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Abbé Pierre [1912 - 2007]
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Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre nasceu em Lyon a 5 de Agosto de 1912 e faleceu em Paris a 22 de Janeiro de 2007. Em 1931 ingressa na Ordem dos Capuchinhos, saindo, por motivos de saúde, em 1938. Admitido no clero de uma diocese francesa, ainda em 1938, é ordenado sacerdote, tornando-se vigário da Catedral de Grenoble.
O seu trabalho destacou-se quando prestou assistência durante a Segunda Guerra Mundial dedicando-se a salvar os perseguidos pelo nazismo. Combateu pela Resistência Francesa onde organizou um grupo de combate, foi preso, fugiu e refugiou-se na Argélia. Com o fim da Guerra, foi eleito deputado, mas, em 1951, abandonou a Assembleia Nacional Francesa, por não aceitar uma lei que julgava injusta.
A partir daí dedicou-se com exclusividade ao Movimento Emaús, que fundou logo após o fim da Guerra, e que hoje está presente em mais de quarenta países. A ideia do Movimento veio-lhe quando viu tantos pobres no seio duma França tão rica! Um dia, o Abbé Pierre acolheu em sua casa George, assassino, ex-preso, que já se havia tentado suicidar, e disse-lhe: "Não tenho nada para lhe oferecer. Mas você quer ajudar-me na construção de casas para pessoas sem-abrigo?". Assim começou o Movimento Emaús. O carisma do Movimento acredita na força da partilha e por isso é ajuda aos sem-abrigo, aos pobres e marginalizados em geral. As práticas deste Movimento visam um trabalho de recuperação e reutilização daquilo que é lançado fora, que adquirem para o seu próprio sustento, e também ajudam quem se encontra em condições piores.
Em 1957 participou na fundação da Associação Mundial de Luta Contra Fome (Ascofam) e ainda em diversos congressos e reuniões internacionais a favor do bem estar dos excluídos. Sua popularidade é imensa na França, onde é também conhecido como o "Papa dos pobres".
É um profeta dos nossos dias. Morreu com 94 anos de idade no ano de 2007.
O seu lema foi: «Viver é aprender a amar».
Para Abbé Pierre "as coisas essenciais na vida não se escolhem. Não fazemos mais do que dizer sim ou não ao possível que nos é dado. É como um veleiro. Se não puxarmos pela driça para que a vela se desenrole, o vento não pode nada. Desenrolei a vela. E quando o vento soprou encontrei-me a bordo... Em seguida tive de aprender a manobrar o leme."
"A minha mensagem? Há uma só, que é um grito: 'Partilhai! Dai! Estendei a mão aos outros! Guardai sempre uma vidraça quebrada nos vossos universos bem almofadados para ouvir as lamentações que vêm do exterior"
"O Eterno é Amor. Eis o primeiro fundamento da minha fé.
O segundo fundamento da minha fé é a certeza de ser amado.
E o terceiro fundamento é a certeza de que essa misteriosa liberdade que há em nós não tem outra razão de ser senão a de nos tornar capazes de responder com amor ao Amor."
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[Margarida Arriscado I Viana do Castelo]