sábado, 19 de junho de 2010

IV PERIGRI - Testemunho IV



Peregrinar sob o olhar de Deus e da Virgem Maria.


Como é bom chegar, ter certeza de um novo recomeçar.
Agora com algo mais, um sinal carregado de experiências vividas.
O caminho faz-se por Amor num Acreditar, onde se deve agradecer o chão que beijamos a cada passo.
Só descendo à nossa humildade carmelita de peregrinos é que conseguimos valorizar e contemplar as coisas mais simples e belas da vida. Sim, porque só o Amor consegue ver que “para subirmos temos que descer e descendo é que conseguimos subir” !
Quero agradecer nesta peregrinação a honra que nos foi concebida, no dia do Corpo de Deus, de poder andar e deixarmo-nos levar por Ele, como bem lembrou o João Carlos, não somos nós que O levamos, é Ele que nos leva !
Também é motivo de especial referência a presença sempre em comunhão das nossas Irmãs Carmelitas, que andaram, rezaram e partilharam todos os momentos desta nossa peregrinação. Sempre bem visíveis na Cruz e na faixa com os seus nomes e dizeres, que transportamos com muito carinho, respeito e Amor, por onde quer que andássemos. Durante a peregrinação, algumas pessoas perguntaram se a Cruz não era pesada, se não estava cansado de a carregar sempre na mesma posição.
Respondi que todos temos uma Cruz para transportar, umas mais pesadas do que outras. Aprendi que a nossa Cruz é sempre mais leve quando ajudamos alguém a carregar a sua Cruz !
Depois de chegarmos a Fátima o descanso merecido estava à nossa espera, mas não consegui ficar quieto, algo me chamava…
Tive que ir ao Santuário, comecei na Capelinha das Aparições. Depois fui à Basílica onde estive também pouco tempo. Havia algo que me puxava, não era ali que queria estar. Ao sair, senti então a força do íman, caminhei pausadamente pelo recinto, sempre a olha-Lo…
Cheguei, coloquei-me debaixo, encostei a minha mão e olhei para cima, o céu estava azul com algumas nuvens a correrem, o que me deu a sensação que Cristo no alto da sua Cruz rodou e olhou para baixo ! Ali estava eu, tão pequeno, senti-me uma gotinha infinitamente pequena a contemplar… a insignificância que somos perante algo tão grandioso !
Chorei…
Fiquei preenchido por Ele !
Uma peregrinação serve para darmo-nos conta que sem Ele, nada somos e nada valemos, é Ele que a cada passo nos encoraja e enche de Amor. Nos faz Acreditar que somos capazes de enfrentar o caminho de cabeça erguida, de estender o nosso sorriso e a nossa mão ao nosso irmão que caminha connosco. De levarmos no coração aqueles que nos acompanham em oração. De nos deixarmos carregar nos momentos mais difíceis.

Obrigado meu Deus !

P.s. – A Madre superiora Maria Emília da Imaculada Conceição, do Carmelo de Coimbra, disse-me que estariam sempre connosco nas suas orações e que a Irmã Lúcia também nos iria acompanhar. Foi verdade, pude senti-lo na carta que escreveram em seu nome, com alguns pensamentos e orações que ela teve. E foi ainda mais intenso em sua casa, mais precisamente no poço do Arneiro onde o Anjo apareceu pela 2ª vez a ensinar os pastorinhos a rezar. Estavam duas lindas meninas que connosco rezaram sentadinhas em cima do poço, foi depois de rezar a oração final que a Cruz Carmelita que esteve sempre calmamente encostada ao Anjo, balançou e caiu. Um sopro forte foi o seu causador, para mim, mais um sinal da sua presença entre nós, como que a dizer que estava Feliz por estarmos a rezar…

Ide em Paz, caminhai para Deus. “Não tenhais medo de entregar tudo ao Tudo”.

Tony, Coimbra