ERROS
Há erros há. Como em tudo que mete homem ou mulher. Uns custam mais que outros, mas ainda assim são raros; ou melhor foram raros nesta peregrinação. Ninguém está isento deles, é claro. Mas tudo se perdoa com um abraço ou um sorriso. Tudo se esquece, porque o importante é chegar ao fim.
Na próxima peregrinação só quero quem erre, porque os que não erram são anjos e andam a voar…
ESPIGA
Junho é o mês das searas. Bonito foi vê-las sobretudo dum lado e outro da Estrada da Guia. Muitas estavam já colhidas, as restantes loiras. Como iniciámos a Peregrinação em dia do Corpo de Deus a cada um de nós foi-nos entregue um espiga. Tinha uma particularidade: não tinha grão. E tinha um objectivo: depô-la aos pés da Mãe. Se não tinha grão ficou-nos uma intenção: cuidá-la e chegar com ela ao Santuário, deixá-la simbolicamente em nome de cada um, e visto que grão não tinha todos desejávamos que a nossa vida se enchesse, a fim de que vazia não a depuséssemos junto da Mãe. E assim foi. E assim se fez.
ESPÍRITO SANTO
Ao longo do Ano as nossas actividades sempre foram patrocinadas por um sacerdote já canonizado ou em vias, e sempre fomos rezando pelo do lugar. Quem nos deu a frase para a quarta Peregri foi o Ven. Eugénio Maria do Menino Jesus, Carmelita Descalço francês, falecido na década de sessenta do século passado. Escreveu ele: «O Espírito Santo alegra-se de estar connosco», o que em linguajar se lê: «O Espírito Santo alegra-se de carminhar connosco». E estava dito. E de facto o Espírito Santo andou sempre connosco, e tanto andou que sempre chegámos com mais duma hora de antecedência às respectivas metas. É caso para dizer: o Espírito Santo dá-te asas. E é que dá mesmo!
EUGÉNIO MARIA
O Venerável Eugénio Maria do Menino Jesus, sacerdote carmelita francês, 1894 – 1967, foi o padroeiro da nossa peregrinação. Pouco conhecido em Portugal já ouvi dizer que é um grande santo. Pois é, eu sei. Conheceu o Carmo e a ele se entregou depois de ler São João da Cruz. Viveu entregue à graça de Deus. E ensinou a viver só para Deus, totalmente aberto a Deus. Foi bem escolhido como modelo de confiança.
«EU QUERO O ABSOLUTO.»
Esta foi a frase inspiradora do terceiro dia da nossa peregrinação. É do Venerável Eugénio Maria. Ser peregrino é isso: não lhe chegar o quotidiano, o habitual. Querer o Absoluto obriga a sair de si e da sua família, obriga a abrir para Deus, o único absoluto que sacia a sede de quem ousa ter mais sede que a sede dos dias habituais. Eu quero, nós queremos o Absoluto e nada menos que o Absoluto nos consola!