quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Pregão do Advento


Anuncio-vos que o Advento está a começar.
Erguei o olhar, limpai os olhos, perscrutai o horizonte.
Apurai a vossa sensibilidade. Apurai o ouvido.
Captai os gritos e os sussurros, o vento e a vida...

Começamos o Advento: uma vez mais renasce a esperança no horizonte.
Ao longe, começa a clarear o Natal.
Um Natal sossegado e íntimo, pacífico e fraterno,
solidário e encarnado,
e também superficial, desvinculado, violento...;
mas sempre, sempre desposado com a esperança.

É Advento, essa menina esperança,
que, sem saber como, todos levamos nas entranhas;
uma chama tremeluzenta, impossível de apagar,
que atravessa a espessura das eras e dos tempos;
um caminho de solidariedade bem percorrido;
a alegria contida em cada trajecto;
umas pegadas que não enganam;
uma gravidez cheia de vida;
um contido anúncio de Boa Nova;
uma ternura que transborda...

Estai alerta. Escutai.
Isaías grita cheio de esperança:
— Caminhemos à luz do Senhor.
Com esperança, João Baptista apregoa:
— Convertei-vos, porque está a chegar o reino de Deus.

Com toda a esperança dos pobres de Israel,
Com toda a esperança, Maria sussurra uma palavra de aceitação:
— Faça-se em mim, segundo a tua palavra!

Rejubilai! Saltai de alegria!
Vesti-vos com as melhores roupas, com roupas de festa.
Perfumai-vos com perfumes caros.
Que se veja bem que estais alegres!
Que se veja bem que Deus vem!
Avivai a alegria, a paz e a esperança.
Preparai o caminho: já chega o nosso Salvador.

Deus vem. Deus está a chegar. Já está à porta.
Acordai para a vida!