Foi em Braga que cerca de 50 Jovens Leigos Carmelitas, vindos do norte e centro do País, nos encontrámos para celebrar o XV HOREB – Encontro Anual do Carmo Jovem. Horeb é significado de carminhada e encontro, de revelação e amizade renovada com o Senhor e com os amigos. O tema do XV Encontro era «S. Paulo - um mestre para os mestres do Carmo». E obviamente também para nós, jovens do séc. XXI.
O início foi no dia 3 de Outubro, sexta-feira, com a apresentação das várias delegações e a saudação aos jovens dirigida pelo Superior carmelita da Comunidade de Braga, Pe. Agostinho Castro.
No sábado, esteve connosco o Frei João Costa, ocd, director do Carmo Jovem. Sob a sua batuta o dia foi de aprofundamento da figura e mensagem do Apóstolo das Gentes e da sua influência nos santos carmelitas. Houve uma apresentação biográfica e teológica de S. Paulo, após o que convidou os jovens a ler alguns capítulos das Cartas do Apóstolo. Foi um belo momento de imersão nas palavras do Apóstolo que nos gritou, desde a lonjura dos tempos: Ai de mim se não evangelizar! Ai de ti, se não te tornares cristão!
Antes de cada um se deixar embeber nas palavras do Apóstolo, houve tempo para gravar a fogo o sumário do nosso Horeb: Prega o Evangelho, se for preciso usa palavras. O desafio é interessante, pois a oração, o silêncio e a contemplação são sementes promissoras de anúncio da boa nova de Jesus. Considerámos que a Igreja é como um arco-íris, e que se dele se ausentar uma cor que seja jamais o arco-íris será verdadeiramente arco-íris. E daqui renasceu em nossos corações o compromisso de rezar apostolicamente, de sustentar o anúncio do Evangelho com a força da oração, com o testemunho de vida, com as boas obras da justiça.
Do mergulho nas Cartas brotaram lemas juvenis e pessoais, que hão-de comprometer e pautar vidas entregues ao serviço do Evangelho. Foram lemas como: Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre; Somos filhos adoptivos; Somos herdeiros com Jesus Cristo; Caridade, alegria e paz; Ao serviço da justiça. E outros. Todos foram verdadeiras interpelações, porque o Apóstolo, pela actualidade da sua palavra e exemplo, parece viver hoje e interpelar hoje a fazermo-nos tudo para todos.
A noite foi caindo sobre o jardim do Seminário, onde rezávamos o Terço. Nossa Senhora, recomendou que o rezássemos todos os dias e nós não quisemos deixar de o fazer, levados pelo coração do Apóstolo que nos ofereceu as meditações.
Por fim, adentrámo-nos na espessura da noite em oração amorosa e vigilante na Capela de Guadalupe. A figura central foi S. Paulo que esteve presente no meio de nós proclamando a sua palavra. A Vigília fez-nos rezar mais uma vez os textos de Paulo e trouxe-nos do passado ao presente, da fonte da Escritura ao manancial da espiritualidade carmelita, da oração contemplativa ao compromisso.
No Domingo celebrámos a Eucaristia na Igreja do Carmo, a nossa casa. Nós que tanto tempo dedicáramos a Paulo, afundámo-nos de vez no imenso mistério que é a presença gozosa de Jesus na Eucaristia; onde Ele nos fala e nos alimenta. Presidiu o Frei João Costa e concelebrou o P. Agostinho Castro e o Diácono Elísio Portela. Um jovem actor deu corpo e voz a Paulo, e saudou a Comunidade do Carmo que nos recebeu no seu seio para rezar. Na homilia o presidente da celebração realçou de novo o silêncio como lugar de testemunho e como possibilidade fecunda de anúncio do Evangelho, citou a discreção da santidade de Teresinha e a sua pequenez como o meio mais universal e ao alcance de todos para pregar. Porque o Evangelho também se pode pregar com palavras.