terça-feira, 27 de setembro de 2011

Crónica alfabética do Vcampaki (XXI)


SILÊNCIO
Quando colocámos no plano do Acampaki uma hora de silêncio alguém atalhou que os jovens não gostam do silêncio e os faríamos sofrer desnecessariamente. Que não gostam parece ser verdade, mas se não gostam nem aprendem a gostar nem alguém os inicia no silêncio, então os jovens de hoje jamais gostarão e os velhos de amanhã não saberão o que é.
Por isso, desde a primeira hora que no Acampaki há uma hora de silêncio. E não é das mais longas. Este ano idem aspas aspas.
Espanto de alguns: depois do Vcampaki o Papa falou do silêncio e da oportunidade de regressar aos mosteiros e conventos e ali partilhar o silêncio com as comunidades monásticas. Por isso, verificou-se mais uma mordacidade de alguns: – «Adiantamo-nos ao Papa mais uma vez.» Não era verdade, mas são interessantes estes reforços e é interessante também que nos apercebamos deles. Sinal que algo nos tocou e calou fundo.
Vamos ao que o Papa disse, quando lembrou o relevo do silêncio na vida dos santos da Igreja pode inspirar as nossas vidas demasiado agitadas:
«O silêncio é a condição ambiental que melhor favorece o recolhimento, a escuta de Deus, a meditação.» E mais: «Deus fala no silêncio mas é preciso sabê-lo escutar.» O Carmo Jovem é herdeiro duma tradição espiritual que sabe apreciar o silêncio e vê no estilo de vida carmelitana um oásis do Espírito através do qual Deus fala à humanidade. Se é verdade, como diz o Papa, que no Verão muita gente busca o silêncio e a harmonia dos mosteiros, também é verdade que o Carmo Jovem soube desde início apreciar o silêncio como símbolo da harmonia espiritual. E temo-nos dado bem com isso. Honra, pois, aos que assim serenamente voltam o seu olhar para Deus.