I. "USAREI ESTA VIDA PARA ME FAZER CRESCER"
Para Christopher não era preciso o material para o fazer crescer, queria liberdade. Achamos que a aventura que o Christopher decide fazer é o reflexo da sua angústia e do desespero que estava a passar, vivendo a sua vida tão recheada de bens supérfluos. Mas, mais tarde, apercebeu-se de que sozinho, já não fazia sentido a vida que escolheu.
A viagem, primeiramente, trouxe-lhe liberdade, mas quando chega ao Alaska – o seu objectivo – carrega a profunda infelicidade de estar só.
Christopher encontra sempre gente no seu caminho, que formam, no fundo, a sua família: o velho, que experimentou a felicidade que há muito não tinha; a jovem no acampamento, que se apaixonou por ele, com quem desenvolveu uma sentida amizade; os seus “pais”, que habitavam as estradas por onde passavam, sem destino; entre outros…
II. " A ALEGRIA DE VIVER NÃO ADVÉM PRINCIPALMENTE DAS RELAÇÕES HUMANAS. DEUS COLOCOU-A EM TODO O LADO"
Não concordamos com a afirmação. O ser Humano não pode, nem deve ser isolado. As relações humanas são essenciais para a formação da nossa identidade, de forma saudável, por nos prendarem com a alegria de viver com os outros.
“Ninguém é feliz sozinho, nem mesmo na eternidade”, afirma o poeta Miguel Torga.
III. "TRATAR AS COISAS PELO SEU VERDADEIRO NOME."
Christopher atribuiu a si próprio um novo nome: Alexander Supertramp [super-vagabundo]. Este gesto mostra o corte que ele fez com o seu passado. Como se fosse um novo nascimento, um baptismo.
No entanto, por muito que quisesse, Chris nunca esqueceu a sua origem. Sozinho, sentia a falta da sua vida original. Prova disso é o facto de assinar o texto que escreve pouco antes de morrer com o seu verdadeiro nome.
IV. A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO [LC 15, 11-32]
Podemos comparar a história de Chris com a Parábola do Filho Pródigo. Há semelhanças e diferenças. Algo que é semelhante é a vontade de partir e de mais tarde regressar a casa. Contudo, Christopher apenas regressa a casa em pensamento e, contrariamente ao filho Pródigo, decide viajar sem nada, não quis dinheiro.
O senhor mais velho (Franz) diz a Christopher: "Quando perdoas, tu amas. E quando amas, a luz de Deus ilumina-te."
Nós concordamos com esta frase. Por muito mau que seja o erro, nós perdoamos quem amamos. A prova de amor maior que podemos demonstrar pelo outro é o perdão: o perdão tem que exigir o amor maior.
V. A IRMÃ DE CHRISTOPHER DIZ QUE ELE ESTAVA A ESCREVER A SUA HISTÓRIA E QUE TINHA DE SER ELE A CONTÁ-LA. CHRIS, POUCO ANTES DE MORRER, AFIRMA: "A FELICIDADE SÓ É VERDADEIRA QUANDO É PARTILHADA."
Perante estas perspectivas, o nosso grupo concordou com a afirmação do Chris. Realmente, a felicidade é mais fugaz e escaca quando não é partilhada. Podemos querer escrever a nossa história, mas, na maioria das vezes, são os outros que direccionam os nossos movimentos. A dada altura já são eles que escrevem.
Olhando as coisas nesta perspectiva, podemos mudar a nossa vida e a vida daqueles que me rodeiam. Porque a nossa felicidade é também a felicidade do outro.
A irmã tem um papel importantíssimo na vida de Chris. Sempre esteve preocupada com o irmão e perdoou-o mesmo depois da sua “fuga” e da falta de notícias.
Jovens Sementinhas - Caíde de Rei