Soube sacrificar, sem dúvida, o seu ideal de escondimento à vontade de Deus, expressa pelos superiores. “Como queria passar as minhas horas na cela – dizia -, mas as almas me esperam e a tudo devo renunciar por amor a eles”. Nos seus propósitos escrevia: “Esta é a minha vida, ó Jesus: actividade de obediência, de fé, de zelo para levar-te às almas, para conduzi-las a ti.... Que me importa que isto me custe sacrifícios? Não me fez, tu, mamãe das almas? Darei a elas todas as minhas energias por teu amor, resistirei ao trabalho, mesmo sentindo-me faltar as forças, contente de sofrer até a morte, desde que as almas se salvem e te glorifiquem, ó Jesus”.É fortemente teresiano o seu zelo pelas almas, erradicado no amor de Deus e na obediência à Igreja, capaz de motivar a vida contemplativa e acendê-la do único amor, aquele de Cristo.6. Finalmente monja Carmelita Descalça.Josefina, como a irmã Antonietta e as outras jovens que viviam sobre a colina de S. Maria ai Monti, junto aos Ponti Rossi, sempre se sentiram Carmelitas Descalças, mas eram também conscientes que, depois de tantos anos de experiência Teresiana, faltava ainda a aprovação oficial por parte da Ordem dos Carmelitas Descalços e por parte da Igreja.Josefina vai a Roma e encontra pessoalmente o Cardeal Rossi, carmelita Descalço, o P. Guglielmo, Geral da Ordem, e o Prefeito da Congregação dos Religiosos, o Cardeal Lépicier. A eles apresenta a situação da comunidade e o vivo desejo de ser confirmada entre as Carmelitas Descalças.Após três meses, no dia 7 de Dezembro de 1932, o Papa Pio XI aprova a fundação do Carmelo em Ponti Rossi, Nápoles, como mosteiro de Carmelitas Descalças.No dia 30 de Janeiro onze terciárias recebem o hábito e iniciam o noviciado. Josefina tem então 39 anos. No dia 6 de Agosto de 1933 Josefina Catanea torna-se, com a primeira profissão, Irmã Josefina de Jesus Crucificado. A Jesus, naquele dia solene e íntimo, pede uma graça: “Que eu não seja jamais privada do dom preciosíssimo do sofrer”. Jesus a contentou e a configurou a si até o último instante da sua vida. Ir. Maria Josefina, consciente de ter sido escutada, escreve alguns anos mais tarde: “Quando penso que Jesus me colocou com Ele sobre a Cruz, sinto em mim uma maternidade espiritual, uma ternura pelas almas, uma alegria grande, profunda que não sei dizer”.Ir. Maria Josefina, a este ponto, tem um só medo: não amar o Amor. Por isto quer convergir tudo sobre Jesus, vive uma concentração cristológica, um esponsal elevado ao máximo. Escreve: “Fazer-me crucificar com Jesus para morrer com Ele, para ressurgir com Ele”. Aqui encontramos a síntese pascal da sua existência, o seu percurso espiritual. Anota em um outro escrito: “Ó Jesus, absorve-me em ti, aprofunda-te em mim, transforma-me em Ti, faz que eu viva só de Ti”. Como S. Teresa de Jesus, Ir. Maria Josefina está dizendo, ao seu modo, a partir da sua experiência: “Só Deus basta”.A devoção a Maria.A devoção de Ir. Maria Josefina à Virgem é grande. Ela explica assim àqueles que se admiram da sua familiaridade com Ela: “Sinto na alma a ternura que a SS.ma Virgem tem pelas almas”. Tem clara a consciência que Maria de Nazaré opera na sua ida e na vida daqueles que encontra no Carmelo, escreve: “Quero a completa transformação do meu espírito n’Ele”.Ir. Maria Josefina, na escola do Carmelo, aprendeu que a verdadeira devoção a Maria é toda interior, que a verdadeira imitação começa nos espaços interiores da Virgem, que é preciso habitá-la dentro, olhá-la dentro para poder verdadeiramente imitá-la. Assim, o verdadeiro devoto de Maria transforma-se mariforme e se reencontra, ao mesmo tempo, por graça, sempre mais cristificado. Escreve sobre este aspecto: “Maria, nenhum outro, deve unir a nossa alma a Deus bendito, com união íntima de adesão ao divino querer”.O amor aos sacerdotes.Não existe Carmelita Descalça que não nutra um amor grande aos sacerdotes, um amor que nasce da dimensão teologal e encontra fundamento na comunhão dos santos, naquele eclesiologia de comunhão que leva a viver a Igreja como “corpo”, com sentido de corresponsabilidade e de companhia.Ir. Maria Josefina, desde o início da sua missão, vê os sacerdotes como os “prediletos”; para eles oferece a sua vida de contemplativa, com eles vive a missão de mãe. Recebe-os no Carmelo com extrema delicadeza e amor, a eles dedica tempo e atenção, reza com eles e por eles oferece a si mesma, faz brilhar, em cada encontro, a sua altíssima e belíssima vocação.A beleza de uma vida vivida às últimas consequências.Os últimos meses da vida de Ir. Maria Josefina são assinalados pelo sofrimento e pela presença do Amado Senhor: “Sofro muitíssimo, mas sou feliz”.No dia 14 de Março de 1948, frei Romualdo lhe dá a santa comunhão. À tarde chega ao mosteiro o Cardeal Ascalesi que a abençoa e lhe dirige estas últimas palavras: “Se Deus te quer vai, minha filha, te deixo livre: faz a vontade de Deus”. Às 19:10h do dia 14 de março de 1948, domingo da Paixão, Ir. Maria Josefina contempla finalmente a radiante beleza do seu amado Senhor Crucificado e ressuscitado, a beleza daquele que por toda a vida a foi configurando lentamente a si. Tinha 54 anos.No dia 27 de Dezembro do mesmo ano o Card. Assalesi inicia em Nápoles o processo informativo.No dia 3 de janeiro de 1987, Papa João Paulo II proclama a heroicidade com que viveu as virtudes.