AAcampáki quer dizer Segundo Acampáki. O primeiro foi Acampáki. No primeiro, Ele acampou entre nós; no segundo, convidou-nos a Alargar a tenda. Para alargar a tenda chegámos à Quinta do Menino Jesus de Praga, no Domingo 27 de Julho. A tarde estava algo fria e escura. Os áugures da Meteorologia não auspiciavam grande semana. Mas por que só Ele é o Sol, não nos detivemos em casa e aportamos a Deão.
À chegada vimos a piscina a fumegar frio e fomos em frente.
À partida ficaram em casa a Maria Regina e a Rita. O que as terá obrigado a ficar em casa? Era, seria, o primeiro contacto com o Carmo Jovem. Talvez tenha sido isso. Talvez isso e os maus presságios. Entre a tarde de Domingo e a manhã de Segunda compôs-se o ramalhete: 22 jovens Carmelitas. A grande maioria repete a convocatória; mas também existem caloiros alegres e ansiosos. O casal Élsio e Glória montaram a sua tenda na Aldeia Casal Célia e Luís Martin e ao início da noite regressaram a casa e ao trabalho com promessa de regressarem na Sexta, logo que os patrões deixassem. Ao longo da semana havemos de crescer, mesmo que o tempo quase só prometa e cumpra ameaças de frio e chuva. A montagem das tendas foi uma festa. O que mais se ouvia é: — preciso de espaço para alargar a minha tenda; preciso de mais espaço! Quando todas as tendas ficaram montadas, de estacas espetadas e fios esticados ainda havia luz. E alegria. Muita. Claro que a anteceder a montagem das tendas tivera lugar um trabalho de sapa que durou duas tardes e deu que fazer a doze mãos, doze pés e seis corações. Quando chegaram os acampákis até o jornal de parede do primeiro Acampáki tinha sido montado! Como é bom recordar!
Mais uma vez as tendas ficaram sob a copa das árvores de fruto, mas mais bem organizadas. A aldeia de São João da Cruz recebeu os jovens de Caíde de Rei; a de S. Teresa de Jesus, os do Carmo de Braga; a de Santa Teresinha, os de Aveiro, Avessadas, Coimbra e Guarda; a de São Paulo, as de Viana; a última, a dos Bem-aventurados Célia e Luís Martin recebeu os casais.
À medida que o dia se foi aproximando do fim, de nós se veio aproximando o frio e a chuva. A noite prometia ser fria lá fora, mas quente nos corações dos amigos que se reuniam e se revisitavam.
A ceia foi ceada em alegria bebericando água e acepipes com que as mães nos brindaram à despedida. Eram pequenas delícias, mas maiores que a fome que tínhamos. Amanhã haverá ainda lugar para nos saciarmos com os restos de coisas boas. Amanhã e Terça não haverá cozinheira. E se vier durante a semana é o que veremos.
Enquanto comemos a chuva cai. No céu há estrelas, mas só a fé permite crer que lá estão por cima das nuvens e da chuva.
Arrumada a mesa e limpas as migalhas as tramelas dão à língua com gosto. Não tarda a noite é tarde e convida à oração. Foi a das boas vindas: o tempo arisco e chuvoso proibira da subida ao Santuário de Nossa Senhora do Acampáki. Por isso, rezamos ali mesmo, no refeitório, o convite de Deus a alargar a tenda; não é que fosse necessário convidar mais, mas era necessário rezá-lo sob o olhar amoroso do Pai. Feita a apresentação geral e lida a Saudação do Responsável da Pastoral Juvenil da Ordem, rezou-se. E depois de rezar lavámos o dentinho e fomos para a cama. Fomos não, eu fui; eles foram para as tendas. Ficaram com a melhor parte, como me disse um médico. Porque pelo menos uma vez por ano devemos deitar-nos no pó e comer um pouco dele. Seja. Boa noite. Bom descanso. Bom AAcampáki.