quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Exemplo de santidade dos pais de Santa Teresinha!

Todos os que conhecem a vida de Santa Teresinha sabem do amor maior que a unia a seus pais. Órfã de mãe muito cedo, é natural que o seu apego a seu pai tenha sido muito forte. Louis Martin era o seu “Rei”. Teresa era, sem dúvida, a filha predileta, a “Rainhazinha” do senhor Martin. Luís José Aloísio Estanislau Martin, o pai, nasceu em Bordeaux, França, a 22 de Agosto de 1823. Nesse dia, seu pai, militar, estava ausente, numa expedição em Espanha. Os pais de Luis José foram: Pedro Francisco Martin e Fanny Boureau. Devido ao trabalho do pai, Luís passou a infância em vários lugares: Avignon, Estrasbourg e, finalmente, Alençon, onde fixou residência a partir de 1830. Calmo, piedoso, dado à contemplação, Luís desejou abraçar a vida monacal. Para tanto, visitou o Mosteiro do Monte São Bernardo, em 1843. Porque não conhecia o latim, não foi aceite na Ordem Cisterciense. Voltando a Alençon, abriu uma relojoaria, em 1850. Célia, mãe de nossa santa, chamava-se Célia Maria Guérin. Nasceu aos 23 de dezembro de 1831, em Gandelain, França. Quando jovem, sonhou e chegou mesmo a ingressar na Ordem das Visitandinas, mas a Superiora logo descobriu que Célia não possuía vocação religiosa. Porém, este sonho permanecerá em sua cabeça. Em 1844, mudou-se para Alençon, onde estudou com as Damas da Adoração e aprendeu a profissão de rendeira, especializando-se na famosa renda de Alençon. Finalmente começou a fabricar a renda para uma casa de Paris. Por volta de 1863 começou a trabalhar por conta própria, ao abrir uma pequena empresa. Célia Guérin e Luís Martin casaram-se em Alençon, no dia 13 de Julho de 1858. Pretendiam viver como irmãos. Convencidos por um confessor, decidiram ter filhos e tiveram-nos em número de nove: sete meninas e dois meninos. Célia fez por eles a seguinte oração: «Senhor, dá-me muitos filhos, e que eles sejam todos consagrados a Ti». A oração foi integralmente atendida. Nada há de extraordinário na vida deste casal cristão. Vida simples, decididamente voltada para Deus que está no centro de tudo: missa diária, devoção ao Sagrado Coração de Jesus, participação em alguns movimentos da Igreja, solidariedade e caridade para com os menos afortunados. Luís e Célia amam-se muito. Durante uma viagem, ela escreve: «Estou ansiosa para estar perto de ti, meu querido Luís… Eu amo-te de todo meu coração e ainda agora sinto redobrar minha afeição pela privação de tua presença». Eles completam-se harmoniosamente, tomam juntos as decisões importantes referentes ao casamento e ao trabalho. São generosos com os pobres e os infelizes. Ambos desejam ser santos e vivem com fidelidade as suas obrigações de estado, exercendo o seu trabalho e dando o melhor de si para a educação de seus filhos. Se se pensa em beatificá-los como casal no próximo domingo, é porque a heroicidade de suas virtudes foi reconhecida em ambos. O Papa João Paulo II já reconheceu oficialmente essa heroicidade. Esta santidade foi particularmente manifestada através das provações. O casal Martin viveu o abandono à Providência, principalmente quando a conjuntura económica não favorecia os negócios. E, embora, no geral, tenham vivido em boa situação financeira, jamais se deixaram envaidecer por isso. Célia, numa das suas cartas, afirma que «a prosperidade constante afasta de Deus». Eles experimentaram ainda a provação de perder dois filhos e duas filhas ainda bébés. Célia angustiar-se-á tanto com estes episódios, que só encontrará consolo na oração. Desde 1864, começará a sentir os sintomas do cancro de mama, que a levará à morte 1877. Assumirá com coragem a sua doença e dedicar-se-á aos filhos e ao trabalho até o fim. Ela deseja apenas viver o instante presente, que é onde Deus se revela, dando-nos uma lição de confiança: «Eu me resigno a todos os acontecimentos adversos que me vêm ou que me podem vir. Eu penso: foi Deus quem quis assim! E não penso mais nisso!». Dez dias antes de morrer ela escreve a seu irmão: «Que querem vocês?, se a Santa Virgem não me cura… É sinal que o meu tempo chegou e o Bom Deus quer que eu repouse noutro lugar e não sobre a terra». Célia morreu com 46 anos, no dia 28 de Agosto de 1877. Teresa tem apenas quatro anos e meio. Após a morte de Célia, Luís muda-se para Lisieux, atendendo ao convite de seu cunhado Isidore Guérin, instalando-se com as cinco filhas na casa Buissonnets. Assiste feliz ao ingresso de todas as suas filhas na vida religiosa. Vive feliz, consciente de todas as graças que recebeu do Senhor. Um dia revela às filhas que costuma fazer a seguinte oração: «Senhor, é demais! Sim, sou muito feliz. Mas não é possível ir ao céu desta maneira. É preciso que eu sofra um pouco por vós». E oferece-se ao Senhor. Pouco tempo depois ele experimenta a terrível humilhação da doença mental, consequência de uma arteriosclerose. É internado em Caen, no hospital Bom Salvador, onde se tratam os loucos. Grande provação para ele e para as suas filhas. Teresinha, a respeito dessa enfermidade, escreverá: «Os três anos do martírio de meu pai pareceram-me os mais amáveis, os mais frutuosos de toda nossa vida. Eu não os trocaria por todos os êxtases e as revelações dos santos!». A beatificação de Luís e Célia Martin não é por serem pais de uma santa. Mas porque foram cristãos normais, vivendo no mundo. O seu exemplo mostra que a santidade não é um ideal inacessível, mesmo para pessoas casadas, tendo obrigações e responsabilidade de família, comprometidas nos trabalhos comerciais, etc. Ao cumprir no dia a dia o seu dever de estado, eles acolheram simplesmente a vontade de Deus para eles. Não há, nesta simplicidade, como que uma amostra grátis da “pequena via” descoberta por sua filha?