« Tu, Senhor, Tu me seduziste e eu deixei, Tu forçaste-me e foste mais forte, mais forte do que eu. Mas vê, Senhor, agora sou motivo de troça, todo o dia se riem de mim porque eu me apaixonei por Ti. Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir, tu forçaste-me e foste mais forte do que eu, agora sou só para Ti. Já vês, Senhor, tua palavra foi humilhação e sacrifícios, por isso resolvi não falar mais no teu nome, nem voltar-Te a mencionar. Mas havia em mim como que um fogo ardente No meu coração prendido nas entranhas, e ainda que eu quisesse apagar não conseguia contê-lo. Tu me fascinaste, Jesus, e eu me deixei apaixonar. Eu lutei contra Ti, contra tudo o que sinto, mas foste Tu quem venceu, mas foste Tu quem venceu.»
«E porque, hoje é Domingo»… Fomos convidados a ouvir e a deixarmo-nos seduzir pelas leituras do 22º Domingo do Tempo Comum. Ouvia-mos em [Jer 20, 7-9], «Tu me seduziste, Senhor, e eu deixei-me seduzir!». Estando a Igreja Católica a celebrar os 2000 anos do nascimento de São Paulo, um fariseu convertido, o grande Apóstolo do evangelho e das gentes, olhemos para ele para a sua própria justiça para que esta nos entusiasme a descobrir o carminho da cruz. Caminho de amor, dom da vida!... De certo que São Paulo, nos momentos em que a voz do coração silenciou no mais profundo da sua alma foi capaz de retorquir: «Tu me seduziste, Senhor, e eu deixei-me seduzir!». Esta «loucura da Cruz» pela qual São Paulo se sentiu seduzido, combateu e se ofereceu pobre e pecador, deixou que toda a sua força se manifestasse na fraqueza… As suas palavras os seus actos de vitória nunca foram ciência dos Homens mas manifestação do Espírito e da força de um Deus amor que continua a silenciar nos nadas em que vivemos. Que esta sedução, este oferecimento encontre eco e ressonância nos nossos áridos corações de jovens carmelitas a carminho. Continuemos a defrontar a nossa existência, com alegrias e com sofrimentos, amparados por estes sentimentos que São Paulo nos presenteia.