Um crente tem de viver em liberdade para testemunhar a utopia e ser uma espécie de pergunta na paisagem do mundo. (...)
A utopia irrompe no silêncio. É sempre seminal. A utopia cristã começa de forma insólita, quando um homem se anuncia como filho de Deus. Quando o cristianismo começa, é absolutamente irrelevante. Jesus era um galileu, o sítio mais obscuro daquela civilização. Mas sem que os grandes observadores desse tempo se dessem conta, estava ali a surgir um movimento capaz de deslocar os referentes do mundo. Hoje é preciso ir ouvir o silêncio do mundo.
José Tolentino Mendonça [excerto de uma entrevista]