quarta-feira, 25 de abril de 2007

Morreu um porteiro carmelita!

Era carmelita, indiano, de Vayalar (Kerala). Chamava-se Frei Tito Arimathil, tinha 76 anos de idade e era desde há 43 um simples e humilde porteiro da Faculdade de Teologia Pontifícia Teresianum, em Roma. As crónicas chamam-lhe humilde porteiro carmelita. Morreu discreto como convém a um porteiro. A sua morte não se fez anunciar. Morreu de infarte no passado dia 5 de Abril, dia em que Nosso Senhor convida os seus discípulos para a Última Ceia (Ou será a primeira?). Gerações e gerações de estudantes carmelitas conheceram-no ali, no seu posto. Era fiel e acolhedor, dizem. Um carmelita inteiro! Como era da sua competência, pela manhã, preparou a comida para os pobres que às quintas-feiras se aproximavam da sua portaria mendigando uma migalha. Foi depois à Capela saudar o Senhor da Casa, que é Senhor dos dons, o Senhor quer tudo dá. Após alguns momentos de oração sentiu-se mal, reclinou-se no banco e entrou em coma. Nesta Quinta-feira Santa os pobres de Roma comeram a sua merenda, ele a Ceia! Agora que se foi, fica a recordação dum irmão carmelita que se santificou na portaria dum convento. Era «serviçal e amável, atento e fiel, humilde, disponível e sorridente». Era um porteiro único. Era um porteiro Carmelita, pronto!

domingo, 22 de abril de 2007

Carminhada - Viana do Castelo - 19Mai2007

Lancemos as redes ao Mar

Façamos o que o Mestre nos manda.
Confiadamente, partamos na aventura!
Lancemos as redes…
Creiamos na força do Amor que nos sustém.
Juntos, acalentemos a nossa fragilidade
e o muito que haveremos de enfrentar
pelos carminhos da vida!
Carminhada alguma se faz sem esforço.

DE NOSSA SENHORA DO CARMO Viana A NOSSA SENHORA DO CARMO

“Não tenhas medo de amar demasiado a Virgem, nunca a amarás o suficiente!"
(Santa Teresa do Menino Jesus)

Aspectos a ter em atenção:
- As carminhadas são abertas a todos os jovens;
- Início às 9h00, na Igreja do Carmo em Viana do Castelo
- O almoço será partilhado, devendo cada participante levar de casa;
- Procura levar calçado confortável e já usado; roupa conveniente (um impermeável…);
- Haverá um carro vassoura (podem lá deixar ficar as mochilas com a comida), mas a maior honra dos condutores de carros vassoura é chegar ao fim vazios;
- Nem tudo é necessário para caminhar…;
- A carminhada termina às 17h45 na Igreja do Carmo em Viana do Castelo, seguida de Eucaristia às 18h00.

CONFIRMAÇÃO
A confirmação de participação na Carminhada deverá ser efectuada até ao dia 13 de Maio para:
Verónica Parente
veroparente@gmail.com ● Telm: 966 514 763

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Regista na tua agenda

A Carminhada em Viana
marcada para o dia 2 de Junho
foi antecipada para o dia 19 de Maio

do presente ano.

Não queremos que tal motivo influencie
a tua presença!
Por isso avisamos com antecedência.
Regista na tua agenda.

Contamos com todos.
Continuaremos a caminhar em família!
Somos valentes e corajosos.

Que Ele seja sempre a nossa força e guia…
nos Carminhos.

«Juntos andemos»
Ânimo, pois em Viana te/vos esperamos!

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Examinei que a verdade está em TI…

Examinei que a verdade está em TI…
A ternura nos faz ver e compreender o que é o amor.
Neste, todos encontram um sítio para edificar a sua tenda.
E fazer dela, um dia, morada eterna!

Após um longo caminhar por entre as batalhas da vida.
Existe um brilho especial de esperança
no rasto do Teu eterno Dom,
um toque delicado da aceitação da paixão, pela Humanidade.

No deserto dos sentidos, no deserto do espírito,
jamais posso esquecer os raios da sedução
nos quais fomos e somos chamados.

Em cada instante em que nos perfilhas
sentimo-nos encontrados e amados!
«tal como a criança nos braços de sua mãe»

Te diligencio na revisão desta sedução.
Te peço que Te unas sempre a nós,
mesmo no fundo de um olhar magoado e incompreendido,
pela nossa não compreensão,
não Te canses de procurares,
mesmo que longe andemos…

Como o coração marca o ritmo da vida humana,
Queremos encontrar o ritmo da nossa vida em Ti.
Que Te encontremos,
e desde o silêncio que nos seduz,
não Te deixemos de levar para o bulício das artérias
do comando da vida!
Pois Tu esperas por este comando de acção em amor!

Que nesta confiança permaneçamos capazes de dignificar as palavras de Paulo
«Só Tu, Senhor, tens Palavras de vida eterna»

terça-feira, 3 de abril de 2007

«...o caminho que te conduzirá até Deus»

«- Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.
- Não filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus”.»
[13 de Junho de 1917 - "Memórias da Irmã Lúcia"]


Aproveito o meu tempo, para reflectir sobre alguém que merece toda a nossa atenção, falo de uma familiar que o Carmelo muito ama, e de quem já se mencionou neste Blog: Irmã Lúcia. É um membro da família carmelita, deveríamos aprofundar o nosso pouco ou muito conhecimento, reconhecendo-a cada vez mais.
Aproximemo-nos, daqueles que nos são adjacentes… e amados por Deus! Aqui fica o conselho e o apelo!...

Proferir algumas palavras sobre o pouco que sei desta irmã é recordar a singelez de um coração irradiado pelo Amor de Deus, este olhar humilde e corajoso, desde a terna infância, foi encontrado pela benevolência, gerou e continua a gerar uma ternura inabalável, na amizade recíproca de seus primos, encontrou o começo da entrega, o respeito e sabedoria das gentes grandes que dela duvidaram, a beleza de uma reflexão madura e ponderada, permitiu tomar comprometimento do seu próprio caminho, com todas as intempéries...

O mundo conhece-a e o seu olhar transparente e sereno, erradia afeição naqueles que de perto tiveram o privilégio de privar da sua companhia.
Teve que aprender a crescer muito depressa, em toda a sua vida, foi capaz de reconhecer e entregar com gratuidade e generosidade, nas mãos do Pai, e de Maria, nossa mãe, tudo o que lhe provocava sofrimento, dissolução, confusão, inquietude, mas, soube discernir responsavelmente e escolher a melhor parte: dedicar a Deus toda a sua vida.
Chamada a segui-Lo, descobriu na sua própria existência os sinais indicadores que agradavam ao Pai!

Que através do seu exemplo, possamos nós descobrir a graça do amor de Deus em nossas vidas!

domingo, 1 de abril de 2007

Notas Finais - Carminhada - Aveiro - 31 Março 2007

OUSAR SABOREAR O SAL, OUSAR BUSCAR A LUZ
OUSAR CAMINHAR, OUSAR AMAR
OUSAR, OUSAR

Ontem acordei com vontade de dormir, de passar um dia calmo, de preparar calmamente a Missa Vespertina. A janela entreaberta denunciava uma quase noite lá fora. Uma quase noite fria e ventosa. Quando caí em mim lembrei-me que havia jovens de longe a caminho da Aveiro. Que estava programada uma carminhada. Que era preciso ir recebê-los. Que era preciso pôr sal, carminho e luz nas suas tenras vidas.
Quando cheguei fora de portas reforcei a ideia de pôr em prática o Plano B: trazê-los para o convento e prendê-los na igreja e... Mas, ó meu Deus, disso já eles têm demasiado nas aulas e nas catequeses.
Às 9h00 cheguei à Marinha da Troncalhada, um ecomuseu que faz memória de como as gentes do bairro da Beira-Mar, bem ao pé da minha igreja, faziam sal. Quando cheguei já nos esperavam três carminheiras. Éramos agora seis. Muito em breve seríamos sessenta e depois mais de oitenta. Vieram de longe e de perto, casais e solteiros, idosos, adolescentes e jovens, missionários e catequistas. Estavam de Ílhavo, Gafanha, Aveiro, Mangualde, Viana, Caíde de Rei (Lousada) e Braga. Com gente assim e de tão longe como poderia eu pensar em ter um dia calmo e sossegado?
O céu ameaçava chuva, muita chuva, chuva muito fria. O céu escuro intimava-nos a desistir. E eu rezava ao Céu, para que nos desse um sinal de que não deveríamos ir para casa. E o sinal veio: como o local da reunião e arranque da carminhada estava bloqueado com obras, espontaneamente os fotógrafos desceram à marinha em busca do melhor ângulo, da melhor foto. Quando me apercebo estão lá quase todos e eu também. Bem no coração da marinha rodeamos um daqueles pequenos tanques, aconchegamo-nos e procedemos à apresentação de todos; cantámos uma canção, escutámos a voz de Jesus: «Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo.» Há um momento de silêncio, um breve exortação, e ala que se faz tarde!
Quando subo do aconchego da marinha, só então, me apercebo do frio que está cá fora! Há um vento venenoso, um vento frio e marítimo, um vento que deve ter vindo do Pólo Norte no porão dalgum navio ancorado no Porto de Aveiro. Mas a carminhada avança em direcção ao Santuário de Nossa Senhora de Schoënstatt. Ainda não andáramos um quilómetro e já umas pequeninas gotinhas de chuva fria aspergindo-nos nos assustavam. Era o sinal dos temerosos e assustados. Por isso pusemos o autocarro em estado de prontidão: afinal, talvez tivéssemos de regressar apressadamente.
Chegamos a Schoënstatt antes do previsto, e ainda assim realizámos uma paragem técnica em frente à Capela da Senhora dos Campos para fazermos memória dos pioneiros que colonizaram aquelas terras, e rezarmos um pouco: por nós e pelos nossos, pelos trabalhadores e desempregados, pelos doentes e por todos.
Em Schoënstatt parámos duas horas. Foi tempo para ler a carta do Papa aos jovens e o seu desafio a que ousássemos amar. Depois visitámos o Santíssimo que está ali permanentemente exposto e terminamos abrindo os merendeiros. Quando era hora de partir apetecia ficar: o céu abrira-se e o sol aquecera os corpos. Ao fundo o mar sereno cantava canções de embalar: Ó que sesta se poderia ali dormir...
Quando saímos do recinto do Santuário ficamos a saber que fazia vento. Sim muito vento, mas ainda não o vento frio, o vento inclemente e a nortada agreste que nos haveria de fustigar durante toda a tarde. Por essa razão e porque o percurso quase não tinha defesas contra o vento vindo do mar, fizemos a segunda parte em quase contra-relógio. A malta é rija e haveria de aguentar. Mas foi uma tarde de luta contra o vento que quase nunca nos tocou pelas costas. Quando cruzámos Ílhavo enfrentou-nos de frente, quando cortamos a Coutada combateu-nos de lado, quando descemos para Universidade atacou-nos de todos os lados; quando nos fizemos à ponte da Cantina da Universidade até por baixo dos pés nos surpreendeu!
Ó que dura inclemência foi o vento, que só nos deu descanso quando entrámos no Capela de São João da Cruz do Convento do Carmo de Aveiro! Só ali descansamos! Depois, no Salão do Santo de Aveiro restauramos as forças e pudemos brincar. Mas logo de seguida entramos na Igreja do Carmo para a conhecer e rezar o Terço. À hora marcada, um linda procissão com muitos jovens irrompeu pela coxia central da Igreja para darmos início à bela Eucaristia pensada para nós, com mensagem para nós, com envolvência juvenil. Com ramos e com cruz, com festa e oração, com cânticos e comunhão.
Por fim, tudo terminou.
Sim, a nossa canastra chegou a casa cheia de sal e de luz. Sim, vale a pena ousar amar, como nos pediu o Papa na carta que nos dirigiu para este XXII Dia Mundial da Juventude.
Não fomos sonsos nem apagados. Fomos uns heróis. Não descobrimos a luz nem a pólvora. Não terá sido para descobrir luz que fomos até a Aveiro, mas porque fomos até Aveiro a Luz descobriu-se um pouco mais para nós. Houve contratempos? Se houve! Houve barreiras e dificuldades? Claro, como em todas as situações. Estiveram contra nós os elementos: o vento, o frio, o céu escuro e os muitos quilómetros? Claro que sim.
Mas nós, os jovens carmelitas, mostramos que quando toca a descobrir a Luz somos uns valentes!

[Hoje é o Day After. É Domingo de Ramos. O corpo quase não se ressente da carminhada, pois ela foi quase sempre em terrenos planos. Não há vento e está um sol esplendoroso que eu quase não disfruto, porque ando a visitar doentes.]