sábado, 16 de abril de 2011

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

Naquele tempo, Jesus foi levado à presença do governador Pilatos, que lhe perguntou:
«Tu és o Rei dos judeus?».
Jesus respondeu:
«É como dizes».
Mas, ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.
Disse-Lhe então Pilatos:
«Não ouves quantas acusações levantam contra Ti?».
Mas Jesus não respondeu coisa alguma, a ponto de o governador ficar muito admirado.
Ora, pela festa da Páscoa, o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo. Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás. E, quando eles se reuniram, disse-lhes Pilatos:
«Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?».
Ele bem sabia que O tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal,
a mulher mandou-lhe dizer:
«Não te prendas com a causa desse justo, pois hoje sofri muito em sonhos por causa d’Ele».
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. O governador tomou a palavra e perguntou-lhes:
«Qual dos dois quereis que vos solte?».
Eles responderam:
«Barrabás».
Disse-lhes Pilatos:
«E que hei-de fazer de Jesus, chamado Cristo?».
Responderam todos:
«Seja crucificado».
Pilatos insistiu:
«Que mal fez Ele?».
Mas eles gritavam cada vez mais:
«Seja crucificado».
Pilatos, vendo que não conseguia nada e aumentava o tumulto, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo:
«Estou inocente do sangue deste homem. Isso é lá convosco».
E todo o povo respondeu:
«O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos».
Soltou-lhes então Barrabás. E, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-lh’O para ser crucificado. Então os soldados do governador levaram Jesus para o pretório e reuniram à volta d’Ele toda a coorte. Tiraram-Lhe a roupa e envolveram-n’O num manto vermelho. Teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça e colocaram uma cana na sua mão direita. Ajoelhando diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo:
«Salve, Rei dos judeus!».
Depois, cuspiam-Lhe no rosto e, pegando na cana, batiam-Lhe com ela na cabeça. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n’O para ser crucificado.
Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus. Chegados a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do Calvário, deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, depois de o provar, não quis beber.
Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-l’O. Por cima da sua cabeça puseram um letreiro, indicando a causa da sua condenação:
«Este é Jesus, o Rei dos judeus».
Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo:
«Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz».
Os príncipes dos sacerdotes,  juntamente com os escribas e os anciãos, também troçavam d’Ele, dizendo:
«Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Se é o Rei de Israel,
desça agora da cruz e acreditaremos n’Ele. Confiou em Deus: Ele que O livre agora, se O ama, porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’».
Até os salteadores crucificados com Ele O insultavam.
Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra. E, pelas três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:
««Eli, Eli, lemá sabactáni?»,
que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:
«Está a chamar por Elias».
Um deles correu a tomar uma esponja, embebeu-a em vinagre, pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber.
Mas os outros disseram:
«Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O».
E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou.
Então, o véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos dos corpos de santos que tinham morrido ressuscitaram; e, saindo do sepulcro, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. Entretanto, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram aterrados e disseram:
«Este era verdadeiramente Filho de Deus». [Mt 27, 11-54]