1. Introdução
Ao longo desta apresentação procurarei mostrar a importância dos jovens na Igreja Católica e na sociedade civil. O seu papel e a sua missão e, principalmente, os desafios que lhe são colocados nos dias de hoje.
Para isso começarei por fazer uma breve contextualização da situação actual do religioso e da Igreja Católica, principalmente a nível histórico-social.
2. A situação actual do religioso
A partir da modernidade (Iluminismo - século XVIII) muitos esperavam que a religião fosse expulsa das sociedades e remetida para a memória. O que não veio a suceder.
O religioso sofreu, no entanto, a partir desta época inúmeras alterações.
Na verdade, passou a procurar-se mais a salvação a nível individual, desvalorizando-se a pertença a uma comunidade. Desde logo, este aspecto implica consequências na forma como os jovens se relacionam com o religioso, provocando um “fosso que separa cada vez mais as gerações recentes e as instituições religiosas.” A colectividade – Igreja – passou a estar presente quase só nos ritos de passagem (nascimento, casamento e morte).
No entanto, não podemos afirmar que o religioso está em crise. As pessoas continuam a procurá-lo, continuam a buscar respostas no transcendente. Aliás, o religioso tornou-se num “negócio” forte, que traz consigo um poderoso marketing, senão vejamos, como exemplo, as ciências do oculto, os livros de auto-ajuda e as clínicas de espiritualidade.
A Europa onde vivemos é, hoje cada vez mais, uma sociedade multi-cultural e inter-religiosa, onde a liberdade religiosa deve/tem de imperar. Vigorando a laicidade, não podemos também deixar de constatar que, como referia o Papa João Paulo II, a Europa é incompreensível sem o Cristianismo, este é nas palavras do referido Papa, a “alma da Europa”, sendo os valores cristãos património universal.
Perante este quadro, qual o lugar do jovem?
Seguir a opinião mais ou menos instituída de que o religioso está fora de moda? Remeter a sua fé para um espaço privado (a sua casa, a sua igreja paroquial)?
Ou deverá, por outro lado, assumir-se como cristão em todas as vertentes da sua vida, respeitando, obviamente o espaço e as decisões das outras pessoas?
Notas: este texto segue de perto aquele que foi apresentado à reflexão no Encontro de (In) formação em Viana do Castelo, no dia 28 de Fevereiro. É uma reflexão despretensiosa, mas que pretende, de forma crítica, ser construtiva. O título do texto é retirado de um poema de Daniel Faria. Bibliografia: Teixeira, Alfredo, Não Sabemos Já Donde a Luz Mana – Ensaio Sobre as Identidades Religiosas, Paulinas, Prior Velho, 2004.