terça-feira, 15 de junho de 2010

CRONICAZ de uma Perigri, letra B

Beatriz

A Beatriz é pequenina. É um bebé de quase dois meses. É filha do Pedro e da Susana, ambos do Carmo Jovem. São um casal com o Carmo no coração. Há outros casais, namorados e noivos. Eles são casal e família. A Beatriz escreveu a biografia do Venerável Eugénio Maria do Menino Jesus, que inspirou e protegeu a nossa peregrinação. E depois recebeu também ela uma faixa do Carmo Jovem, porque no seu pequenino coração vive o amor que ama o Carmo. E o Carmo Jovem ama a Beatriz. Na Eucaristia do fim da peregrinação recebeu a imposição do Escapulário do Carmo, porque Nossa Senhora a ama muito e como ao Menino Jesus a protege de todos os perigos.

Tão pequenina e já peregrina. É isso que somos quando vimos ao mundo: peregrinos do Alto

Bênção do peregrino

Foi em Aveiro, no Carmo. Por questões de poupança foi o lugar escolhido para a concentração, apresentação e bênção dos peregrinos. Estávamos todos, menos os que tendo de trabalhar só caminharam um ou dois dias.

O momento foi simples, sentido e demorado. A Irmã Lúcia mandou uma carta aos jovens via Carmelo de Coimbra. E a Raquel mandou outra muito sentida. E uma carta dela é uma carta dela: pronta a ser escutada em silêncio. E foi.

Finda a carta recolhemos ao chão dos quartos. (A mim coube-me o chão da sacristia e não foi das noites mais mal dormidas!)

Estamos agradecidos à Comunidade pelo acolhimento.

Bolhas

Ah! As bolhas! Como são belas as bolhas. Nem todos as fazem nos pés, mas alguns cristos não lhes escapam! Duas ou três bolhas por jornada é o meu salário. Primeiro é um sinalzinho. Depois o roce vai aumentando. Depois um pique e uma dorzita. Por fim parece que todo o pé está empapado de bolhas. Não está, impossível que esteja. Mas o incómodo da sensação faz crer que sim.

Alguns peregrinos são tão perfeitos que o caminho nem a prenda das bolhas lhes dá! Valha-me Deus, que a mim sempre me consola com muitas. E este ano mais que nos outros.

Se tirarmos os imprevistos, a sessão do fura-bolhas é a mais cómica de quantas sucedem numa Peregri. Eu não perco uma, e também dou os pés para o sacrifício.

Se os há que a si próprios se furam e se curam, outros peregrinos recorrem à bondade alheia. Não há especialistas pelo meio, mas sensibilidades. Por exemplo, existem «As Bolhas de Fátima»: acredite quem quiser. As Bolhas de Fátima são tratadas e curadas duma maneira diferentemente das demais.

O truque é furar, esvaziar e meter lá dentro betadine. O resto cura com o descanso e o (pouco) sono.

(É certo que há quem recomende não furar a bolha; mas eu não sei como se poderá caminhar no dia seguinte — embora já o tenha visto fazer!)