No passado dia 1 de Setembro o Papa reuniu-se em Loreto, Itália, com meio milhão de jovens. E dialogou com eles. No diálogo com o Papa Sara Simonetta, um jovem italiana, explicou-lhe que acreditava que «Deus tocou o meu coração, mas sinto muita insegurança, perguntas, medo. Sinto solidão e quero sentir a proximidade de Deus. Santidade, neste silêncio, onde está Deus?»
O Papa respondeu: «todos nós, ainda que sejamos crentes, experimentamos o silêncio de Deus». Acaba de ser publicado um livro com as experiências espirituais da Madre Teresa de Calcutá, e o que já sabíamos mostra-se agora mais abertamente: com toda sua caridade e a força da sua fé, a Madre Teresa sofria o silêncio de Deus».
«Por um lado, temos de suportar este silêncio de Deus, em parte também para podermos compreender os irmãos que não conhecem Deus. Por outro lado, podemos gritar sempre de novo a Deus: ‘Fala, mostra-te!’. E sem dúvida, na nossa vida, se o coração está aberto, podemos encontrar os grandes momentos nos quais a presença de Deus se torna sensível».
Depois, o Papa explicou como é possível ver Deus.
Antes de tudo, declarou, «a beleza da Criação é uma das fontes nas quais realmente podemos tocar a beleza de Deus, podemos ver que o Criador existe e é bom, que é verdade o que a Sagrada Escritura diz na narração da Criação».
Em segundo lugar, explicou, é possível perceber a presença divina «escutando a Palavra de Deus nas grandes celebrações litúrgicas, nas festas da fé, na grande música da fé». (E o Papa citou o caso de uma mulher que se converteu ao cristianismo após ter escutado a grande música de Bach, Händel e Mozart.)
Em terceiro lugar, disse à assembleia festiva de jovens, podemos descobrir Deus «no diálogo pessoal com Cristo. Ele nem sempre responde, mas há momentos nos quais realmente responde.»Uma última maneira de descobrir Deus, segundo o Papa, é «a amizade, a companhia na fé. Agora, aqui, reunidos em Loreto, vemos como a fé nos une, a amizade cria uma companhia de pessoas a caminho. E experimentamos que tudo isso não vem do nada, mas que tem uma fonte, que o Deus silencioso é também um Deus que fala, que se revela e, sobretudo, que nós mesmos podemos ser testemunhas de sua presença, que da nossa fé surge realmente uma luz para os outros», sublinhou.
A conclusão do Papa foi a seguinte: «por um lado, temos de aceitar que neste mundo Deus é silencioso, mas não devemos permanecer surdos quando Ele fala, quando manifesta sua presença em tantas ocasiões, sobretudo na Criação, na liturgia, na amizade dentro da Igreja. E, cheios de sua presença, também nós podemos dar luz aos outros».