Queridos Irmãos e Irmãs carmelitas, já ressoa aos nossos ouvidos a boa notícia da Ressurreição de Jesus e todo o nosso ser vibra com este acontecimento, pois a morte foi vencida por Jesus e, com Ele, nós também saímos vencedores, pois tudo aconteceu por nossa causa, pelo grande e demasiado amor que o Senhor manifestou por cada um de nós.
Após o percurso quaresmal da penitência, da caridade e da oração mais intensas, culminado com as celebrações da Semana Santa, particularmente as do Tríduo Pascal, eis-nos envolvidos pela Luz mais brilhante da Páscoa de Cristo Ressuscitado!
Nestes dias, só precisamos de entrar na sacramentalidade da Liturgia onde estão condensados os mistérios do Redentor que por nós e para nossa salvação amou até ao fim, até morrer de amor para abrir caminhos de vida nova para nós e para o mundo inteiro. Que a Liturgia da Palavra seja o aquele espaço privilegiado, preparado pelo Senhor para nós, para vir ao nosso encontro como Ressuscitado, onde façamos a experiência única do encontro Ele, como a fizeram a Madalena, Pedro e os Apóstolos, os discípulos de Emaús…e tantos outros ao longo da história da Igreja.
Como carmelitas estamos chamados a ser os homens e as mulheres desta experiência do Deus Vivo. Santa Teresa de Jesus, nossa mãe, partilha connosco a experiência do Senhor Ressuscitado na sua vida e, como mestra insigne da experiência de Deus, exorta-nos: «Vede-O ressuscitado: só O imaginar como saiu do sepulcro vos alegrará. Com quanta claridade e com que formosura! Que majestade! Quão vitorioso e alegre! Como quem se saiu tão bem da batalha onde ganhou um tão grande reino, o qual quer todo para vós e a Si mesmo com ele. Será, pois, muito que, a quem tanto vos dá, volvais uma vez os olhos a fitá-l’O?» (Caminho de Perfeição, 26, 4).
A contemplação do Ressuscitado é garantia da mais fecunda missão.
Não queiramos fazer grandes coisas sem antes olhar o Crucificado e Ressuscitado. Se O não contemplarmos, também não O reconheceremos nas alegrias e tristezas, esperanças e angústias dos irmãos a quem somos enviados.
A Páscoa da Ressurreição cria dinamismo e movimento nos discípulos de Jesus, impele-os a sair, partir, reunir… criando novas comunidades de amor e serviço, de comunhão e oração, porque foi para isto que o Senhor morreu e ressuscitou: para nos unir e reunir, para fazer de nós uma família onde se tornem visíveis os seus conselhos evangélicos e onde a comunhão vivida e testemunhada, dentro das nossas comunidades, no amor fraterno, seja o sinal mais credível, para o mundo, de que Ele está vivo e ressuscitado no meio de nós. Que as nossas comunidades e fraternidades sejam estes espaços da escuta orante da Palavra, sejam espaços de alegria e festa, de acolhimento e partilha de vida onde Jesus Ressuscitado, como prometeu, está presente, e que nós reconhecemos nos gestos e palavras reproduzidos que o Mestre nos deixou como memorial da Sua presença.
Um Santa Páscoa para todos na alegria de Jesus Ressuscitado!
Abraço-vos a todos, Pe Joaquim Teixeira, Provincial