domingo, 29 de março de 2009

E estava ali a Carla

E encontrei ainda a Carla Chavarria, também do Vitis Florigera. Se bem me lembro onde estivesse a Ana estava a Carla e o contrário era também verdade. Por isso não me espantei, que, chegando ao nono andar do São João, ali encontrasse a Carla. Tem agora dois homens na sua vida, o marido Carlos e o filho Santiago. Parabéns, continuas igual. A fotografia não te faz justiça, mas foi a melhor que o aprendiz de fotografo sacou.
E aparece, que pelo Carmo os padres não se incomodam com miúdos irrequietos durante a Missa!

Ana Balinha

Esta é a Ana Balinha. É do Vitis Florigera de Viana do Castelo. Não tem 30 anos. É uma mulher de trabalho, de combate e de sucesso. Pertence ao Carmo Jovem sofredor. Visitei-a hoje no Hospital de São João, no Porto. Ontem a mãe pediu-me um Escapulário que a filha há muito queria, mas que não conseguia porque os caminhos têm muitas bifurcações. Dei-lho para que lho levasse, pois não queria que lhe faltasse o sinal da Mãe.
Visitei-a hoje no Hospital. Tinha amigos consigo dando corda ao tempo para que corresse. Contou-nos a história que só tem vinte dias. E afagava o Escapulário com a confiança dum naúfrago que encontra uma tábua. Não podia ficar mais tempo. Havia mais amigos querendo subir até ao nono andar.
Despedi-me apenas prometendo rezar, rezar por esta mulher jovem, uma mulher de armas a quem convocaram para um combate muito desigual.
Só prometi rezar. E é isso que conto nesta noite ao Carmo Jovem feliz.

sábado, 28 de março de 2009

V Domingo da Quaresma

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São João [Jo 12, 20-33]
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido:«Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes:«Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia:«Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus:«Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa.Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Papa convida jovens a recordar João Paulo II

Bento XVI convidou os jovens da diocese de Roma a unirem-se à celebração eucarística na qual recordará o quarto aniversário de falecimento de João Paulo II, no próximo dia 2 de abril. Segundo uma nota do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, divulgada nesta quinta-feira, a missa começará às 18h, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e fará parte das celebrações da Jornada Mundial da Juventude, que este ano será celebrada nas dioceses, em torno do Domingo de Ramos, em 5 de abril. Com este motivo, no domingo, virá a Roma uma delegação de jovens da Austrália, sede da Jornada Mundial da Juventude de Sydney (2008), que entregará a jovens de Madri a Cruz dos Jovens, pois a capital espanhola acolherá o evento em 2011. Em sua mensagem por ocasião desta Jornada Mundial da Juventude, Bento XVI faz este convite aos jovens: «Fazei opções que manifestem vossa fé; fazei ver que entendestes as insídias da idolatria do dinheiro, dos bens materiais, da carreira e do êxito, e não vos deixais atrair por estas falsas ilusões». «Não cedei à lógica do interesse egoísta – continua exortando os jovens; pelo contrário, cultivai o amor ao próximo e fazei o esforço de colocar vós mesmos, com vossas capacidades humanas e profissionais, ao serviço do bem comum e da verdade, sempre dispostos a dar resposta a todo aquele que vos pedir razão de vossa esperança.» «O autêntico cristão nunca está triste, ainda quando tem de enfrentar provas de diferentes tipos, porque a presença de Jesus é o segredo de seu gozo e de sua paz», conclui.

terça-feira, 24 de março de 2009

Bento XVI convoca Ano Sacerdotal

Bento XVI anunciou esta Segunda-feira a convocação de um “ano sacerdotal” especial, de 19 de Junho 2009 a 19 de Junho de 2010, que terá como tema: "Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote".

sábado, 21 de março de 2009

Reflexão II Entre Fitas Palavras: O Lado Selvagem

I. "USAREI ESTA VIDA PARA ME FAZER CRESCER" Para Christopher não era preciso o material para o fazer crescer, queria liberdade. Achamos que a aventura que o Christopher decide fazer é o reflexo da sua angústia e do desespero que estava a passar, vivendo a sua vida tão recheada de bens supérfluos. Mas, mais tarde, apercebeu-se de que sozinho, já não fazia sentido a vida que escolheu. A viagem, primeiramente, trouxe-lhe liberdade, mas quando chega ao Alaska – o seu objectivo – carrega a profunda infelicidade de estar só. Christopher encontra sempre gente no seu caminho, que formam, no fundo, a sua família: o velho, que experimentou a felicidade que há muito não tinha; a jovem no acampamento, que se apaixonou por ele, com quem desenvolveu uma sentida amizade; os seus “pais”, que habitavam as estradas por onde passavam, sem destino; entre outros… II. " A ALEGRIA DE VIVER NÃO ADVÉM PRINCIPALMENTE DAS RELAÇÕES HUMANAS. DEUS COLOCOU-A EM TODO O LADO" Não concordamos com a afirmação. O ser Humano não pode, nem deve ser isolado. As relações humanas são essenciais para a formação da nossa identidade, de forma saudável, por nos prendarem com a alegria de viver com os outros. “Ninguém é feliz sozinho, nem mesmo na eternidade”, afirma o poeta Miguel Torga.
III. "TRATAR AS COISAS PELO SEU VERDADEIRO NOME." Christopher atribuiu a si próprio um novo nome: Alexander Supertramp [super-vagabundo]. Este gesto mostra o corte que ele fez com o seu passado. Como se fosse um novo nascimento, um baptismo. No entanto, por muito que quisesse, Chris nunca esqueceu a sua origem. Sozinho, sentia a falta da sua vida original. Prova disso é o facto de assinar o texto que escreve pouco antes de morrer com o seu verdadeiro nome.
IV. A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO [LC 15, 11-32] Podemos comparar a história de Chris com a Parábola do Filho Pródigo. Há semelhanças e diferenças. Algo que é semelhante é a vontade de partir e de mais tarde regressar a casa. Contudo, Christopher apenas regressa a casa em pensamento e, contrariamente ao filho Pródigo, decide viajar sem nada, não quis dinheiro. O senhor mais velho (Franz) diz a Christopher: "Quando perdoas, tu amas. E quando amas, a luz de Deus ilumina-te." Nós concordamos com esta frase. Por muito mau que seja o erro, nós perdoamos quem amamos. A prova de amor maior que podemos demonstrar pelo outro é o perdão: o perdão tem que exigir o amor maior. V. A IRMÃ DE CHRISTOPHER DIZ QUE ELE ESTAVA A ESCREVER A SUA HISTÓRIA E QUE TINHA DE SER ELE A CONTÁ-LA. CHRIS, POUCO ANTES DE MORRER, AFIRMA: "A FELICIDADE SÓ É VERDADEIRA QUANDO É PARTILHADA." Perante estas perspectivas, o nosso grupo concordou com a afirmação do Chris. Realmente, a felicidade é mais fugaz e escaca quando não é partilhada. Podemos querer escrever a nossa história, mas, na maioria das vezes, são os outros que direccionam os nossos movimentos. A dada altura já são eles que escrevem. Olhando as coisas nesta perspectiva, podemos mudar a nossa vida e a vida daqueles que me rodeiam. Porque a nossa felicidade é também a felicidade do outro. A irmã tem um papel importantíssimo na vida de Chris. Sempre esteve preocupada com o irmão e perdoou-o mesmo depois da sua “fuga” e da falta de notícias.
Jovens Sementinhas - Caíde de Rei

IV Domingo da Quaresma!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São João [Jo 3, 14-21]
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos:«Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus.

sexta-feira, 20 de março de 2009

«Memórias da Irmã Lúcia» disponíveis na Internet

O Secretariado dos Pastorinhos (http://www.pastorinhos.com/livros/pt/MemoriasI_pt.pdf) acaba de disponibilizar na Internet o I Volume do livro “Memórias da Irmã Lúcia”. O ficheiro, em formato PDF, está disponível em 16 línguas. O livro contêm as recordações da Vidente e é considerado por este Secretariado como “o testemunho mais rico, mais vivo e mais completo dos acontecimentos de Fátima”.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Papa evoca São José

Bento XVI participou, ontem, na celebração das Vésperas na Basílica dedicada a Maria Rainha dos Apóstolos em Yaoundé, tendo aproveitado o momento para lembrar o exemplo de S. José, cujo dia se assinala hoje. “São José ensina-nos que se pode amar sem possuir. Contemplando todo o homem e toda a mulher pode, com a graça de Deus, chegar à cura das suas feridas afectivas com a condição de entrar no projecto que Deus já começou a realizar nos seres que estão próximos dele, tal como José entrou na obra da redenção através da figura de Maria e graças aquilo que Deus já tinha feito nela”, disse Bento XVI. O Papa acrescentou que “a nossa meditação sobre o itinerário humano e espiritual de São José convida-nos a adoptar a medida de toda a riqueza da sua vocação e do modelo que permanece para quantos quiserem consagrar totalmente a sua vida a Cristo, tanto no sacerdócio como na vida consagrada”. “José viveu, efectivamente, à luz do mistério da Encarnação, não apenas numa proximidade física, mas também com a atenção do coração. José desvenda-nos o segredo de uma humanidade que vive na presença do mistério, aberta ao mesmo através dos pormenores mais concretos da vida. Nele não há separação entre Fé e acção”, referiu Bento XVI.

19 de Março - Solenidade de São José

José, de coração humilde e casto, A quem Deus entregou a nova Eva, Feliz de Ti, que viste começar A Redenção. Chamado para esposo de Maria E para pai de Deus feito menino, Tu protegeste e deste o alimento Ao próprio Deus. Patriarca do silêncio e do trabalho, Escondes na humildade o coração Cheio de amor a Cristo e sua Mãe Em Nazaré. Tu recebeste a Arca da aliança Que Deus veio firmar com o seu povo. Defende a santa Igreja que é na Terra Povo de Deus. Quando Deus incarnou em tua Esposa, A promessa se fez realidade. Protege com a tua intercessão Os nossos lares. Louvor a Deus, Trindade única e santa, Louvor ao Pai e ao Filho com o Espírito. Oh divina Família, que no amor Nos santifica.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Carminhada - Moinhos da Gândara - 4 ABR'09

COMO CHEGAR? Vindo de Norte A17/IC1 - Saída Quiaios - Portagem - Direita na rotunda no sentido Tocha / Mira - Continua por N109 - Entrando na localidade de Castanheiro - Seguir à Direita no sentido Santana / Quinta dos Vigários - Transpor passagem área sobre A17 - Encontrar placa de Quinta dos Vigários - Seguir até Escola Primária - seguir à direita após 50 metros - seguir à direita em frente até à Capela de Nossa Senhora da Saúde Moinhos da Gândara. Aspectos a ter em atenção: - As carminhadas são abertas a todos os jovens; - Início às 9h00, na Capela de Nossa Senhora da Saúde (Figueira da Foz); - A carminhada tem 14 km; - Eucaristia às 16:00 na Capela de Nossa Senhora da Saúde; - A carminhada termina após a Eucaristia; - O almoço será partilhado, devendo cada participante levar de casa. Levar uma manta para colocar no chão; - Procura levar calçado confortável e já usado; chapéu; roupa conveniente (um impermeável…); - Haverá carros de apoio (que irão transportar as mochilas), mas a maior honra dos condutores de carros-vassoura é chegar ao fim vazios; - Carminha ligeiro de equipagem; - Nem tudo é necessário para carminhar…; - Quem participou em outras Carminhadas já tem a faixa “JOVENS LEIGOS CARMELITAS”. Devem levá-la. CONFIRMAÇÃO A confirmação de participação na Carminhada deverá ser efectuada até ao dia 29 de Março para:
Carmo Jovem carmojovem@gmail.com Célia Oliveira celia.krido@hotmail.com

sexta-feira, 13 de março de 2009

III Domingo da Quaresma!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João [Jo 2, 13-25] Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas. Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistase derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas:«Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio».Os discípulos recordaram-se do que estava escrito:«Devora-me o zelo pela tua casa».Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe:«Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?»Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Disseram os judeus:«Foram precisos quarenta e seis anos para se construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?»Jesus, porém, falava do templo do seu corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e nas palavras que Jesus dissera. Enquanto Jesus permaneceu em Jerusalém pela festa da Páscoa, muitos, ao verem os milagres que fazia, acreditaram no seu nome. Mas Jesus não se fiava deles, porque os conhecia a todos e não precisava de que Lhe dessem informações sobre ninguém:Ele bem sabia o que há no homem.

quarta-feira, 11 de março de 2009

O tempo passa sempre depressa quando é bem passado

No sábado, dia 7 de Março, o Carmo Jovem reuniu-se para o “ II Entre fitas, palavras” que teve lugar no Convento do Carmo, em Braga. Pelas 20 horas, já estava o grupo da casa à porta, quando começaram a chegar os espectadores de Aveiro, Avessadas, Caíde de Rei e Viana do Castelo. Por volta das 20h15, o grupinho de vinte e três jovens entrou para a “sala de cinema”… e como íamos para uma sessão de cinema não poderia deixar de haver o bilhete. Esta foi, aliás, a nossa já tradicional lembrança. Na verdade, bem original e guardada para o resto da vida de cada um de nós! Para nos acolher o Tiago Gonçalves, representante do grupo de Braga, saudou-nos com umas palavras de afecto, dando-nos uma pequena introdução ao filme e o porquê de ali estarmos naquela noite. Passou a palavra ao Sr. Padre Agostinho Castro, Prior do convento, que nos deixou à vontade. E, como não poderia deixar de ser, o nosso presidente Jorge Teixeira também nos deu as boas-vindas, dando início à sessão cantando. Nada melhor do que cantar para alegrar e aquecer a alma, visto que estava frio. “O Lado Selvagem” de Sean Penn foi o filme que nos juntou naquela noite. É uma história comovente que conta a vida de um rapaz de 22 anos que acaba de sair da universidade, com um brilhante futuro à sua frente. Farto de viver mentiras e hipocrisias decide partir, deixando para trás a vida luxuosa que levava para ir viver para o Alasca. Ao longo do caminho Christopher encontra uma série de personagens que dão forma e sentido à sua vida. O filme acabou! De costa doridas de tanto estarmos sentados, ainda tivemos forças para debater sobre o filme e cantar mais uma musiquinha. Passamos então para a sala do lado onde nos esperava um chazinho quente e umas bolachas, para carregarmos baterias para a viagem que ainda tínhamos de fazer. Chegou o fim! Passou depressa, o tempo passa sempre depressa quando é bem passado. Estava na hora dos beijinhos e abraços, todos se despedem, mas lá dentro o coração pede para ficarmos mais um pouquinho na conversa, no entanto temos de ir. Mas uma coisa vai connosco, temos que conservar o bilhete que nos leva para o melhor filme de todos, a Amizade!
Stéphanie Monteiro
Avessadas (Marco de Canaveses)

terça-feira, 10 de março de 2009

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI - Parte II

PARA A XXIV JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE (5 DE ABRIL DE 2009)
A grande esperança está em Cristo
Para Paulo a esperança não é só um ideal ou um sentimento, mas uma pessoa viva: Jesus Cristo, Filho de Deus. Persuadido intimamente desta certeza, poderá escrever a Timóteo: "Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1Tm 4, 10). O "Deus vivo" é Cristo ressuscitado e presente no mundo. É Ele a verdadeira esperança: Cristo que vive connosco e em nós e que nos chama a participar na sua própria vida eterna. Se não estamos sozinhos, se Ele está connosco, aliás, se é Ele o nosso presente e o nosso futuro, por que temer? A esperança do cristão é portanto desejar "o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo" (Catecismo da Igreja Católica, 1817).
O caminho rumo à grande esperança
Assim como um dia encontrou o jovem Paulo, Jesus deseja encontrar também cada um de vós, queridos jovens. Sim, antes de ser um nosso desejo, este encontro é um desejo profundo de Cristo. Mas alguns de vós poderiam perguntar: como posso eu, hoje, encontrá-l'O? Ou também, de que modo Ele se aproxima de mim? A Igreja ensina que o desejo de encontrar o Senhor já é fruto da sua graça? Quando na oração expressamos a nossa fé, também na obscuridade já O encontramos porque Ele se oferece a nós. A oração perseverante abre o coração para O acolher, como explica Santo Agostinho: "O Senhor nosso Deus quer que nas orações se exercite o nosso desejo, de modo que nos tornemos capazes de receber o que Ele pretende dar-nos" (Cartas 130, 8, 17). A oração é dom do Espírito, que nos torna homens e mulheres de esperança, e rezar mantém o mundo aberto a Deus (cf. Enc. Spe salvi, 34).
Dai espaço à oração na vossa vida! Rezar sozinho é bom, mas ainda melhor e mais proveitoso é rezar juntos, porque o Senhor garantiu que está presente onde estiverem dois ou três reunidos no seu nome (cf. Mt 18, 20). Existem muitas formas de se familiarizar com Ele; existem experiências, grupos e movimentos, encontros e itinerários para aprender assim a rezar e a crescer na experiência da fé. Participai na liturgia nas vossas paróquias e alimentai-vos abundantemente da Palavra de Deus e da participação activa nos Sacramentos. Como sabeis, ápice e centro da existência e da missão de cada crente e comunidade cristã é a Eucaristia, sacramento de salvação na qual Cristo se faz presente e doa como alimento espiritual o seu próprio Corpo e Sangue para a vida eterna. Mistério deveras inefável! Em volta da Eucaristia nasce e cresce a Igreja, a grande família dos cristãos, na qual se entra com o Baptismo e nos renovamos constantemente graças ao sacramento da Reconciliação. Depois, os baptizados, mediante a Crisma, são confirmados pelo Espírito Santo para viver como autênticos amigos e testemunhas de Cristo, enquanto os Sacramentos da Ordem e do Matrimónio os tornam preparados para realizar as suas tarefas apostólicas na Igreja e no mundo. A Unção dos enfermos, por fim, faz-nos experimentar o conforto divino na doença e no sofrimento.
Agir em sintonia com a esperança cristã
Queridos jovens, se vos alimentardes de Cristo e viverdes imersos n'Ele como o apóstolo Paulo, não podereis deixar de falar d'Ele, de O fazer conhecer e amar por tantos vossos amigos e coetâneos. Tendo-vos tornado seus fiéis discípulos, sereis assim capazes de contribuir para formar comunidades cristãs impregnadas de amor como aquelas das quais fala o livro dos Actos dos Apóstolos. A Igreja conta convosco para esta empenhativa missão: não vos desencoragem as dificuldades e as provas que encontrardes. Sede pacientes e perseverantes, vencendo a natural tendência dos jovens para a pressa, para querer tudo e já.
Queridos amigos, como Paulo, testemunhai o Ressuscitado! Fazei-O conhecer a quantos, vossos coetâneos ou adultos, estão em busca da "grande esperança" que dê sentido à sua existência. Se Jesus se tornou a vossa esperança, dizei-o também aos outros com a vossa alegria e com o vosso compromisso espiritual, apostólico e social. Habitados por Cristo, depois de ter posto n'Ele a vossa fé e de lhe ter dado toda a vossa confiança, difundi esta esperança ao vosso redor. Fazei escolhas que manifestem a vossa fé; mostrai que compreendestes as insídias da idolatria do dinheiro, dos bens materiais, da carreira e do sucesso, e não vos deixeis atrair por estas quimeras falsas. Não cedais à lógica do interesse egoísta, mas cultivai o amor ao próximo e esforçai-vos por colocar a vós mesmos e as vossas capacidades humanas e profissionais ao serviço do bem comum e da verdade, sempre prontos a responder "a quem vos perguntar a razão da vossa esperança!" (1 Pd 3, 15). O cristão autêntico nunca está triste, mesmo quando tem que enfrentar provas de vários tipos, porque a presença de Jesus é o segredo da sua alegria e da sua paz.
Maria Mãe da Esperança
Modelo deste itinerário de vida apostólica seja para vós São Paulo, que alimentou a sua vida de fé e esperança constantes seguindo o exemplo de Abraão, do qual escreve na Carta aos Romanos: "Ele mesmo, contra o que podia esperar, acreditou que havia de ser pai de muitas nações" (Rm 4, 18). Por estas mesmas pegadas do povo da esperança formado pelos profetas e pelos santos de todos os tempos nós prosseguimos rumo à realização do Reino, e no nosso caminho acompanhe-nos a Virgem Maria, Mãe da Esperança. Aquela que encarnou a esperança de Israel, que doou ao mundo o Salvador e permaneceu, firme na esperança, aos pés da Cruz, é para nós modelo e amparo. Sobretudo, Maria intercede por nós e guia-nos na escuridão das nossas dificuldades para o alvorecer radioso do encontro com o Ressuscitado. Gostaria de concluir esta mensagem, queridos jovens amigos, fazendo minha uma bela e conhecida exortação de São Bernardo inspirada no título de Maria Stella maris, Estrela do mar: "Tu que na instabilidade contínua da vida presente, te vês mais a flutuar entre as tempestades do que a caminhar na terra, mantém fixo o olhar no esplendor desta estrela, se não quiseres ser aniquilado pelos furacões. Se insurgem os ventos das tentações e te encalhas entre as rochas das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria... Nos perigos, nas angústias, nas perplexidades, pensa em Maria, invoca Maria... Seguindo os seus exemplos não te perderás; invocando-a não perderás a esperança; pensando nela não cairás no erro. Amparado nela não escorregarás; sob a sua protecção nada recearás; com a sua guia não te cansarás; com a sua protecção alcançarás a meta" (Homilias em louvor da Virgem Mãe, 2, 17).
Maria, Estrela do mar, sê tu a guiar os jovens do mundo inteiro ao encontro com o teu Filho divino Jesus, e sê ainda tu a celeste guarda da sua fidelidade ao Evangelho e da sua esperança.
Ao garantir a minha recordação quotidiana na oração por todos vós, queridos jovens, abençoo de coração a vós e às pessoas que vos são queridas.
Vaticano, 22 de Fevereiro de 2009.
BENEDICTUS PP. XVI

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI - Parte I

PARA A XXIV JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
(5 DE ABRIL DE 2009)
"Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1 Tm 4, 10)
Queridos amigos!
Celebraremos no próximo Domingo de Ramos, a nível diocesano, a xxiv Jornada Mundial da Juventude. Enquanto nos preparamos para esta celebração anual, penso de novo com profunda gratidão ao Senhor no encontro que se realizou em Sidney, em Julho do ano passado: encontro inesquecível, durante o qual o Espírito Santo renovou a vida de numerosíssimos jovens que se reuniram de todo o mundo. A alegria da festa e o entusiasmo espiritual, experimentados durante aqueles dias, foram um sinal eloquente da presença do Espírito de Cristo. E agora estamos encaminhados para o encontro internacional em programa para Madrid em 2011, que terá como tema as palavras do Apóstolo Paulo: "Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Cl 2, 7). Em vista deste encontro mundial dos jovens, queremos realizar juntos um percurso formativo, reflectindo em 2009 sobre a afirmação de São Paulo: "Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1 Tm 4, 10), e em 2010 sobre a pergunta do jovem rico a Jesus: "Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?" (Mc 10, 17).
A juventude tempo da esperança
Em Sidney, a nossa atenção concentrou-se sobre o que o Espírito Santo diz hoje aos crentes, e em particular a vós, queridos jovens. Durante a Santa Missa conclusiva, exortei-vos a deixar-vos plasmar por Ele para serdes mensageiros do amor divino, capazes de construir um futuro de esperança para toda a humanidade. A questão da esperança está, na realidade, no centro da nossa vida de seres humanos e da nossa missão de cristãos, sobretudo na época contemporânea. Todos sentimos a necessidade da esperança, não de uma esperança qualquer, mas sim de uma ersperança firme e de confiança, como eu quis ressaltar na Encíclica Spe salvi. Em particular, a juventude é tempo de esperanças, porque olha para o futuro com várias expectativas. Quando se é jovem alimentam-se ideais, sonhos e projectos; a juventude é o tempo no qual amadurecem opções decisivas para o resto da vida. E talvez também por isto é a estação da existência na qual emergem com vigor as perguntas fundamentais: por que estou na terra? Qual é o sentido do viver? Que será da minha vida? E ainda: como alcançar a felicidade? Por que o sofrimento, a doença e a morte? O que existe depois da morte? Perguntas que se tornam insuportáveis quando nos devemos confrontar com obstáculos que por vezes parecem insuperáveis: dificuldades nos estudos, falta de trabalho, incompreensões na família, crises nas relações de amizade ou na construção de um entendimento conjugal, doenças ou deficiências, carência de recursos adequados como consequência da actual difundida crise económica e social. Então perguntamos: de onde haurir e como manter viva no coração a chama da esperança?
Na raiz da "grande esperança"
A experiência demonstra que as qualidades pessoais e os bens materiais não são suficientes para garantir a esperança da qual o coração humano está em busca constante. Como escrevi na citada Encíclica Spe salvi, a política, a ciência, a técnica, a economia e qualquer outro recurso material sozinhos não são suficientes para oferecer a grande esperança que todos desejamos. Esta esperança "só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir" (n. 31). Eis por que uma das consequências principais do esquecimento de Deus é a evidente desorientação que marca as nossas sociedades, com consequências de solidão e violência, de insatisfação e perda de confiança que não raro terminam no desespero. É clara e forte a chamada que nos vem da Palavra de Deus: "Maldito o homem que confia noutro, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor. Assemelha-se ao cardo do deserto, que, mesmo que lhe venha algum bem, não o sente" (Jr 17, 5-6). A crise de esperança atinge mais facilmente as novas gerações que, em contextos socioculturais privados de certezas, de valores e de sólidos pontos de referência, encontram-se a enfrentar dificuldades que são maiores do que as suas forças. Penso, queridos amigos, em tantos coetâneos vossos, feridos pela vida, condicionados por uma imaturidade pessoal que muitas vezes é consequência de um vazio familiar, de opções educativas permissivas e libertárias e de experiências negativas e traumáticas. Para alguns e infelizmente não são poucos a saída quase obrigatória é uma fuga alienante com comportamentos de risco e violentos, na dependência de drogas e álcool, e em muitas outras formas de mal-estar juvenil. Contudo, também em quem se vem a encontrar em condições difíceis por ter seguido conselhos de "maus mestres", não se apaga o desejo de amor verdadeiro e de autêntica felicidade. Mas como anunciar a esperança a estes jovens? Nós sabemos que só em Deus o ser humano encontra a sua verdadeira realização. O compromisso primário que interpela todos é portanto o de uma nova evangelização, que ajude as novas gerações a redescobrir o rosto autêntico de Deus, que é Amor. A vós, queridos jovens, que estais em busca de uma esperança firme, dirijo as mesmas palavras que São Paulo dirigia aos cristãos perseguidos na Roma de então: "Que o Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e de paz na vossa crença, para que abundeis na esperança pela virtude do Espírito Santo" (Rm 15, 13). Durante este ano jubilar dedicado ao Apóstolo das Nações, por ocasião do bimilénio do seu nascimento, aprendamos dele a tornar-nos testemunhas credíveis da esperança cristã.
São Paulo testemunha da esperança
Encontrando-se imerso em dificuldades e provações de vários tipos, Paulo escrevia ao seu fiel discípulo: "Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1Tm 4, 10). Como tinha nascido nele esta esperança? Para responder a esta pergunta devemos partir do seu encontro com Jesus ressuscitado no caminho de Damasco. Nessa época Saulo era um jovem como vós, com cerca de vinte ou vinte e cinco anos, seguidor da Lei de Moisés e decidido a combater com todos os meios quantos ele considerava inimigos de Deus (cf. Act 9, 1). Quando estava a caminho de Damasco para prender os seguidores de Cristo, foi envolvido por uma luz misteriosa e ouviu chamar pelo nome: "Saulo, Saulo, por que me persegues?". Caindo por terra, perguntou: "Quem és Tu, Senhor?". E aquela voz respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues!" (cf. Act 9, 3-5). Depois daquele encontro, a vida de Paulo mudou radicalmente: recebeu o Baptismo e tornou-se apóstolo do Evangelho. No caminho de Damasco, ele foi interiormente transformado pelo Amor divino que encontrou na pessoa de Jesus Cristo. Um dia escreverá: "A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gl 2, 20). De perseguidor, tornou-se portanto testemunha e missionário: fundou comunidades cristãs na Ásia Menor e na Grécia, percorrendo milhares de quilómetros e enfrentando toda a espécie de peripécias, até ao martírio em Roma. Tudo por amor a Cristo. A grande esperança está em Cristo Para Paulo a esperança não é só um ideal ou um sentimento, mas uma pessoa viva: Jesus Cristo, Filho de Deus. Persuadido intimamente desta certeza, poderá escrever a Timóteo: "Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1Tm 4, 10). O "Deus vivo" é Cristo ressuscitado e presente no mundo. É Ele a verdadeira esperança: Cristo que vive connosco e em nós e que nos chama a participar na sua própria vida eterna. Se não estamos sozinhos, se Ele está connosco, aliás, se é Ele o nosso presente e o nosso futuro, por que temer? A esperança do cristão é portanto desejar "o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo" (Catecismo da Igreja Católica, 1817).

Outro modo de ver

Não existe um só modo de ver as coisas. Outro modo de ver a jornada de (in)Formação do Carmo Jovem, «Ninguém te despreze por seres jovem», de 28 de Fevereiro e 1 de Março, encontra-se em http://gjsementinhas.blogspot.com/2009/03/encontro-de-informacao.html. Vale a pena consultar. Parabéns.
em

domingo, 8 de março de 2009

«A felicidade só é verdadeira quando partilhada»

O II «Entre fitas, palavras», com o filme: «O lado selvagem» levou-nos a viajar não de uma forma física mas espiritual, neste tempo de Quaresma. Viajamos com um jovem que se insurreccionou contra a hipocrisia e o antiespiritualismo da sociedade em que vivia e estatuiu iniciar um carminho em busca de si, no meio do mundo, longe do mesmo... uma viajem em busca de si próprio, uma viajem por campos desérticos, em busca da liberdade em toda a sua radicalidade... para crescer… No fim, um carminho solitário, (talvez comodista), onde tarde o leva a desenterrar que «A felicidade só é verdadeira quando partilhada». Para nós, jovens carmelitas, (a meu ver) ficou enraizado nesta noite, um hino a valores como a coragem, persistência, amizade, amor… resistência. Nestes valores, não nos aprisionemos. Deixemo-nos fascinar envolvendo-nos sempre! Cativar o que somos é deixarmo-nos envolver. É estarmos sóbrios e vigilantes nos desafios que a vida nos lança. É darmos e criarmos espaços para nós e para os outros, alicerçados pela magnificência de Deus, é carminhar tendo os olhos postos na Verdade. É sabermos estar presentes e presentes sermos capazes de partilhar o que vamos apreendendo. É sabermos estarmos retirados quando temos que estar... mas, sempre cuidadosos e empenhados. Não nos sintamos atraiçoados quanto ao nosso modelo de virtude, não nos sintamos enganados quando as nossas opções não nos parecem as mais correctas… Aprendamos a ser alegres, ditosos, mesmo que à nossa volta esteja tudo repleto de muitas coisas… Saibamos eleger a melhor parte… partilhemo-la. Desta forma, carminharemos como jovens carmelitas, com todo o nosso dinamismo, numa onda de auxílio, cooperação… até ao «fim das nossas vidas». Porque, não nos podemos esquecer de que: «Quando perdoas, tu amas. E quando amas, a luz de Deus ilumina-te.»
»

Conservar até ao fim da vida!

— «Tome isto é para si.» Para mim era um Noddy pequenino que andava lá por casa, um ingresso para entrada na sala do Carmo de Braga onde se projectou o segundo Entrefitas, e uma terceira bujiganga que já não recordo (talvez por ter sido entregue de manhã). Só a segunda é que dizia «conservar até ao fim da vida»! É o que procurarei fazer com a ajuda de Deus. Com Ele procurarei conservar o Carmo Jovem e o ingresso de pertença que me deram até ao fim do filme das nossas vidas. Como eu agradeço a Deus! Ainda não sei como correram as coisas e já me entregavam uma apelo tão para o alto, embrulhado no feitio dum ingresso de cinema! Haja imaginação, e sobretudo espaço para que ela floresça, que criativos não nos faltam. Deus seja louvado! É o que farei. E o que procurarei que todos façam com todas as forças. fj

A INCOMPARÁVEL PACIÊNCIA DE PROCURAR O ALTO - O LUGAR DO JOVEM NA IGREJA CATÓLICA E NA SOCIEDADE CIVIL - III

4.2. Ordem dos Padres Carmelitas Descalços e o Movimento Carmo Jovem
“A Igreja tem tantas coisas belas a dizer e a mostrar ao mundo: não só pelo seu património artístico (...). Para citar só dois, Francisco de Assis com o seu cântico ao irmão Sol e S. João da Cruz com os seus poemas. O belo tem tudo a ver com o bem. O belo pode realizar a síntese do verdadeiro e do bem.” (Cardeal Daneels). Há, portanto, um património que deve ser dado a conhecer aos jovens. O Carmo Jovem foi um espaço encontrado pela Ordem para dar relevo ao papel dos jovens e para lhe dar espaço de crescimento na fé.
O Movimento procura abranger jovens de várias idades e de várias zonas geográficas de Portugal. Refira-se ainda a autonomia construtiva que o Movimento tem perante a Ordem. Esta liberdade responsável permite um crescimento saudável. Destacaria, brevemente, duas ideias: o facto de muitas das actividades serem, de facto, significativas e perdurarem como momentos de carminho para sempre na memória de muitos jovens (recordo, por exemplo, o Acampaki, a Clarminhada) e a aproximação feita pelos religiosos, nomeadamente o Frei João, por falarem, com palavras e gestos, uma linguagem juvenil. 5. O lugar do jovem na sociedade civil Os jovens católicos não podem esquecer que são jovens no mundo e do mundo que não esquecem o caminho: Jesus. Por isso, em todos os locais devem apresentar uma vida de autenticidade e de testemunho. Respeitando o outro enquanto ser crente ou não, o jovem católico deverá assumir-se enquanto tal, reafirmando a sua fé como uma decisão pessoal que compromete toda a vida. Por tudo isto, julgo que o jovem católico não se também pode excluir da vida civil. Assim, deve ser, por exemplo, politicamente interessado. 6. Conclusão “É próprio da condição humana e, particularmente, da juventude buscar o Absoluto, o sentido e a plenitude da existência. Amados jovens, não vos contenteis com nada menos do que os mais altos ideais! Não vos deixeis desanimar por aqueles que, desiludidos da vida, se tornaram surdos aos anseios mais profundos e autênticos do seu coração. Tendes razão para não vos resignardes com diversões insípidas, modas passageiras e projectos redutivos. Se mantiverdes com ardor os vossos anelos pelo Senhor, sabereis evitar a mediocridade e o conformismo, tão espalhados na nossa sociedade.” (João Paulo II)

Crónica duma Incomparável paciência de procurar o alto

No fim de semana de 28 de Fevereiro e 1 de Março realizou-se um encontro de Jovens Leigos Carmelitas sob o tema “Ninguém te despreze por seres jovem”. (1 Tm 4,12). Juntamo-nos no convento do Carmo de Viana carminheiros oriundos de Aveiro, Avessadas, Caíde de Rei, Braga, Matosinhos e Viana do Castelo. Para desenvolver esse tema foi muito oportunamente convidado o Dr. Jorge Oliveira , presidente e fundador do Espaço t que é uma Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária, criada no Porto em 1994. Esta associação tem como finalidade o combate à exclusão social através da arte. Desta Associação fazem parte ateliês de expressão artística, complementados por um acompanhamento psicológico diário; o departamento de emprego que assegura a inserção profissional; o departamento de formação e projectos acreditado pela DGERT; o Centro de Novas Oportunidades (CNO); as Brigadas Espaço t, que têm por missão levarem as actividades desta Instituição a outras realidades sociais; e ainda a linha urgência Espaço t de apoio a indivíduos em situações limite. Para dar continuidade ao tema, numa vertente mais 'católica, da parte da tarde, foi visualizada uma apresentação em ppt cujo tema foi a “Incomparável paciência de procurar o alto”, desta vez com o nosso chefe, Jorge Fernando, como orador (revelou-se simplesmente um professor à altura!; mas que tesouros promissores se escondem no nosso Movimento!). O Jorge ajudou-nos a reflectir e a questionar qual o nosso papel enquanto jovens carmelitas, de que modo nos empenhamos e envolvemos na Igreja e que razões poderão estar na base de um progressivo afastamento dos jovens da mesma. No final, foram propostas algumas reflexões em grupo que foram posteriormente partilhadas no Domingo de manhã. Como sempre tem acontecido, onde passam os Jovens Carmelitas, quer em carminhadas, quer noutras actividades, juntamo-nos à comunidade carmelita para celebrar a Eucaristia: uns na assembleia, outros no altar como leitores e acólitos (mesmo sem a alba, e sob a insistência tão característica do Frei João já tão conhecida por todos nós). Pois é, e o Domingo ia anunciando a partida, depois do almoço, veio a foto de família que parecia mais uma empreitada nos claustros ou uma caça ao tesouro com pás, carrinho de mão e piqueiretas! No final, o Frei teve que agarrar a vassoura para deixar os claustros em ordem. E até tem jeitinho! Abraço atrás de abraço, gargalhada atrás de gargalhada lá teve que ser a despedida, mas que é apenas um até já, porque os próximos encontros já estão agendados! Ana Margarida Arriscado, Jovens Kanimambo, Viana do Castelo

sábado, 7 de março de 2009

Chamados a Ávila, chamados em Ávila

O blog do CJ tem de dizer o de cá e o de lá. Neste caso o de lá é o outro lado da vida do Ricardo, do postulante Ricardo. Foi estranho não o ver na Jornada de (In)formação do Movimento. E é assim que se justifica que já tenha perguntado doze vezes pela crónica. Por fim, como sentisse necessidade de justificar a ausência escreveu-nos a crónica da sua incursão a Ávila. Dá gosto ler a crónica sobre o outro lado da fronteira.
No Centro Internacional Teresiano-SaoJoanista (CITeS) decorreu entre o jantar de 27 de Fevereiro e 1 de Março, um convívio vocacional dos carmelitas, na cidade da nossa Mãe, Santa Teresa de Jesus, Ávila. Fomos calorosamente acolhidos pelos irmãos do Centro Internacional, lugar que a todos nos surpreendeu pela sua arquitectura e, sobretudo, pela sua missão. Este encontro serviu a todos para num ambiente de grande fraternidade, aliás, como é apanágio da nossa Ordem, conhecer um pouco mais do que ela é. Fomos chegando de várias proveniências da Península. Éramos 15 jovens e 8 religiosos. Portugal estava representado por dois, o Danny Oliveira (Madeira) e o Ricardo Luís (Lousada), bem como, pelo Pe. Alpoim Portugal. Estavam ainda 5 jovens da Andaluzia, 1 de Burgos, 3 de Castela, 3 da Catalunha e Baleares e 1 de Navarra.

Num primeiro momento, na sexta-feira à noite, foamos desafiados a expressar se achávamos que sabíamos o que Deus queria para nós e aquilo que mais nos atraía na Ordem. Respostas díspares foram surgindo, alguns diziam que sim, outros achavam que sim, outros procuram o que Deus quer para eles. O que mais atrai na Ordem? Houve respostas como: Nossa Senhora do Carmo, Santa Teresinha do Menino Jesus, o hábito, Santa Teresa, São João da Cruz, a fraternidade, a oração.

No sábado de manhã, fomos levados num passeio pelos locais que a Santa percorreu durante a sua vida em Ávila. Fomos à Igreja da Santa onde tivemos uma pequena prelecção pelo Pe. Brandle, que nos fez uma breve exposião sobre a vida de Santa Teresa de Jesus. De seguida visitamos o seu Museu. Depois, à Igreja que a Santa foi baptizada. Percorremos algumas das ruas mais emblemáticas até chegarmos ao Convento de São José, o primeiro convento fundado pela Santa. Ao regressarmos ao CITeS tivemos ainda a oportunidade de visitar o Convento da Encarnação, onde a Santa iniciou a sua vida religiosa.

Da parte da tarde, tivemos dois momentos altos, um primeiro com uma exposição feita pelo Pe. José Fausto, de Burgos, sobre a vida de São João da Cruz. Fez-nos uma apresentação dos momentos chave da sua vida e remeteu-nos para os seus escritos. No outro momento, à tarde, o Pe. Jesus Sans Compte, da Catalunha e Baleares, apresentou-nos um pequeno vídeo sobre a história de Santa Teresinha do Menino Jesus. Deixou-nos um texto para reflexão para posterior partilha na Eucaristia dominical. A noite foi de convívio e terminamos com um momento de oração. O domingo começou cedo, uma vez, que muitos de nós, tínhamos longas viagens a fazer para regressar a casa. Mesmo assim, houve tempo para o Pe. Alfredo Amesti, de Navarra, nos fazer uma apresentação da História da Ordem, desde a sua origem no Monte Carmelo até aos dias de hoje. A Eucaristia decorreu num ambiente sereno, de grande fraternidade e de partilha daquilo que todos vivemos ao longo do fim de semana. Este convívio, serviu para muitos de nós, jovens com diferentes caminhos e de várias proveniências, reflectirmos e discernimos um pouco mais sobre o sonho de Deus para cada um de nós. Que este convivio vocacional dê os seus frutos, ou seja, mais vocações religiosas para a Ordem Carmelitana.

Ricardo Luis

II Domingo da Quaresma

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos [Mc 9, 2-10] Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados.Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz:«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém,a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A INCOMPARÁVEL PACIÊNCIA DE PROCURAR O ALTO - O LUGAR DO JOVEM NA IGREJA CATÓLICA E NA SOCIEDADE CIVIL - II

3. A juventude A imagem que se tem da juventude é de um grupo que se impõe pelo incumprimento e pelo desrespeito. Os jovens são aqueles que vão contra o imposto, muitas vezes, segundo a opinião dos mais velhos, passando por cima de valores que até então pareciam tidos como certos. Certo é que a juventude é uma fase curta (em termos cronológicos) das nossas vidas e que por isso deve ser valorizada e é sempre significativa. Nesta fase as experiências devem ser marcantes e construtoras de sentido. Actualmente: seremos, de facto, um grupo que perdeu os valores e que se deixa guiar como alguém que não tem rumo? Perdemos os valores que vinham dos nossos antepassados? Vivemos a angústia de não saber para onde caminhamos e como o fazemos? Perante este cenário onde se encaixam os jovens católicos? Qual a atitude: lutar, empenhar-se ou resignar-se? 4. O lugar do jovem na Igreja Católica 4.1. Situação actual; desafios e anseios Deus é a nossa mulher-a-dias que nos dá prendas que deitamos fora como a fé porque achamos que é pirosa
Adília Lopes
Globalmente, julgo que podemos afirmar que os jovens sabem que têm lugar na Igreja, uma vez que todos são recebidos nela e há lugar para eles. Também sabemos que, actualmente, muitos não querem a Igreja. A questão que se levanta é porque não a querem? Ser religioso e mais ser católico é algo que não está na moda, que não dá gozo imediato. O religioso é, portanto, olhado de lado. Para além disto, parece-me que os jovens estão cansados da rotina, da repetição, de saberem (ou julgarem) que sempre virá mais do mesmo (muitos que frequentaram a Igreja deixaram de o fazer, mesmo sendo de famílias católicas). Para além destes aspectos, destacaria a moral sexual como algo que, não sendo cumprido por muitos católicos, continua a ser uma das “bandeiras” pela qual os jovens afirmam afastar-se. Quanto aos jovens católicos, julgo que é preciso não esquecermos que não basta dizer que são amados, é necessário que os jovens sintam esse amor. Os documentos oficiais apontam para a importância dos jovens, mas depois nas dioceses e na vida paroquial, os jovens não são tidos como uma voz importante, ainda que sejam obviamente inexperientes. Na verdade, não podemos de deixar de considerar que o modelo apresentado sofre de algum desgaste. Perante todas as mudanças que sofre o mundo é imperativo que a Igreja seja capaz de fazer uma leitura profética dos tempos e acompanhe este processo. Estão também cansados das “lições moralistas” que saem da catequese e das homilias. A liturgia é, pois, um dos campos a necessitar de maior capacidade de resposta às necessidades actuais. As celebrações são rotineiras, sem capacidade de surpreender, sem provocar emoção. Para além disto, não temos capacidade de fazer uma releitura diferente dos textos bíblicos e o cântico é pobre e distante da linguagem juvenil. Depois, há a questão do acompanhamento dos jovens. Continuamos, como Igreja, a valorizar quase só a catequese de iniciação e de adolescência, o que leva a que após o Crisma (diploma da catequese?), os jovens (salvo dignas excepções) sejam deixados sem acompanhamento. A formação dos jovens termina e passam de adolescentes a adultos na fé (seres autónomos e sem necessidade de acompanhamento). Parece-me necessário que exista um acompanhamento efectivo dos jovens, seja ao nível dos secretariados diocesanos da juventude seja a nível paroquial, dando uma formação séria e coerente aos jovens interessados. Não podemos continuar a ter uma fé de “hipermercado”. Temos de promover nos jovens uma fé intelectualmente honesta (e não uma fé cega), que promova uma adesão de coração. No meio de tudo isto será possível pedir a colaboração dos jovens se só se lhes pede adaptação ao que já existe sem procurar receber o que trazem de bom, sem aproveitar a sua alegria, a sua esperança e o seu dinamismo? É, neste momento portanto, imperativo que haja na Igreja abertura de mentalidade. E esta abertura tem de ser de todos: desde os bispos, aos padres, aos leigos e, claro, aos próprios jovens. Não podemos esquecer que a Igreja não é a hierarquia (bispos e padres), mas também são os leigos e, portanto, os jovens. Não se trata, no entanto, de inventar um novo modelo. A Tradição não pode, obviamente, ser esquecida ou julgada incompetente. Há, antes, a necessidade de renovar, bebendo continuamente na fonte (não esquecendo que a fonte primeira são os Evangelhos e a Sagrada Escritura). Aos jovens pede-se, desde logo, que tragam à Igreja o dinamismo que lhes é inerente. Sem os jovens a sociedade e, consequentemente, a Igreja seriam muito pacíficas, mas esta paz estaria marcada pela morte, já que não haveria também o crescimento e as mudanças necessárias. A igreja e o mundo precisa que os jovens clamem a sua fé, mas os jovens precisam que os cristãos mais velhos os apoiem, confortem, ensinem e incentivem. É urgente desde logo que a Igreja busque, de facto, novas linguagens. Mas não basta afirmá-lo, é necessário, fazê-lo efectivamente. De facto, notámos que houve investimento desde há algum tempo em actividades de intensidade emocional, porque estas se tornam significativas para os jovens e são este tipo de actividades que marcam e os acompanham ao longo da vida de forma especial. São exemplos disto que afirmo, as Jornadas da Juventude e as peregrinações a Taizé. Outro aspecto que considero relevante é o dever de promovermos um maior diálogo com as artes. A Igreja não pode continuar arredada da proximidade com as artes. Não pode continuar a ter desconfiança em relação à arte e aos artistas, que são os grandes produtores de ideias. Não podemos continuar a ter igrejas e esculturas que não primam pela beleza. Porque repetimos as imagens até ao limite e não procuramos novas formas de comunicar? Há ainda a acrescentar a relação de proximidade que os jovens têm com a arte. A música, o teatro, a pintura, a literatura têm com muitos jovens uma relação muito contígua. A arte não é inútil, transporta-nos para outra dimensão, coloca-nos perante o escândalo, a provação e o abismo. A arte, um pouco como os místicos, leva a um arrebatamento. A experiencia estética torna-se uma experiência-limite, e a beleza entra pelos sentidos. Em relação à arte gostaria de referir um caso actual: Tiago Guillul, que é músico e também pastor baptista na Igreja de São Domingos de Benfica (religião e panque roque é o lema do seu blogue). Na verdade, editou um álbum que não deixa de ser de índole religiosa e que obteve ecos em muita comunicação social e em muitos artistas. A música pode ser uma das artes a explorar mais como forma de comunicação com os jovens e como forma de evangelização. Há ainda outros campos onde o papel dos jovens pode e deve ser valorizado. Enumero alguns deles: o voluntariado, os grupos de jovens, os grupos católicos universitários, entre outros.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A INCOMPARÁVEL PACIÊNCIA DE PROCURAR O ALTO - O LUGAR DO JOVEM NA IGREJA CATÓLICA E NA SOCIEDADE CIVIL - I

1. Introdução Ao longo desta apresentação procurarei mostrar a importância dos jovens na Igreja Católica e na sociedade civil. O seu papel e a sua missão e, principalmente, os desafios que lhe são colocados nos dias de hoje. Para isso começarei por fazer uma breve contextualização da situação actual do religioso e da Igreja Católica, principalmente a nível histórico-social. 2. A situação actual do religioso A partir da modernidade (Iluminismo - século XVIII) muitos esperavam que a religião fosse expulsa das sociedades e remetida para a memória. O que não veio a suceder. O religioso sofreu, no entanto, a partir desta época inúmeras alterações. Na verdade, passou a procurar-se mais a salvação a nível individual, desvalorizando-se a pertença a uma comunidade. Desde logo, este aspecto implica consequências na forma como os jovens se relacionam com o religioso, provocando um “fosso que separa cada vez mais as gerações recentes e as instituições religiosas.” A colectividade – Igreja – passou a estar presente quase só nos ritos de passagem (nascimento, casamento e morte). No entanto, não podemos afirmar que o religioso está em crise. As pessoas continuam a procurá-lo, continuam a buscar respostas no transcendente. Aliás, o religioso tornou-se num “negócio” forte, que traz consigo um poderoso marketing, senão vejamos, como exemplo, as ciências do oculto, os livros de auto-ajuda e as clínicas de espiritualidade. A Europa onde vivemos é, hoje cada vez mais, uma sociedade multi-cultural e inter-religiosa, onde a liberdade religiosa deve/tem de imperar. Vigorando a laicidade, não podemos também deixar de constatar que, como referia o Papa João Paulo II, a Europa é incompreensível sem o Cristianismo, este é nas palavras do referido Papa, a “alma da Europa”, sendo os valores cristãos património universal. Perante este quadro, qual o lugar do jovem? Seguir a opinião mais ou menos instituída de que o religioso está fora de moda? Remeter a sua fé para um espaço privado (a sua casa, a sua igreja paroquial)? Ou deverá, por outro lado, assumir-se como cristão em todas as vertentes da sua vida, respeitando, obviamente o espaço e as decisões das outras pessoas?

Notas: este texto segue de perto aquele que foi apresentado à reflexão no Encontro de (In) formação em Viana do Castelo, no dia 28 de Fevereiro. É uma reflexão despretensiosa, mas que pretende, de forma crítica, ser construtiva. O título do texto é retirado de um poema de Daniel Faria. Bibliografia: Teixeira, Alfredo, Não Sabemos Já Donde a Luz Mana – Ensaio Sobre as Identidades Religiosas, Paulinas, Prior Velho, 2004.

terça-feira, 3 de março de 2009

Espaço T

Deixamos aqui a ligação para o Espaço T, Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária, cujo lema é transformar Homens em “Príncipes”, para quem quiser saber mais sobre a associação.
Poderão também aceder à informação relativa ao VI Congresso Internacional Espaço t - O DESEJO.
Agradecemos ao Dr. Jorge Oliveira a presença no nosso encontro de In (formação) e o seu testemunho, numa significativa simplicidade.

domingo, 1 de março de 2009

Entre fitas, palavras - 07 Março 09 - Braga

O P. Provincial saudou o Carmo Jovem

Jorge Teixeira e Carmo Jovem: No primeiro dia da Quaresma, em pleno retiro dos Carmelitas Descalços reunidos em Avessadas, apresso-me a saudar o Carmo Jovem por ocasião do Encontro de Formação a realizar em Viana do Castelo nos dias 28 de Fevereiro a 1 de Março. O tema do Encontro é muito importante: «Ninguém te despreze por seres jovem.» (1 Tm 4,12). Esta sábia recomendação de S. Paulo ao discípulo Timóteo serve para todos os que se propõem seguir a Cristo na condição de cristãos. Ser discípulo é seguir o mestre e fazer parte do grupo de forma colegial à maneira de família. Na Igreja os novos, não tendo a sabedoria adquirida ao longo da vida, têm contudo a sabedoria que procede de Deus por meio do Espírito Santo que mora em todos os baptizados e os faz serem cristãos, membros do corpo de Cristo. Neste sentido, a actividade dos jovens deve ser promovida e acompanhada, como fez S. Paulo a Timóteo. Este não reunia, no parecer de alguns veteranos, as condições de idade recomendadas pela experiência e tradição humana. Este fenómeno é cíclico e eu próprio passei por esta situação de não ser recomendável para certos serviços, tradicionalmente reservados a pessoas mais adultas. A sagrada Escritura mostra muito bem e repetidamente como este modo de pensar e de agir em relação aos mais novos pode constituir um prejuízo para a comunidade. A história bíblica do jovem Daniel que salvou a vida da inocente Susana é uma leitura típica da Quaresma: Daniel é figura de Cristo e Susana é figura da Igreja. Na Quaresma da Igreja peregrina a caminho da Jerusalém do alto os jovens têm o seu lugar privilegiado. Devem aprender aos pés do Mestre, percorrer os caminhos do Mestre e permanecer em comunidade de fé. Esta escola habilita-os a serem mestres com autoridade. As «carminhadas» do Carmo Jovem já fazem parte da história de muitos jovens que viram as suas vidas orientadas numa direcção certa com novos amigos que encontraram nas caminhadas. Vamos continuar a caminhada com espírito quaresmal. O Provincial da Ordem dos Carmelitas Descalços está convosco nas vossas actividades. De 16 de Abril a 8 de Maio reunirá na Domus Carmeli em Fátima o Capitulo Geral da Ordem. Este acontecimento realizou-se em Portugal a última vez no tempo e com a presença de S. João da Cruz. Exorto o Carmo Jovem a fazer-se presente a este Capítulo Geral da forma que melhor parecer a ambas as partes. A peregrinação a Fátima nos dias 1-3 Maio poderia ser uma boa oportunidade para uma saudação. Bom Encontro e que ninguém vos despreze por serdes jovens carmelitas porque tendes uma alma grande para se dedicar a grandes paixões. Abraço. P. Pedro Lourenço Ferreira Provincial OCD

Carta do RL ao Carmo Jovem

O Carmo Jovem esteve em Encontro de (In)formação. O Ricardo esteve em formação, em Ávila, Espanha. Gostaria de poder ter estado nos dois, mas não dá. A vida tem caminhos e caminhos. Como não pode estar connosco mandou uma carta de saudação que foi lida e bem lida. (E explicada) Aqui o texto para que todos acedam à sua mensagem: Ao Carmo Jovem Neste fim de semana o Carmo Jovem encontra-se reunido em Viana do Castelo, no Centro de Nossa Senhora do Carmo. É a primeira vez, desde há alguns anos, que não estarei presente nesta actividade [Encontro de (In)formação]. Como tudo, esta é uma nova fase na vida, o Postulantado na Ordem dos Padres Carmelitas Descalços. Neste fim de semana encontro-me em Ávila, na Universidade Mística (CITES), para um primeiro encontro entre todos os Postulantes da Península Ibérica, com vista ao Noviciado. É com um misto de sentimentos que me encontro neste fim de semana: saudade de estar convosco; alegria pelos pequenos passos que vou dando na vida da Ordem. O tema do vosso encontro é muito sugestivo: «Não desprezes de ser jovem». Ao longo de toda a minha juventude fui (tentando) fazer isto que o Apóstolo escreveu na sua Carta. A cada um de vós, não vos esqueçais de nunca desprezar de ser jovem. Gostaria de saudar de forma especial o Jorge [Fernando] por estar a levar por diante a missão de coordenar o Movimento, e de lhe dar os parabéns por ter aceite fazer uma apresentação sobre este tema, neste Encontro. Tal como eu, como diz a nossa Mãe Santa Teresa, queiram «ir de bem em melhor». O Caminho é já ali, e é em frente!!! Ricardo Luís Santuário do Menino Jesus de Praga, 27.II.2009