terça-feira, 23 de março de 2010

Betinha, em terras de Missão: «kel il bonito!»

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Altar da Igreja
.Um menino que gostou muito da simpatia da Betinha.
Depois das 9h da manhã. O Espírito gato em Missão em Cabo Verde.
Vista da varanda da casa onde mora, lá no fundo a escola...
Na praia com uma menina que lhe pede para tirar uma foto.
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Olá amigos(as) carmelitas!
Para quem não me conhece chamo-me Luís Cardoso, tenho 23 anos e habito na linda cidade de Braga. Para facilitar o (re)conhecimento, dou-vos uma pista: sou o namorado da Betinha. Como sabeis, a Betinha encontra-se em Cabo Verde, na Ilha de Santiago, mais concretamente em Pedra Badejo, num estágio/ voluntariado. Foi na Carminhada em Cantanhede, no dia 13 de Fevereiro, que vos foi dado a conhecer este seu projecto. Projecto que vocês de uma forma ou de outra o abraçaram e muito bem. Estais recordados? «Que belo dia», o recorda com emoção a Betinha quando dele me fala! Num hoje, escrevo para vos dar notícias da sua nova aventura. Estas palavras são dirigidas a todos os amigos que me perguntam como é que ela se encontra. Aqui vos deixo notícias.
Para ela, o acesso à net é limitadíssimo, só tem acesso na Câmara, o que faz com que não vos escreva com tanta regularidade e seja eu a dar «feed-back» do que por lá se vai passando.
Quando a Betinha chegou a cabo Verde, a primeira impressão foi muito positiva, o acesso da capital até à pequena cidade, onde iriam ficar instaladas era relativamente bom, alcatroado e bem sinalizado, ao chegarem a casa encontraram uma casa acolhedora, com as condições necessárias para ficar durante três meses… Afinal, aquilo até é evoluído como cá? Estimados amigos, a resposta não é muito positiva. Não é tudo igual… Vejamos alguns pontos. Estando elas em casa, a conhecerem os espaços, a instalarem-se… quando tentaram abrir a torneira, para lavar as mãos, nem uma gota de água. E agora?! Todos nós sabemos que a Betinha, já tem o espírito gotinha do Carmo Jovem, mas ela necessitava mesmo de uma gotinha de água… Foi então, que tomaram conhecimento que a água só corre nas torneiras mais ou menos das 5h às 9h… (E nós quanta água deixamos correr nas nossas torneiras sem necessidade?!)
Betinha e as duas colegas durante três meses, tem que economizar a água, pois ao chegarem a casa para lavar as mãos, para cozinhar, para lavar a loiça, para descarregar o autoclismo, para um banho de regador… quantos bidões terão que encher e muito poupar! Que vos parece esta aventura?!
Após a primeira noite, a recuperar da viagem, levantaram-se e ei-las a encher os bidões da água para terem acesso à água durante o dia. Tarefa terminada, foram visitar a povoação e conhecer as pessoas com as quais irão conviver durante estes meses. O presidente da Câmara, os assessores e delegados. O delegado da Educação, foi o guia nos primeiros dias.
Enquanto conheciam a localidade, a reacção das pessoas era interessantíssima, olhavam para elas como de Et´s se tratassem, ouviam expressões do género: «-olhem as brancas!» (No local onde elas se encontram raramente se encontram europeus…é um facto!)
No primeiro Domingo, a Betinha e as amigas foram à missa. Uma missa com muito ritmo, um coro de crianças lindíssimo, que cantavam muito bem, o tempo da missa não é igual ao nosso, é demorado para se poder estar com Ele e com a comunidade. É tempo de festa, de alegria, de comunhão. Não olhamos para o relógio aborrecidos para ver quanto tempo o padre falou... O padre é português, há 30 anos que se encontra em terras de missão. A comunidade muito acolhedora e toda a comunidade muito simpática.
Eis os primeiros passos da Betinha, passos descritos de uma gotinha que se encontra longe, mas com o coração bem perto de nós. Deixo algumas frases que ela me escreveu nos primeiros dias: «Luís, resta-me acrescentar, que este primeiro impacto, trouxe-me um sentimento de esperança, esperança de me tornar mais forte, esperança de crescer como pessoa, esperança de aprender e poder partilhar um pouco desta cultura (por sinal, com marcas diferentes da nossa). A Esperança é a palavra que encontro para descrever tudo o que sinto. Nesta esperança em poder ajudar os outros que se encontram ao meu redor tenho a certeza, que eles me ajudaram a crescer muito mais! Cresceremos uns com os outros.»
Nestas palavras, agradeço a força que recebemos de todos. De todas as gotinhas do Carmo Jovem. Estou certo que ela está com a nossa força, com a nossa coragem de carminhar e nunca desistir de carminhar. A Betinha, está em Cabo Verde com a nossa força, com a nossa ajuda, a ajudar quem precisa…
Beijos e Abraços para todos e desculpem lá, nunca é demais enviar…
UM ENORME BEIJO E UM FORTE ABRAÇO PARA ELA!
FORÇA BETINHA!
Termino com uma frase Cabo-Verdiana que ela usa sempre que comigo fala: «kel il bonito!»
Gotinhas, prometo que darei mais novidades logo que possível.
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[Luís Cardoso - Braga]
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