Do ano 7 ao ano 33. De Paulo se poderia dizer que era cristão antes de o ser. Ele é cidadão de identidade judaica, mas de universalidade humana. Ele era ao mesmo tempo um judeu helenista (de cultura grega) e ultranacionalista (judeu de linha farisaica). Nasceu em Tarso da Cilícia e vivia em Damasco, onde conheceu e perseguiu a comunidade cristã helenista que ali nascera. Deveria conhecer os cristãos pessoalmente e não apenas pelo testemunho de terceiros. Só assim se entende a perseguição que lhes moveu. «Eu podia confiar na carne. Se alguém julga que pode confiar na carne, eu mais: fui circuncidado ao oitavo dia; sou da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu filho de hebreus; no que toca à Lei, sou fariseu; quanto ao zelo, fui perseguidor da Igreja; enquanto à justiça da Lei, fui irrepreensível» (Fil 3:4-6)
Não parecia ter problemas de consciência com a perseguição dos cristãos, e até poderia ter-se mantido no judaísmo cujo corpo nacional queria defender ao perseguir os cristãos. Porém a sua segurança ocultava uma insegurança maior, expressa na mesma violência com que perseguia a Igreja. Por que perseguia Paulo os cristãos? Porque acreditava que eles rompiam a identidade judaica em que se misturava um desconhecido Jesus crucificado com os judeus e os gentios. Paulo, tinha, pois, medo de perder a identidade judaica.