Formadora: Prof. Márcia Santos
Secretária: Cristiane Macedo (Aldeia de S. Teresinha)
Nesta terça-feira, tivemos a oportunidade de conhecer o testemunho de vida da Márcia Santos, que contou a sua experiencia de jovem esposa e mão cristã. E uma jovem de 32 anos, de Aveiro, licenciada em Matemática, em Coimbra, casada e com uma filha de 2 aninhos, a Maria.
A primeira coisa que a Márcia nos disse foi que não se sentia exemplo para ninguém, mas iria tentar passar uma mensagem ao contar a sua experiência.
A Márcia começou a contar o que era ser mãe para ela, sempre tivera o desejo de ter muitos filhos; algo que ela receava pelas suas colegas que tinham tantos problemas de fertilidade. Ela fala-nos que tinha a ideia que sabia ser mãe, a nível dos sentimentos, ou seja, que imaginava o quanto se gosta de um filho. No entanto, depois de ter a Maria, diz que é muito maior o amor que sente por ela, e assim sendo, é necessário algo muito forte, esse amor para aguentar dias e noites sem dormir, tentando conciliar com a vida profissional, como contará a seguir.
Como uma mãe aparece sempre associada a uma família, para Márcia “não faz sentido haver um filho sem existir previamente um matrimónio”. Deste modo, deixou à sociedade uma crítica: “a falta da prática assídua da eucaristia dos casais que se casam pela Igreja, pois muitos casam porque fica mais bonito e não pelo significado que tem”.
No casamento há muitos princípios que se cruzam e chocam. As pessoas não são iguais e os problemas no casamento também aparecem. Muitos destes problemas provêm de questões económicas, por isso, Márcia e Miguel, optaram por uma vida simples, sem grandes exibições para os amigos, preferindo construir passo a passo a sua vida, com bases sólidas. Assim, a Márcia conta-nos que não consegue adormecer sem que as coisas estejam resolvidas. E revela que para um casamento sólido é necessário respeitarem-se e entregarem-se um ao outro!
Então, para nos tentar explicar melhor o que é uma mão ela entregou-nos este poema tão engraçado:
O que é uma mãe?
Uma mãe pode ser de quase todos os tamanhos ou idades,
Mas nunca admitirá ter mais de trinta anos.
Uma mãe tem mãos suaves e cheira bem.
Gosta de vestidos novos, mesmo com bocadinhos de bolacha no bordado, de música, de ter a casa arrumada, dos beijos dos filhos, de uma máquina de lavar e do papá. Não gosta de ter os filhos doentes, de pés enlameados, de birras ou más notas.
Uma mãe sabe ler o termómetro e arranja tempo para um beijo que cura os dói-dóis. Pode dar beijinhos até magoar.
Sabe fazer bons bolos e doces, mas gosta que os filhos comam legumes.
Uma mãe tem dez pares de braços. Tem de os ter.
E a senhora que sabe dizer tolices que não se sabe como, ajudam a melhorar as coisas.
Uma mãe consegue vestir um bebé gordinho num instante e sabe dar beijinhos em caras tristes e fazê-las sorrir.
Contudo Márcia conta que é difícil ser mãe cristã hoje!
Se ser mãe é complicado então ser mãe cristã dá muito mais trabalho. Quando teve a Maria, deixou de ir à missa, pois não tinha tempo. E isto fê-la pensar que o problema era dela própria. Nesta reflexão que fazia perguntava-se: “quando voltarei a ser aquela plena cristã?”. Ao ir à missa com a Maria não estava concentrada na missa mas na sua filha, que não parava quieta. Assim prefere ir à missa de 15 em 15 dias, pois sente que está realmente presente.
Mas o que enfrenta uma mãe cristã?
Márcia confessa que para ter filhos, tem de ter o apoio dos seus pais, porque a sua profissão cada vez mais instável e incerta. Quando soube que estava grávida (momento em que para ela já começa a ser mãe), e comunicou à escola onde trabalhava à 5 anos, esta ao saber que a menina nasceria por volta de Setembro, despediram-na! Enquanto que se Maria nascesse em Fevereiro, a escola tinha chamado um professor substituto.
Podemos perceber que ser mãe não é fácil…e ser mãe cristã?
A Mãe Cristã
“ser mãe, hoje em dia é missão dificílima. A época, carregada de materialismo, de falta de amor, de egoísmo e de menosprezo pela condição humana, não favorece a maternidade, não valoriza o papel de mãe. E, tratando-se de mãe cristã, o ambiente à sua volta torna-se menos acolhedor e mais hostil. Isso porque a mãe cristã deve ser acima de tudo uma defensora da Fé em Cristo num mundo em que há lugar para tudo e para todos, mas onde para quase não há lugar para Deus.
Ela é ao mesmo tempo, mãe e filha tanto no sentido humano, natural, quanto no sentido espiritual. Contemplada pelo Criador como receptora da semente da vida, a mãe torna-se continuadora do plano divino para a procriação da espécie humana. Se olharmos com olhos pacientes e com reflexão, veremos que não há, no mundo, missão mais nobre e dignificadora do que ser mãe.
Cristo valorizou tanto a maternidade que encarnou no ventre de uma jovem, tornando-a mãe do Salvador do Mundo.
A mãe cristã é aquela que, além de receber a vida em seu ventre, tem a missão de preservá-la com o sentido de honrar e glorificar o Senhor. Quando soube que era mãe, a Virgem Maria exclamou: “minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.
É dentro dessa visão que a mãe cristã se deve procurar enquadrar num mundo que por vezes tende a desvalorizar a maternidade.
“ensina a criança no caminho em que deve andar e quando ficar velho, não de se esquecerá dele”. A mãe cristã é guardiã da fé em seu lar, contrapondo-se aos ensinamentos materialistas e ateístas dessa época de falta de fé, esperança e medo do futuro. A mãe cristã é aquela que, com o amor de Deus no coração, envolve os filhos no manto do verdadeiro amor”. (P. Lima)