sábado, 4 de dezembro de 2010

XVII HOREB - As caçarolas cantam, tocam e rezam!


No passado fim-de-semana, 27/28Nov’10, decorreu na Casa da Sagrada Família da Praia de Mira mais um HOREB. Já lá vão dezassete anos de encontros anuais dos Jovens Carmelitas.
“O Senhor anda entre as caçarolas!”
Este era o lema deste XVIII encontro de jovens Carmelitas que mais uma vez se encontraram para aprender, conviver, rezar e, desta vez, para cantar…cantar muito (rezando)!
Éramos vinte e oito vindos de várias terras (Alhadas, Avessadas, Aveiro, Caíde de Rei, Moinhos da Gândara, Viana do Castelo e Ávila), todos com datas de nascimento do Séc. XVI, (tal como a nossa anfitriã: Santa Teresa de Jesus).
Sim, este ano tivemos um encontro especialmente diferente dos outros em que participei, visto que foi um HOREB musical. Aprofundámos conhecimentos sobre Santa Teresa de Jesus através de pequenos excertos de seus escritos, que reflectimos cantando.
Cantámos, cantámos, cantámos, tocámos também!
Sim, que alguns houve (Rui, Zé, Bruno, Maria, Cristiana e pouco mais!) que perceberam as explicações da pauta do nosso maestro: Frei João Rego. Durante o fim de semana fomos orientados musicalmente por este jovem, como nós, que após ter experienciado o seu dom musical ensinando alunos, decidiu entregar-se á Família (Ordem) Carmelita e trabalha agora, espalhando/ensinando o Evangelho acompanhado pela sua música. Trabalho árduo, pelo menos connosco: muito transpirou Frei João para que conseguíssemos apanhar o tom!! O tom não sei se o apanhámos todos, mas a mensagem, essa entrou, penetrou, tal como chuva que cai em terra seca e ansiosa de água: tal como disse Santa Teresa, a forma mais fácil, mais perfeita de rezar!
Pois, mas, afinal, para que levámos nós as caçarolas? Não fazíamos ideia, mas para alguma coisa deviam servir! Eu, inexperiente, como não acreditei, e não levei nenhuma. Por fim bem me arrependi, poderia ter dado um excelente concerto!!
As panelas seriam um ponto de partida para um dos grandes ensinamentos de Santa Teresa: Deus está em todo o lado, em todos os trabalhos, em todos os afazeres, desde que desempenhados com dignidade, respeito e amor! Também entre as panelas! Entre os livros! Entre o trânsito! A todos os lugares em que estivermos Ele chega sempre antes de nós!
E muito embora a linguagem que Deus mais ouve seja a do amor silencioso (S. João da Cruz), nós alternámos momentos de grande silêncio com momentos de grande algazarra musical com as nossas caçarolas, tachos, panelas e tudo o que fizesse barulho naquele momento! Mas sempre no ritmo da música! E deixem-me dizer que o Rei das Panelas foi o Frei João! Não é esse, é o Frei João, mas o Costa! Pois, o do costume!
Foram quase dois dias muito bem vividos, em oração, em convívio, em reflexão, em trocas mútuas de olhares, desabafos, segredos, fé (que pode ser muito jovem e inexperiente), mas vai dizendo presente quando é desafiada pelos nossos exemplos Carmelitas, neste caso, Santa Teresa de Jesus.
Antes do almoço de Domingo tivemos a nossa missa, a do primeiro Domingo do Advento, abrilhantada pela liturgia quase toda cantada (grande Rui, grande Frei Daniel)! A homília foi…foi…à moda do Frei João Costa! Falou, falou, falou, a missa durou mais de duas horas!! Pronto, a verdade é que quem falou fomos nós! Mas acho que falámos bem, não acham?

Quem nos surpreendeu a todos (mais uma vez) foi a nossa madrinha, a D. Alice! Nos minutos que lhe foram concedidos para falar (de caçarola em punho), entregou ao Carmo Jovem a cruz referente ao ano da sua entrada no Carmelo Secular, dizendo que muitos conhecimentos adquiriu durante toda sua vida, mas que foi no Carmo que se sentiu livre, livre para O amar! Espero que o seu exemplo de dádiva e amor seja para nós exemplo a seguir!
Depois do delicioso almoço, acompanhado por alguns familiares e amigos que já se tinham juntado a nós para a Eucaristia, partimos, uns com mais pressa do que outros!
Alguns com a lágrima no olho, outros a olharem para trás, outros a combinarem o próximo encontro, lá viemos cada um para sua casa, com o Carmo Jovem no coração!

Não se esqueçam, dia 11 em Braga!


[Ricardo Caçarola, Somos Um, Moinhos da Gândara]