Paulo é o homem melhor conhecido da Igreja e talvez até da história judaica, e também da romana, se considerarmos os anos 30-64 d.C.
Chamava-se Saul ou Saulo, como o primeiro rei israelita; mais tarde assumiu o nome latino de Paulo (Paulus, o pequeno) e é assim que é conhecido. Alguns julgam-no como um impostor fanático, inventor do Cristianismo organizado com uma igreja própria orientada para afirmar o poder (numa linha contrária à de Jesus).
Outros opõem-no a Pedro e aos representantes da Igreja hierárquica romana, afirmando-o como defensor duma liberdade puramente individual e interior, como se fora o subjectivismo moderno.
Porém, Paulo não foi nem uma coisa nem outra. Foi apenas um judeu radical que continuou a ser radical depois que se fez cristão. Foi um judeu fariseu e foi nessa condição que assumiu a missão de perseguidor dos cristãos helenistas de Damasco, que, na sua leitura, destruíam a coesão do Povo de Deus e negavam a autoridade divina, porque identificavam o Filho-Messias com um crucificado.
Depois de convertido em testemunha, isto é, em apóstolo do Deus de Jesus e da sua graça salvadora, Paulo, iniciou, no Oriente, a fundação de comunidades cristãs enraizadas na tradição das promessas de Israel, mas separadas da autoridade legal do judaísmo.
Foi um gerador de Igreja, mas manteve-se sempre em comunhão com Pedro e Tiago.