segunda-feira, 28 de junho de 2010

CRONICAZ de um Perigri, letra S





SANTUÁRIO
Não me canso de dizer que o caminho é duro. Fica a ideia: alguém no último dia caminhava tão cansado que leu Santuário onde estava sanitários! E vai de virar. Coisas. Mas a verdade é que o fito que nos movia era mesmo o de chegar ao Santuário de Fátima.
Os momentos no Santuário foram únicos. Ali entrámos em procissão, mas a Missa que começava na Capelinha impediu que depositássemos as espigas. Regressámos à noite para completar o incompleto. E para, enfronhados nos saco-cama, rezarmos o Terço e acompanharmos a Procissão de Velas. Ainda houve quem por lá se perdesse calmamente em meditação. São horas belas as que por lá se passam.



SILÊNCIO
Uma peregrinação não tem de ser uma coisa ruidosa. Mas por vezes é e ainda bem. E é também uma excelente oportunidade para o encontro connosco próprios. São várias as horas que passamos sozinhos. Há muito ruído à volta? Há. Mas é impossível não ouvir os passarinhos, tantos passarinhos. Tanto que parecem ter-se reunido em coro para nos saudar.
É impossível não nos adentrarmos interiormente, profundamente, calmamente, silenciosamente.
Há quilómetros e quilómetros. Em alguns caminha-se em grupo, noutros separadamente. Cada momento da etapa tem o seu andamento. E quantas vezes por aí vamos nós caminhando como se não existisse mundo nem pés nem caminho! E aí vamos pensando na Vida. Em silêncio. Nós connosco. Nós e Deus que nos olha. Em silêncio. Em paz que se vai conquistando passo a passo.