segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Testemunho VI - A simplicidade em mudar


Olá a todos!
Devo dizer-vos que, embora tente, não conseguirei expressar em simples palavras mudas e caladas tudo o que uma semana de Acampáki significou e sempre significará para mim, mas prometo dar o meu melhor para explicar que acampáki é muito mais que uma semana no meio de um monte longe de tudo (como muitos dizem).
Embora este tenha sido o quarto Acampáki, foi o primeiro em que participei e certamente não será o último. Pois não me importo se me chamam “maluca” ou “desinteressante”, não quero saber se sou esquecida ou apagada das futilidades da sociedade; Vou encontrar-me com ELE , vou conviver com aqueles que partilham a mesma vontade de LHE doar todos os dias, que mais poderia querer.
Durante uma semana aprendi a rezar de uma forma que me deixa inexplicavelmente feliz; aprendi a dar valor ao que tenho e a não ter medo de o partilhar (por muito pequeno que seja); explorei o espírito Okapi através das nossas diferenças e virtudes para que nos tornássemos num só; encontrei o meu verdadeiro refúgio incondicional: a oração.
Foram dias cansativos, não há dúvida disso (acordar cedo, sentar em cima de bolotas, tentar não adormecer na clarminhada, dormir num palco), mas tudo isto foi superado sempre com um sorriso na cara, com uma canção nos lábios e, claro, com a ajuda de todos os okampákis (sei que a Nandinha não clarminhou connosco fisicamente, mas esteve sempre no nosso pensamento). Ultrapassamos o sono, o frio, a vontade de desistir, até ultrapassamos gatos mortos; e não me venham com desculpas porque eu tenho bem a certeza que Ele riu, cantou e, quando era necessário, levou-nos ao colo para que não desistíssemos.
Em fim, o Acampáki é uma janela sempre aberta e convido-vos a olharem por essa janela, atravessarem a janela; eu encontrei a mais pura das felicidades, a PAZ interior e exterior que há tanto procurava, amizades indescritíveis e a simplicidade de cada dia, de cada emoção que deve ser vivida e partilhada como um presente para nós próprios e para todos os que nos rodeiam. Por isso, pensem em tudo o que mudou nas vossas vidas nesta semana e imaginem tudo o que poderá mudar se levarmos sempre a gotinha do Carmo Jovem bem perto de nós todos os dias.

Maria Babo, Caíde de Rei
Aldeia de Santa Teresa