Em Braga continuamos a carminhar. Foi no passado dia 3 de Fevereiro. Braga é diferente de Caíde de Rei, por isso a carminhada também o foi. O ponto de reunião foi na surpreendente e acolhedora Igreja de São Vicente — a do Carmo estava ocupada com missas. O Grupo Apocalipse fez um acolhimento assaz diligente e simpático que procurou integrar a todos. Depois, o P. Jorge Vaz, Carmelita de Braga, deu início à carminhada: leu o Evangelho de Bartimeu e mandou-nos sair pela cidade fora em direcção ao Bom Jesus procurando descobrir e seguir o Senhor nas surpresas da vida. E lá fomos, éramos uns 80 jovens provindos de Avessadas, Aveiro, Braga, Caíde e Viana do Castelo.
Rapidamente galgámos as ruelas velhas da cidade, cruzámos avenidas e rodovias e aterrámos num parque desportivo. O tempo estava muito frio, muito frio mesmo e ameaçava chuva fria: mas ninguém desanimava. Enquanto o rebanho se juntava o sr. Pinto distribuía água. O dia parecia dispensá-la, mas haveríamos de beber mais do que pensaríamos. Rezámos. Pausadamente.
Arrancámos. Logo depois iniciavam-se as hostilidades com a subida ao monte. Os músculos, empedernidos de demasiado tempo passado no aconchego de cadeiras e sofás, queixavam-se. Mas ninguém cedeu. O carminho é a cruz e por isso aí vamos nós rezando e cantando Onde moras, Rabi? Onde moras, Jesus?
Chegámos ao Escadório do Bom Jesus, ali ao lado está o elevador. Podíamos seguir Santa Teresinha e ir para lá, mas preferimos a vida de cireneus e fizemo-nos às escadas. São ou dizem que são 580. Há quem se disponha a contá-las, com a ajuda do telemóvel. No fim as contas não dão certas, mas são praí umas 565... Não andaram longe as contas. Pelo caminho cruzámo-nos com turistas e desportistas de fim-de-semana e ainda com gente que vem a rezar. Não somos pioneiros, somos seguidores.
Lá em cima fizemos uma pausa técnica: havia que recuperar forças, apreciar a paisagem, tirar mais umas fotos, descansar o olhar, ir falar ao Bom Jesus.
Descemos. Descemos por outro caminho, como ensina o Evangelho. Era mais fácil, mais convidativo. Não sabemos bem para onde vamos, mas, em baixo, no Carmelo da Imaculada Conceição, a equipa do sr. Pinto já anda a preparar as tralhas (musicais e outras) para a Missa.
Ah, afinal um Carmelo é isto? E porque tem de ter aquelas grades?
Presidiu à Eucaristia com ganas e muita energia o P. Jorge Vaz. O carminho é a cruz, o carminho é a cruz, disse-nos várias vezes. E por ser verdade, no final deu-nos a cruz a beijar porque esse carminho é afinal também altar, berço, tálamo e sinal maior...
Terminada a missa chegara a hora de retemperar forças. Dispersamo-nos pelo terreiro, abrimos merendeiros e aí vamos nós. O tempo estava frio, e havia que dar ao dente. E demos com gosto. É nestas alturas que se nos torna muito fácil louvar o Criador, ó que boas coisas as nossas mães sabem fazer!
Depois do almoço lavamos os dentes com chiclete e fomos visitar as Irmãs. Fomos para uma sala (locutório) e não cabíamos, tiramos cadeiras e não cabíamos, ficamos de pé e não cabíamos, de joelhos idem. Por fim ficámos como estávamos. Ainda nos disseram que se podiam equilibrar as coisas, passando algumas para o lado de lá, o delas, claro, mas nenhuma quis. Talvez mais tarde. Mas cantámos, cantámos, cantámos. E elas também. Chegada a hora não havia muita vontade de sair: lá fora estava frio e cá dentro havia paz. Porém, o que tem de ser tem muita força, e lá nos viemos embora. Talvez regressemos noutra altura.
Começamos a descer. Agora sim, iríamos conhecer a Igreja do Carmo e encerrar a sessão. A carminhada três já começara. Será em Aveiro quando o calendário marcar o dia 31 de Março.
Post Scriptum
Não há como agradecer a disponibilidade, o sorriso, os cânticos, a abundante fruta para a sobremesa e a alegria das Irmãs Carmelitas de Braga. Os agradecimentos vão ainda para toda a equipa do Carmo Jovem de Braga (Apocalipse) que foi excelente na organização, e para a Equipa Coordenadora pelo apoio que tem dado a esta iniciativa.