segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Oh Happy Day Maria João!



Ao anoitecer refrescamos o dia e descerra-se na memória um grande clássico mundial: «Oh happy day!» … É uma daquelas músicas que nos convida a alegria. Cheio de alegria e vitalidade acreditamos que tenha sido o dia da Coordenadora do nosso Movimento Maria João, que se encontra hoje de Parabéns.

Maria João, que continues a caRminhar sempre «de bem a melhor», tal como a Santa Madre nas sendas do Monte Carmelo. Que avances e tenhas bem junto das gotinhas muitos Happy (s) Day (s)!


VI ENTREFITAS




"ÁGORA"

Ficha Técnica:
Título Original: "Agora"
Classificação: M12
País: Espanha
Ano: 2009
Género: Ação/Aventura; Épico; Drama; Romance
Duração: 126 min.
Realização e Argumento de Alejandro Amenábar
Com interpretação de Rachel Weisz, Ashraf Barhom, Max Minghella, Oscar Isaac, entre outros 


SÁB, 5 NOV'11 | 20h30 | Caíde de Rei



domingo, 30 de outubro de 2011

Magusto diferente!



Blog dos pequenitos do Carmo Jovem



Bem-vindos ao espaço dos Carmicoques,
as Gotinhas do Carmo,
os nossos bezegunes e as nossas bezeguinis.
Tal como nós, papás, também os nossos BB’s
trazem Nossa Senhora do Carmo no coração
e ainda Santa Teresa,
S. João da Cruz e Santa Teresinha do Menino Jesus.

Aqui encontrarão um cantinho especial com laços especiais!

Aqui encontrarão orações, pensamentos,
fotografias dos nossos príncipes e princesas,
fotografias da Stilla Maris, a nossa Capela das Gotinhas,
que está sempre à nossa espera com o Amigo.

Estamos agora ainda mais próximos e mais unidos.

Tal como os nossos pais e os nossos amigos mais crescidos,
nós também queremos ter um espaço de partilha
onde o amor à Ordem do Carmo é palavra passe para entrar.

Afinal, também nós, todos juntos, queremos subir o Monte,
beber da Fonte animados pelo mesmo Espírito.

Vamos, então,
carminhar e amar com determinada determinação!

consulta em:

VI ENTREFITAS - Vamos ajudar o Gonçalo!



«Olá eu sou o Gonçalo, tenho 4 aninhos e sou de Caíde de Rei. Tenho uma doença muito grave que atrasa o meu desenvolvimento. Como ainda nao sei se vou conseguir andar e ter uma vida normal como os outros meninos, PRECISO DA TUA PEQUENA AJUDA! BASTA CONTRIBUIRES COM TAMPINHAS PARA ASSIM SER POSSIVEL TER UMA CADEIRA DE RODAS para a minha familia conseguir transportar-me facilmente e para tambem poder dar um pouco de descanso aos bracinhos da minha mãe.
Obrigado e ajudem a ajudar!

Se vais marcar presença no VI ENTREFITAS em Caíde de Rei, aproveita e traz todas as tampinhas que tiveres e conseguires. Precisamos da ajuda de todos!»


Grupo Jovens Sementinhas
(Paróquia de S.Pedro de Caíde de Rei)

sábado, 29 de outubro de 2011

DOMINGO XXXI DO TEMPO COMUM


Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam os filactérios e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». [Mt 23, 1-12]

VI ENTREFITAS


O VI ENTREFITAS do Carmo Jovem apresenta o filme...


"ÁGORA"

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

18º Aniversário CJ - Mensagens





« Muitos Parabéns Carmo Jovem pelos teus 18 anos! Agora ja és adulto!
Os Sementinhas têm muito prazer de fazer parte da vida deste movimento já lá vão uns 6 anos. Por isso também nós fizemos 18 anos e já o CJ estava nas nossas vidas.
Foram várias as actividades em que participamos e organizamos sempre com o nome do CJ.
Foram várias as amizades que fizemos e que se mantém, graças ao CJ.
Foram muitas as localidades do nosso país que descobrimos, graças ao CJ.
Foram várias as vezes que Caíde de Rei teve a honra de receber o CJ.
O CJ foi, é e continuará a ser o nosso amigo! Será o movimento jovem que vamos continuar a seguir com o coração... »

Grupo Jovens Sementinhas (Paróquia de S.Pedro de Caíde de Rei)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

XVIII HOREB - Carta aos Jovens



Carta de uma amiga «Andariega»
[aos participantes do XVIII HOREB 2011]


jm+jt


1- Meus amados Jovens Carmelitas, que a graça do Espírito de Cristo ressuscitado esteja com vossas caridades.


2- Saibam vossemecês que estava a passear pelo Céu, quando me deram conhecimento do XVIII Horeb do Carmo Jovem, que este ano se realiza, como em outras ocasiões ao redor de um dos Santos carmelitas, na linda cidade de Viana do Castelo, rodeada de montes, mar e rio. Eu mesma sou convidada de honra no vosso encontro! Que feliz fiquei, pelo vosso convite e pela gotinha tanto me acarinhar aos longos destes anos. Uma filha muito querida minha, vossa amiga e irmã carmelita, incentivou-me a que escrevesse umas letras, para vos motivar nesta nova e magnífica aventura. Deus lhe pague por todos sacrifícios que tem passado!


3- Caros amigos fortes de Deus, talvez, não começariam este encontro se me quisessem de todo imitar, pois ruim e fraca mulher fui ao longo da minha vida terrena e no céu só Deus o sabe pelos carminhos que me leva… Sua majestade, teve e tem para comigo grande benevolência e misericórdia. No carminho percorrido, muitas vezes lhe perguntei: «Que quereis Senhor de mim?». E neste enlace em que Ele me entrelaçou, nesta humildade na qual pretendi andar somente em verdade me coloquei. Tudo o que sou, o sou graças ao nosso Deus. Desde muito cedo, Ele me fez encontrar a Sua verdade na Sua vida. Verdade que trazia alojada no meu interior, mas não satisfeita, e muito inquieta, procurava sempre não sei que verdade. Muitas vezes percorri carminhos de noite, solidão. No entanto, buscava apenas a verdade. A verdade encontrei. Ao fim de muito procurar, descobri que tudo o que procurava e buscava com tanta inquietude estava dentro de mim. Compreendi que essa verdade era a que me dava assas para voar! tal como um bicho da sede, feio que se transforma numa bela borboleta. A pergunta: «Que quereis Senhor de mim?» Fez-me Santa!


4- Procurando e ajustando momentos aqui e acolá, dei-me conta do grande bem que faz à alma entrar em oração, e com determinada determinação, me dediquei a contentar a Deus, pois só Ele era o que contentava a minha alma: Oh! Deus meu, quanto tempo perdi, quando Te buscava fora de mim, quanto tempo perdi buscando-Te fora de Ti porque para estar em Ti, bastava só chamar-Te em mim!


5- Jovem carmelita, que me escutas, tendo oração, abrem-se os olhos do silêncio do coração, para entender as verdades que chegam… eu, muitas vezes, pensei que para chegar onde Ele queria, tinha que estar muito limpa das minhas faltas… Oh! que por mal carminhos andava a minha esperança! Pois tendo eu oração, sua majestade não deixará de me favorecer, nem me deixara perder se o carminho fora o da humildade. Recordo-me que muitas vezes me cansei eu de ofende-Lo do que Ele em me perdoar. Ele jamais se cansa de dar, nós é que jamais podemos cansar de O receber em nós. E são tantas as vezes que Ele se abeira de nós e nós não lhe correspondemos! Oh doce aventura da alma! Porque tardais?!


6- Queridas gotinhas, disseram-me que este ano fazeis XVIII anos, que tendes em mãos novos projectos, que quereis continuar a dar muito do que tendes recebido. Bem, esse é o carminho que vos levará a um bom destino, vos levara a conhecerem-se como jovens carmelitas, a amar a espiritualidade carmelita que vos cerca. Neste carminho tendes que compreender para serdes compreendidos, é o ciclo dos atrevidos, dos que fazem da sua vida, um hino de louvor. Peço-vos que sejais radicais! A ordem carmelita descalça em Portugal e no mundo, precisa de jovens radicais. TU, começa sempre de bem a melhor. Porque esperas?


7- Viana do Castelo, Porto, Fátima, Caíde de Rei, Braga, Aveiro, Avessadas, Moinhos da Gandará, Alhadas, Coimbra, Paços de Gaiolo… quantas recordações, quantas vidas, quanto amor. Carminhos percorridos ao redor da espiritualidade carmelita, carminhos ao redor de Cristo. Já levais alguns de vós anos de experiência que marcaram as vossas vidas, e hoje dais oportunidade a outros para que vivam aquilo que vos fez crescer. Sois filhos desta vinha do monte Carmelo. Continuai a carminhar!


8- Amigo(a) jovem carmelita, que orgulhosa me sinto de ti, que te encontras no XVIII Horb. que feliz estou por vós. Prometo que desde o céu, cuidarei da vossa gotinha e guiarei os vossos passos até Aquele que guiou amorosamente os meus passos. Orientou nos Seus carminhos. Como Ele me vislumbrou e me deleitou em oásis de amor, o que queria de mim fê-Lo. Quanto a ti, não podes fazer que alguém te ame, mas podes e deves deixar de amar. Onde está o Teu Deus de Amor? Que quer Ele de Ti? Quem não se encontrou sem palavras ao ser interrogado por tão grande amor? Como busca-lo hoje nos carminhos da Sua história? Deus procura-te! Sai ao Seu encontro. Sai de ti e encontra-Te com Ele no silêncio do teu coração.


9- Já disse bastante. O demais não é para a carta nem mesmo para dizer. É para amar! Pois a vida espiritual é como um mapa… tem muitos carminhos mas a importância está no local onde pretendemos chegar…. Ele é a meta. Trata-se de um carminho que vai durar toda a nossa existência. É bom que O louvem uns pelos outros. A Ele a glória e a honra, seja bendito para todo o sempre, Ámen


10- A todos vós me recomendo muito. Deus vos faça Santos.


Viana do Castelo a 1 de Outubro do ano da graça 2011

  
Vossa indigna serva,
  

domingo, 23 de outubro de 2011

Bodas de ouro de Profissão Religiosa!


Hoje felicitamos o Frei António da Virgem do Minho, da comunidade de Viana do Castelo, e o Frei Manuel do Divino Salvador, da comunidade do Funchal, pelas suas bodas de ouro de Profissão Religiosa.
A Igreja do Carmo de Viana do Castelo estava cheia para celebrar uma Eucaristia de acção de graças pelos cinquenta anos de vida religiosa dos seus conterrâneos.
Damos graças a Deus pelo dom das suas vidas ao seu serviço do Senhor na Ordem Carmelita. Pedimos à Senhora do Carmo que sempre os abençoe e os fortaleça na sua vocação. E que como eles, muitos outros jovens encontrem na Ordem do Monte Carmelo um caminho de felicidade. Foi contagiante ouvir, na celebração, o Frei Dias a testemunhar o seu amor à Ordem, à espiritualidade de Santa Teresa e S. João da Cruz, a força que foi buscar aos ensinamentos de Santa Teresinha e como se sente feliz por servir a Deus na Ordem do Carmo. Bem-haja por tão bela partilha.
Muitas felicidades aos dois!
Que Deus seja louvado pelas suas vidas!

sábado, 22 de outubro de 2011

DOMINGO XXX DO TEMPO COMUM


Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Jesus respondeu: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas». [Mt 22, 34-40]

VI ENTREFITAS



O ENTREFITAS está de volta!

Marca já na tua agenda...
SÁB, 5 NOV'11 | Caíde de Rei


Qual será o filme?
Está atento(a) ao blog, em breve terás novidades...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

XVIII Horeb - Homilia da Missa da Festa de Santa Teresinha



Homilia do Frei João Costa na Festa de Santa Teresinha do Menino Jesus, data em que celebrámos os 18 anos de vida do Movimento Carmo Jovem e os 25 anos da sua consagração como Carmelita Descalço.

1. Quero antes de tudo, caros amigos e amigas, agradecer ao Frei Ricardo a sua reflexão e ao Padre Provincial a sua mensagem e a sua saudação ao Movimento, neste dia em que celebra a sua maioridade!

2. Quero também dizer-vos que as datas não me dizem muito. Esqueço-me frequentemente delas! Não me esqueço da data em que nasci, isso não! Mas por exemplo, tenho muita dificuldade em saber o ano da minha ordenação! Frequentemente também esqueço as dos meus amigos! Ouçam: não vejo isto como negativo, mas como uma maneira de ser; como quem vive um ano como se fosse um dia e como quem vive um dia como se vivesse 25 anos.
De facto, as datas são convenções e marcos nas vidas das pessoas e comunidades. Dezoito anos do Carmo Jovem são 18 anos, são muitos dias e anos. Os meus 25 anos também são muitos dias; os 70 de vida sacerdotal do Padre Cecílio, igualmente!; e os 50 de Carmelita do Frei Manuel Dias, também! Graças a Deus!
As datas são marcos que nos assinalam os grandes motivos para louvarmos o Senhor. Na minha vida sou quase absolutamente neutro a esses marcos: para mim o grande valor das datas está em viver os dias como um dia, a vida como um dia só.
Celebrar as datas dá-me aquele gozo de quem vive o dia.

3. Estava aqui há pouco a olhar para vós. Reparei que metade de vós não era nascida quando me consagrei; e de todos os que aqui estamos só conhecia o Frei Silvino. E, silenciosamente, no murmurar do coração, dava graças ao Senhor porque há vinte e cinco anos eu era menino, e entretanto o dia passou muito depressa! Cresci e os anos passaram tão rápido e conheci tanta gente, tantos amigos, tantos irmãos, tantos pais, tantos filhos, que só posso dizer o que dizia a Primeira Leitura desta festa: «E a mão do Senhor estava com ele!»
Sim, a mão do Senhor estava com o seu povo e esteve comigo! Posso testemunhar-vos isso! E é isso que quero agradecer neste dia em que celebramos os vinte e cinco anos da minha consagração e a maioridade do Movimento. Sim, ao longo destes dezoito anos e ao longo destes vinte e cinco anos eu sinto que a mão do Senhor esteve comigo neste dia!

4. Devo também dizer-vos que sempre tive muita dificuldade – se não notaram –, em que me chamassem chefe. É certo que gosto muito de levar projectos avante, de fazer chegar alguma coisa à frente. (Algumas vezes até enganando-me e a tropeçar, mas é sina de quem tem de levar a candeia!)
Sim, sempre tive dificuldade em que me chamassem chefe. Nunca gostei muito nem de ser prior nem ser chefe, nem estar a frente do Carmo Jovem nem fosse do que fosse. Estou porque não há quem queira ser prior do Convento e porque ninguém quer vir para o Carmo Jovem. E estar à vossa frente! Acreditem!
Confidencio-vos isto para vos dizer como resolvi a minha dificuldade ao assumir essas responsabilidades. Embora não o tenha feito sempre, tenho tido o cuidado de por esse lema à frente dos meus olhos e do meu coração: procuro pôr-me no papel do discípulo, aquele que aprende, aquele que fica aos pés do mestre. Esse é o meu lugar enquanto prior e enquanto responsável do Carmo Jovem! E, de facto, ao longo destes anos eu aprendi mais do que ensinei. No Carmo Jovem, nas comunidades com quem estive e à frente de quem estive eu aprendi mais do que ensinei!
Cada vez me convenço mais que aprendi mais que ensinei!
Foi dentro dessa dimensão de discípulo que eu sosseguei e vou resolvendo esta minha dificuldade de me pôr a frente de quem quer que seja, para ensinar o que quer que seja.

5. Nestes 25 anos de Carmelita aprendi mais do que ensinei. Aprendi sobretudo a descalçar-me!
6. Por que estamos na Festa de Santa Teresinha, quero ainda dizer-vos – e pegando na rosa, que é a metáfora que simboliza o amor –que ainda não passo de um espinho. E se tiver de ter uma palavra que resuma este dia que passou é perdão, porque magoei muita gente e feri muita gente. Claro que não há rosa sem espinhos, mas eu nem a botão chego, e quanto muito sou um pau com espinhos!
7. Dou muitas graças a Deus pela minha vida. E peço perdão pelo meu espinho muito aguçado. Sim, eu acho que nós, todos nós, fazemos muito bem. Mas sobretudo entendo que nós devemos deixar que Deus faça muito bem através de nós. E que o melhor bem e maior bem que podemos fazer é que a nossa vida deixe Deus amar o mundo, a Igreja, as suas comunidades, o Movimento, as vossas vidas, os vossos grupos, as vossas famílias. O maior bem que está ao nosso alcance é deixar bem acontecer o amor de Deus nas vidas de tantas e tantos que se cruzam connosco. É muito frequente – pelo menos na minha pessoa – termos a mania de crermos que nós fazemos bem e ajudamos muito bem. Mas, ou somos bons condutores do bem de Deus e do amor de Deus – e de facto, esse bem manifesta-se na vida das pessoas; ou, então, com mais frequência, somos maus condutores, melhor dito, somos interruptores do bem que devia chegar e não chega.
8. Eu penitencio-me diante de vós – como se fosse diante de todos – por ter sido interruptor e mau condutor do bem de Deus e da sua graça. Neste tempo-dia da minha consagração ao Senhor tantas vezes fui mau condutor! Se voltasse atrás faria muita coisa diferente, melhor. Mas, voltava, concerteza, a consagra-me ao Senhor! Eu voltava a consagrar-me com a mesma energia. Aliás, eu consagro-me hoje, de novo, diante de vós, com mais energia, com mais gosto, ao Senhor, como Carmelita Descalço.
Por mim estou sempre a começar.
Dou graças a Deus por este dia de vinte e cinco anos! E peço perdão por ter sido espinho, interruptor e mau condutor.

9. A concluir direi que me dá muita alegria a presença do Frei Silvino, meu mestre, nesta celebração. Agradeço ao Senhor a sua vida, como agradeço a de outros que muito me inspiraram. Que Deus lhes pague, e às suas famílias.
Quero dizer-vos – se não o sabem, que fique dito – que fizemos um filho na praia! Na minha juventude eu costumava passar pelo Carmo de Aveiro em férias. E um dia, dissemos: – E por que não juntamos os jovens que não se conhecem e que ouvem falar do Carmo aqui e ali e além? A ideia foi germinando, passou de uns para outros e o Carmo Jovem nasceu ao fim de um tempo.

10. Estou muito contente com este filho! Eu olho e vejo que tenho muitos filhos e filhas e até já tenho netos e netas! Dou graças a Deus. Sinto-me muito fecundo!
Às vezes os pais têm muita dificuldade em lidar com os filhos, em aceitar que os filhos sigam propostas e caminhos diferentes, que ousem e sonhem diferente. Eu se algo me custa no Carmo Jovem é que não ouse mais!

11. O Carmo e a Igreja existem para fazer santos!
Não para fazer anões ou minhocas! Santos! Santos! Ou se quiserem, amigos fortes de Deus!
O carvão que alimenta a minha caldeira é que entre nós vá crescendo com muita força o desejo de sermos amigos fortes de Deus! Qualquer que seja a circunstância, qualquer que seja o lugar.
Naqueles doze aspectos que esta manhã reflectiamos sobre de Santa Teresa de Jesus – porque poderia ela hoje ser bem recebida pelos jovens, ou que roupas deveria vestir para ser bem acolhida numa catequese – há um que não falámos e quero agora considerar: Teresa foi uma mulher apaixonada por Jesus!
Isto é de sempre: os apaixonados por Jesus atraem, seduzem, são luminosos, são cometas brilhantes! Os apóstolos foram super apaixonados por Jesus, e seduziram! Maria, Maria Madalena, João, Bento, Francisco foram santos porque viveram apaixonados por Jesus. Foram inteiramente de Jesus.
Teresa de Jesus mudou radicalmente e fez a obra que fez porque viveu seduzida e apaixonada por Jesus! Ela pode hoje ser apresentada como modelo aos jovens do III milénio, porque  foi toda de Jesus. Toda! Assim como Teresinha, que hoje celebramos!

12. Eis o que transforma o mundo: o fermento que lhe dá força e vitalidade é a paixão por Jesus!
Não quero dizer que não existam outros muitos mestres com discípulos e discípulas, todos dispostos a fazer muito bem ao mundo. Sim, existem. Mas só Jesus é o Salvador.  Ele é que é a luz, a fonte, a vida.
Hoje como há cem anos. Como há quinhentos, no tempo de Teresa. E no tempo de Teresinha, no de São João da Cruz. E muito antes e muito depois: aquilo que realmente marca os discípulos de Jesus e o que dá saúde e luz ao mundo é que os amigos de Jesus sejam mesmo amigos seus amigos!
A nossa marca é sermos amigos de Jesus! Porque se eu for amigo de um amigo e se ele passar alguma coisa má, eu vou correr para a porta dele, a fim de estar perto dele e o ajudar. E quem é amigo de Jesus traz para o hoje da história a força de Jesus, a sua alegria, a sua graça, a sua fidelidade, a sua força transformadora, a sua visão. Quem é amigo de Jesus não desampara um dos seus amigos! Cuida deles com a unção da amizade de Jesus,
E, depois, se se vive apaixonadamente por Jesus atrás das grades dum carmelo como Teresa e como Teresinha, se se vive a palmilhar quilómetros e quilómetros como São João da Cruz, se se é pregador e jornalista como o B. Francisco Palau, ou se se é professor, se te toca viver no sofrimento e na dor, se a cantar ou a fazer caridade como também falávamos de Teresa de Calcutá, o que verdadeiramente interessa é que onde tu estejas tragas para a vida todo a força de Jesus, pela força da amizade que tens com Ele!
A amizade de Jesus é que deixa uma grande marca no mundo!
Eis a pegada da amizade!
Eis a marca do Carmo!

13. Eu dou graças ao Senhor por ser Dele! Por ser do seu coração!
E peço perdão pelas vezes que não fui só Dele.
E dou-Lhe ainda graças por ver que sois sinais Dele. Na vossa vida e na vida dos vossos, e para mim também, vós sois sinais da amizade de Deus! Para mim vós sois sinais da amizade que Deus partilha comigo!
Que alegria é podermos ser amigos!
Muito obrigado.

Convento do Carmo de Viana do Castelo.
Capela da Stilla Maris.
Outubro 1 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

XVIII HOREB - Workshop V


As Gotinhas do Workshop V apresentam:





DOMINGO XXIX DO TEMPO COMUM

Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-Lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». [Mt 22, 15-21]

sábado, 15 de outubro de 2011

Sta. Teresa e os Jovens


Para mim Santa Teresa de Jesus é ...

... e para ti?

Sta. Teresa de Jesus - Hino Internacional V Centenário


(versão jovem)

"VIVES HOY AQUÍ" (português)
Autor: Rogelio Cabado


ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA.


1- Vamos ter contigo, de tantos lugares, de todo o mundo
Vamos ter contigo, tantos amigos que te querem ver,
Vamos ter contigo, juntos procuramos ser mais felizes
E tu, Teresa, queres acolher-nos.


VIVES, HOJE AQUI,
TERESA DE JESUS, HOJE AQUI,
JESUS DE TERESA, HOJE AQUI,
TERESA DE JESUS… (bis)


ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA.


2 – Juntos celebramos a vida e o desejo de crer,
E juntos partilhamos os sonhos, o que podemos fazer,
Como jovens levamos a estrela e a luz do Carmelo,
Estende-nos a mão Teresa, tornamos possível a fé,
Levamos o sinal da vida entre a terra e o céu.


VIVES, HOJE AQUI
TERESA DE JESUS, HOJE AQUI
JESUS DE TERESA, HOJE AQUI
TERESA DE JESUS… (bis)



3 – Como jovens caminhamos alegres, com Jesus bem dentro,
Levantamos as mãos abertas, que acaricia o vento,
Levamos uma boa notícia: “o amor enche a alma”,
“vivo sem viver em mim e tão alta vida espero”,
Levamos o sinal da vida entre a terra e o céu.


VIVES, HOJE AQUI,
TERESA DE JESUS, HOJE AQUI,
JESUS DE TERESA, HOJE AQUI,
TERESA DE JESUS… (bis)

ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA.


VIVES, HOJE AQUI,
TERESA DE JESUS, HOJE AQUI,
JESUS DE TERESA, HOJE AQUI,
TERESA DE JESUS… (bis)

ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA.



Solenidade de Santa Teresa de Jesus

 
 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

NOTAS FINAIS DO XVIII HOREB



Mais um bocadinho, mais um bocadinho, mais um bocadinho

Eu quero construir um castelo para estar mais perto de Ti!

No cume de uma montanha, o meu castelo não terá nem praça de armas nem torre de menagem. As muralhas não terminam com ameias e matacães e nas portas não estão soldados.

O meu castelo é um lar de amor. A amizade é a bandeira da torre. Na praça encontramos a entreajuda, a solidariedade e o companheirismo. Nas muralhas estão os amigos fortes de Deus. E quando alguém se aproxima, as trombetas tocam hinos de alegria.

Neste castelo da amizade preparamos planos de batalha pelo amor e pela paz. À frente deste rochedo da alegria está o Carmo Jovem, porque quem traz o Carmo no coração só consegue viver de uma forma radical! Têm dúvidas? Não tenham!


Era Sexta-feira, dia 30 de Setembro, véspera de um fim-de-semana que, segundo o boletim meteorológico seria de sol, e a praia estava convidativa, mas viemos todos ao XVIII Horeb do Carmo Jovem no convento do Carmo em Viana do Castelo. Algo maior nos inquietava e não seria a praia a acalmar o nosso coração. Como amigos fortes de Deus, queríamos (e queremos) amá-Lo mais, entregar-lhe as nossas dúvidas e medos, as nossas alegrias e tristezas e perceber, ou pelo menos tentar encontrar uma resposta para o Que quereis fazer de mim?

Santa Teresa de Jesus nos recebeu, contou-nos a sua história, abriu-nos o coração e ensinou-nos, pois ela é a mestra indispensável para quem “quer (aprender a) tratar de amizade com Aquele que nos ama”.

Estávamos todos. Sim porque quem não estava fisicamente, tinha o coração cheio de Carmo Jovem e estava no nosso também. Por isso, repito, estávamos todos! O Frei João, a João e o Zé, a Ana e o Pedro, a Maria e a Mariana, o Diogo e o Bruno, a Joana Rocha e a Joana Costa, o Ricardo e o Tiago, a Fiúza, a Raquel e a Manu.

Eram vinte e duas horas, mais coisa menos coisa, e a Maria João abriu as hostilidades nada hostis mas muito agradáveis. A Sala dos Terceiros estava meticulosamente decorada para nos receber. Assim se faz quando a nossa família alargada vem à nossa casa. Tudo aprumadinho, arrumadinho, confortável e bonito, não só esta sala como todos os espaços do convento. A Comunidade Carmelita de Viana abriu-nos as portas para nos receber, pedindo tão pouco e oferecendo tão muito. Nós só podemos estar-lhes agradecidos por semelhante generosidade! Felicitámo-los pelas suas vidas, pela sua dedicação e pelo trabalho realizado, nomeadamente, com os jovens. De resto, só esta boa vontade permitiu que pudéssemos realizar semelhante fim-de-semana. O nosso muito obrigado. Voltando ao momento do acolhimento, dizia, a Cruz e o Cajado ladeados e envolvidos com pedrinhas da praia do moinho, colhidas num dia de frio mas de calor quentinho que nasce entre os amigos. Também lá estavam as faixas coloridas do Movimento qual porta-estandarte de uma histórica batalha. As cadeiras em semicírculo voltadas para um lago improvisado com muitos peixes sendo que um deles tinha uma mensagem especial da Santa Madre. Afinal, nos dezoito anos do Horeb, nada melhor que aprofundarmos o nosso conhecimento pela história de vida da mulher mais radical que o século XVI teve, quiçá todos os séculos.

 A Coordenação convidava-nos a ir à pesca! A Ana deu o mote das apresentações, iniciando-se o primeiro momento deste maravilhoso Horeb. No seu pormenor de abertura, a Caramuja lançou-nos a questão: Quem sois? O que trazeis em vós para este encontro? Que quererá Ele de vós?

 Todos fomos respondendo e todos fomos pescando neste lago imaginário. A animação era grande, havia alegria nos nossos olhos, havia borbulhar de esperança, havia emoção. Era o Horeb a começar a fervilhar. Uns pescaram umas solhas, outros uns caranguejos, outros ainda umas douradas, até que o Pedro pescou um exemplar único que trazia uma mensagem. Nada mais nada menos que as palavras da Santa Madre e da sua disponibilidade e entrega total a Deus, o poema Vossa sou, para Vós nasci! Coube ao Caramujo Mor a leitura do mesmo. Estava lançada a grande questão do fim-de-semana “Que quereis fazer de mim?”

 

Iniciava assim o primeiro dia da construção do meu, melhor dizendo nosso (no Carmo o meu é igual a nosso), castelo.

A noite caiu. Serena e tranquila. Sabia que tinha as bases da construção do edifício, era preciso agora edificar. O segundo dia prometia ser de valor.

A alvorada do novo dia, dia 1 de Outubro, trouxe-nos o Tony, a Cris, a Carina e a vovó Ilda, mais a Cláudia, que pertenceu à primeira Equipa de Coordenação do Movimento. O namorado Nuno chegaria mais pela noite dentro. Encontrámo-nos na Stilla Maris, a nossa Capela das Gotinhas. Santa Teresinha do Menino Jesus merecia a nossa atenção. Era o seu dia! Ela que tão pequenina foi tão grande no amor a Deus e na entrega incomensurável da amizade para com Ele. Rezámos, sonolentos, mas com brilho no olhar pois as actividades adivinhavam-se interessantes. A Irmã Raquel foi portadora de uma carta da Santa Madre. Rica, cheia, maravilhosa. Que mulher, Santo Deus!!! Concerteza incomodou uns tantos na sua época em que as mulheres estavam confinadas ao lar e à maternidade. Ela decidiu criar novos lares e ser mãe de muitos filhos e muitas filhas gerando mosteiros e conventos onde as irmãs viviam de forma mais íntima, mais fraterna, mais quente, mais carmelitana.


Se ela fundou mosteiros e conventos nos rigores político-religiosos do século XVI, nós podemos erguer castelos de amizade na frieza do século XXI.

Se ela derrubou barreiras sociais, nós podemos derrubar o isolamento, encurtar as distâncias, diminuir o afastamento da maioria relativamente ao Amigo.

Ela foi radical no século XVI, nós seremos radicais no século XXI.

Mas como? Acreditando, tal como ela, no poder da oração porque “orar não é pensar muito mas amar muito”.

A conversa fluía. O Frei João acicatava sagazmente e da assembleia brotavam pensamentos, todos se sentiam impelidos a dizer mais alguma coisa. E eu registava, no meu coração, o plano arquitectónico do nosso castelo. Afinal, todos os elementos necessários estavam ali: a amizade, a entreajuda, o companheirismo, a alegria, a inteligência, o exemplo daquela que revolucionou a história da Ordem do Carmo.

As actividades seguiram-se nos workshops TVP. Um grupo registou em tela, outro em vídeo, outro ainda em pergaminho as conclusões do primeiro debate do dia, qual Concílio de Trento.

Seguiu-se a Eucaristia em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus. Era o seu dia mas também de aniversário dos setenta anos de sacerdócio do Padre Cecílio, das bodas de ouro de profissão religiosa do Padre Manuel Dias, das bodas de prata da profissão religiosa do nosso provincial, Frei Joaquim Teixeira, do Padre Avelino Lopes e do nosso Prior do Carmo de Viana, Frei João Costa. Este último, juntamente com o Frei Silvino, alegravam-se também do filho gerado, o Carmo Jovem. Eles são os nossos pais!!

Se houve Missa que nos tocou o coração foi esta. Estávamos todos! Estavam os pais do Carmo Jovem, mais os filhos e os netos. Era o dia da pequenina Teresinha, num Horeb dedicado à mãe Teresa. A homilia do Frei João fez remoinhos no nosso coração. E no dele também, parece-me… Afirmou a sua alegria pelos dezoito anos deste filho querido e muito amado, assumiu os seus espinhos e pediu perdão pelos mesmos, mostrou-nos que podemos (e devemos) ser rosas perfumadas para Deus. Emocionou-nos! É uma constante, aliás. Mas neste dia foi de valor acrescentado. O nosso castelo de amor crescia vertiginosamente e já se demarcava na paisagem.


Seguiu-se o almoço. Alegre e festivo como numa casa com muitos filhos. Não faltou nada nem ninguém! Ainda tivemos o privilégio de ter a companhia do Padre Carlos, sempre simpático e sorridente, sempre atencioso e preocupado com o nosso bem-estar. Não nos podia acompanhar no desenrolar das actividades mas visitou-nos sempre no momento de reconfortar o físico porque não estava connosco mas tinha-nos no coração. Assim faz um pai quando não pode acompanhar sempre as crias: preocupa-se com elas e certifica-se que andam bem alimentadas!


A tarde trouxe mais amigos fortes de Deus: a Betinha com o seu Luís, a Cami com o seu Zé e as duas pulguinhas Caramujas, a Ana Carolina e a Matilde. A tarde trouxe-nos também o Carmoflash com os registos das actividades do Movimento, principalmente dos Acampakis deste ano. Pelas dezassete horas tínhamos construído a torre de menagem, ponto mais importante do castelo. Tínhamos assumido a amizade como valor fundamental para com todos e para com Aquele que sempre e incondicionalmente nos ama. Tínhamos escolhido a Santa Madre como rainha do nosso castelo. A ela, à sua vida, à sua luta, à sua entrega, dedicar-lhe-íamos a noite da vigília.


A vigília de oração realizou-se no salão de espectáculos do convento. E que espectáculo de sala meticulosamente decorada: a Cruz colocada numa pequena elevação de pedrinhas, as velas em seu redor. A um canto, uma mesinha pequenina servia de apoio aos braços da Santa Madre que ali estava à nossa espera para partilhar connosco a sua vida, para rezar connosco. Era a Joana Rocha que trajava a rigor um belíssimo hábito castanho e se preparava para representar o papel que lhe tinha sido atribuído. E foi… foi… foi… bem não tenho palavras porque não há palavras para explicar o turbilhão de emoções, de sensações que saltaram do nosso coração com as orações, as leituras e os cânticos, a envolvência, a média luz, o quentinho, tudo criava uma atmosfera de paz. Por hora e meia o meu coração viveu no século XVI, e dentro das muralhas de Ávila dos cavaleiros e dos místicos! O meu coração encontrou a paz e eu encontrei mais um elemento para o meu castelo.


Hasteamos a bandeira da amizade, da fraternidade, afirmamo-nos como leigos carmelitas que vivem a intimidade com o Amigo, que bebem da Fonte e que olham a espiritualidade e a história da Ordem com amor.

Içada a bandeira só faltava abrir o castelo para a festa do amor e da alegria e da amizade e da paz e do coração apertadinho à moda do Carmo Jovem.

O dia rematou-se com um chá e mil e um desvarios do Frei João com a Matilde. Não há tio e sobrinha mais irrequietos! A amena cavaqueira prolongou-se noite dentro. Afinal, estes momentos também servem para colocar a conversa da treta em dia.

Chegámos a Domingo. São oito e trinta. Mais uma vez a Stilla Maris nos acolhe como uma mãe acolhe um filho. Um ninho para as Gotinhas. O sol invadia o espaço, iluminava a alma, aquecia o coração. O raiar do dia trouxe-nos mais amigos: o Lilo (segundo Coordenador do Movimento, e primeiro a presidir a uma Equipa de Coordenação!) e a Célia mais o simpático Joãozinho, a Madalena e a Ana Lúcia e, horinhas adiante, o Caló, a Sameiro e a pulguinha Maria, uma gotinha muito, muito ensonada.

Feita a oração da manhã e com a barriguinha cheia passámos às tarefas atempadamente distribuídas, os workshops OLA; nada mais nada menos que preparar o Ofertório, a Liturgia da Palavra e a Acção de Graças da Eucaristia, momento alto do Horeb.

A Coordenação decidiu dividir o grupo em três pequenos grupos de trabalho e fez-nos a proposta de prepararmos a Eucaristia com a alegria contagiante da Santa Madre. Acreditamos que seria uma mulher alta, robusta mas elegante, bela, sorridente, com olhos vivos. Teria bochechas redondas rosadas pelo rigor da vida e também pela intensidade de emoções que vivia na sua luta constante para sobreviver em terras de homens de barba rija. Era alegre, ria com as irmãs, dançava com elas mas também arregaçava as mangas para fazer o que fosse necessário. Palmilhava quilómetros por terras de Espanha para fundar os seus mui queridos pombalitos da Virgem, ao sol e à chuva, lutando contra as adversidades. (Viesse o que viesse e quem viesse, sucedesse o que sucedesse!) Se vivesse nos dias de hoje, acredito que já haveria um mosteiro numa plataforma espacial e seria a primeira mulher a pisar o impensável. Sendo assim, a sua Eucaristia teria de ter música, ritmo, dança, emoção, oração, coração apertadinho e lágrimas e sorrisos, muitos sorrisos. E foi o que teve! Leituras muito bem escolhidas, cânticos de louvor muito carmelita, um ofertório ao som de música e coreografia que terminou com a construção de uma grande gota no chão da capela. E a acção de graças com um grande bailado. A Mafalda Veiga cantou o Restolho, a equipa do Workshop A criou a coreografia simples mas bela, louvando a Deus e à Santa Madre, criando um ambiente de festa e alegria contagiante. Fechando os olhos, estivemos em Ávila e vimos La Santa e as suas irmãs a rodopiar os seus belos hábitos castanhos depois de uma grande jornada. E de valor, de valor foi o facto de este grupo chamar todos os presentes para esta dança da alegria e da amizade. O meu castelo estava concluído! Era dia de festa, os amigos estavam todos lá. Unidos por um conjunto de valores e de princípios, por um objectivo de vida, pelo mesmo amor ao Carmo, a Santa Teresa e a São João da Cruz, nossos pais, a Santa Teresinha, nossa irmã e a Nossa Senhora do Carmo, Mãe de todos que nos olhava enternecida por ver os seus filhos em festa.


À bênção final seguiu-se o almoço reconfortante.

No início da tarde, a Coordenação presenteou-nos com a apresentação dos trabalhos realizados nos workshops TVP. Ainda não tinha acabado este momento e já todos tínhamos saudades. E para marcar ainda mais o momento plantámos duas roseiras nos claustros. São rosas perfumadas para este sítio carmelita que tanto perfume dá à minha vida, à nossa vida. São a prova que o XVIII Horeb aconteceu ali!


Seguiu-se a fotografia de família e depois… bem depois uns foram indo porque o regresso era longínquo, outros foram ficando mais um bocadinho, mais um bocadinho, mais um bocadinho porque é sempre tão difícil sair do Carmo. O meu castelo estava, está, em pleno funcionamento. Os amigos fortes de Deus aguardam ansiosos a chegada de mais amigos.

Afinal, eu já tinha o castelo de amor. O XVIII Horeb ajudou a solidificá-lo.

Preparando a Solenidade de Santa Teresa de Jesus (III)



Dai-me riqueza ou pobreza,
dai consolo ou desconsolo,
dai-me alegria ou tristeza,
dai-me inferno ou dai-me o céu,
vida doce, sol sem véu,
pois a tudo me rendi:
Que quereis, Senhor, de mim?·

Dai-me, pois, sabedoria,
ou, por amor, ignorância;
dai-me anos de abundância,
ou de fome e carestia;
dai trevas ou claro dia,
revolvei-me aqui ou ali;
Que quereis, Senhor, de mim?
(excerto da Poesia 2 de Santa Teresa de Jesus - Para Vós nasci)

18 Anos, 18 HOREB's


2011
VIANA DO CASTELO
S. Teresa de Jesus
Que quereis fazer de mim?

2010
PRAIA DE MIRA
S. Teresa de Jesus
O Senhor anda entre as caçarolas

2009
VIANA DO CASTELO
S. Paulo
e os jovens

2008
BRAGA
S. Paulo
Um Mestre para os Mestres do Carmo

2007
FÁTIMA
Vamos para a Escola!
(Seguindo os passos da Ir. Lúcia)

2006
PORTO
Isabel da Trindade
jovem, Carmelita e profeta da interioridade

2005
VIANA DO CASTELO
S. Teresinha do Menino Jesus,
O desejo de amar em humildade

2004
AVEIRO
O jovem missionário Carmelita

2003
AVESSADAS
S. João da Cruz,
pastor de contemplativos

2002
SERNANCELHE
S. Teresa de Jesus:
uma santa com obra feita!

2001
SEGÓVIA (Espanha)
S. João da Cruz:
um santo com chama!

2000
VIANA DO CASTELO
S. Teresa de Jesus:
uma Santa (que nos) conVida

1999
AVESSADAS
História de santos, santos com história

1998
VIANA DO CASTELO
Escapulário
sinal para os jovens Carmelitas

1997
AVESSADAS
Regra do Carmo,uma regra de vida jovem

1996
BRAGA
O Profeta Elias:
A Palavra de Deus no Carmo

1995
AVEIRO
Ide por todo o mundo
(Do Monte Carmelo à Europa)

1994
VIANA DO CASTELO
Vinde, subamos ao monte com Maria

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Momentos XVIII HOREB

Preparando a Solenidade de Santa Teresa de Jesus (II)


Que quereis então, Senhor tão bom,
que faça tão vil servidor?
Que missão destes a este escravo pecador?
Eis-me aqui, meu doce amor,
Meu doce amor, eis-me aqui.
Que quereis fazer de mim?

Eis o meu coração,
que coloco em Vossas mãos,
com o meu corpo, minha vida, minha alma,
minhas entranhas e todo o meu amor.
Doce Esposo, meu Redentor,
para ser Vossa, me ofereci,
Que quereis fazer de mim?
(excerto da Poesia 2 de Santa Teresa de Jesus - Para Vós nasci)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Preparando a Solenidade de Santa Teresa de Jesus (I)

Foto - Edição facsímile de Caminho de Perfeição

Soberana Majestade,
Eterna Sabedoria,
Bondade tão boa para a minha alma,
Vós, Deus, Alteza, Ser Único, Bondade,
Olhai para a minha baixeza,
Para mim que hoje Vos canto o meu amor.
Que quereis fazer de mim?

Vossa sou, pois me criastes,
Vossa, pois me resgatastes,
Vossa, pois me suportais,
Vossa, pois me chamastes,
Vossa, pois me esperais,
Vossa pois não estou perdida,
Que quereis fazer de mim?
(excerto da Poesia 2 de Santa Teresa de Jesus - Para Vós nasci)

Crónica do Vcampaki com cheiro a cebola e a doce de tomate





Estávamos a meados de julho, e o convite chegou (obrigada afilhada!), fino e suave como a chuva que preencheu esses dias. O Vcampaki já se desenhava na sombra destes dias de julho. E faltava um elemento: alguém que cozinhasse. E do inesperado surge o nosso sim, meu e do Bruno, sim iremos ao Vcampaki e cozinharemos para este grupo carmelita, que se reúne para se encontrar com Teresa e outros carmelitas.
E depressa chegou a primeira semana de agosto, também primeira semana de férias para mim. Tal como os frades faziam no passado, antes de chegarmos a Deão passamos por umas tantas portas, para recolher alguns legumes que generosamente os amigos decidiram partilhar. Obrigada a todos. Chegamos a Deão no Domingo de tarde, um dia quente e de sol feito. Depois das necessárias compras, ordenaram-se os géneros, a ementa, as receitas, as vontades. E depressa concluímos que este era o ano do tomate. Quilos e quilos deste fruto inundaram a cozinha de Deão.
O Vcampaki, sob os desígnios de um espírito Kelb (=cão), desenhou-se desde o primeiro dia, com a promessa de muitas actividades, momentos, espaços, amigos e vontades. Dos cozinheiros esperavam uma comidinha boa, saudável, que alimentasse o corpo, para que a alma pudesse crescer. Apareceu a ameaça da sopa em todas as refeições, muitas saladas (de tomate claro), temperadas com o carinho que é próprio dos amigos.
Posso dizer-vos que esta foi uma experiência única (nunca tínhamos cozinhado para 20 pessoas), mas mais do que isso. Muito mais do que isso. Cozinhar é um verbo que rima com amar. E amar bem podia ser o verbo deste Vcampaki. E cozinhar para amigos fortes de Deus não deixa de ser uma manifestação de amor, de entrega, de dar-se. Não imaginais como foi reparadora esta semana em Deão. Como a alma se eleva, e o coração se enche, entre os aromas das especiarias, das laranjas maduras e sobretudo da canela que inundou o nosso doce de tomate.
A Quinta do Menino Jesus de Praga é um lugar especial. Sabeis que detém o record de estrelas cadentes avistadas a olho nu? O Carmo Jovem é um lugar ainda mais especial. Mais adentro. Um lugar de amar e aprender a amar Aquele que nos guia no Carminho. O Vcampaki é um lugar de amizade. Que seriamos nós sem os Amigos? A cozinha do Vcampaki foi um lugar de partilha. Muito visitada e estimada. Muito obrigada a todos, a todos, pela ajuda, pela preocupação, pela alegria que trouxeram a esta cozinha. Sem vocês todos não teria corrido bem. Estes jovens e imaturos aspirantes a cozinheiros não avaliaram bem a exigência da tarefa. E no mar revolto dos tachos, vocês, todos, foram farol, foram bússola, foram mãos para remar a barca dos tachos. Porque também aqui Deus nos agita. Lá dizia Sta. Teresa, que os tachos, também os tachos, são matéria de Deus. E aí O encontrei, em cada Kelb que participou neste Vcampaki e que generosamente passou também pela cozinha. Obrigada! E obrigada!
Não vou referir em particular ninguém, porque todos, todos, do seu jeito, maneira e vontade se cruzaram comigo e com o Bruno nesta cozinha partilhada do Vcampaki. Não imaginais a alegria daquela azáfama diária, da sopa para a salada, da salada para o prato principal, do prato principal para a sobremesa, e depois o levantar a mesa, o lavar a louça, e orientar as sobras, e lavar as panelas tamanho xl, esfumadas de negro. Uma equipa de trabalho coordenada, que cantou, que riu, entre as bolas de sabão e os esfregões.
Recordo em especial a longa noite branca, atarefada para uma noite que se quer de descanso. Uma noite que misturou o cheiro da canela com a frescura dos legumes, geometricamente descascados e cortados. Uma madrugada aquecida pelas grandes panelas, onde o nosso doce de tomate foi gerado e apurado. Pelas mãos e braços generosos que se foram revezando a mexer este doce. Porque todas as obras requerem o seu tempo. Das nozes carinhosamente descascadas. E o dia nasceu, aquecido ao som de uma chávena de leite com café, e da manteiga derretida no pão. Era o jantar daquela manhã, ou melhor, o pequeno-almoço.
Recordo ainda as refeições do fim-de-semana. A família cresceu. Que bom! Mas a chuva invejosa veio também. A logística teve de se adaptar. E não há vontade que não dê frutos. A chuva passou, e veio o cheirinho da chouriça assada, o arroz Acampaki, as sobremesas e os grelhados de Domingo. E um lanche magnifico mesmo ao cair do pano. Um lanche partilhado. As refeições, como a vida, deveriam ser sempre assim, resultado da partilha e da doação de todos, temperada com o carinho e os sorrisos próprios dos amigos.
Foi tão bom! Tão saboroso! Cozinhar para vocês e convosco. O nosso obrigada. Obrigada ainda pelo aventais Kelb, pelo espanta espírito com alma de elefante e pela lindíssima orquídea. Todos vivem agora na nossa casa. A adornar os dias e as noites do depois do Vcampaki. Sabeis do poder deste espírito Kelb que inundou as nossas vidas? Como disse o nosso amigo João na homília de Domingo, todos vimos melhores depois do Acampaki. Todos vimos mais Dele e com Ele. Eu assino por baixo.
Uma nota final para as duas aspirantes a cozinheiras: a Matilde e a Carolina. A vossa energia foi a pitada final, o remate de todos os pratos e refeições. Sois lindas! Obrigada às princesas!
Um abraço colectivo a todos. Cheio de carinho, temperado q.b. de força, coragem e esperança. Lembrai-vos sempre do poder dos abraços! E que sejais o sal (ou seja, o tempero) da vida uns dos outros.
Até já!
Jana (e Bruno – sabeis como este cozinheiro gosta da sombra, mas gosta também de cada um de vós e gostou muito desta experiência).
Nota: o Bruno diz: ‘Sabem que para se ser feliz temos de querer sê-lo, e no Vcampaki vi tanta vontade de o querer ser! Continuemos assim’.

domingo, 9 de outubro de 2011

Vcampaki representa...




Para mim o Vcampaki representa tudo isto que partilho nesta troca de palavras. Esta é a partilha quero ter com todos e todas.

Vitoria

Caminho

Amizade

Meta

Paciência

Kelb

PartIlha

Joana Costa