, meditar e interiorizar a Palavra de Deus, e, desde a Palavra a realizar convenientemente as tarefas do dia-a-dia.

[8. A celebração do louvor]
Seja a oração um distintivo da vossa Comunidade, de tal forma que, cada membro da Comunidade chegue a descobrir em comum o sentido da oração na vida cristã.

[9. Comunhão de bens e pobreza]
Nenhum irmão diga que algo é propriedade sua; antes tereis tudo em comum. Por isso, a Comunidade disporá de um fundo comum que sirva para responder as necessidades materiais que surjam e para colaborar com o apostolado da Igreja.

[10. Lugar da oração e da eucaristia] 
Em cada reunião da Comunidade esta dedicará um tempo apropriado para a oração. E acordar-se-á, periodicamente, uma celebração comunitária da Eucaristia, sempre e quando as circunstâncias o permitam.

[11. Diálogo e correcção fraterna] 
No dia do vosso encontro, ou num outro dia se for necessário, exercei o diálogo em função do crescimento humano e espiritual da Comunidade. Nestas ocasiões corrigi-vos mutuamente e com caridade as faltas e perdoai-vos os desaguisados que tenham podido surgir entre os irmãos.


Ascese corporal

[12-13. Jejum e abstinência] 
Frente a um mundo que defende e promove os valores da insolidariedade, do consumismo, da injustiça e da violência, cada membro da Comunidade se absterá de seguir todas as atitudes que favoreçam tal. E na revisão de vida da Comunidade se insistirá na vivência deste compromisso.


Para fortificar o homem interior

[14. O combate espiritual] 
Porque a vida do homem é um tempo de luta; e porque todos os que se decidem a seguir a Cristo vivem em contradição com os valores deste mundo, a Comunidade procurará revestir-se com a armadura de Deus para se manter unida e forte: a) vivei, pois, a vossa afectividade com maturidade; b) procurai ter pensamentos santos; c) revesti-vos com a couraça da justiça, por forma a que ameis o Senhor vosso Deus com todo o coração e com toda a mente e com todas as forças, e ao vosso próximo como a vós mesmos; d) sede fortes na fé a fim de vencerdes a tentação, pois sem fé é impossível agradar a Deus. Senti-vos transformados pelo Senhor, por forma a que só n’Ele ponhais a vossa esperança. e) Finalmente, a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus, habite em toda a sua riqueza na vossa boca e nos vossos corações, e aquilo que devais fazer fazei tudo segundo a Palavra de Deus.

[15. O trabalho]
Que cada membro da Comunidade desempenhe um trabalho digno que o realize como pessoa e que o identifique como um ser útil para a sociedade e para a construção do Reino. Nisto tendes o ensino e o testemunho exemplar do Apóstolo Paulo, por cuja boca falava Cristo e que foi constituído e dado por Deus como pregador e mestre das gentes na fé e na verdade: se o seguirdes não vos enganareis. «Nós vivemos entre vós, diz o Apóstolo, trabalhando com canseira, dia e noite, para não sermos pesado a nenhum de vós. Não que não tivéssemos o direito a sermos alimentados, mas para vos darmos com a nossa maneira de actuar um exemplo para imitar. Quando estávamos entre vós repetíamos com insistência: se alguém não quer trabalhar também não coma. Porém, já ouvimos dizer que alguns de vós não trabalham e andam irrequietos de cá para lá. A esses advertimos, e os exortamos no Senhor Jesus Cristo a trabalhar, a deixar o ‘diz-que-disse’ e a ganhar o próprio pão. Este caminho é santo e bom: segui-o»

[16. O silêncio]
Por entre este mundo de pressas e de ruídos buscareis a solidão a fim de vos encontrardes convosco mesmos e com Deus. Evitai as críticas, as calúnias e as murmurações.


Serviço e autoridade na Comunidade madura

[17. O Prior, servo humilde]
O responsável da Comunidade tenha sempre presente na mente e na prática aquilo que diz o Evangelho: «aquele que entre vós quiser ser o maior, seja o vosso servo; e o que entre vós quiser ser o primeiro, seja o vosso escravo».

[18. A obediência ao Prior] 
Vós os membros da Comunidade respeitareis a figura do responsável, considerando que foi colocado no meio de vós por vontade de Deus e para vosso serviço. Trabalhareis com ele co-responsavelmente no andamento da Comunidade.


Epílogo

[Fidelidade generosa e discernimento]
Esta adaptação de tão grande proveito da norma de vida do Carmo nós vo-la apresentamos na esperança de que, servindo-vos das adaptações que julgueis necessárias, vos decidais a seguir o nosso carisma. Que este projecto alcance os seus objectivos: irmanar-nos na família do Carmo e nos aproxime ao Pai através da mediação da Virgem, Nossa Mãe e Senhora.

Dia da Fundação da Ordem dos Carmelitas Descalços





domingo, 27 de novembro de 2011

1º Domingo do ADVENTO


«O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!»
(Marcos 13, 33-37)




O Advento começa com este grito de Jesus, várias vezes repetido: Vigiai!
Põe-te alerta. Prepara-te.
O Advento é o tempo das surpresas. E se não estás atent@, vigilante, elas passam-te ao lado e a tua vida fica na mesma.
Vigia, fica atent@, porque Deus vai aparecer na tua vida. De surpresa. Onde menos esperas. De formas que nem imaginas.
Vigia. Prepara-te para encontrar o inesperado.


Mantém-me atento/a, Senhor.
Se os meus olhos se começarem a fechar, acorda-me.
Se me distrair, chama-me a atenção.
Este Advento é o tempo em que quero acolher, com o coração e com a vida, as surpresas que trazes para mim.
A surpresa que és Tu, feito presente na minha vida.
 

ADVENTO




Quatro semanas de qualidade

Para preparar o Natal, os cristãos Têm um tempo chamado Advento. São quatro semanas para aumentar a esperança e reencontrar as razões profundas da nossa alegria.
O Deus verdadeiro que Se mostrou em Jesus de Nazaré quer fazer de nós gente feliz. E para isso vem ao nosso encontro. A sua presença na nossa vida ajuda-nos a superar as dificuldades. A sua companhia permite-nos ultrapassar os fracassos.
Ele é como uma luz que nos indica um caminho seguro para uma vida de alta qualidade.
Advento é o tempo para colocar o coração em sintonia com o Deus-Menino. É o tempo para aprender de novo o que é a beleza e a ternura.

Neste tempo de Advento, tu mereces encontrar em cada dia um tempo de qualidade.
Um tempo para rezar melhor.
Um tempo para te encontrares com Deus que nos fala.
Um tempo para escutares as propostas de esperança que Deus te faz.
Bom Advento!

sábado, 26 de novembro de 2011

DOMINGO I DO ADVENTO


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!». [Mc 13, 33-37]

sábado, 19 de novembro de 2011

DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’. E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna». [Mt 25, 31-46]

S. Rafael de S. José

 


«se queres ser perfeito e santo cumpre os teus deveres com fidelidade».
Exortações de S. Rafael de S. José

Hoje é o dia da memória litúrgica de S. Rafael de S. José ou Rafael Kalinowski, um dos maiores Santos carmelitas e um grande exemplo para os jovens. A vida deste Santo polaco é repleta de aventura, sacrifício, corajem, dedicação aos outros e principalmente aos jovens, compaixão e muito amor ao Carmo e a Nossa Senhora. Rafael Kalinowski foi Santo na Terra e teve o Céu, também cada um de nós pode ter o CÉU (SKY) se santificar a sua vida AGORA (NOW).

Se queres saber um pouco mais sobre a vida deste Santo

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Todos os Santos Carmelitas - Festa





Esta é a gota da fama onde estão algumas das nossas Estrelas e Ídolos Carmelitas, bem como tantos e tantos carmelitas anónimos, consagrados, seculares e leigos que fizeram da sua vida uma eterna fonte de santidade.
Hoje é o seu dia e os jovens carmelitas alegram-se com os seus ensinamentos, Dons, Graças e Bençãos.

sábado, 12 de novembro de 2011

DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: "Senhor, entregaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei". Respondeu-lhe o senhor: "Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor"». [Mt 25, 14-15.19-21]

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

VI ENTREFITAS > Notas Finais


ÁGORA, by Alejandro Amenábar

Entre amigos estivemos no Sábado.
O Carmo Jovem reuniu-se em Caíde de Rei para mais uma actividade, desta vez o VI Entrefitas.

Éramos para lá de muitos – de Avessadas, de Caíde, daqui e dali, de Paços de Gaiolo, de Braga… – e de Viana do Castelo tínhamos uma nova contratação, o Simão, que esperemos que volte e revolte porque não admitimos desistências!


À chegada, a Sónia recebeu-nos em sua casa com um delicioso jantar. Das panelas em cima do fogão a lenha, saía um cheirinho maravilhoso, todos os temperos e aromas de uma comida feita com amizade. Não faltaram as castanhas estaladiças e um genuíno Porto para rematar. A D. Sílvia, mãe da Sónia e da Tuxana, está de parabéns, e muito agradecidos estamos a esta família que, com o Sr. Alexandre Ferraz à cabeça, sempre nos recebe à farta! Avisámos que éramos cinco mas aparecemos oito e o manjar multiplicou-se e dava para muitos mais. Mistérios da cozinha? Artes mágicas da cozinheira? Não! Partilha e amizade carmelita no seu melhor.

Mas a hora adiantava-se e era necessário seguir até à sede da Junta de Freguesia, onde a sessão de cinema nos esperava. Ágora, de Alejandro Amenábar, era o filme proposto pelo Coordenação do Movimento.


A sinopse da película informa que o mesmo se passa no século IV., no Egipto, sob o poder do Império Romano. Ali, violentos confrontos sociais e religiosos invadem as ruas de Alexandria… Presa entre paredes, sem poder sair da lendária Biblioteca da cidade, a brilhante astrónoma, Hypatia, com a ajuda dos seus discípulos, faz tudo para salvar os documentos da sabedoria do Antigo Mundo… Entre os discípulos, encontram-se dois homens que disputam o seu coração: o inteligente e privilegiado Orestes e o jovem Davus, escravo de Hypatia, dividido entre o amor secreto que nutre por ela e a liberdade que poderá ter ao juntar-se à imparável vaga de cristãos.

À medida que o filme passava na tela no meu pensamento fervilhavam algumas considerações que, nos últimos tempos, me têm suscitado interesse.


A primeira prende-se com o facto de constatar que vivemos num tempo em que é de bom tom não ser Católico, não ir à Missa e muito menos cumprir os rituais sagrados. A presença na igreja reduz-se àqueles momentos tidos como inevitáveis, ou seja, um amigo que casa ou um familiar que morre, casamentos, baptizados e funerais e pouco mais. Mesmo os católicos praticantes sentem por vezes um grande constrangimento em assumir a sua crença entre os seus pares.

Vivemos no século da tecnologia e do mundo virtual, do rápido acesso à informação, do consumismo desenfreado de tudo o que é de desgaste rápido e não implique esforço de entendimento. Achamo-nos por isso mais livres, pois temos tudo o que queremos e, salvo excepções, quando queremos. Chegamos até a pensar que já bastaram as restrições dos quarenta anos de ditadura salazarista e da trilogia Deus, Pátria, Família e de tudo o que isto implicava. A laicização do Estado, proporcionada pela Revolução de Abril, parece-me mal interpretada. Melhor dizendo, a liberdade de escolha, neste caso de um credo religioso, num Estado democrático foi sendo substituída por esta nova forma de imposição, invisível, é certo, porque não é legislada mas emocionalmente sentida pelos crentes, de que frequentar a Igreja é sinónimo de obscurantismo, de pequenez, de inculto, de tacanho.

Considero ainda que os meios de comunicação social, na ânsia de proclamarem um mundo livre, enchem-nos os olhos com um variadíssimo leque de programas de qualidade duvidosa. Em nome da liberdade de escolha tudo é possível e permitido. E no desejo desenfreado de esclarecer a população, deturpam a verdade histórica, destacam, com uma certeza pouco certa, histórias mal contadas, momentos menos bons da instituição Igreja, para provocar a sua “derrota”, para aniquilar os seus princípios, para despertar as pessoas destas, perdoem-me a expressão, tretas que a Igreja ensina.

São sobejamente conhecidos filmes e livros em que, qual fórmula mágica, se tentam desmontar os Evangelhos, a veracidade da vida de Cristo, da Virgem ou dos Santos Apóstolos. É certo e sabido que falar mal da Igreja é um assunto que vende e aumenta audiências.

Esquecem-se as pessoas que não estão a ser livres. Na realidade, são manipuladas em nome da laicização do pensamento. Esquecem-se que a maior liberdade vem do conhecimento de Deus.

Esquecem-se que a maior liberdade está na possibilidade de escolha, em dizer: Sim, eu creio e por isso me comprometo. A liberdade está na capacidade de nos comprometermos perante algo maior, invisível, mas constante na nossa vida.

Um segundo aspecto que me paira no pensamento relaciona-se com o facto de a vontade do Homem conhecer e perceber o mundo é tão antiga como a existência do próprio Homem. Desde cedo, as primeiras comunidades humanas criaram rituais relacionados com a adoração de (um) deus, porque perceberam a necessidade de existência de uma entidade superior capaz de criar o universo.

Ao longo da História da Humanidade, cada civilização foi criando as suas fórmulas para explicar as razões do aparecimento do Homem, do mundo, da terra e qual a posição desta no cosmos. E era na religião, politeísta ou monoteísta, que os seres humanos encontravam os fundamentos para a existência. As teorias científicas mais recentes apontam o Big Bang como o momento inicial de explosão e posterior expansão do universo.

Religião e Ciência entravam assim em confronto. Aliás, o filme visionado mostra efectivamente este confronto: Hypatia não é aceite na comunidade porque não assume uma religião – nomeadamente a dominante, a cristã – nem afirma amar a filosofia e o conhecimento acima de tudo. Aliás, dedica a sua vida à procura incessante do conhecimento. Como uma religião.

Mas fazendo a análise mais pormenorizada da película, constatamos que as incorrecções históricas não foram esclarecidas ao comum dos mortais. Na realidade, pretende-se mostrar a brutalidade da actuação dos cristãos relativamente aos pagãos. De facto, não foi mencionado nem pelo produtor do filme, nem pelos tão esclarecedores meios de comunicação social, que a Biblioteca de Alexandria foi anteriormente destruída por um incêndio e não por cristãos revoltados e violentos, por exemplo.


O filme retrata uma época em que as discussões civilizadas da praça pública grega, a Ágora, tinham dado lugar à violência das turbas. As personagens, nomeadamente Amónio, Orestes, Cirilo e Sinésio são figuras históricas, retratadas com alguma veracidade, mas não isentos de desvios factuais. Igualmente fidedigna é a descrição de Theon, o pai de Hypatia. Theon foi matemático famoso. Era bibliotecário em Alexandria e deixou vários comentários, ou seja, textos clássicos rescritos e desenvolvidos de forma a poderem ser difundidos e estudados. Sabe-se que Hypatia colaborou com ele em algumas edições, nomeadamente nas Tabelas Práticas de Ptolomeu e na Aritmética de Diofanto. Pouco mais se sabe sobre esta figura romântica da história da matemática. 

 O filme é primariamente crítico do Cristianismo primitivo e perde por esse primarismo faccioso. Além disso, afasta-se da realidade quando fala das investigações de Hypatia. A matemática e astrónoma alexandrina aparece como tentando conciliar o modelo heliocêntrico de Aristarco com o modelo geocêntrico de Ptolomeu. Todavia, não há nenhuma base para essa presunção. O modelo de Aristarco era então apenas uma curiosidade algo absurda, e só muitíssimo mais tarde, em 1543, foi reavivado com o trabalho de Copérnico.

Por fim, destaca-se no filme ainda o apriorismo da luta entre religiões e entre o fenómeno religioso e a ciência. A luta inter-religiosa foi uma constante na História: pagãos/cristãos, cristãos/judeus, cristãos católicos/protestantes, cristãos/muçulmanos, entre muitos outros e vice versa.

Todas se afirmaram detentoras da verdade. Todas se assumiram como religiões válidas e exclusivas. E não o serão para os seus crentes, desde que cumpram na íntegra os seus princípios? Não seríamos todos nós muçulmanos se tivéssemos nascido numa cultura muçulmana? 


 Este assunto traz-me à memória a vontade de João Paulo II em promover o debate inter-religioso. Além disso, parece-me que o mesmo Papa tentou aproximar a Fé da Ciência. E não podemos esquecer os esforços recentes de Bento XVI, que a 27 de Outubro, 25 anos depois, na cidade do Poverello, Assis, repetiu o gesto do seu Antecessor, ao reunir 300 representantes religiosos e académicos de 50 países para, juntos, «afirmar a dimensão espiritual como elemento chave para a construção da paz».

As teses modernistas acreditavam que a religião iria perder a sua influência nas várias esferas da vida social à medida que as sociedades se modernizassem e passassem a confiar na capacidade da ciência e da tecnologia. Porém, apesar de a religião ter perdido influência na esfera política, ela não está a desaparecer – e menos ainda nas proféticas «duas gerações» subsequentes! Ela continua a evidenciar uma centralidade e uma transversalidade nos vários domínios do social. Continua a unir e a dividir indivíduos, a desempenhar um papel poderoso e motivador na vida de muitos deles.

Assim sendo, o diálogo entre religião e ciência continua em aberto. Muitos autores defendem que a fé religiosa, o sentido da existência humana, são problemas para os quais a ciência não pode encontrar respostas. Já no século XVIII, Kant considerava que não se pode saber se Deus existe mas pode-se ter a certeza moral de que existe.

Paralelamente a estas questões, destaca-se ainda no meu pensamento a importância do ecumenismo. Foi no seio do Cristianismo que surgiu pela primeira vez a preocupação do diálogo entre as religiões. O ecumenismo, ou seja, o debate inter-religioso tornou-se um tema de debate, presente no discurso político e com grande interesse mediático. O trabalho ecuménico é valorizado e reconhecido como um instrumento que poderá contribuir para encontrar um caminho para a paz.

Por isso, e porque o texto vai longo, como longa foi a noite do Entrefitas, e para concluir, perguntamos: Será por ser fixe ou cool que em geral todos criticam a fé cristã? Que para afirmar a independência da razão se destrói a fé e a religião, usando termos e meios arcaicos e medievais, tantas vezes esconjurados à Igreja como ignóbeis? Que estatuto dá não molhar os dedos em água benta nem ajoelhar-se diante do Santíssimo?


Por isso, Jovens Carmelitas, venha o próximo. Debate e filme.
 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

VI ENTREFITAS > "Olha que Ele te olha"

 
Para que quem esteve presente, possa recordar e quem não esteve presente, possa aprender...




MIRA QUE TE MIRA (acordes)

                       Ré m Dó                    Ré m
“Mira que te mira, mira que te mira,
                      Sib Dó       Ré m
Mira que te mira, mirale”.

                         (Dó)            Ré m
Acompanha-o, fala-Lhe e pede-Lhe,
         Sib                      Ré m
Sê humilde e fala com Ele.


Mensagem aos Jovens - CEP

 


Caríssimos jovens, as melhores e mais amigas saudações dos vossos Bispos, reunidos em Fátima.

Todos nós, os que estivemos em Madrid, na XXVI Jornada Mundial da Juventude (JMJ), recordamos, com alegria, a “Grande Festa da Fé”, vivida com o Papa Bento XVI e com tantos jovens, vindos do mundo inteiro. De Portugal, fomos mais de 12.000 jovens, responsáveis das dioceses e das estruturas diversas da Pastoral Juvenil. Nós, os Bispos, acompanhámos todo este acontecimento com alegria e proximidade pastoral e afetiva.

Porém, foram muitos mais os jovens que, mesmo não indo a Madrid, viveram estas Jornadas, ou porque acompanharam e estiveram na sua preparação, ou porque seguiram, de perto, a experiência ali vivida.

É a todos vós, jovens de Portugal, e responsáveis diocesanos e de todos os organismos juvenis, que nós queremos dirigir esta mensagem.

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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Isabel da Trinidade




P.S. Mesmo estando em espanhol, esperemos que seja compreensível...

Bem-Aventurada Isabel da Trindade



"Há um Ser que é Amor
E quer que vivamos
Em sociedade com Ele...
É Ele que me faz companhia,
Que me ajuda a sofrer,
Que me faz ultrapassar a minha dor
Para me repousar n'Ele;
Faz como eu,
Verás como isto
Transforma tudo."
(Ct. 327)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bem-Aventurado Francisco Palau



"Tu sabes, Igreja Santa, que se vivo, vivo por ti e para ti."

Francisco Palau y Quer nasceu a 29 de Dezembro de 1811, em Aytona, Lerida, Espanha. Estudou filosofia e teologia no Seminário de Lérida. Professou na Ordem dos Carmelitas Descalços a 15 de Novembro de 1833. Devido aos perigos políticos produzidos na Espanha, é exilado para a França entre 1840 e 1851. Cerca do Santuário de Nossa Senhora de Livron leva uma vida solitária e recolhida. Regressa A Espanha, em Abril de 1851, e é incardinado na diocese de Barcelona. Funda a "Escola da Virtude" em Novembro do mesmo ano. Extinta a "Escola" é desterrado para Ibiza a 09 de Abril de 1854, onde vive profundamente o mistério da Igreja. Nas Ilhas Baleares fundou a Congregação dos Irmãos e das Irmãs Carmelitas Missionárias. Entre Janeiro e Março de 1872, escreve e publica as Regras e Constituições da Ordem Terceira dos Carmelitas Descalços, impressos em Barcelona. Morreu em Tarragona, a 20 de Março de 1872.

Foi um homem de altura média e constituição robusta. Apreciava o silêncio e a solidão, sem deixar de ser um apóstolo de actividade variada e fecunda. Foi um pregador incansável. Sente a urgência da recristianização do ambiente espanhol e europeu e toma-a como uma obra de evangelização. A correspondência foi um dos canais através dos quais transmitia mais eficazmente o espírito e autenticidade dos membros da família religiosa do Carmel Missionário.

Exerceu também o ministério de exorcista. Foi um grande escritor sobre vários temas da vida da Igreja. As obras mais notáveis são: Luta da alma com Deus, sobre a vida solitária; Catecismo das Virtudes, Mês de Maria, Escola da Virtude; A Igreja de Deus entre outros. Merece especial referência as páginas de natureza autobiográfica reunidos em dois livros: Cartas e Minhas Relações com a Igreja. A sua visão da Igreja e da Virgem Maria como tipo perfeito e acabado da Igreja são de notável profundidade espiritual e mística.

Foi beatificado pelo Papa João Paulo II a 24 de Abril de 1988 e a sua festa litúrgica celebra-se a 7 de Novembro. As congregações da Carmelitas Missionárias e das Carmelitas Missionárias Teresianas são testemunho na Igreja dos nossos dias da fecundidade apostólica deste carmelita descalço.

Durante este ano estamos a celebrar o Segundo Centenário do Nascimento deste nosso irmão, carmelita descalço.


página Bi-Centerário Francisco Palau

domingo, 6 de novembro de 2011

São Nuno De Santa Maria - Festa





Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal a 24 de Junho de 1360, muito provavelmente em Cernache do Bonjardim, sendo filho ilegítimo de fr. Álvaro Gonçalves Pereira, cavaleiro dos Hospitalários de S. João de Jerusalém e Prior do Crato, e de D. Iria Gonçalves do Carvalhal. Cerca de um ano após o seu nascimento o menino foi legitimado por decreto real, podendo assim receber a educação cavalheiresca típica dos filhos das famílias nobres do seu tempo. Aos treze anos torna-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na Corte e acabando por ser pouco depois cavaleiro. Aos dezasseis anos casa-se, por vontade de seu pai, com uma jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim. Da sua união nascem três filhos, dois do sexo masculino, que morrem em tenra idade, e uma do sexo feminino, Beatriz, a qual mais tarde viria a desposar o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.

Quando o rei D. Fernando I morreu a 22 de Outubro de 1383 sem ter deixado filhos varões, o seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela por ter desposado a filha do falecido rei. Nuno tomou o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, Comandante supremo do exército. Nuno conduziu o exército português repetidas vezes à vitória, até se ter consagrado na batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385), a qual acaba por determinar à resolução do conflito.

Os dotes militares de Nuno eram no entanto acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor pela eucaristia e pela Virgem Maria são a trave-mestra da sua vida interior. Assíduo à oração mariana, jejuava em honra da Virgem Maria às quartas-feiras, às sextas, aos sábados e nas vigílias das suas festas. Assistia diariamente à missa, embora só pudesse receber a eucaristia por ocasião das maiores solenidades. O estandarte que elegeu como insígnia pessoal traz as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros S. Tiago e S. Jorge. Fez ainda construir às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de S. Maria da Vitória, na Batalha.

Com a morte da esposa, em 1387, Nuno recusa contrair novas núpcias, tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente se alcançou a paz, distribui grande parte dos seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acabo por se desfazer totalmente daqueles em 1423, quando decide entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria. Impelido pelo Amor, abandona as armas e o poder para revestir-se da armadura do Espírito recomendada pela Regra do Carmo: era a opção por uma mudança radical de vida em que sela o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado. Embora tivesse preferido retirar-se para uma longínqua comunidade de Portugal, o filho do rei, D. Duarte, de tal o impediu. Mas ninguém pode proibir-lhe que se dedicasse a pedir esmola em favor do convento e sobretudo dos pobres, os quais continuou sempre a assistir e a servir. Em seu favor organiza a distribuição quotidiana de alimentos, nunca voltando as costas a um pedido. O Condestável do rei de Portugal, o Comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao entrar no convento recusa todos os privilégios e assume como própria a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor, de Maria —a sua terna Padroeira que sempre venerou—, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.

Significativo foi o dia da morte de frei Nuno de Santa Maria, o domingo de Páscoa, 1 de Abril de 1431, passando imediatamente a ser reputado de “santo” pelo povo, que desde então o começa a chamar “Santo Condestável”.

Mas, embora a fama de santidade de Nuno se mantenha constante, chegando mesmo a aumentar, ao longo dos tempos, o percurso do processo de canonização será bem mais acidentado. Promovido desde logo pelos soberanos portugueses e prosseguido pela Ordem do Carmo, depara com numerosos obstáculos, de natureza exterior. Foi somente em 1894 que o Pe. Anastasio Ronci, então postulador geral dos Carmelitas, consegue introduzir o processo para o reconhecimento do culto do Beato Nuno “desde tempos imemoriais”, acabando este por ser felizmente concluído, apesar das dificuldades próprias do tempo em que decorre, no dia 23 de Dezembro de 1918 com o decreto Clementissimus Deus do Papa Bento XV.

As suas relíquias foram trasladadas numerosas vezes do sepulcro original para a Igreja do Carmo, até que, em 1961, por ocasião do sexto centenário do nascimento do Beato Nuno, se organizou uma peregrinação do precioso relicário de prata que as continha; mas pouco tempo depois é roubado, nunca mais tendo sido encontradas as relíquias que contivera, tendo sido depostos, em vez delas, alguns ossos que tinham sido conservados noutro lugar. A descoberta em 1966 do lugar do túmulo primitivo contendo alguns fragmentos de ossos compatíveis com as relíquias conhecidas reacendeu o desejo de ver o Beato Nuno proclamado em breve Santo da Igreja.

O Postulador Geral da Ordem, P. Felipe M. Amenós y Bonet, conseguiu que fosse reaberta a causa, que entretanto era corroborada graças a um possível milagre ocorrido em 2000. Tendo sido levadas a cabo as respectivas investigações, o Santo Padre, Papa Bento XVI, dispõe a 3 de Julho de 2008 a promulgação do decreto sobre o milagre em ordem à canonização e durante o Consistório de 21 de Fevereiro de 2009 determina que o Beato Nuno seja inscrito no álbum dos Santos no dia 26 de Abril de 2009.


Homilia do Santo Padre Bento XVI (26 de abril de 2009)