domingo, 9 de outubro de 2011

A minha vida tornou-se um Vcampaki!


A minha vida tornou-se um Acampaki!
Na minha casa está montada uma tenda que muda de sítio consoante Deus nos abençoa com Sol ou com Chuva. Assim sendo, a nossa tenda é a tenda mais “viajada” dos últimos dias: ora está no jardim, ora está na garagem.
Lá dentro, para o bem-estar das ocupantes, estão dois sacos-camas, duas toalhas de praia, duas mudas de roupa (para o suposto dia e a suposta noite). À entrada, um pequeno tapete é meticulosamente posicionado porque a “aldeia tem de estar limpíssima”, diz a Matilde.
É verdade! Depois do Acampaki, a Ana Carolina e a Matilde só brincam aos Acampakis!!! Não é em Deão, é em Carreço. Não é numa quinta, é num quintal. Não tem vinte pessoas, tem duas, mais os bonecos, e os nenucos, e as raquetes, e os livros e umas folhinhas soltas que servem de Guião. E rezam! Num cantinho do jardim há um santuário imaginário. Também há refeitório, junto do banquinho de pedra, e quando a fome aperta vão abastecer-se à cozinha da mãe Kelb.
Toda a família reza antes das refeições. Reza ou, melhor dizendo, canta. E o mesmo festival nos acompanha nas viagens de carro, nas idas às compras no hipermercado para espanto dos turistas (e desespero da mãe) e num restaurante também já aconteceu.
Portanto, se me perguntam se a minha / nossa vida mudou com o Acampaki, a resposta só pode ser que a vida dos Caramezes se revolucionou.
Participar no 5º Acampaki foi um grande desafio para mim, para nós Família Caramez. Não é fácil viver uma semana limitada a um espaço, dormir numa tenda, partilhar a casa de banho com pessoas que nunca vimos, cumprir horários de levantar, deitar, rezar, comer. Tudo isto se tornaria mais complicado, pensava eu, com duas filhas de seis e oito anos. Confesso que o primeiro e o segundo dias foram de “fugir”. Adaptar-me a tudo e sobretudo adaptar-me aqueles que não estavam tão bem mas mereciam (e merecem cada vez mais) todo o meu carinho e atenção.
Com o passar dos dias fui serenando. Ou pelo menos fui tentando! Apesar dos meus medos, fui tentando contribuir. Ao mesmo tempo, verifiquei a alegria das minhas filhas e a forma carinhosa com que todos os Kelbs as tratavam. Obrigado a todos por isso. Tornaram-se tios e tias das minhas princesas e são também mais uns filhotes para mim. Além do mais, isto de ser a segunda pessoa mais velha no Acampaki tem que se lhe diga!!!
O Acampaki foi a melhor experiência que podíamos ter vivido. Todos juntos, cada um à sua maneira, tornamo-nos Amigos Fortes de Deus e por Ele valeram as noites mal dormidas, o cansaço, o muito barulho e o muito silêncio, os risos e as lágrimas, valeu a pena ser mamã Kelb. Se mudei? Claro que mudei! Todos mudamos com as experiências de vida que temos. As palavras Partilha e Companheirismo ganharam outra dimensão. O leque de Amigos aumentou. A Oração ganhou outro sentido, outra forma de se realizar.
Como Família saímos mais unidos, mais colaboradores, mais fortes. Já sabíamos que cabíamos os quatro numa cama. Agora sabemos também que um saco cama nos aconchega de igual maneira.
Além disto, a minha casa revolucionou-se, ganhou mais uma divisão: a tenda…
Se queremos repetir?
Claro que sim! Era já! Era de valor como diz o pai Kelb. Porque todos aprendemos uns com os outros, porque é assim que se Caminha, que se faz Carmo Jovem, que nos tornamos Amigos e Amigos Fortes de Deus.
 Mãe Kelb Caramuja