terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pedro Berthelot


Pedro Berthelot
Beato Dionísio da Natividade
[1600-1639]

Vou apresentar-vos Pierre Berthlot. Também é conhecido por Frei Dionísio da Natividade, ou Bem-aventurado Dionísio da Natividade. É um santo, portanto. E carmelita.
Pierre é francês. Nasceu virado para o mar, em Honfleur, Normandia, no dia 12 de Dezembro de 1600. Foi o primeiro de dez irmãos! A sua mãe chamou-se Fleurie Morin e seu pai Pierre Bertlot. O pai era médico da marinha francesa. Eram pobres. Mas pelo menos nos sonhos Pierre era grande!
Pierre nasceu protestante calvinista e sem que se saiba a data virá a converter-se em católico.
Era ainda muito adolescente quando começou a embarcar e aprender os segredos do mar. Adolescente ainda embarcou num belo veleiro chamado Aigle, acompanhado por seu pai, e alcançou a licença de piloto numa viagem à Terra Nova. Completou a sua formação marítima navegando durante sete anos noutros navios, sob vigilância de seu pai.
Aos 19 anos saiu na nau Esperança rumo à Índia como cosmógrafo, mas virá a ascender ao almirantado ao serviço do rei de França. Dois anos depois o Esperança foi aprisionado e destruído pelos holandeses. Salvo do desastre Pierre Berthlot passou por Massakar, chegou ao porto de Malaca e pôs-se ao serviço da coroa portuguesa.
e Portugal, para estudar quantos países descobrem e visitam. Como recordação daquelas viagens e prova fidedigna da sua grande perícia e valor, é o testemunha da sua obra preciosa Tabulae maritimae, que se conserva no Museu Britânico de Londres.
Tomou parte em vários combates e sofreu muito durante a travessia, mas o jovem e valente marinheiro chegou completamente ileso. Durante o tempo da travessia demonstrou todas as suas qualidades, como sejam a seriedade e responsabilidade, ao ponto do capitão do navio o nomear primeiro piloto do navio, quando era ainda um jovem sem experiência.
Quando se encontrava em Goa conheceu e tornou-se amigo do Padre Filipe da Santíssima Trindade, carmelita, que o encaminhou para a Ordem do Carmo. Encorajou-o a abandonar tudo e a vestir o hábito de Carmelita. E é o que faz em 25 de Dezembro de 1636 quando professa os votos religiosos com o nome de Frei Dionísio da Natividade, nome com que hoje é conhecido.
Dois anos depois, em 24 de Agosto de 1638, o antigo cientista foi ordenado sacerdote. Os superiores sentem-no preparado, tanto em virtudes como em ciência. Entrega-se completamente ao apostolado entre os nativos. Foi um modelo de todas as virtudes.
Tendo morrido o sultão Iskandar Muda, do reino de Achem, o Vice-rei Pedro da Silva enviou ao seu sucessor Iskandar Thani, uma embaixada de bons ofícios formada por 3 navios e capitaneada por Frei Dionísio que se fez acompanhar pelo português Frei Redento da Cruz, um antigo e alegre capitão da marinha portuguesa. Dando cumprimento à sua missão o embaixador Francisco de Sousa e a embaixada foram travados pelos holandeses, que lhe deram combate e depois prosseguiram a sua rota.
Chegaram a Achén em 25 de Outubro de 1638. Aqui morreram mártires no dia 29 de Novembro de 1638.
O Papa Leão XIII beatificou-o juntamente com Frei Redento da Cruz em 10 de Junho de 1900. A sua festa litúrgica celebra-se a 29 de Novembro, unida com o seu companheiro de sempre, irmão no Carmo Descalço e no martírio, Bem-aventurado Redento da Cruz.

Sónia Ferraz
Caíde de Rei