domingo, 13 de dezembro de 2009

O nosso pastor por um dia

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Padre Pedro Hoka
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O padre Pedro Hoka foi o pastor do Carmo Jovem por um dia. No dia 12 de Dezembro estivemos em Moinhos da Gândara no Entrefitas. Nesse dia Moinhos foi uma paróquia maior que muitas dioceses: chegou aos ribeiros de Alhadas, ao Penedo da Saudade, ao Monte de Santa Luzia e ao Jardim Houdinot!
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O Padre Pedro Hoka tem 37 anos (nasceu no dia 2 de Março) e é o quarto de seis irmãos. Nasceu em Benguela, Angola.
O irmão mais velho andou no Seminário mas não seguiu em frente. Ou melhor, seguiu mas pelo caminho do matrimónio e do ensino. Na sua paróquia de origem foi na adolescência o secretário da Cruzada Eucarística, até ao dia em que uma missionária dominicana portuguesa de Calvão, Aveiro, a Irmã Manuela, reparou nos dotes e perguntou ao menino: — Não queres ir par ao Seminário? Ele pediu para pensar, e pensou. Pensou que valeria a pena «ir até ao Seminário ver se tinha vocação». E foi até ao Seminário de Benguela, quando a Irmã o queria levar para o Postulantado dos Dominicanos em Portugal. Não foi. Depois dos estudos secundários estudou, já no Seminário de Benguela, dois mais de Estudos Propedêuticos e três de Filosofia. Finalmente estudou mais quatro de Teologia em Luanda. Entre Benguela e Luanda ainda lhe entrou na alma a crise vocacional, mas foi sol de pouca dura.
Foi ordenado no ano 2000 e trabalhou no Lobito, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, e por algum tempo viveu ainda integrado na comunidade dos Irmãos Pobres Servos.
Em 2002 veio para Portugal para acompanhar dois estudantes de Artes Gráficas da Diocese de Benguela. Findo o estágio ambos regressaram a casa, mas o Padre Pedro ficou. O seu bispo propôs-lhe uma especialização em Novas Tecnologias da Comunicação, mas inclinou-se pelo mestrado que está a concluir em Ciências da Educação, na Universidade Coimbra.
Já paroquiou em Macinhata do Vouga, Aveiro, e agora em Alhadas e Maiorca, Coimbra. Não se cansa de dizer que aprendeu muito com as comunidades a que presidiu e que muito mais se aprende quando a comunidade não é a de origem.
Tem saudades da sua diocese, a mais missionária de Angola. E também da sua família que deixou há sete anos. Como nunca os foi ver, por vezes escuta os apelos da mãe: «vem ver-me antes que morra». E talvez vá brevemente. Até por que também tem saudades das eucaristias que duram horas e dão tempo para a dança e o canto prolongados. Embora, também por cá, haja quem prometa dançar!
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