domingo, 28 de março de 2010

Pai(dre) Américo

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Pai(dre) Américo (1887 – 1956)
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Américo Monteiro de Aguiar nasceu a 23 de Outubro de 1887, no lugar do Bairro, da Freguesia de S. Salvador de Galegos, do concelho de Penafiel. A 4 de Novembro de 1887 foi baptizado. Frequentou o Ensino Primário na terra natal, depois foi para o Colégio de Nossa Senhora do Carmo, Penafiel, e posteriormente vai para o Colégio de Santa Quitéria, Felgueiras. Manifesta o desejo de entrar para o seminário, mas o pai não permitia. Acaba o liceu e começa a trabalhar numa loja de ferragens, no Porto.
Em 1906 parte para Moçambique, onde fica instalado e a trabalhar por bastante anos. Apercebe-se da realidade africana, contactando com os colonos missionários e missões católicas, fundindo os costumes, tradições e novos modos de vida, permitindo-lhe compreender a tolerância e respeito de cada cultura e religião.
Regressa definitivamente para Penafiel em 1923, e aí em conversas com um pároco amigo, mostra a vontade de ser Padre e entra no Convento de Santo António de Vilariño, em Tui (Espanha), onde permanece 9 meses como postulante, a estudar latim e ciências e mais um ano, depois da tomada do hábito. As dificuldades em se adaptar à vida monástica conduzem à sua saída em Julho de 1925, mas tenta ingressar no seminário diocesano do Porto, mas o Bispo, D. António Barbosa Leão, não dá seguimento ao seu requerimento. Contacta então o Bispo de Coimbra, D. Manuel Luís Coelho da Silva, que o aceita.
Depois de se formar em Teologia no Seminário de Coimbra, foi nomeado Perfeito do Seminário e professor de Português. É igualmente capelão em Casais do Campo, freguesia de São Martinho do Bispo e designado pároco de São Paulo de Frades, não chegando a tomar posse, incapacitado por um esgotamento. É quando D. Manuel Luís Coelho da Silva, Bispo de Coimbra, lhe entrega a Sopa dos Pobres, em 1932 que começa a revelar a sua verdadeira vocação.
Em Agosto de 1935 inicia as Colónias de Férias do Garoto da Baixa em Coimbra, estágio embrionário do que viria a ser posteriormente a Casa do Gaiato. A 7 de Janeiro de 1940, funda a primeira Casa do Gaiato em Miranda do Corvo. A segunda Casa do Gaiato, em Paço de Sousa. A 1 de Janeiro de 1941 abre o lar do Ex-Pupilo das Tutorias e dos Reformatórios, na Rua da Trindade, em Coimbra; em Junho do mesmo ano, publica o primeiro volume do Pão dos Pobres e em 1942, publica Obra da Rua. A 4 de Janeiro de 1948 seria inaugurada a Casa do Gaiato de Lisboa, situada em Santo Antão do Tojal, em Loures.
Em 1952, viagem a África; publica O Barredo, a que se seguem, em 1954, Ovo de Colombo e Viagens, no ano em que toma posse da quinta da Torre, em Beire, freguesia de Paredes, para a instalação de uma Casa do Gaiato e do Calvário, para o abrigo de doentes incuráveis. A 1 de Julho de 1955, abre a Casa do Gaiato de Setúbal.
A morte surgiu no Hospital Geral de Santo António, do Porto, a 16 de Julho de 1956 (aos 68 anos), em consequência dum desastre de automóvel em S. Martinho do Campo, Valongo, no regresso duma viagem ao sul do País. Foi exumado a 15 de Julho de 1961, no cemitério paroquial de Paço de Sousa, e trasladado no dia 17 para a Capela da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, onde jaz em campa rasa, como fora seu desejo.
Foi um importante benfeitor português que dedicou a sua vida aos mais carenciados, principalmente aos jovens, que se traduziram em inúmeras realizações, das quais a mais conhecida e relevante que é a Casa do Gaiato.
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