Vamos vivendo como podemos, a Fé e o resto. Vivemos o cristianismo de uma maneira muito séria, quer dizer, muito abstracta. Cultivamos preocupações várias, e aquelas das quais mais falamos, não raro são as mais vagas. Sentimo-nos insatisfeitos, mas também distraídos. O pecado que mais nos pesa no peito é o da omissão.
Não se percebe nada da santidade, nem da existência dos santos se, preocupados em sublinhar heroísmos e milagres, nos esquecermos de traçar a biografia do seu sorriso.
O sorriso daqueles (nomeados e anónimos) que tomam o Amor de Deus como criativo ponto de partida e não apenas como hipotético e temeroso ponto de chegada.
José Tolentino Mendonça