sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Dia da Fundação da Ordem do Carmo Descalço

«Nas coisas que faço por DEUS, não quero recompensa de ninguém. Só d´Ele!» [São João da Cruz]
Decorria o ano de 1568, quando nascia o primeiro convento do Carmo Descalço, a primeira comunidade da família carmelita.
Leitura do Livro das fundações escrito por Santa Teresa de Jesus «Saímos de manhã para Duruelo, mas como não sabíamos o caminho perdemo-nos. E, sendo o lugar pouco conhecido, ninguém sabia dar indicações precisas. Quando entrámos na casa, estava de tal maneira que não nos atrevemos a ficar ali naquela noite. Tinha um portal razoável, uma sala, um sótão e uma pequena cozinha. Pensei que do portal se podia fazer uma igreja, o sótão servir bem para o coro e a sala para dormir. As minhas companheiras diziam-me: «Madre, não há com certeza, homem, por santo que seja, que resista a viver nesta casa». Mas Frei João da Cruz concordava com a pobreza da casa para convento. Combinámos, pois, que o padre Frei João da Cruz fosse acomodar a casa para poderem entrar. Tardou pouco o arranjo da casa, porque ainda que se quisesse fazer muito, não havia dinheiro. No primeiro Domingo do Advento deste ano de 1568 celebrou-se a primeira Missa naquele pequeno portal de Belém. Chamo-lhe assim, porque não creio que fosse melhor do que o presépio. Os quartos tinham feno por cama, porque o lugar era muito frio, e, pedras por cabeceira. Muitas vezes depois de rezarem levavam muita neve nos hábitos que neles caíam pelos buracos do telhado. Iam pregar a muitos lugares próximos dali, o que me deixou muito contente. Iam descalços e com muita neve e frio; porque no princípio, não usavam calçado, como mais tarde lhes mandaram. Em tão pouco tempo, alcançaram tanta estima das pessoas, nunca lhes faltava alimentos, pois traziam-lhes mais do que o necessário. Isto foi para mim grande consolo, quando o soube. Praza ao Senhor fazê-los perseverar no caminho que agora começaram».
Oração
Senhor, nosso Deus,
que chamastes S. João da Cruz ao Carmo
para o fazerdes experimentar a doçura do vosso amor
e o constituístes pai espiritual duma multidão de filhos e filhas,
fazei que, seguindo o seu exemplo e doutrina na Subida do Monte Carmelo,
pela senda da fé, da esperança e do amor,
iluminados na Noite Escura pela Chama Viva do vosso amor,
alcancemos a perfeita liberdade dos vossos filhos,
para entoarmos um dia o Cântico Espiritual
que para sempre ressoa nas moradas eternas.