É com João Maria Vianney, mais conhecido como «santo Cura d’Ars», que vamos percorrer todo este Ano Sacerdotal. Mas, antes de começar a nossa caminhada espiritual, ocupemo-nos em descobrir ou em relembrar quem foi este homem, cuja vida e esplendor espiritual ultrapassaram as fronteiras da pequena aldeia de Ars para se estenderem ao mundo inteiro.
O ministério de pároco
Desde o início, João Maria Vianney revela-se um homem empreendedor. Do restauro do relógio da igreja à construção de capelas, passando pela aquisição, em 1824, da casa que se chamará «Providência» para aí fazer uma escola gratuita para raparigas, ou ainda a compra de paramentos litúrgicos para «exprimir a beleza de Deus», tudo é feito no sentido de anunciar e pôr em prática o Evangelho.
No seu ministério, o Cura d’Ars saberá sempre pôr em destaque a primazia de Deus na vida humana. Inicialmente caracterizado por um certo rigor moral no anúncio de Cristo, rapidamente se deixará conduzir pela sua própria vida espiritual e anunciará a grandeza do Amor de Deus e a sua Misericórdia infinita pelo homem pecador.
Como a Virgem Maria ocupava um grande lugar na sua vida e na sua fé, manda colocar uma imagem da Santíssima Virgem e consagra a sua paróquia a «Maria concebida sem pecado». Ora, estamos em 1836, quer dizer, dezoito anos antes da promulgação do dogma da Imaculada Conceição!
Uma das originalidades de Ars é que a «peregrinação» começa ainda em vida de João Maria Vianney. Já antes de 1830 muitas pessoas vinham confessar-se ao Cura d’Ars, atingindo dezenas
de milhar nos últimos anos da sua vida. Registam-se mesmo mais de cem mil peregrinos em 1858.
A maior parte do seu dia é passado na igreja, principalmente para as confissões, mas também para a oração, a Eucaristia e a catequese. Apesar da afluência dos peregrinos, mesmo assim não abandona os seus paroquianos, que terão sempre prioridade.
A 8 de Janeiro de 1905, João Maria Vianney é beatificado pelo papa Pio X. A 31 de Maio de 1925, o Papa Pio XI canoniza-o. Torna-se então «S. João Maria Vianney». Mas, para as multidões, ele é
antes de tudo o «santo Cura d’Ars». A 23 de Abril de 1929 é nomeado padroeiro de todos os párocos.