Segunda-feira, dia 19 de Novembro, ocorrem os 100 anos da morte de São Rafael Kalinowski, Carmelita polaco. É uma graça enorme poder celebrar o I Centenário da sua morte. Em vida chamavam-lhe O Santo.
Não era, de facto, um homem vulgar. Fez-se Carmelita aos 42 anos de idade.
Viveu marcado pelo sofrimento. É recordado pela sua nobreza, bondade e generosidade. De si mesmo dizia: «Sou propriedade dos outros». Era sobretudo um homem de Deus, solícito para a comunhão com Ele. A todos recordava: «Os Carmelitas existimos para conversar com Deus em todas as nossas acções».
Dele disse o P. Wenceslau Nowakowski, Capuchinho, colega de São Rafael nos trabalhos forçados no desterro da Sibéria:
«José Kalinowski, actualmente Padre Rafael, Prior dos Carmelitas Descalços de Czerna, era um homem de grande carinho e de extraordinária amabilidade, um verdadeiro anjo de bondade. Quando os russos falavam dele, diziam: «o Santo polaco». Foi a sua fama de santidade que o salvou da forca. Quando Murawiew, o cruel governador russo de Vilna o quis enforcar, um dos seus generais explicou-lhe que Kalinowski era estimado como santo, não apenas entre os polacos mas também entre os russos. E sentenciá-lo era torná-lo mártir dos polacos. No Natal de 1865 estávamos na prisão siberiana de Usole. Éramos mais de trezentas pessoas reunidas numa só barraca, à volta das mesas para a ceia. Depois dos sacerdotes rezarem as orações em latim, fez-se um enorme silêncio cheio de comoção. Depois, segundo a tradição polaca, todos começaram a partilhar pedaços de pão obreia, desejando-se os melhores votos. Ali todos berravam por alguém a quem desejar felicidades e oferecer um pedacinho de pão com as palavras rituais. A maioria de nós rodeava Kalinowski, a quem todos amavam e admiravam. Todos queriam oferecer-lhe do seu pão unindo-se assim a ele, pensando que lhes traria felicidade. Ele andava daqui para ali: a todos sorria e dava um beijo.
As esposas dos desterrados também o chamaram. Depois foram os sacerdotes a quem ele beijava as mãos que eles escondiam, e por fim todos se abraçavam.
Esta cena não terminaria nunca, mas o cozinheiro-chefe com a sua voz potente pediu que todos se sentassem. Não o fizeram logo, pois outros se levantaram para o abraçar. Vi então muitos secarem as lágrimas depois de o terem abraçado, enquanto outros se contentaram em olhá-lo de longe como se tentassem ver nele a pátria longínqua e os seus entes queridos.»
Não era, de facto, um homem vulgar. Fez-se Carmelita aos 42 anos de idade.
Viveu marcado pelo sofrimento. É recordado pela sua nobreza, bondade e generosidade. De si mesmo dizia: «Sou propriedade dos outros». Era sobretudo um homem de Deus, solícito para a comunhão com Ele. A todos recordava: «Os Carmelitas existimos para conversar com Deus em todas as nossas acções».
Dele disse o P. Wenceslau Nowakowski, Capuchinho, colega de São Rafael nos trabalhos forçados no desterro da Sibéria:
«José Kalinowski, actualmente Padre Rafael, Prior dos Carmelitas Descalços de Czerna, era um homem de grande carinho e de extraordinária amabilidade, um verdadeiro anjo de bondade. Quando os russos falavam dele, diziam: «o Santo polaco». Foi a sua fama de santidade que o salvou da forca. Quando Murawiew, o cruel governador russo de Vilna o quis enforcar, um dos seus generais explicou-lhe que Kalinowski era estimado como santo, não apenas entre os polacos mas também entre os russos. E sentenciá-lo era torná-lo mártir dos polacos. No Natal de 1865 estávamos na prisão siberiana de Usole. Éramos mais de trezentas pessoas reunidas numa só barraca, à volta das mesas para a ceia. Depois dos sacerdotes rezarem as orações em latim, fez-se um enorme silêncio cheio de comoção. Depois, segundo a tradição polaca, todos começaram a partilhar pedaços de pão obreia, desejando-se os melhores votos. Ali todos berravam por alguém a quem desejar felicidades e oferecer um pedacinho de pão com as palavras rituais. A maioria de nós rodeava Kalinowski, a quem todos amavam e admiravam. Todos queriam oferecer-lhe do seu pão unindo-se assim a ele, pensando que lhes traria felicidade. Ele andava daqui para ali: a todos sorria e dava um beijo.
As esposas dos desterrados também o chamaram. Depois foram os sacerdotes a quem ele beijava as mãos que eles escondiam, e por fim todos se abraçavam.
Esta cena não terminaria nunca, mas o cozinheiro-chefe com a sua voz potente pediu que todos se sentassem. Não o fizeram logo, pois outros se levantaram para o abraçar. Vi então muitos secarem as lágrimas depois de o terem abraçado, enquanto outros se contentaram em olhá-lo de longe como se tentassem ver nele a pátria longínqua e os seus entes queridos.»